May Singer escrita por Violetta


Capítulo 4
Capítulo 4




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Saí da piscina em silêncio. Miguel também não falou nada. Acho que a situação foi tão embaraçosa para ele quanto foi para mim.
Troquei de roupa e fui para a cozinha. Estava tão envolvida na piscina que nem percebi que não havia almoçado. E America é uma irmã tão desnaturada que nem me chamou. Ela deve ter visto quem era minha companhia e agiu como a cupida me deixando lá.
Depois de almoçar, estava andando pelo palácio quando ouvi sem querer a conversa do Maxon e da America.
–Ele não pode ficar mais?- Perguntou America
–Só se ele quiser. Mas as coisas já estão mais calmas com os pais dele. E ele tem algumas obrigações lá.- Respondeu Maxon
Saí de perto. Embora o assunto me interessasse, não era educado ouvir a conversa alheia. Mas eu ouvi o suficiente para entender. Miguel vai embora em poucos dias, isso só reforça meu pensamento que não posso gostar dele, embora eu não tenha muito controle sobre isso.
Me sentei na varanda sozinha. Estava perdida em pensamentos quando ouvi uma voz atrás de mim
–Me desculpe. Quero dizer, pelo que aconteceu na piscina.
Gelei. Eu reconheço essa voz suave e doce. Me virei para ver os olhos de Miguel me encarando confusos.
–Não tem problema- Respondi
Eu esperava que fosse gritar com ele, mas acho que o contexto da situação me deixou mais triste do que zangada.
Ele se sentou na cadeira ao meu lado. Ele percebeu que eu estava triste, porque também não foi irônico como costuma ser. Embora acho que ele tenha interpretado minha tristeza de uma forma errada. Eu não estava triste por ele ter tentado me beijar, como ele pensa. Estava triste porque ele ia embora. Mas não ia deixar ele saber disso.
–Eu... Prometo que nunca mais vou beijar você- Disse ele interrompendo meus pensamentos. -A não ser que você queira- Completou com um sorriso tímido.
Eu ri da proposta. E ri muito, mas no meio da risada comecei a chorar. Ele olhou confuso para mim, mas eu não conseguiria explicar, então me levantei e corri para o meu quarto. Deixando ele sozinho, provavelmente pensando que eu sou maluca.
A proposta me deixou aliviada, eu não teria mais que me preocupar com isso. Mas ao mesmo tempo... E se eu quisesse? Teria que pedir? Fiquei andando pelo palácio o resto da tarde. Não compareci no jantar, então a criada veio trazer no meu quarto. Quando estava prestes a dormir, vi um envelope em cima da minha cama. Abri e encontrei um bilhete dentro. Enfeitado com corações deformados e um poema que eu fiz para Jason quando estava na escola. No final do poema, Jason fez questão de colocar umas piadinhas adicionais. Amassei o papel com raiva e joguei na lata do lixo. Fui dormir chorando. Tive pesadelos horríveis da época da escola. Revivi tudo que aconteceu comigo, só que de uma forma mais cruel e assustadora. Comecei a gritar, quando vi uma forma entrando correndo no meu quarto. Pensei que fosse America, mas Miguel se sentou ao meu lado, preocupado
–O que houve?- Perguntou ele
Comecei a chorar
–Foi só um pesadelo- Disse ele me abraçando
–Foi horrível- Falei entre soluços
–Não precisa se preocupar. Está tudo bem agora- Ele acariciava meu cabelo com uma mão e minhas costas com a outra.
Fiquei assim, chorando por um longo tempo. Até que consegui me acalmar. Sequei meus olhos e me afastei. Ele estava tão próximo quanto na piscina. Seus olhos preocupados fizeram meu coração acelerar. Ele pegou uma mecha do meu cabelo, colocando atrás da orelha, depois ficou acariciando minha bochecha com o polegar. Fiquei esperando o próximo passo, quando lembrei da maldita promessa que ele fez mais cedo. Ele não iria me beijar até que eu quisesse. Ele vai embora em pouco tempo. E eu vou sofrer de qualquer jeito, então que eu tenha ao menos uma lembrança boa. Segurei seu rosto com as duas mãos e o beijei de uma forma tímida, mas intensa. Me afastei depressa, mas ele me beijou novamente. Eu poderia ter me afastado, mas era tarde demais, eu já havia correspondido.

Me afastei um pouco confusa, e ele sorriu
–Eu sabia que ia conseguir- Disse ele convencido
–Idiota. Se eu não estivesse tão...
Ele me calou me dando mais um beijo
–May, quer namorar comigo?
Minha cabeça estava uma bagunça. Então eu decidi agir por impulso antes que recobrasse o juízo
–Assim? Sem se ajoelhar? Nem flores.. chocolates?
Ele sorriu e como eu estava sentada na cama, se ajoelhou ao meu lado.
–May Singer, não tenho flores nem chocolates. E eu até buscaria, se não tivesse com tanto medo de você pensar melhor nesse meio tempo. Então... - Ele segurou a minha mão - Quer namorar comigo?
Minha cabeça estava em guerra, um lado dizia para eu aceitar, e o outro insistia que era errado.
–Aceito- Disse por fim
Ele me abraçou por um longo tempo, até que eu dormi.
***
Acordei e ele ainda estava lá, dormindo. Levantei de vagar para não acordá-lo, troquei de roupa e desci.
Estava sorrindo para o nada quando vi uma mulher desconhecida sentada no sofá. Eu pretendia ignorá-la, mas ela me abordou
–Oi. Você viu o Miguel por ai? -Perguntou a loira oxigenada
–E quem é você?
–Eu sou a noiva dele. E você?
O que?? Como assim noiva? Desde quando ele é noivo? Mesmo não tendo nenhum motivo aparente para odiá-la, minha vontade era rasgar o lindo rostinho dela. Eu podia muito bem ficar quieta, ir tirar satisfação primeiro com ele. Mas o jeito que essa oxigenada olha para mim, como se eu fosse uma criança, na minha própria casa me faz mudar de ideia.
–Eu sou a namorada dele- Disse com raiva
Ela começou a rir, o que me deixou com mais raiva ainda. provavelmente ela acha que eu sou uma daquelas crianças que chama todo mundo de "namorado"
–O.k, agora você poderia chamá-lo, por favor?
Me virei e corri furiosa para o meu quarto. Miguel ainda está dormindo. Olha que lindo, dormindo feito um anjinho. Peguei o objeto mais pesado que tinha na minha cômoda e atirei contra ele. Ele acordou assutado
–O que foi?- Perguntou
–O que foi? Por que você não pergunta para a sua noiva? Idiota- Eu disse, atirando tudo o que via contra ele. Um corte do primeiro objeto começou a sangrar na testa dele. Mas eu não estava me importando com isso
–Noiva? -Ele perguntou confuso -Mas que noiv..
Ele parou no meio da frase, como se tivesse entendido.
–May, eu ia te explicar.
–Então explica
–Sério? você não vai mandar eu ir embora?
–Não, eu realmente quero ouvir. Explica!
Ele pensou nas palavras com cuidado
–Meu pai quer que eu me case com ela, e minha mãe acha que eu tenho o direito de escolher. É por isso que eles estão se separando. Mas eu não quero me casar com ela, eu nunca tive nada com ela May! Só a vi algumas vezes, mas nunca aconteceu nada.
–Então você veio aqui procurar outra idiota para se livrar dela?
–Não, eu vim aqui porque tinha esperança que meu pai mudasse de ideia, e quando eu conheci você... Agora eu tenho um motivo real para não me casar. Posso convencer meu pai a...
–Você tinha- Interrompi
–O que?
–Você tinha um motivo. Tudo bem, já ouvi. Pode ir embora
–May...
–Sai. Agora!
Ele abaixou a cabeça e saiu. Bati a porta com força. Eu estava errada, o idiota não era ele, era eu! Não acredito que isso aconteceu comigo de novo. Quantas vezes eu vou ter o coração quebrado? Eu sabia que não deveria ter gostado dele.
Posso estar morrendo de raiva, mas ainda há algo que eu preciso fazer. Junto toda minha raiva e desço para a sala. Miguel ainda não sabe onde a loira está, então posso encontrá-la primeiro.
Ela me vê se aproximando e se levanta, provavelmente pensa que Miguel está vindo atrás de mim.
–E então menininha, cadê ele?-Pergunta ela, como quem fala com uma criança
Puxo o cabelo dela com força e a jogo no chão. Ela grita, mas eu apenas puxo com mais força. Prendo os dois braços dela no chão.
–Menininha é você! Oxigenada idiota.
Dou um tapa no rosto dela e fico imensamente feliz por ver que minhas unhas arranharam seu rosto.
Eu poderia continuar por horas, mas Maxon me puxa me segurando com força. E miguel segura a loira.
–Mas é claro- Digo em tom irônico para ele -Vai ficar do lado da sua noivinha, não é mesmo?


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