May Singer escrita por Violetta


Capítulo 10
Capítulo 10




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Voltar para casa foi uma tortura. Eu não conseguia nem passar em frente do quarto do bebê, por isso evitei caminhar pela casa. Fiquei no quarto praticamente o dia todo.
–Não sei o que fazer para você se sentir melhor- Disse Miguel, se sentindo culpado.
–Eu me sinto melhor só em saber que tenho você-Falei deitando a cabeça no colo dele- Você me dá força.-Concluí
Ele deu um beijo na minha testa.
–Eu nunca vou deixar você
–Promete?- Perguntei assustada com essa possibilidade
–Prometo- Ele respondeu com firmeza.
Passamos o resto do dia assim. Mas de noite eu não consegui mais aguentar. Miguel já estava dormindo e eu fui até o quarto do bebê.
Demorou alguns minutos até eu conseguir entrar. Peguei uma manta no berço e abracei forte. Quando comecei a chorar, lembrei do motivo disso tudo acontecer. Eu estava transtornada. Estava ficando deprimida, e precisava fazer algo a respeito.
Fui até a garagem, fazendo o mínimo possível de barulho, peguei o carro e fui até a casa de Natasha.
Toquei a campainha uma.. duas... três vezes, até que ela saiu.
Ela ficou assustada, acho que não esperava me ver aqui tão rápido.
Ela tentou fechar a porta mas eu empurrei, fazendo ela dar um grito.
–Agora você está com medo de mim?- Perguntei ironicamente -Quando eu estava grávida, você pareceu tão auto-suficiente.
–Eu não sabia que você ia perder o bebê- Ela disse na defensiva
–E em nenhum momento isso passou pela sua cabeça quando você me jogou no chão? Eu estava grávida, sua idiota. Você pensou o que?
Ela não respondeu, apenas ficou me olhando, assustada.
Continuei, mas dessa vez estava gritando
–Você destruiu a minha vida. Você é muito pior do que eu pensava... Minha vontade é de matar você. Mas acho que o melhor castigo para você, é saber que Miguel é MEU marido, e que apesar de tudo ainda estamos juntos e... felizes- Engasguei a última palavra.
Eu estava disposta a ir embora sem realmente lhe fazer dano algum, mas ela não estava disposta a ficar de boca calada.
–E como alguém pode ser feliz, sabendo que não pode mais ter filhos? - Ela perguntou com um sorriso.
Não consigo descrever o que eu senti nessa hora. Como ela ficou sabendo disso? Meus olhos se encheram de lágrimas, e apesar da minha visão ter ficado embaçada, ainda pude ver seu rostinho enquanto eu dava um tapa nela.
Ela se recuperou rápido, e embora quisesse revidar, eu não estava mais grávida, podia me defender muito bem agora.
Derrubei ela no chão e puxei seu cabelo tão forte que ficou uma mecha dele na minha mão. Bati nela com vontade, e agora não tinha mais Maxon, Miguel ou America para interferir.
Ela mesma tornou meu trabalho mais fácil, é uma patricinha mimada que nunca quebrou uma unha na vida, então não consegue brigar.
Depois de me sentir um pouco aliviada, fico satisfeita com o seu estado. O rosto dela estava sangrando, um corte feio na boca e outro na sobrancelha. Um olho roxo e... eu ficaria surpresa se seu nariz não tivesse quebrado.
Levantei sem sentir nenhum tipo de emoção por ela. Agora eu estava parcialmente vingada.
Fui para casa e tomei um banho longo. Acordei antes de Miguel e levei um café especial para ele. Ele me olhou desconfiado, eu estava de bom humor.
–Bom dia, meu amor- Falei animada.
Na verdade eu ainda estava péssima. Mas meu casamento depende de mim, e eu não posso bancar a deprimida. Miguel precisa saber que casou com uma mulher forte. Afinal, sou uma Singer.

Ele me olhou desconfiado, mas não disse nada sobre minha mudança de humor.
–Então... - Ele falou como se eu fosse mudar a qualquer momento - Diego me ligou e convidou a gente para o casamento dele. Hoje
–Casamento?- Perguntei assustada
Ele riu
–Nem eu sabia. Ele disse que fazia questão que nós fossemos.
–Tudo bem- Falei animada -Mas preciso comprar um vestido, vou chamar a America para ir comigo. E Miguel... enquanto eu estou fora, você poderia... desfazer o quarto do bebê?
Ele fez que sim com a cabeça e eu troquei de roupa. Liguei para a America e ela veio me buscar.
Passamos o dia escolhendo um vestido para mim, quando cheguei já estava tarde então fui direto tomar banho. Percebi que o quarto do bebê estava vazio, a única coisa que tinha permanecido era a pintura.
Me arrumei o mais rápido que pude, embora tenha demorado horas.
Saí do banheiro e Miguel já estava arrumado, me esperando.
Quando ele me viu, começou a rir, olhando de forma exagerada.
–Você está linda- Ele disse
–Obrigada. Você até que não está mal- Falei sorrindo
Ele estava lindo, vestido como um verdadeiro padrinho de casamento. Eu estava com um vestido vermelho. Era comportado, exceto por uma fenda que se abria na minha perna.
–Vamos?- Ele falou estendendo o braço
–Vamos- Aceitei sorrindo.
A cerimônia foi linda, a noiva também era linda. Diego parecia muito feliz, o que me deixou feliz também.
Quando todos já estavam na festa, eles vieram nos cumprimentar.
Diego abraçou o irmão, depois se voltou para mim. Me deu um abraço rápido, apresentando a noiva com orgulho.
–Essa é a Vitória. Vitória, esse é meu irmão Miguel, e sua esposa May.
Ela sorriu para Miguel e me deu um abraço.
–Você está linda- Elogiei
–Obrigada. Você também é muito bonita- Ela disse tímida
Por cima dela, vi Natasha conversando com uma menina. Elas olhavam para mim e cochichavam baixinho.
–O que ela está fazendo aqui?- Perguntei para Diego
–Ela é prima da Vitória- Ele respondeu sem graça.
–Ah, me desculpe Vitória é que eu...
–Não tem problema- Ela disse sorrindo. -Infelizmente, não posso escolher meus parentes.
Já gostei dela.
–Aquela é minha irmã- Disse ela apontando para a menina ao lado de Natasha. O nome dela é Verônica, e ela adora Natasha. Já desisti de tentar colocar juízo na cabeça das duas.
Não respondi, estava observando as duas. A loira oxigenada estava de dourado, exagerada demais. E a menina ao lado parecia ter uns 15 anos. Era bonita, e ruiva. Fiquei furiosa, mas olhando um pouco mais sorri. Ela não era ruiva natural.
–Ela pintou o cabelo recentemente- Diz Vitória sorrindo, adivinhando meus pensamentos -Essa menina está terrível.
Eles se despediram de nós e foram conversar com outros convidados, eu gostei da noiva.
Me afastei de Miguel apenas por alguns minutos. Seus priminhos vieram falar com ele, e eu não aguentei vê-lo tão perto de crianças sem me lembrar do que aconteceu.
Estava pegando um doce na mesa e quando me virei levei um susto. Estava cercada por três homens.
Eles tentaram conversar comigo, perguntando de onde eu era e fazendo elogios. Assim que percebeu, Miguel correu para o meu lado.
–Algum problema?- Perguntou ele
Os homens se entreolharam e um deles respondeu
–Problema nenhum. Estávamos apenas conversando com a moça.
–Então da próxima vez escolha uma moça que não tenha uma aliança no dedo.-Disse Miguel seco
Eu ri enquanto os homens se afastaram. Ele me abraçou e continuou assim, até que Vitória me chamou para tirar uma foto com ela.
Fui, e quando voltei a pirralha da irmã dela estava conversando com Miguel. Ele parecia desconfortável, mas não era do tipo que tratava alguém mal, então continuou lá. Ela jogava o cabelo de um lado para o outro.
Me aproximei e dei um beijo nele, entrando na frente dela sem a cumprimentar.
–Que bom que você voltou- Disse ele aliviado.
Ele colocou os braços ao redor da minha cintura, e eu fiquei de frente para a menina. Ela me olhou de cima a baixo, mas isso não me incomodou. Eu era mais alta que ela, e apesar de ser mais nova, fiquei com mais corpo que America quando tinha a minha idade.
–Você é a Verônica, certo?- Perguntei a ela.
–Sim. E você é a May.
As apresentações terminaram por aí. Eu esperava que ela fosse embora, mas ela continuou lá, encarando. Arqueei uma sobrancelha e ela sorriu.
–Então Miguel, depois a gente conversa- Disse ela tocando o braço de Miguel QUE ESTAVA NA MINHA CINTURA. Será que ela não viu?
–Se quiser conversar com ele vai lá em casa- Falei sorrindo -Nós adoramos crianças.
Ela me olhou com raiva e saiu, indo falar com Natasha. Miguel começou a rir, acho que ele já se acostumou com meu jeito.
Que menina cara de pau, será que além de me preocupar com a cobra, vou ter que me preocupar com a cobrinha também?


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