Violet

Allison foi embora e eu tinha prometido que iria a festa, que era hoje à noite...

***

Cheguei na escola e claro, ninguém falava de outra coisa que não fosse a festa de hoje. Eu estava indo até meu armário e Tate apareceu caminhando ao meu lado e disse:

– Então, vai se fantasiar de quê?

– Ainda não decidi e você?- Perguntei.

– Vai ser surpresa. – O sinal toca e Tate continua. - Tenho que ir... Ah que horas devo te buscar?

– A festa começa as 20:00 então, vem as 20:30?

– Certo, tchau. - Tate fala, acenando com a mão.

– Tchau. - Aceno também.

Tive mais três aulas terrivelmente chatas e fui para casa.

– Mãe? Mãe!?- Falo entrando e fechando a porta atrás de mim.

– Violet estou no quarto.

Subo as escadas e vou até o quarto dela. Minha mãe estava dobrando roupa sentada na cama.

– Mãe, eu tenho um problema. - Falei.

– Um problema?

– É hoje vai ter uma festa na escola, uma festa a fantasia... – Respondo.

– Me deixa adivinhar, você não sabe o que usar?- Minha mãe pergunta.

– Exato.

– Você pode pegar uma roupa minha se quiser.

– É uma boa ideia. – Minha mãe ainda tem muitas roupas dos seus “Bons Tempos” onde ela e o papai eram mais jovens e loucos, eles sempre iam a shows de Rock e coisas assim... E para minha sorte, minha mãe ainda tem muitas roupas daquela época guardadas.

– Você vai ir sozinha?- Minha mãe pergunta.

– Não. – Respondo.

– Ué, vai com quem?

– O vizinho novo, Tate.- Respondo.

– Aquele que te deu carona?

– Sim ele me convidou pra ir com ele. - Falo.

– Nossa que bom filha, não gosto que fique sozinha.

***

Fiz uma maquiagem preta bem escura e coloquei uma das roupas da minha mãe e digamos que era uma roupa... Sexy, mas todas as roupas antigas da minha mãe eram assim, a roupa era um vestido preto que tinha ossos desenhados em branco, tem um decote e vai a altura vai ate a minha coxa. Quando vi já era quase 20:30 então, já fui descendo as escadas e encontrei meu pai no fim da escada.

– Violet aonde vai vestida assim?- Meu pai pergunta.

– Na festa da escola hoje.

– Tinha me esquecido disso.

– É uma festa à fantasia. - Falo.

– Isso explica porque está usando uma das roupas da sua mãe... Mas você vai assim?

– Vou por quê?

– Essa roupa é muito curta e ainda por cima tem decote, você não vai sair assim mocinha. - Meu pai fala franzindo a testa.

– Que história é essa? Claro que ela vai. - Minha mãe responde descendo a escada e parando no mesmo degrau que eu.

– Essa roupa é muito sexy para a idade dela. - Meu pai fala.

– Eu sempre usei esse tipo de roupa na idade dela, e se me lembro bem você sempre amou o jeito que eu me vestia .- Minha mãe responde.

– É porque você era minha namorada não minha filha. - Meu pai fala.

– Gente... - Falo, mas sou interrompida pela minha mãe.

– Ela vai assim e ponto final. - Minha mãe conclui, dando um fim a pequena discussão.

– Pelo menos leve um casaco então. - Meu pai fala por fim. A campainha toca.

– Eu estou levando. – Respondi levantando o braço que estava à jaqueta de couro preta, que eu estava levando, fui até à porta e a abri.

– Oi. – Tate fala, ele estava fantasiado de Homem- Aranha a mascara estava em sua mão.

– Tate?- Meu pai fala.

– Oi Tate, sou Vivien.- Minha mãe fala.

– Prazer em conhecê-la. - Tate diz.

– Vocês vão juntos?- Meu pai pergunta.

– Sim. - Respondo.

– Então Violet já sabe as regras, tem que estar em casa antes da meia-noite e meia. - Minha mãe fala.

– Okay. - Falo.

– E divirtam-se. - Minha mãe responde acenando com a mão e sorrindo.

– Tchau. – Falo, fechando a porta e sorrindo.

Vivien

Violet já tinha saído.

– Você sabia disso?- Ben pergunta.

– Do quê?- Respondo.

– De a Violet ir a uma festa com aquele garoto?

– Nossa garotinha está crescendo Ben. - Falo.

– Mas ela tinha que sair com um dos meus pacientes?

– Ele é seu paciente?

– Sim.

– O que tem de errado? Violet também fez terapia por um tempo e eu não vejo nada errado nisso. –Falei.

Violet

Estamos indo pra escola, no carro do Tate.

– Por que você fica sozinha na escola. - Tate pergunta quebrando o terrível silêncio que estava no carro.

– Não sei se já notou, mas as pessoas não gostam muito de mim.

– Nossa...

– Desculpa não quis ser grossa. - Falo.

– Não, não foi por isso que eu disse nossa, eu disse por que você não parece o tipo de garota deixada de lado.

– Mas eu sou. Sabe nem sempre foi assim, eu já fui normal, animada e até popular...

– O que fez você mudar?- Tate pergunta.

– Eu percebi que eu não tenho que ser como ninguém, tenho que ser apenas eu.

– Que profundo. –Rimos.

*****

Chegamos à festa e já estava bombando, tinha todo tipo de fantasias, um cara vestido de Pirata caído na escada, eu tinha algumas duvidas se ele estava vivo... Com certeza os professores já tinham ido embora porque todos estavam muito loucos. Fomos até uma mesa vazia e nos sentamos.

– Nossa isso sim é festa. – Tate fala.

– Eu disse que sabemos muito bem dar uma festa. – Rimos. Muitas pessoas estavam olhando para mim, que é muito estranho porque nunca ninguém nota minha presença. – Por que estão olhando para nós?- Perguntei.

– Porque você está linda. – Tate responde.

Senti meu rosto corar.

– Tate, beleza cara. – Um garoto vestido de Capitão América fala cumprimentando Tate, ele estava com uma garota ao lado, Mia acho que era seu nome, ela estava vestida de Fada.

– Podemos sentar com vocês?- O garoto pergunta, Tate olha pra mim como se perguntasse “O que acha?”.

– Claro. – Respondo, eles sentam nas duas cadeiras do outro lado da mesa.

– Você é a Violet?- A garota pergunta.

– Sim, acho que temos uma ou duas aulas juntas. – Respondo. - Você é a Mia não?

–Sim. - A garota responde.

– Violet esse é Rodolfo um amigo meu. - Tate fala apresentando o garoto.

– Oi. – Falo.

– Vocês estão juntos? São um casal?- Mia pergunta, Tate e eu nos olhamos.

– Não. – Falo por fim.

– Não ainda. – Tate fala, sinto meu rosto corar novamente. – Violet quer dançar?

– Eu não sou muito boa em dançar... - Respondo.

– Não tem problema eu te ajudo.

– Então vamos. – Falei.

Fomos para a pista de dança e estava tocando Love Me Like You Do da Ellie Goulding, que é uma das minhas músicas favoritas e é bem animada, boa de dançar e também é meio romântica, Tate ficava olhando diretamente nos meus olhos e isso me fazia sentir borboletas no estomago. Dançamos bastante foi realmente divertido, não consigo me lembrar à última vez que me diverti tanto, a música acabou e começou uma música mais lenta que era Halo da Ane Brun, então nos aproximamos e dançamos, nossos rostos estavam bem próximos, eu já estava ficando envergonhada. As mãos de Tate estavam na minha cintura e as minhas estavam entrelaçadas atrás do pescoço dele.

– Você não dança assim tãão mal.- Tate fala.

– Obrigada. – Respondo. Ninguém falou nada durante a dança, mas aquele momento não precisava de palavras porque ele já estava perfeito.

– Você quer ir beber algo?- Tate fala quando a musica acaba.

– Claro. – Falo. Tate segura a minha mão e vamos ate a mesa onde esta o Ponche, que tinha mais gosto de Vodka do que de Ponche.

– Nossa isso que é Ponche batizado. – Tate fala fazendo careta.

– Isso se chama confiar em adolescentes. – Falo. Nós rimos e depois fomos em direção à mesa, mas quando estávamos na metade do cominho Tate segurou a minha mão e falou no meu ouvido:

– Ei quer ir para outro lugar?

Fiz que sim com a cabeça, Tate continuou segurando minha mão e caminhamos em direção à porta...