P.O.V. Killian Jones

Aquele beijo no canto da minha boca foi apenas mais uma prova de que o encontro tinha sido uma excelente ideia. O sorriso de Emma demonstrava tantos sentimentos, felicidade, vergonha, mas principalmente gratidão. Um obrigado por tudo, pelo meu cuidado com ela e pela minha determinação de fazê-la feliz.

Entramos no restaurante como um casal de verdade, algo que eu esperava ansiosamente que se tornasse realidade. Ao nos avistar, o garçom rapidamente veio em nossa direção para saber se tínhamos reservado uma mesa.

– Boa noite – disse sorrindo.
– Boa noite, vocês têm uma mesa reservada?
– Sim, para duas pessoas em nome de Killian Jones.
– Tudo bem Sr. Jones – disse verificando a lista – Me acompanhem, por favor.

Andamos até a mesa que ficava um pouco afastado da entrada do restaurante. Assim que me aproximei, tirei o casaco de Emma e puxei a cadeira para que ela se sentasse, gesto que foi acompanhado por mais um sorriso cheio de sinceridade. Tirei meu casaco e sentei-me na cadeira. Depois disso o garçom nos entregou o cardápio e se retirou.

– Uau, esse lugar é maravilhoso – disse deslumbrada com a decoração.
– Bom, o restaurante tinha que ser tão maravilhoso quanto a minha convidada.
– Só você mesmo, hein Killian? – disse rindo.
– Bom – levantei os ombros – você vai querer beber alguma coisa? Vinho, água...?

– Acho melhor beber alguma coisa que não tenha álcool sabe, por causa da última vez.
– Ok – disse rindo – pode ser um suco então?
– Pode.
– Tudo bem – chamei o garçom – dois sucos, por favor, um de laranja e um de? – olhei para Emma.
– Morango, por favor.
– Ok, vocês já querem pedir a comida?
– Acho que sim – olhei para Emma – certo?
– Sim.
– Então, o que você nos sugere? – disse ao garçom.
– Bom, o fettuccine ao pesto é nossa especialidade.
– Por mim tudo bem – ela disse me olhando.
– Por mim também – disse olhando para o garçom.
– Ok, dois fettuccines para o casal – disse se retirando.

Confesso que não pude deixar de sorrir depois de ouvir o garçom nos chamar de casal. Bom, até agora estava indo tudo bem, e eu esperava que continuasse daquele jeito pelo resto da noite, e se possível, pelo dia seguinte também.

A luminária que ficava perto da nossa mesa só servia para me distrair em meio à beleza de Emma. A luz fazia com que seus longos cabelos loiros e seus olhos verdes ficassem mais brilhantes, com mais vida. Eu estava perdidamente apaixonado por aquela mulher.

– Enfim sós – disse sorrindo.
– É mesmo – disse com um riso fraco.
– Então – disse – foi mal, digamos que eu não vou a um encontro já faz um bom tempo – disse rindo e com um pouco de vergonha.
– Somos dois – disse rindo – mas nós podemos fazer o seguinte,a gente fala um tema e cada um tem que falar o que acha, pode ser?
– Com certeza vai ser melhor do que tentar puxar algum assunto – ri.
– Tudo bem, que começa?
– As damas primeiro – sinalizei com a cabeça.
– Tudo bem, passatempo favorito.
– Navegar com o Neal.
– Conversar com o Henry – disse apontando para mim – sua vez.
– Lugar preferido.
– Minha cama.
– Isso é um convite? – disse levantando a sobrancelha.
– Idiota – disse gargalhando – por enquanto não Jones, por enquanto não.
– Que pena – fiz uma cara de decepção – bom, o meu é o Jolly Roger.
– Jolly Roger?? – disse confusa.
– É o meu barco – disse coçando a cabeça – é quase um filho para mim.
– Você colocou um nome no seu barco? – disse contendo o riso.
– É, falando assim parece estranho – disse rindo.
– É porque é estranho – disse gargalhando – minha vez, cor favorita.
– Fácil! Azul!
– Somos dois – disse sorrindo.
– Viu, nós combinamos – disse com um sorriso um pouco malicioso – tudo bem, minha vez...

Estava prestes a falar quando o garçom chegou e nos serviu os sucos e as massas. Confesso que fiquei com um pouco de raiva, afinal eu vinha juntando coragem desde o começo do jantar para perguntar para Emma. Comemos em silêncio, mas de vez em quando trocávamos algum olhar o sorriso intenso.

Terminamos de comer e o garçom recolheu nossos pratos. Nesse momento ele colocou um pequeno pedaço de papel na minha mão e piscou o olho. Assim que ele saiu abri o papel discretamente. Estava escrito “a música lenta é por conta da casa”. Não consegui conter o sorriso depois de ler aquilo. Olhei para Emma, que estava um tanto quanto distraída com a decoração do lugar.

– Hey, você quer dançar? – disse tocando a sua mão.
– Ah, acho melhor não – disse – digamos que eu não combino com a dança – disse envergonhada.
– Tudo bem – disse abaixando um pouco a cabeça.
– Desculpa – disse com cara de culpa.
– Que isso Swan – segurei a sua mão – está tudo bem – sorri.

Eu precisava pensar em algo que me deixasse mais perto de Emma, afinal eu tinha que falar para ela o quanto estava apaixonado. Pensei por alguns instantes e uma ideia um pouco maluca veio em minha mente. Resolvemos não pedir uma sobremesa e quando Emma estava prestes a levantar, segurei a sua mão, respirei fundo e tomei coragem para fazer a pergunta.

– Hey, era a minha vez, lembra?
– Como assim? – disse confusa.
– No jogo.
– Ah sim, qual é a sua pergunta Sr. Jones – disse com um ar brincalhão.
– O que você mais admira na pessoa que está aqui com você.
– Ah... – disse surpresa – eu não sei – disse nervosa.
– Eu sei que sou perfeito – disse levantando a sobrancelha – mas deve ter algo que você goste mais – olhei-a com um olhar desafiador.
– Hum – disse pensando – é isso – disse animada.
– Isso o que? – disse curioso.
– Seus olhos são a parte que eu mais gosto – disse sorrindo.
– Excelente – disse com um sorriso vitorioso.
– E você?
– Eu o que?
– A sua resposta – disse com um olhar desafiador.
– Hum – pensei por alguns instantes – seu sorriso.

Notei que suas bochechas rapidamente se tornaram avermelhadas por causa do meu comentário. Rapidamente ela se retirou e andou em direção ao banheiro. Esse era o momento que eu precisava para colocar o restante do meu plano em prática. Rapidamente andei até o balcão do restaurante e chamei o garçom.

– Aqui – disse entregando o dinheiro – você podia me fazer um favor?
– Acho que sim – disse contando o dinheiro.
– É que você poderia dizer que sabe o meu telefone e o meu endereço para a minha acompanhante.
– Como assim? – disse confuso.
– Digamos que eu não consegui me declarar para ela – disse com vergonha – sabe, muitas pessoas – expliquei.
– Entendi.
– Então, quando eu colocar a mão no balcão você fala isso para ela, ok?
– Acho que sim.

Fechei os olhos e torci para que aquele plano funcionasse. Depois de alguns minutos Emma voltou do banheiro, não pude deixar de notar que ela havia retocado a maquiagem. Depois que me avistou, veio em minha direção.

– Então, vamos? – disse.
– Claro – disse procurando a carteira – merda – sussurrei.
– O que aconteceu? – disse colocando a mão em meu ombro.
– Acho que esqueci a carteira – disse baixo.
– Não tem problema, eu pago – disse abrindo a carteira.
– Claro que não Swan – disse colocando minha mão sobre a dela.
– É sério Killian, não tem problema.
– Não precisa, eu posso ir na minha casa pegar a carteira – disse me virando para o garçom – certo? – coloquei a mão sobre o balcão.
– Claro, se você quiser amanhã eu te ligo e você vem aqui pagar.
– Tudo bem, mas prefiro pagar hoje mesmo, volto daqui trinta minutos – disse ao garçom – viu, sem problemas – me virei para Emma – vamos? – estendi o meu braço.
– Claro – disse segurando o meu braço.
– Boa noite – acenei para o garçom, que rapidamente sorriu ao ver a quantia de sua gorjeta no balcão.

O caminho até a minha casa foi feito em silêncio, o que me ajudou a pensar. Estacionei e abri a porta de Emma. Segurei sua cintura enquanto a guiava até a sala. Depois disso ela virou-se e perguntou onde ficava o banheiro. Confesso que achei um pouco estranho, afinal nunca entendi essa relação de mulher e banheiro.

– É só subir as escadas, primeira porta a direita.
– Obrigada –disse sorrindo e subindo as escadas.

Assim que escutei a porta fechando, comecei a andar pela sala. Liguei o rádio e coloquei uma música lenta. Peguei a única rosa branca que estava no vaso e fiquei em pé esperando Emma descer as escadas. Depois de alguns minutos ela apareceu.

– O que é tudo isso? – disse confusa.
– Isso Swan – me aproximei e entreguei a rosa – é a sua dança.
– Uau, você planeja tudo hein? – disse pegando a rosa.
– Bom, eu prometi a mim mesmo que faria desde o melhor encontro da sua vida – disse segurando a sua mão.
– Isso você já conseguiu – disse colocando as mãos em volta do meu pescoço enquanto que eu colocava minhas mãos em volta de sua cintura.

Ficamos assim, grudados e andando a passos lentos por um tempo. Depois disso segurei uma de suas mãos e sinalizei para que ela girasse, o que a fez soltar uma risada. Repeti o movimento algumas vezes, depois segurei sua cintura, a levantei e girei algumas vezes, o que fez com que ela colocasse uma de suas mãos no meu rosto. Assim que a coloquei no chão senti suas mãos segurarem minhas costas, então abaixei o seu corpo e observei seus olhos encararem os meus por longos segundos.

Ficamos em pé nos encarando por mais um tempo, até que Emma colocou sua mão em meu rosto e começou a raspar em minha barba. Coloquei minha mão na sua bochecha, o que fez com que ela fechasse os olhos e aproveitasse a sensação. Ficamos assim, em silêncio, apenas aproveitando a sensação de proteção. Até que Emma resolveu quebrar o silêncio.

– Há quanto tempo você está apaixonado por mim? – disse abrindo os olhos.
– Honestamente, desde que te vi pela primeira vez.

Nossos rostos estavam cada vez mais próximos e a única coisa que passou pela minha cabeça foi que aquela noite seria uma prova do meu amor por Emma. Seria uma noite apaixonante e com certeza muito intensa.