– Bom dia, Jarvan. – Ela sorriu. Levantou o vestido elegante azul e entrou na carruagem.

– Bom dia, Ashe. Espero que tenha dormido bem. – Ele sorriu e bagunçou o cabelo da albina.

– Sim, eu dormi. Muito brigada. – Ashe fez um bico e arrumou o cabelo.

– O que pretende fazer quando chegar lá ?

– Bem… eu direi que, de fato, unimos forças com princesa Lissandra e príncipe Tryndamere. Os Praeglacius e os Dervish Ice. Somos fortes agora. Em breve seremos um ponto de comercialização importante para Runeterra.

– Isso é tudo ? – Jarvan perguntou. A desconfiança era evidente em sua voz.

Ela olhou para a janela. Estavam se afastando dos limites de Demacia e indo a uma estrutura igual a um panteão sombrio. As árvores em volta eram mortas. Diferente das florestas de Rakelstake.

– Sim. – “Não.”

– Ashe, o que tem em mente ?

– Fazer Freljord sem reconhecida como um lugar importante de Runeterra, depois de muito, muito tempo.

Jarvan ia dizer que conhecia a arqueira o suficiente para saber quando ela estava escondendo algo, quando a carruagem parou.

– Bem-vindos ao Instituto da Guerra.

Primeiro, quem desceu foi Jarvan, dando a mão para a arqueira e a ajudando a descer. O que Ashe viu foi uma grande escadaria que levava a um panteão, não tradicional, um pouco diferente. Mas ainda sim com um ar sombrio. O brilho em sua volta parecia ser roxo, aquilo a fazia arrepiar-se.

– Vamos ? – Jarvan perguntou.

– Vamos. – Ela assentiu, subindo as escadas.

Costas eretas, nariz empinado, foi o que o homem de capa roxa viu ao recebe-los.

– O que fazem aqui ?

– Queremos ver o Alto Conselheiro. – Jarvan respondeu.

– Claro. Um minuto. – E o homem sumiu nas sombras.

Continuaram andando até subirem um lote de escadas, chegando em uma sala de reuniões.

– Sentem-se. – O velho apontou para três cadeiras. Duas na frente de uma mesa, e a outra atrás.

Ashe e Jarvan sentaram-se um ao lado do outro, de frente para o velho.

– Rei Jarvan, há quanto tempo… Demacia continua cumprindo seu papel como cidade-estado ?

– Como sempre.

– E sendo a nossa vitoriosa invicta ?

– Em cima de Noxus.

O velho sorriu. Depois direcionou seu olhar para Ashe, examinando-a com cuidado.

– Vivi tempo o suficiente para chamá-la de Avarosa.

Ashe sorriu.

– Ashe de Rakelstake. Rainha de Freljord, Portadora do Arco Sagrado de Avarosa, Líder dos Avarosianos.

– Muito bem… a que devo a amigável visita ?

Ashe lambeu os lábios. Procurava palavras. Se endireitou na cadeira e entrelaçou os dedos a sua frente, cruzando as pernas.

– Bem… a princesa Lissandra despertou.

– Sim… sabemos.

– E ela aceitou unir-se aos Avarosianos. Unir-se a mim.

– Isso deve ter unido Freljord.

– De fato. A princesa Mauvole faleceu há alguns meses.

– Uma pena.

– Os bárbaros acharam que, ao invés de eleger outra princesa, seria mais favorável unirem-se a mim e fazer parte de Rakelstake.

– E você… ?

– Aceitei a proposta, claro.

– Então, isso uniu Freljord e a colocou em uma força maior do que a de Ionia.

– E é por isso que estou aqui. Recebi uma proposta de um alto conselheiro alguns dias atrás.

– E o que era ?

– Ele disse que, se eu apresentasse a você a atual situação de Freljord, poderíamos lutar pelo reconhecimento de cidade-estado.

– Esse é seu único pedido ?

– Sim, senhor.

– Pois bem, é verdade que Freljord está muito forte e merece mais do que ser um país jogado ao canto. Assinaremos as papeladas algora mesmo.

– Na verdade… há mais um.

– O que ?

– Ouvi dizer sobre a “Liga”. Pessoas lutam por seus ideais. Eu quero lutar também. Quero mostrar a todos que Freljord é forte e que ainda podemos nos unir. Sermos todos um só. Só basta o consentimento de uma princesa.

– Querida… para entrar na Liga, é preciso primeiro passar por alguns testes. Você concorda ?

– Se eu concordo ? Diga-me o dia e eu estarei presente.

– Aqui. Quando quiser, a hora que quiser. Traga seus guerreiros mais fortes para que juntem-se a nós.

– Muito obrigada.

Ela virou-se para Jarvan. Ele a encarava boquiaberta. Não suportava a ideia de vê-la lutando com Noxianos. Assinaram a papelada e, depois disso, Ashe não falou mais com Jarvan. Despediu-se dele por educação e retornou para Freljord.