Avarosa Guides Me. escrita por Ez is my waifu
Não costumava ser do tipo que acordava feliz, mas hoje era diferente. Ela acordou e se espreguiçou, demorando para assimilar a realidade. Notou que estava em uma cama diferente, em um lugar diferente, com uma roupa diferente… ou melhor, sem roupa nenhuma. Lembrou-se que na noite anterior havia dormido com o loiro, e isso a fez corar da cabeça aos pés. Levantou da cama e pegou uma camiseta no chão. Tinha o cheiro dele.
– Bom dia, bela adormecida. – Ele sorriu quando ela chegou a sala. Ele estava encostado na bancada, regulando-a.
– Bom dia… – Ela respondeu sem jeito.
– Te acordei ?
– Não, de forma alguma…
– Café ? – Ele ofereceu a ela uma xícara.
– Chá. – Ela passou por ele, ou tentou. Ele a pegou pela cintura e deu um beijo matinal.
– Como quiser. – Disse depois de beijar a ponta do nariz da albina e ir para a cozinha.
Ela prendeu o cabelo e andou até a janela. Espremeu os olhos. “Droga.” A carruagem estava branca como antes, sem pixação, sem nada, mas ela não queria ir. Queria ficar com ele.
– Ezreal…
– Sim ?
– Eu preciso ir. Eu quero muito ficar com você, mas estou fazendo isso por Freljord.
– Tudo bem, eu entendo.
Dito isso, ela vestiu sua roupa e desceu a carruagem as pressas.
– Rainha Ashe ?
– Sim ?
– Chegamos a Demacia.
– Jura ? Foi mais rápido do que eu esperava. – Ela calçou os sapatos e empurrou um pouco a cortina, colocando a cara na janela.
Há vinte anos atrás, teria pulado da carruagem e saindo correndo. Mas não o fez. Demacia era um lugar maravilhoso. Era tudo tão dourado e reluzente, um perfeito reino. O castelo ao fundo com a bandeira estendida. Na praça, uma fonte que estava lotada. Ashe tivera que contorná-la. Os plebeus em geral pareciam muito felizes. Era como Rakelstake, só que sem gelo. Crianças brincavam com cães e gatos ao invés de lobo. Ninguém usava roupas pesadas de frio, mas roupas leves de verão. O sol brilhava perfeitamente e um arco-íris cruzava o céu. Foi interrompida de seus devaneios pelo bárbaro que a acompanhava.
– Rainha Ashe. – O bárbaro abriu a porta da carruagem.
– Rainha Ashe. – Uma garota a cumprimentou com uma reverência. Não devia ser mais velha que Ashe, pelo contrário. Talvez ela fosse uns dez anos mais nova que Ashe. – Luxanna, irmã do Justiceiro de Demacia.
– Ouvi falarem sobre os atos de seu irmão. – A arqueira falou enquanto fazia uma reverência. – Encantada, Luxanna.
– Oh, por favor! Pode me chamar de Lux. – Ela disse sorridente. Era uma menina muito alegre, de fato. – Sim, é verdade, Garen é um grande guerreiro nos campos da justiça.
– Acredito que sim.
– Então… você vai se tornar uma cidade-estado. Seus guerreiros entraram para a “Liga” ?
– A liga ? – Ashe nunca tinha ouvido falar sobre a “Liga”.
– É, a liga. Lá várias pessoas lutam por motivos diferentes. Você encontra gente de todo lugar. Shadow Isles, Shurima Deserts, Lokfar…
– Uau… Você é de lá ?
– Sim. Todos lá precisam saber lutar de alguma forma.
– E você faz o que ? – Ela não via arma nenhuma na mão da loira. Logo deduziu-se que era algum tipo de maga ou feiticeira.
– Bem… eu uso a luz que está em volta a meu favor. Sabe, tudo é luz. As coisas tem cores por causa da luz. É um dom que eu descobri que tinha quando criança. Eu também consigo formar arco-íris que queimam tanto quanto o fogo. Bom, um arco-íris duplo é um fenômeno de óptica que exibe um espectro de luz devido ao sol que brilha nas gotículas de umidade na atmosfera. Entendeu ou quer que eu desenhe ?
Mas Ashe não estava lá. Havia aproveitado a distração da loira para se esgueirar entre alguns plebeus amontoados e ir para longe dela. Estava andando entre eles, olhando tudo atentamente com suas safiras azuladas. Depois de um tempo andando sem rumo, abaixou a cabeça e respirou fundo. Será que aquela garota a acharia ? Foi pensando nisso que esbarrou em um homem grande e forte, em uma armadura muito elegante.
– Me desculpe, milady… – Ele estendeu a mão para ela.
– Tudo bem… – Ela pegou a mão e se levantou, sorrindo. O homem era bonito.
– Você… é a rainha Ashe ? Ashe de Rakelstake ?
– Sim, sim…
– Me desculpe. – Ele curvou-se e beijou a mão dela.
– E você ?
– Garen, o justiceiro de Demacia.
– Ah, Garen… você, er… é um prazer. – Ela sorriu. Fugiu da irmã para esbarrar com o irmão. “Maravilha.”
– O que faz por essas bandas ?
– Eu… me perdi… do meu guia… na carruagem… estou tentando chegar a Jarvan.
– Ah, claro, eu a levo lá.
– Jarvan. – Ela sorriu.
– Ashe. – Ele fez uma reverência. – Deixem-nos a sós. Eu serei responsável por Ashe e suas atitudes a partir de agora.
Esperaram todos saírem da corte e os portões serem fechados.
– Estava com saudade. – Ela o abraçou. Parecia ser vinte anos mais velho que ela. Mas sem perder a forma ou a beleza.
– Ashe, quando eu te vi, você era uma menininha… era desse tamanhozinho. – Ele riu e indicou um tamanho de pelo menos um metro e cinquenta e dois.
– Você é muito engraçado. – Deu um sorriso irônico. – Qual o tipo de rei que não apresenta os aposentos a visita ?
– Você anda muito folgada, garota. – Jarvan pegou Ashe no colo e levou ela até seus aposentos, a jogando na cama.
– Muito obrigada, meu súdito. – Ela riu, tirando os sapatos e colocando o pé na cara dele.
– Para com isso, quer me matar com esse odor tóxico ? – O rei brincou e empurrou o pé dela.
Depois que ela tirou a roupa e colocou um vestido mais leve, ele tirou sua armadura e ambos jogaram almofadas no chão.
– E aquela vez que a gente estava no cemitério, aí você me deu um susto ? – Ela perguntou, deitada no colo dele.
– Eu jurei que você ficou tão branca que parecia um habitante do cemitério.
– Você é um palhaço. – Ela riu e cutucou o queixo do amigo.
– Mas eu lembro de quando você quebrou uma peça muito rara de gelo da sua mãe e colocou a culpa em mim.
Ela não respondeu e ele começou a fazer carinho no cabelo albino.
– Então… quando quer ir resolver as questões diplomáticas ?
– Sabe… – A arqueira se remexeu e deitou de lado. – Talvez amanhã. Esses dias me fizeram pensar no passado. Nada foi fácil, mas eu consegui chegar até aqui. Quantas guerras lutei ? Quantas pessoas perdi ? – Ela suspirou. As safiras iam perdendo o brilho conforme ela ia falando dos dias que se passaram. – Eu… vou descansar. Colocar as coisas em ordem.
O guerreiro assentiu com a cabeça.
– Tudo bem, Ashe. Acho melhor eu me retirar. Durma bem, amanhã de manhã uma carruagem irá lhe esperar. Eu estarei nela. Iremos ao Alto Conselho.
– Tudo bem. – Ela se levantou e o acompanhou até a porta de seus aposentos. – Boa noite, Jarvan.
– Boa noite, Ashe.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!