— Narcisa Malfoy, sempre linda e elegante. — Dr. FitzWilliam falou sorrindo e puxando a cadeira, em um gesto cavalheiro.

— Obrigada.

— Ao que devo sua visita inesperada?

— Antes de tudo eu devo me desculpar por vir sem agendar ou mesmo mandar uma carta avisando da minha vinda.

— Não precisa se desculpar, estou aqui ao seu serviço. — Falou sorrindo e se acomodando na cadeira.

— Vejo que sua sala está reformada. — Falei examinando o mobiliário refinado novo.

— Sim, eu precisava mudar, estava a anos com a mesma decoração, e isso não faz bem a ninguém. - Concordei. — Então, qual é o problema?

— Eu quero saber qual é o estado da garota que meu filho está ajudando. — Falei corrigindo mais minha postura.

— Senhora? —Dr. FitzWilliam perguntou confuso e com os olhos levemente esbugalhados.

— Não se faça de desentendido, eu sei o que está acontecendo aqui.

— Eu realmente não sei do que a senhora está falando.

— Eu vou explicar, já que o senhor não sabe. — Falei irônica. — Eu quero saber o estado da garota que esta sendo tratada aqui com o dinheiro do meu filho, ou melhor, com o meu dinheiro.

— Sinto muito Narcisa, mas deve estar havendo algum engano...

— Chega! — Falei de forma alta, firme e sutil. — Eu sei o que Draco está fazendo, sei que está cuidando da garota, sei que ele a trouxe aqui sem o consentimento de nenhum adulto ou responsável e sei também que ele está pagando o tratamento e o seu silêncio. Eu sou uma Black Malfoy, o senhor acha que é difícil para mim não saber de algo? Principalmente quando o assunto é o meu filho? — Falei levantando meu queixo. — Não é difícil saber que essa nova mobília foi comprada com o excessivo dinheiro que meu filho tem pedido para mim nos últimos dois meses.

" Ele pediu todo esse dinheiro e ainda estamos no meio de Outubro, não se passaram dois meses inteiros de aula! Sabe o que também não é difícil saber? Que a coruja do Draco Malfoy tem visitado a área particular do St. Mungo's com muita frequência. E para finalizar, uma mãe reconhece os movimentos de seu filho em meio a uma multidão, então imagina atrás de um sofá pequeno.

— Estou sem palavras.

— Como tudo isso aconteceu? E o que exatamente está acontecendo?

— Vou explicar tudo. — Dr. FitzWilliam falou sério, retirando os óculos e cruzando os cinco dedos das mãos.

— Então os pais da menina não tem a mínima ideia sobre o que está acontecendo com ela? — Perguntei espantada quando FitzWilliam terminou de contar a história.

— Não!

— Quanta irresponsabilidade! Tanto deles quando sua!

— Era isso ou ela não iria fazer o tratamento. Draco viu isso e sem pensar duas vezes me propôs a ideia e eu aceitei! Eu juro que eu pensei que quando eu mostrasse o tanto de galeões que eu estava pedindo ele não iria aceitar, mas ele aceitou.

— Ele é Draco Malfoy, dinheiro nunca foi um problema para os Malfoy's.

— Mas para mim foi, e eu não pude recusar!

— Eu entendo, não precisa se defender.

— E o que a senhora vai fazer a respeito disso?

— Nada. — Falei e FitzWilliam ficou surpreso. — A garota que tem que decidir, e reconhecer o que é melhor para ela.

— Ela deveria estar repousando e fazendo o tratamento de forma correta, deveria ficar longe de pessoas que não estão devidamente saudáveis e higienizadas, ela está muito imune.

— Volto a minha pergunta, qual é o estado dela?

— Crítico. — Falou sério, e eu senti um incomodo passando pelo meu corpo. — Ela começou o tratamento muito tarde, a doença dela está muito avançada. Estamos fazendo o possível e impossível para tentar reverter o caso.

— Mas nós somos bruxos! Não deveria ser mais fácil.

— Câncer é uma doença difícil e sem cura por enquanto, seria egoísmo e maldade termos um tratamento mais eficaz e não dividirmos com os trouxas, independente da doença. Esse é um dos acordos que temos com os trouxas, a maioria dos remédios deles são poções disfarçadas.

— Entendo.

— Uma pergunta, a senhora sabe quem é a garota, não sabe?

____________________________________________Draco Malfoy__________________

— Hermione? Mas o que está acontecendo aqui? — Neville Longbottom perguntou extremamente confuso.

— Viu o que você fez Pansy! — Falei nervoso.

— O que eu fiz? — Pansy perguntou, também confusa. E eu voltei a olhar para Longbottom.

— Sério, o que está acontecendo? O que está acontecendo com todos aqui! Ron com Cho, Harry sendo visto falando com Parkinson... — Olhei confuso e nervoso para Pansy e depois para Neville novamente. — Você e o Zabini? E o Malfoy...

— ... Ei, ei ! Não vem falar de mim Longbottom. — Gritei soltando o pulso de Pansy e me aproximando do "show". — E vocês todos, podem tirar essa cara de quem acabou de ler um fofoca escrita pela Rita Skeeter. O que está acontecendo aqui...

— ... O que está acontecendo aqui, é que eu apostei com o Blás que ele não teria coragem de beijar uma Sangue-Ruim, e ele acabou de ganhar a aposta. — Falou me interrompendo e fazendo cara de nojo.

— Pansy. — Escutei Potter falando baixo de um modo repreensivo e bravo.

— Sua nojenta! — Granger gritou. — Eu te odeio!

— Vai me bater Granger!? Como ou trouxas fazem. — Pansy falou rindo e por impulso eu dei um passo para frente nervoso, mas antes de fazer alguma coisa, Granger avançou em Pansy, mas eu a segurei antes que acertasse ela, Potter que estava perto da Pansy, a segurou quando percebeu que ela ia fazer o mesmo.

— Me solta Malfoy! — Granger gritou, tentando se soltar enquanto olhava brava para Pansy que fazia o mesmo.

— Solta ela Malfoy! — Weasley falou finalmente se intrometendo.

— Cala boca Ron, cala boca todos vocês! Eu cansei! Me solta Malfoy que eu não aguento mais ficar perto de todos vocês. — Granger gritou eu soltei ela. — Obrigada Neville, por ser a única pessoa sincera e descente aqui! — Granger falou saindo do meio do circulo de pessoas que nos tinha rodeado.

— Mione!

— Me deixa em paz Harry, por favor. — Falou sumindo do meu olhar, Potter respeitou seu pedido. Enquanto todos falavam ao mesmo tempo sobre o acontecido eu dei um passo para trás, com o objetivo de ir atrás da Granger.

— Onde você vai Draco? — Pansy perguntou alto e todos voltaram sua atenção para mim.

— Lugar nenhum Pansy! — Falei nervoso.

No jantar, todos os que tinham visto o acontecido estavam contando para os que não tinham visto. Ao meu lado Blás comia calado enquanto Pansy não parava de falar, Theo a escutava com atenção. Na mesa da Grifinória, Potter olhava para todos os lados procurando ( provavelmente) a Granger, a Weasley olhava para Potter vermelha, o Weasley conversava nervoso com Neville e as vezes olhava para minha mesa, ou melhor, para Pansy.

— Não vai comer Draco? — Blás perguntou baixo.

— Não estou com fome.

— Está pensando na Granger, não está? Eu sei o que está acontecendo, ela me contou, não tudo mas me contou boa parte.

— Ela te contou? — Perguntei confuso, mas sabendo que ela não tinha contado da doença, ela não contaria.

— Sim. Eu pensei que ela tinha ido falar com você.

— Quando?

— Um pouco antes de toda a confusão.

— Por Merlin! Ela tinha ido conversar comigo?

— Acho que sim.

— Eu estava viu eu beijando Astoria.

— Sem comentários! — Falou soltando os talheres e balançando a cabeça negativamente. — Vamos para o dormitório!

— Eu tenho que falar com ela.

— Sim, você tem! — Blás falou levantando e eu fiz mesmo.

— Onde vocês estão indo? — Pansy perguntou.

— Não te interessa! — Blás falou e Theo levantou para nos seguir, deixando Pansy brava sozinha.

— Está bravo com a Pansy? — Theo perguntou quando chegamos no salão.

— Eu escutei ela te contando tudo, então você sabe que sim.

— Não fala comigo assim, eu que estou irritado com você. O que eu não entendi é que todo mundo está falando que a Pansy apostou com você, mas a Pansy não falou isso para mim.

— Essa foi a única coisa descente que a Pansy fez hoje. — Falei tirando a gravata e sentando no braço do sofá.

— Por que? — Theo e Blás perguntaram.

— Porque se ela falasse o verdadeiro motivo de você ter beijado a Granger, todos iriam saber que vocês estão namorando.

— Por que você está preocupado com isso? — Theo perguntou mas eu não respondi pois Blás falou por cima.

— É verdade! Se a Pansy não tivesse inventado a história da aposta, todos saberiam! Mas ela que pediu para eu assumir para todos! Então por que ela iriam ir contra o que ela pediu?

— Você está certo! — Falei levantando. — Era tudo um plano dela!

— Sim, mas para que? E por que? Pansy sabe que eu faria tudo por ela.

— Isso é um erro! — Falei jogando de leve uma almofada nele.

— Vocês sabem não estou entendendo nada. — Theo falou.

— Sim, nós sabemos! — Falei.

— Vão me explicar? — Theo perguntou sentando no sofá, Blás me olhou esperando que eu tomasse a iniciativa.

— A Pansy te falou que pediu para o Blás beijar a Granger por causa do " coração partido dela pelo Weasley" e que não era para o Blás fazer o mesmo com a Granger, não falou? — Falei sentindo nojo ao pensar em Pansy com Weasley.

— Sim, ela falou.

— Então, você não acha que é estranho ela ter pedido para o Blás assumir tudo e depois que ele fez isso ela tenha desmentido o namoro.

— Sim, isso é muito estranho.

— Então! É disso que nós estamos falando.

— A sim, entendo. Mas não entendi a Pansy, ela te adora Blás!

— É claro! — Blás falou também sentando no sofá. — Ela odeia a Hermione, e odeia eu com a Hermione, ela sabe que a Hermione, agora, provavelmente está com muita raiva de mim.

— Isso faz sentido. — Theo falou.

— Eu vou conversar com ela. — Blás falou levantando.

— Vou dormir! — Falei indo para o dormitório.

Tomei uma poção para dormir, pois sabia que se não o fizesse, não conseguiria dormir de
jeito nenhum, e depois de muitas noites sem dormir eu finalmente tinha conseguido dormir.

— Sr. Malfoy, se a aula está muito fácil para o senhor eu o convido a explicar no meu lugar.

— Desculpe Professor.

— Estava pensando em quem "Draquinho"? — Theo perguntou brincando e arrancando uma risada estranha de Goyle fazendo toda a sala nos olhar.

—Na Granger. — Falei e escutei exclamações por toda parte. — Se eu tivesse faltado aula igual a ela eu perderia pontos, mas os grifinórios não!? — Dessa vez a exclamação foi de entendimento.

— O Sr. Potter já me explicou o motivo antes da aula Sr. Malfoy.

— Se é assim...

— Sim é assim Malfoy. — Potter falou me interrompendo.

A aula passou chata assim como as outras aulas. No almoço descobri que Blás tinha conversado com Pansy e que a desculpa dela era que ela tinha se arrependido, por causa de mim. Blás e eu concordamos que aquilo era mentira.O lado positivo do almoço foi que Pansy ficou quieta o tempo todo. Theo me falou que Blás tinha falado tão serio com a Pansy que até um Trasgo ficaria com medo.

Goyle passou o almoço todo falando que estava preocupado com o aniversário do Blás, agora que Pansy e ele não estão bem, e acrescentou "ela tinha mandando os Elfos fazerem Bombas de Caramelo e ia comprar Chocobolas em Hogsmeade".

Enquanto bebia um suco extremamente doce minha coruja entrou no salão e deixou uma carta na minha frente, ela deixou a mesa logo após eu dar um pedaço de uma fruta que tinha no meu prato. Vi o selo do Dr.FitzWilliam e resolvi guardar, não estava afim de pensar na Granger.

Depois do almoço percebi que eu tinha um horário vago e resolvi voltar minha atenção ao armário. Lancei vários feitiços que tinha pesquisado na biblioteca, mas não consegui resultado algum. Quando o horário vago acabou fui para a próxima aula que era com a Corvinal.

A caminho da biblioteca, quando todas as aulas tinham acabado, escutei a voz de Pansy e Weasley vindo de uma sala, então parei e me escorei na porta para tentar conseguir ouvir e ver o que estava acontecendo, como já estava anoitecendo não conseguia ver direito.

— Você falou para eu fazer aquilo! Não venha com essa agora! — Escutei Pansy falar.

— Mas... Eu não sabia que ela ia ficar tão mal! — Weasley falou.

— Essa ideia de fazer os próprios amigos ficarem ruins foi sua!

— Mas você que fez todo aquele escândalo e...

— Eu fiz aquilo com um objetivo! Não venha me fazer de vilã, não sou eu que estou tentando "acabar" com os meus amigos. — A sala ficou em silencio e então Pansy falou. — O que aconteceu com a Granger? Para você estar arrependido.

— Eu não estou arrependido! — Weasley falou agressivo. — É só que ela não assistiu nenhuma aula e no almoço Gina me falou que as garotas do dormitório da Hermione falaram para ela, que a Hermione estava se sentindo muito mal e não conseguiu sair da cama.

"Isso não é minha culpa, é sua culpa seu..." A medida que eu me afastava a frase de Pansy ficava mais impossível de ser escutada. Estava correndo no caminho contrario da biblioteca, precisava encontrar o Blás.

— Olha por onde anda! Draco? — Theo falou quando eu trombei nele.

— Onde o Blás está? — Perguntei sem olhar para o Theo, para ficar atento nas pessoas que passavam no corredor.

— No Salão Principal, esperando a janta, por quê?

— Nada não, preciso falar com ele. — Falei me afastando rápido e correndo para o Salão Principal, sem escutar o que o Theo falava. — Blás! — Falei e ele levou um pequeno susto.

— O que foi? O que foi? — Blás perguntou rápido.

— Eu não sei o que fazer! — Falei sentando e apoiando meu rosto nas minhas mãos.

— O que aconteceu?

— Você tem que me ajudar! — Falei sem olhar para ele. — A Granger... Eu não sei o que fazer, eu escutei que ela está mal...

— Por causa do que aconteceu ontem? — Perguntou me interrompendo.

— Eu sei que não é por isso.

— Então o que é?

— Eu não sei se eu te conto, mas... — Olhei para ele e continuei. — Eu tenho que ver ela! Eu tenho que saber se ela está bem.

— Ela está doente, não está? — Perguntou e eu afirmei com a cabeça.

— Você não entende, ela nunca perderia aula atoa, só por causa do que aconteceu ontem...

— Draco. — Blás falou me olhando de uma forma diferente.

— Eu preciso ver ela!

— Calma, se ela não aparecer no jantar nós tentamos fazer algo. — Blás falou e eu não respondi, fiquei olhando para a grande porta do Salão. Muitos alunos entravam e poucos saiam, Potter entrou com Finnigann e não com a Granger.

— Vai lá falar com o Potter, por favor. — Falei para o Blás, que relutante levantou e foi falar com o Potter, a cena foi estranha, mas positivamente poucos prestaram atenção, Blás falou alguma coisa, Potter resmungou alguma coisa, Blás falou mais alguma coisa, e Potter falou alguma coisa que terminou a conversar, Blás falou "obrigada". — O que ele falou? — Perguntei quando Blás voltou a sentar ao meu lado.

— Que a Hermione não desceu porque ela está passando mal, não saiu da cama, não comeu nada, dormiu quase o dia todo, "e a culpa é sua" exatas palavras dele.

— Bem Potter. — Falei olhando para o Potter que comia em silencio. — Eu tenho que ver ela!

— E como você planeja fazer isso? — Blás perguntou.

— Eu não sei! — Então algo veio a minha cabeça. — Me segue! — Falei levantando e Blás me acompanhou.

— Então esse é seu plano? — Blás perguntou quando chegamos perto de um quadro de uma mulher gorda que conversava desanimada com o quadro ao lado. — Você vai entrar no salão da Grifinória!?

— Sim.

— Eu nem sabia como chegar aqui! — Blás afirmou olhando em volta.

— Eu sabia. — Falei lembrando da Granger.

— Então tem que falar a senha para aquela mulher gorda!? Você sabe a senha?

— Não!

— Você não vai conseguir entrar lá! — Blás falou. — O que você vai fazer?

— Ficar gritando o nome dela até ela me escutar e sair! — Olhei para Blás e acrescentei notando sua feição. — Isso é uma opção?

— Não, não é!

— Neville Longbottom!

— O que? — Blás perguntou confuso e eu apontei para o Longbottom, que se aproximava sem nos notar.

— Vamos! — Falei.

— O que? — Blás perguntou novamente.

— Longbottom! — Falei e ele se espantou.

— O que vocês fazem aqui? Como vocês chegaram aqui?

— Sou monitor! — Falei dando de ombros. — Nós precisamos entrar na Sala da Gifinória. — Falei sem rodeios.

— O que? Não! Por quê?! — Neville falou rápido.

— Eu... — Parei de falar porque eu não sabia o que falar, suspirei e falei. — Eu Preciso ver a Granger.

— Eu não estou entendendo mais nada! Você me fala aquelas coisas estranhas no banheiro e depois você. — Falou apontando para o Blás. — Beijou a Hermione, tudo bem que era para a aposta maldosa da amiga de vocês, mas foi muito estranho!

— É sobre isso! Eu escutei que ela passou o dia inteiro sem sair do dormitório.

— Sim! Culpa de vocês, sonserinos!

— Não, esse é o problema, eu preciso ver ela porque... — Fiz uma pausa sabendo que não estava falando nada com sentido. — Ela está doente de verdade, muito doente, eu preciso ver ela!

— Eu não confio em você Malfoy! O que...

— Por Merlin! Quando eu falo que eu preciso ver ela, quer dizer que eu tenho que ver a Granger, não é simplesmente algo simples, estou falando da vida dela! Se eu soubesse que ela estava tão ruim, antes... Não consigo nem imaginar, vocês não tem ideia do que está acontecendo, só você pode fazer eu ver ela agora. — Falei ou melhor gritei.

— O que está acontecendo? — Longbottom perguntou cauteloso.

— Eu já falei! Ela está doente, muito doente e só eu sei disso! Ela precisa de mim. — Olhei para Longbottom e então falei. — Pelo amor de Merlin Longbottom, você não pode contar nada do que eu acabei de te contar para ninguém! Você vai me levar para dentro daquele lugar e ninguém nunca vai saber disso!

— Eu já falei que não confio em você, Malfoy!

— Eu já falei que eu tenho que ver ela, por ela não por mim.

— Calma Draco. — Blás então falou. — Longbottom, eu sei que o que o Draco está pedindo é um absurdo, mas... eu vou te explicar. A Hermione está doente de verdade e só ela e o Draco sabem, é um segredo dos dois, eu não sei porque, mas provavelmente ele sabe o que fazer para ajudar a Hermione, você poderia entrar lá ver se a sala está vazia e nos fazer entrar? Ou caso não de, tenta chamar a Granger e trazer ela aqui? — Olhei surpreso para Blás.

— Eu não consigo confiar em vocês.

— E você está certo, não sei porquê mas eu confio em você. — Falei adquirindo um pouco da paciência do Blás. — Mas eu jamais faria algo para machucar ela, não mais.

— Você é Draco Malfoy! Odeia a Hermione e faz de tudo para ver ela mal. — Neville falou surpreso.

— Como eu disse, não mais, está vendo isso daqui. — Falei apontando para a fita azul no meu pulso, tomando cuidado para não expor a Marca Negra. — Isso é um voto que eu fiz com ela, de confiança.

— Eu não acredito que estou acreditando em você. — Longbottom falou balançando a cabeça.

— O que te fez mudar tão rápido? — Blás perguntou surpreso.

— É evidente que ele gosta da Hermione e eu vejo ela com uma fita dessa no pulso o tempo todo, eu só não entendo...

— Eu não gosto da Granger! Desse jeito...

— Gosta sim! E eu sou leal a todos os meus amigos, e a Hermione é um deles, se ela confia em você, o que eu posso fazer?!. Eu te odeio mas...

— Você vai nos entrar? — Perguntei esperançoso.

— Isso é tão contra as regras, e de todo modo vocês não poderiam entrar no dormitório feminino.

— Eu só preciso entrar para ver se ela está bem nem que seja escutando a voz dela.

— Eu posso fazer a Grifinória perder muitos pontos. — Longbottom falou.

— Você não é corajoso? — Blás perguntou brincando e não brincando ao mesmo tempo.

— Sou mas...

— Por favor! — Falei e ele mais uma vez se surpreendeu.

— Eu vou tentar, mas pela Hermione! — Falou e eu sorri, Neville entrou na passagem que eu fez quando o quadro se abriu, não conseguimos escutar a senha, estávamos um pouco distante.

— Não acredito que estamos fazendo isso, não acredito que você está fazendo isso! — Blás falou me olhando. — Você mudou muito mais do que eu imaginava, você gosta mesmo dela...

— Eu não gosto dela! — Falei nervoso.

— Então você ama! Draco isso tudo que esta acontecendo é a prova de que você...

— Não fala! — Falei o interrompendo, então Longbottom saiu pela passagem.

— Eu não acredito que eu estou fazendo isso! — Falou se culpando. — Vamos não tem ninguém lá, estão todos jantando.

— Obrigada. — Falei aliviado, Blás me olhou e eu olhei para ele, nós íamos entrar na toca dos leões.

Neville nos fez afastar para não escutarmos a senha, tiramos os trajes que denunciavam que nós éramos da Sonserina, ficando somente com calça e a blusa branca. Mesmo assim a mulher gorda nos olhou de forma estranha, mas não falou nada.

— Nossa, estamos dentro do Salão Comunal da Grifinória! — Blás observou olhando para todos os cantos do salão vermelho e dourado.

— Prefiro o da Sonserina. — Falei.

— Cala boca Malfoy! — Neville falou. — Ali é a entrada para o dormitório das meninas, vai lá. — Neville falou com um sorrisinho no canto da boca.

— Eu não sou burro, sei que tem feitiço ai. — Falei apontando para escada.

— O que você vai fazer então? — Neville perguntou e eu olhei para o Blás que não estava prestando atenção em nós e sim nos detalhes da sala.

— Vou gritar o nome dela. — Falei dando de ombros. —Granger! Granger! Granger!

— Draco você é louco! — Blás falou me olhando enquanto eu me aproximava do "buraco" com a escada.

— Granger! — Gritei ignorando o Blás. — Granger! — Escutei um barulho e gritei novamente. — Granger!

— Malfoy? — Ela perguntou com a voz baixa e dentro das sombras. — Malfoy! — Granger falou, saiu das sombras e pulou em mim, eu logo abracei ela, não escutei mais ninguém no momento, só consegui escutar os som da respiração dela no meu ombro esquerdo. — Malfoy? O que você está fazendo aqui? — Falou se afastando bruscamente. — Como? Blás? Neville? Eu morri? O que está acontecendo aqui? — Perguntou olhando assustada para todos e com a voz fraca.

— Eu precisava saber... você está bem?

— O que? — Granger perguntou mais confusa.

— Eu implorei para o Neville nos deixar entrar, ele não queria é claro mas isso não ver ao caso agora, me responda, você está bem? — Perguntei a analisando, ela estava inchada e magra ao mesmo tempo, seus olhos estava fundo e algumas partes de sua pele estavam levemente manchadas, percebi que ela, Blás e Longbottom conversavam.

—...eu entendo Neville.— Granger estava falando, então ela virou para mim. — Você que é o culpado disso Malfoy, você é louco? No que você estava pensando?

— Que seu pijama é a sua cara! — Falei brincando e olhando para o pijama lilás, ela corou levemente. — E que eu precisava saber se você não tinha morrido.

— Eu vou matar você Malfoy! Agora você tem que sair daqui, antes que alguém chegue, vocês dois. — Falou apontando para o Blás que estava perto de uma estante de livros.

— Eu sei, vamos! — Falei puxando sua mão. — Nós temos que conversar.

— Malfoy eu não estou com disposição.

— Eu te levo. — Falei pegando ela no colo de surpresa. — Obrigada mesmo por tudo Longbottom, depois a Granger te explica melhor o está acontecendo. — Falei enquanto Granger resmungava para eu soltar ela. Neville foi com nós até a saída e depois voltou para o Salão da Grifinória, mais confuso do que antes.

— Obrigada! — Blás gritou antes do Longbottom desaparecer na passagem.

— Você sabe que isso é um sequestro, não sabe Malfoy? — Granger perguntou brava.