Segredos Da Eternidade escrita por


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa por não postar ontem, e que estava morrendo de dor de cabeça :(
Mais o capitulo de hoje foi maior pra compensar :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/551909/chapter/7

Depois que Sonne saiu do quarto comecei a explora-lo.

Havia uma cama de casal no centro com foros claros e travesseiros dourados. Havia de um lado uma penteadeira com um espelho e uma cadeira estofada, o outro possuía uma cômoda com quatro gavetas. Em cima da Cama tinha uma janela que dava para o mesmo quintal em que passei mais cedo.

Dentro do quarto tinha outra porta, que dava para o banheiro.

Ele era amarelo claro com detalhes brancos.

Resolvi tomar um banho para passar o tempo, porque olhei para o relógio que havia em cima da penteadeira e vi que só tinham se passado oito minutos.

Abri uma gaveta da cômoda e vi algumas toalhas dobradas lá dentro. Peguei uma e voltei para o banheiro.

Liguei o chuveiro e me livrei das minhas roupas.

Demorei cerca de dez minutos no banho.

Depois de me secar fui até o quarto e vesti um shorts Roxo escuro e uma camisa de mangas longas preta.

Enrolei a toalha no cabelo e comecei a arrumar minhas coisas. Guardei minhas roupas na ultima gaveta da cômoda. Peguei minha boneca e olhei pra ela. Tinha ganhado ela da minha mãe no meu segundo aniversario. Me sentei na cama. Trouxe-a pra cá comigo pra ter algo que me lembre dela. Não sabia por quanto tempo ia ficar aqui. Não sabia se sobreviveria aqui. Não sabia se ia voltar viva pra casa.

Tirei também os dois porta-retratos que peguei do meu quarto antes de vir pra cá.

Um era cristal, eu e Lúcio quando tínhamos 12 anos.

Mesmo tendo ficado aqui por poucas horas, sentia falta deles. E por mais estranho que fosse, sentia falta de Cristal me chamando de Honey.

Peguei o outro que era de minha mãe e eu quando eu tinha cinco anos. Meu cabelo era a mesma coisa, só que mais curto. Nessa época parecia com a da mamãe. Sorri com o pensamento.

Então ouvi duas batidas na porta.

Sonne a abriu e espiou um pouco.

– Posso entrar? – Perguntou pra mim.

Fiz que sim com a cabeça e guardei minhas fotos. Então me levantei da cama.

– Você tá pronta?

– Quase, só falta pentear meu cabelo. – Disse apontando pra toalha no meu cabelo.

– Eu espero. – Ele falou e se sentou na beirada da cama.

Peguei minha mochila e tirei minha escova. Fui até a penteadeira, tirei a toalha e comecei a escovar meu cabelo.

Então ouvi uma risadinha.

Sonne olhava pra parte de trás da cama.

– Que foi? – Perguntei.

Ele olhou pra mim.

– Você não e tão nova né? Também não precisa de uma babá. Tem razão. Sua bonequinha confirmou isso. – Ele zombou.

Então eu percebi que tinha deixado ela bem no meio da cama.

– Foi um presente da minha mãe. – Sussurrei baixinho.

– Sua mãe te deu isso? Quantos anos ela acha que você tem?

Corei mais ainda.

– Ela me deu quando eu tinha dois anos.

– E você tem até hoje? Caramba, você conserva bem as coisas.

Me virei novamente pra penteadeira e terminei de pentear meu cabelo porque não sabia como responder a isso.

Coloquei minha escova sobre o móvel e me virei pra ele.

– Estou pronta. – Disse.

Ele levantou e foi até a porta. Abriu e fez um gesto para eu passar. Obedeci.

Fomos andando por um corredor, mais eu não prestei atenção porque estava encarando o chão.

– Ei, não precisa ficar com raiva. Foi apenas uma brincadeira. – Ele falou quebrando o silencio.

– O que? Não estou com raiva. – Respondi.

– Tem certeza? – Ele insistiu.

– Absoluta. – Disse e sorri.

Ele sorriu também.

– E aqui. – Ele disse abrindo uma enorme porta branca com as maçanetas douradas.

E então meu sorriso desapareceu.

Havia dezenas de pessoas lá.

– O que foi? – Perguntou.

– E-eu.... Vou comer aqui? – Consegui dizer.

Ele revirou os olhos e sorriu.

– Não, no banheiro. Claro que e aqui. Vamos. – Ele brincou e então colocou a mão nas minhas costas e me empurrou levemente pra frente. Mais continuei parada.

– Mais ninguém me conhece. Como eu vou comer com eles ? – Perguntei.

– Comendo. Não são eles que vão dar a comida na sua boca. E outra, pra conhecer eles, você precisa estar com eles. E quer momento melhor do que esse pra isso? Não vamos te colocar pra comer em um canto sozinha como uma anti-social só porque você não conhece ninguém.

– Olha, eu prefiro. – Comentei.

– Vamos Luna. – Ele disse e me empurrou mais forte agora, só que ainda com delicadeza.

Fomos andando até a mesa. Ela possuía seis cadeiras de cada lado e uma em cada centro. Todas estavam ocupadas exceto as duas primeiras do lado esquerdo.

Sonne me guiou até elas. Puxou a primeira cadeira pra mim e eu sentei. Ele se sentou do meu lado.

O pai de Sonne ocupava o lugar do centro do meu lado e me cumprimentou com um aceno de cabeça.

Esperamos apenas um minuto para que seis garçons chegassem com os pratos.

Assim que serviram todo mundo, se retiraram.

Então todos começaram a comer.

Peguei meu garfo e minha faca e fiz o mesmo.

Quando dei minha quarta garfada olhei pra frente.

Uma menina de aparentemente dez anos, com os cabelos cheios de cachos pequenos loiros claros e com os olhos da mesma cor me olhava atentamente.

Me remexi na cadeira e continuei comendo.

Sonne pareceu perceber a situação, pois o olhei de canto de olho e vi que ele reprimia um sorriso.

Depois da sétima garfada olhei novamente para a garota, que continuava me analisando, agora com os olhos mais estreitos.

– Tudo bem? – Perguntei baixinho.

– Por que você roxa? – Ele perguntou sem rodeios.

Sonne então começou a gargalhar.

Ergui as sobrancelhas.

– Eeee....Bom, não sei. Acho que puxei minha mãe. – Respondi, porque realmente não sabia.

– Sua mãe também e roxa? – Ela continuou.

– Não. Mais e uma cor muito comum entre meu povo.

– O povo mal?

Então eu congelei.

–Mari, os modos. – Sonne reprimiu agora sério.

– Não, tudo bem, sei que o meu pai não fez questão de ter um bom nome aqui. – Disse pra ele e me virei novamente para a garota. – Então, e Mari seu nome?

– Apelido de Marisol. Pode me chamar assim.

– Ok, Mari, existe sim no meu reino, digamos, um povo mal, mais não são todos, e nós, o povo bom, queremos tirar eles de lá. Por isso eu estou aqui. Entendeu?

–Ah.... Sim. Entendi. Mais a Serena disse que você estava aqui apenas pra nós apunhalar pelas costas. – Ela disse e apontou pra uma menina provavelmente da minha idade com cabelos e olhos laranja.

Eu franzi o cenho.

Ele nem me conhecia, como sai afirmando coisas pra uma criança assim?

Não ia ficar calada diante disso.

– Bom, então pelo o jeito a Serena não esta sabendo de nada não é? Seria bom que ela aprendesse que mentir e feio. E afirmar coisas que podem prejudicar outra pessoa e pior ainda. – Disse e cruzei os braços sobre o peito.

Sonne cobriu a boca numa tentativa de não rir, e falhou.

Ela levantou o rosto e me lançou um olhar que jorrava ódio.

– Eu não afirmo as coisas sem saber querida, acontece que e o que as pessoas pensam quando alguém do povo que começou uma guerra contra o seu aparece sem ser convidado. Você acha que todo mundo aqui te olha porque estão encantados com sua pele roxa? Não meu amor, todo mundo te olha porque está todo mundo esperando que você solte suas garras. Ninguém aqui confia em você.

Um murro teria sido melhor do que aquilo.

Me levantei.

– Ei calma, não vai embora, quero saber como eu faço pra ficar roxa. – Mari disse não entendendo a situação.

– Deixe isso pra lá Mari. Você não vai querer ser da cor desse povo. – Serena rosnou e eu tive que fazer uma força sobre humana pra não voar nela.

Apenas sai correndo.

Pensando seriamente, em correr pro meu reino.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Segredos Da Eternidade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.