These Days escrita por Riqui


Capítulo 25
Destino.




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Sexta-feira, o último dia de aula antes das férias de inverno. Eu não via a Bruna desde terça-feira e foi complicado esses últimos dias. Além de passar boa parte decorando as provas de recuperação, eu passava metade do dia pensando nela e na conversa que tivemos há uns dias atrás.

Aquele dia foi bem frustante até, Bruna não foi para aula, Eduardo também não e ainda por cima eu teria que ficar até as seis da tarde na escola para uma reunião com o pessoal do Grêmio estudantil. O colégio estava bem vazio, o pessoal todo viajando e curtindo e eu ali, fazendo aquela prova de recuperação de Física. Mas todo esforço valeria a pena.

Após a reunião eu saí da escola eram quase sete da noite e fui voltando a pé para casa, já tinha escurecido e eu pensava numa única pessoa. Mais alguns minutos de caminhada eu cheguei na famosa pracinha onde sempre me despedia dela, parei e olhei para a rua onde ela ia, a minha vontade foi de ir naquela rua e me encontrar com ela, porém eu não sabia onde ela morava, isso era algo que eu prometi a mim mesmo que na próxima vez que eu voltasse para casa com ela, iria leva-la em sua porta só para saber de fato onde ela morava. Foi a partir daí que comecei à odiar ter saudade.

Vocês lembram a vez que minha internet caiu quando marcamos de conversar? ou de como nos desencontramos, ou como eu simplesmente cometia algum erro estúpido e estragava tudo? ou simplesmente a sorte não estava ao meu lado, o destino é cruel várias vezes, mas dessa vez foi diferente, o destino conspirou ao meu favor.

Caminhando em passos curtos e devagar, Bruna de shorts jeans e uma blusa amarela estava do outro lado rua sozinha. Eu simplesmente congelei e não acreditava que ela era ali andando, mas era. Eu abri um sorriso e caminhei em sua direção, Bruna já estava do outro lado da calçada perto da pequena ponte que levava até a rua onde ela sempre seguia seu caminho em direção a sua casa.

– Tá perdida? - Falei do outro lado da calçada.
– HENRIQUE! - Ela pareceu bem surpresa e abriu um mega sorriso, esperou um carro passar e então atravessou a rua.
– Faltou a escola, já estava me contentando em te ver só daqui um mês.
– Awwwn, tá com saudade? - Ela respondia fazia uma voz fofa, eu simplesmente abracei bem forte.
– Isso responde? - Falei enquanto ainda abraçava.
– Gamado! - Ela sorria e parecia não se importar com nosso abraço demorado, mas a soltei.
– Por quê faltou?
– Minha amiga lá da sala falou que eu não tava de recuperação aí não fui, deixei até mensagem no seu MSN hoje de manhã, não viu né?
– Puts... nem mexi no PC hoje, tava ligado eu acho.
– Tava sim, tava ausente "dormindo" teu status e tal.
– Desde ontem...
– Pode nem me culpar por quê eu avisei! - Ela sorria e eu ficava sem graça.
– De qualquer jeito eu tinha recuperação e reunião do Grêmio.
– Hmmm.
– E tu foi aonde?
– Ah, tinha ido na farmácia comprar remédio mas nem tinha.
– Tu tá doente?
– Não, era para minha vó.
– Ah... que bad então, por não ter conseguido comprar.
– Sim, mas vou comprar pela internet mesmo, entregam em casa.
– Falando "em casa", eu vou te levar na sua, pra poder te visitar depois...
– Tá, vamos então pois se não minha mãe fica preocupada.
– Sim.

Atravessamos a rua e passamos pela pequena ponte, logo seguidos pela rua enorme, o caminho conversamos bem pouco, falei mais do meu dia, expliquei da prova. Dobramos a rua e então ela apontou em direção a um portão de garagem prateado, afirmando ser sua casa. Não tinha mais erro, agora eu sabia onde ela morava.

Bruna abriu o portão e entrou para avisar sua mãe sobre a farmácia, eu fiquei esperando e olhando tudo envolta. A rua era bem deserta até, olhei para meu relógio e eram 19h21. Por sorte minha mãe estava trabalhando, se não seria eu que iria ouvir bastante quando chegasse em casa tarde.

– Quer entrar? - Bruna falava enquanto voltava do vasto quintal escuro que tinha sua casa, após a garagem.
– Hmmm, não, não vou demorar.
– Agora já sabe onde moro, pode vir me visitar todos os dias nas férias.
– Que aliás começaram hoje, oficialmente.
– Verdade, então... já pode vir aqui semana que vem todos os dias!
– Acho que é você que está com saudade, Bruna.
– Iiiih, e eu sinto saudade de homem?
– Aposto que a melhor parte do seu dia foi quando me viu do outro da rua te chamando.
– Iiiiih! A melhor parte do meu dia foi comer bolo de chocolate que mamãe fez a tarde enquanto assistia malhação!
– Hahahahahah aiai. - Fiquei rindo, achei realmente fofo o modo que ela falava.
– Sério! Malhação tá bomzão, quase não vejo por causa da escola. Triste - Ela fez uma carinha triste e sorriu em seguida.
– Assiste isso online ué, youtube e tal.
– Ié, verdade. Obrigada!
– Enfim... você não vai viajar né?
– Provavelmente não, ainda mais com minha vó doente, eu devo ficar ajudando, ela mora na casa ao lado. - Ela apontou para o portão ao lado.
– Aaaah sim! então TALVEZ eu venha visitar a senhorita.
– Sei sei.
– Se ficar de coisinha tu vai me ver só daqui um mês, ficará chorando aí.
– Já falei que não sinto saudade! - Ela deu de ombros e sorria.
– Hahaha pensa que te conheci ontem né? - Por alguma razão eu passei a mão em sua cintura e ela não falou nada.

Eu abracei novamente e apertei seu frágil corpo contra o meu, ela botou seus braços envolta do meu pescoço, eu fechei os olhos e encostei meu rosto no lado do dela e beijei devagar seu ombro. Bruna estremeceu um pouco, então eu a olhei fixamente em seus olhos e sorri, ela fez o mesmo.

– Saudade... - falei meio baixo.
– Eu também, idi. - Ela desviou o olhar.
– Vou te visitar. - Falei após abraça-la novamente com meu rosto ao lado do dela.
– Eu sei... te mataria se não viesse me visitar.
– Awwn hahaha - Fiquei rindo e ela me deu um tapa nas costas.
– Idi!!!
– Te vejo semana que vem. - Me afastei um pouco
– Venha mesmo.
– Só não morra de saudade, viu? - Falei enquanto segurava sua mão.
– Pronto... por isso que não falo que estava com saudade. - Ela tentava falar sério mas não escondia o sorriso.
– Se cuida! - Dei um beijo em sua testa e me afastei, ela sorria e parecia pouco sem graça.

Assim me despedi com planos de voltar dentro de poucos dias para visita-la, porém o destino é cruel como já mencionei. Eu só iria vê-la novamente em um mês e seria o mês mais longo da minha vida.
Porém, seria uma das melhores férias que eu iria ter até hoje.

«»

Doutora Ana Paula parecia mais curiosa do que nunca, ela já tinha fechado seu bloco e me olhava. Eu estava sentado no divã, odiava ficar deitado olhando para o teto.

– Essas férias, o que teve aconteceu de tão marcante?
– Bom, eu era e ainda sou um pouco tímido, mas naquela época eu era bem mais. Não tinha auto-confiança, baixa estima zero. Mas nessa férias eu tive a oportunidade de mudar isso.
– Ahhh - Ela abriu novamente seu bloco e começou a folhear e até que veio com a resposta - Taiani!
– Exato.
– Primeira namorada?
– Basicamente... foi um romance de duas semanas, sem sentimentos. Mas foi engraçado.
– Por qual motivo? - Ela buscava a resposta em suas anotações mas não encontrou.
– Há uns anos atrás meus melhores amigos e eu começamos a dar notas para as garotas de 0 a 10. Por incrível que pareça, Bruna não é nota 10, Taiani sim.
– E como vocês dão essas notas?
– É algo "machista" até, algo nosso, conversa de homem sabe? sabemos que as mulheres no geral avaliam demais os homens, até mais detalhadamente e comentam entre si.
– Você tá fugindo da pergunta! - Ela ria e realmente estava curiosa.
– Bom... é simplesmente questão de beleza, corpo, rosto e etc. Se a mina é simpática ou não, isso não lhe dar mais pontos, mas se a mina é escrota e etc a gente tira ponto.
– Nossa... e por qual motivo a Bruna não é uma nota dez?
– Bruna é linda, eu acho linda. Mas eu não me apaixonei por sua beleza.
– E se apaixonou por qual motivo?
– Não tem explicação. Eu simplesmente sou complemente apaixonado pela Bruna.


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