Deceased's town escrita por Heidi Biersack


Capítulo 2
A encomenda


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Tive problemas com a criatividade, além do mal-estar causado por esse calor.
Aproveitem o capítulo!



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Entramos no laboratório. Subimos escadas e mais escadas. Já estava ficando cansada de ver aquelas paredes brancas e a luz ofuscante. Finalmente chegamos em frente à uma porta de ferro, onde havia uma placa com o nome Prof. Grayson. Alexander bateu na porta, até que uma senhora latina alta, que usava um uniforme branco atendeu.

— Eles já chegaram, senhor Grayson!— ela avisa, acenando.

O professor Grayson vem caminhando em nossa direção. Há anos ele tentava desenvolver uma cura para a doença dos zumbis. Será que ele conseguiu algum resultado? Fiquei pensando nisso, até que ele chegasse até nós com uma maleta, dizendo:

— Katrina... Meus experimentos deram certo! O pesadelo acabou, consegui achar a cura! Agora a missão de vocês é levá-la até o presidente. Devo-lhes advertir sobre o perigo lá fora. Tomem cuidado não apenas com os cadáveres ambulantes, mas também com grupos inimigos.

— Essa coisa funciona mesmo?— perguntei, segurando o frasco em que continha um líquido transparente.

— Venham ver. — disse ele, nos levando até um local onde haviam gaiolas com cobaias.— Essa é a cobaia em que testamos o antídoto.

Ele nos mostrou um animal que diferente dos outros, já voltava ao seu estado normal. Seu corpo já não estava mais podre e seus olhos voltavam a brilhar.

— Então é só entregarmos isso para o governo e problema resolvido? Mas não acho que esse vidrinho vai curar toda a humanidade. —disse Catherine.

— E é aí que temos um problema. Os outros frascos estão naquela torre. —respondeu nervoso o professor.

— E por que não pegam?— perguntou Danna, ajeitando as mechas roxas de seus cabelos.

— Está infestada de zumbis. — responde o professor Grayson.

— Podemos pegar. — respondi sacando uma arma. — Eu, John, Matt, Sasha e Vince vamos até lá.

Grayson concordou, destrancando uma porta que dava em um imenso corredor. Todos nós pegamos armas e passamos pela porta. Subimos algumas escadas e chegamos a outro corredor branco, estampado com manchas de sangue velho, com formas de mãos e pegadas. Faltavam apenas algumas escadas para chegarmos à torre, quando surgiram eles.

— Fogo!— Matt ordenou e todos começamos a atirar, a fim de afastar os que estavam mais próximos.

Depois que matamos alguns, seguimos. Mas John continuava a lutar com os zumbis que sobraram.

— Largue isso, John!— berrou Sasha.

— Não vou embora antes que todos estejam mort...— Mal John acaba a frase e é agarrado por um zumbi, que começa a devorar sua garganta.

O morto-vivo atacava vorazmente, arrancando cada pedaço. Ouço o som de algo bater no chão e vejo a cabeça de John rolar, deixando uma trilha de sangue vermelho.

— Droga, por que ele tinha que ser tão teimoso?— grita Sasha, segurando um revólver com as mãos trêmulas.

Continuei a subir as escadas, até chegar a tal torre. Abri a porta enferrujada e entramos. Lá tinha uma espécie de sala cheia de prateleiras com vários frascos de substâncias coloridas e incolores.

— Bingo!— ouço Vince exclamar ao ver uma mala preta.

— É mesmo isso?— perguntou Matt.

— Sim, são exatamente iguais aos que o professor Grayson nos mostrou.— respondeu Vince, passando a mão pelos seus cabelos desfiados.

— Espero que esteja certo, emo.— eu disse, voltando a descer as escadas.

Fomos voltando pelas escadas e corredores. Felizmente não encontramos mais zumbis. Chegamos ao laboratório. Assim que entramos, Cami corre e me dá um abraço apertado.

— Graças a Deus você está bem... —disse ela, enquanto me abraçava com todas suas forças.

— Onde está o John?— perguntou Lyla.

— Literalmente perdeu a cabeça. —retrucou Vince, deixando a mala sobre uma mesa.

— John está morto? Sabia que aquele jeito marrento e teimosinho dele ia acabar dando errado. —disse Catherine, vestindo uma jaqueta. —Ainda bem que meu Vincentinho não é assim!

— Digo o mesmo da minha kitty-Cat!— respondeu Vince, abraçando Catherine e dando selinhos em seus lábios rosados.

— Que isso, gente! Tem criança aqui!— disse Alexander, apontando para Leonard.

— Não sou criança, já tenho treze anos!— retrucou Leonard irritado.

— É claro que é criança! Mal saiu das fraldas! Agora vamos, antes que seja tarde. —respondeu Danna, pegando a mala.

Saímos do laboratório e voltamos para a camionete. Dirigimos por uma auto-estrada deserta, que estava coberta por uma densa névoa. Tudo ia calmo, sem sinal de zumbis. Calmo até demais, quando ouvimos um disparo e um grito.

— Danna!— Vince se desespera ao ver uma mancha de sangue cada vez maior sobre a jaqueta de sua irmã, que gritava de dor.

— Inimigos! Acelera isso, Trina!— Cami grita, enquanto eu pisava fundo no acelerador.

Aquela maldita névoa só piorava tudo. Sinto um grande impacto jogar nossa camionete pelos ares. Batemos em um barranco, que eu não tinha visto graças à neblina. O veículo bateu diversas vezes no chão, parando com suas rodas para cima.

Ficamos inconscientes por longos minutos. Acordei em cima de uma pilha de vidro. Senti algo quente escorrendo pelo meu braço.

— Droga!— exclamei ao perceber o profundo corte.

— Trina, você está bem?— Cami me pergunta, enquanto tenta sair debaixo da camionete.

— Sim, é só um corte. —respondi, apertando a área da ferida. —O resto da turma está bem?

— Não muito... Danna morreu e os inimigos levaram a mala. —disse Cami.

— Essa não... E onde estão os outros?— perguntei, enquanto saía debaixo daquele monte de sucata e me levantava.

— Devem ter ido atrás dos inimigos enquanto estávamos apagadas. —respondeu a loira. —Agora me deixe dar um jeito nisso.

Cami colocou a mão no bolso de sua jaqueta e tirou um pedaço de pano. Amarrou bem apertado em minha ferida, para poder cessar o sangramento.

— Ai!— exclamei enquanto ela apertava.

— Te machucou? Desculpe... —disse ela, ao terminar de amarrar aquele curativo improvisado. —Foi uma boa menina, se comportou muito bem. Aqui está sua recompensa.

Então Cami segurou meus ombros e me deu um beijo no rosto, bem próximo do canto da minha boca.

— Agora vamos procurar os outros. —respondi, seguindo a trilha de pegadas.

Segui as pegadas, que passavam por uma estrada em meio a um matagal. Cami e eu chegamos a um aeroporto abandonado. Havia sangue pelas pistas, alguns destroços de aviões deixavam o cenário ainda mais assustador. Ouvi sons de disparos vindos de dentro da construção.

Camille e eu pegamos nossas armas e corremos até lá. Encontramos nossa equipe em um duelo mortal contra o grupo inimigo.

— Ele está na mira. — cochichei enquanto me escondia atrás de uma pilastra e preparava para acertar o homem alto e tatuado que estava segurando a mala preta.

Puxei o gatilho e o projétil percorreu um trajeto extremamente rápido, atravessando a cabeça do homem e levando consigo um rastro de sangue. Não sei o que bateu contra o chão primeiro: o corpo do homem tatuado ou a maleta.

— Pega, Matt!— grita Alexander.

O jovem loiro foi bem ágil, pegando a maleta e correndo até um avião aparentemente novo.

— Essa coisa ainda funciona?— Perguntou Vince, enquanto também corria para o avião.

— Sim, funciona. Alguém aí sabe pilotar?— perguntou Matt.

— Eu já fui piloto antes desse apocalipse. — respondeu Alexander, subindo no avião e se preparando para pilotar.

Alexander liga os motores e se prepara para levantar vôo, até que ouço sua voz em um grito de dor e vejo o vermelho do sangue escorrendo por sua pele negra.

— Algum infeliz atirou no braço dele!— gritou Catherine.

— Eu pego daqui. —retrucou Cami, assumindo o lugar de Alexander.

O avião levanta vôo. Assim que atingimos uma altura considerável, ouço pedidos de socorro e vejo um inimigo pendurado em nosso avião.

— Me ajude, cara! Me desculpe por matar sua irmã, aquilo foram ordens do chefe!— implorava o intruso.

— Não tem que se desculpar comigo, faça isso com a própria Danna... No inferno! —grita Vince, decepando os dedos do inimigo com um golpe rápido de faca e o fazendo cair até o chão.

Prosseguimos em viagem. Tentei descansar, mas o brilho dourado ofuscante da luz do sol da tarde não permitira que eu o fizesse.

Sobrevoamos uma cidade, que já estava próxima da capital. Cami nos avisa que o combustível estava no fim, então pousamos ali, no aeroporto local. Saímos do avião e fomos procurar um abrigo para podermos passar a noite a salvos.


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