Eu não me via, mas via meu corpo, minhas pernas não existiam mais e meus braços eu já não podia ver. Eu era o que ela era antes, um vento flutuante, eu encarava meu corpo no chão ele já se mexia como se quisesse se acostumar no ambiente, eu que agora tinha o corpo tomado por Evangeline abriu os olhos, ela encarou as próprias mãos, mas algo estava mudando o rosto que era meu estava se transformando em outro. Os lábios desenhados e um pouco carnudo, o nariz arrebitado, o rosto com feições delicadas destruindo os meus traços que se tornaram grosseiros com o tempo, ela se levantou, a cintura bem desenhada e os seios pareciam estar crescendo, os quadris e o traseiro grandes e modelados.
—Finalmente, ele estava certo!-Ela exclamou se observando
—O que pensa que esta fazendo, devolva meu corpo!-gritei tentando bater nela, mas passei direto para o outro lado.
—Só esse cabelo que não, odeio loiro!-Ela exclamou e foi ao banheiro, cantarolava alguma música e achou uma tinta preta, mas aquilo era do Diego.
—EI!-gritei.
—Ninguém além de mim pode te ouvir!-ela exclamou abrindo a tinta e jogando tudo de vez no cabelo e passando a mão para espalhar.
Alguns minutos depois ela jogou água nos cabelos e lá estava, aquilo não era mais meu corpo, era dela, era uma propriedade dela, ela saiu do banheiro, seu cabelo estava mais preto do que o meu antigamente, os olhos eram azuis e pareciam refletir o oceano.
—Vamos ver se você tem alguma roupa legal!-ela exclamou dando pulinhos.
Tentei protestar, mas era impossível eu era só mais uma nuvem ambulante, ela abriu meu guarda roupa e jogava as roupas no chão ferozmente.
"Feio, terrível, como você usou isso?" ela falava
—Esse!-ela disse com os olhos brilhante, e revelou meu vestido vermelho de veludo -Perfeito!
Ela arrancou as roupas dela rapidamente, eu nem lembrava da existência daquele vestido, roubei de uma loja quando fugi pois minhas roupas estavam rasgadas, logo depois de roubar encontrei Diego, ele estava com suor escorrendo pela testa e parecia cansado, perguntei se ele podia me ajudar e ele confirmou com a cabeça e me trouxe para esta casa, semanas depois ele me contou ser um lobisomem e eu revelei a ele que era uma vampira só que diferente dos demais, combinamos de proteger um ao outro e agora eu nem posso avisar a ele como estou e o que esta acontecendo.
—Agora sim, estou linda -Ela disse sorrindo e continuou se virando em minha direção -Agora, vamos encontrar aquele seu namoradinho insolente.
Chris, pensei, ele não é mais meu namorado, muito menos professor, ele não é meu nada.
—O que?-perguntei confusa.
—Olha que máximo, vou te contar, o seu namoradinho matou o meu há um tempo e sabe ele não se importou comigo, ele o matou na minha frente, eu o vi arrancando o coração dele eu ainda era humana, agora você vai sentir a mesma coisa, você vai vê-lo morrendo aos poucos e não vai fazer nada e vai doer, vai doer muito KAsey!-ela exclamou e disparou uma gargalhada e saiu em direção a porta sem querer ela esbarrou em Treva, o meu gato mal humorado de pelo cinza e preto, ela acertou o joelho contra a estante e eu senti a dor em mim, mas ela não disse um "ai" sequer. Treva olhou em minha direção e miou para mim.
—Treva, você pode me ver?-perguntei e ele respondeu com um "miau".
—Treva, avise ao Diego o que aconteceu, diga a ele para seguir o cheiro, um cheiro doce!-exclamei e corri atrás da garota, não eu não corri, eu flutuei atrás da garota.
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Ela não andava devagar, ela corria velozmente como um vampiro recém criado, eu podia sentir os galhos das arvores passando sobre a pele dela e os pés sobre as pedras geladas e úmidas indicando que choveu a pouco tempo. Eu sentia cada coisa que tocava a pele dela, mas o que tocava em mim nesse estado passava direto, mas agora meu foco era o Christopher infelizmente o destino sempre me atrai a ele agora ele não vai me ver, porém o Luke..."Isso mesmo" pensei "Animais podem me ver, o treva me viu, o LUke quando transformado pode me ver" Isso estragaria todo o meu esforço para desaparecer, mas tudo bem, da próxima vez eu posso tingir o cabelo de ruivo ou talvez pegar um sol e ficar bem morena. Foi mais rápido que imaginei, ela parou, de frente a uma casa no meio da floresta, a mesma casa de vidro com detalhes de madeira amarela, o sofá vermelho, o piano, e veio na cabeça a primeira vez que estive aqui.
PASSADO:
—Gostou do seu quarto?-Ele pergunta sorrindo.
—È maravilhoso,obrigado!-digo agradecida.
Ele sorri e balança a cabeça, parece ser uma boa pessoa, acho que vamos nos dar bem.
A noite chega com uma chuva forte de açoite, me deito na cama olhando a água cair abundantemente pelo vidro, eu queria ser como a chuva e cair sem dor em qualquer lugar, o professor interrompe meus pensamentos batendo na porta ele diz:
—Esta com fome?
—Sim!-digo baixo.
—Fiz Waffles, estão uma delicia!-Ele diz fazendo uma careta. Waffles?a noite? Ele desce as escadas primeiro, eu logo em seguida, vamos ate a cozinha e ele coloca Waffles no meu prato, ele não colocou waffles para ele e nem arrumou o prato dele, então pergunto:
—Você não vai comer?
—Não, vou tomar suco!
Tomar suco? Ele tira um suco vermelho de dentro da geladeira, fecho meus olhos e me lembro do sangue nas minhas mãos, abro novamente os olhos e olho para aquele jarro, um suco?
PRESENTE:
SE eu soubesse o que era aquele suco eu teria corrido como uma louca, as vezes lembrar era um sacrifício para mim, doía no que eu poderia chamar de coração. Como da primeira vez que tivemos nossa "Primeira vez"juntos, eu o deixei com o coração apertado, me lembro de seus b...
—Olha só consigo sentir o cheirinho dele!-Ela exclamou.
Ela avançou e chegou ate a porta, tocou com a campainha, ouvi uma voz conhecida gritar e então a porta abriu, e ali estava ela uma chuva de cabelos ruivos, um magro e pele pálida, os dentes como perolas ajeitadinhos em seu lugar.
—Boa tarde, o que deseja?-Kate perguntou encarando Evangeline.
—Tenho noticias de alguém importante!-Evangeline respondeu e Kate arregalou os olhos.
—Quem?
—Uma mulher chamada Kasey!-Evangeline respondeu, Kate se lançou para trás e deu espaço para ela entrar e chamou "Chris" bem alto. Ele surgiu rapidamente de frente a porta, passei enquanto Kate fechava, ele estava idêntico os cabelos acobreados, o corpo forte, usava uma camisa de manga longa branca e apertada, os olhos de Evangeline brilharam.
—O que houve?-ele perguntou com voz grave.
—Ela -Kate apontou -Tem noticias da Kasey!
Ele encarou ela e a convidou para sentar, Evangeline começou a chorar, mas eu podia sentir, ela estava mentindo, fazendo um teatro para que ele pedisse para ela ficar.
—Fale!-Kate pediu nervosa.
—Ela estava passando por mim!-Ela começou.
—O começo!-Christopher pediu.
—Eu era nova a cidade -ela começou soluçando -Eu fiz a mudança e precisava visitar o hospital pois havia me machucado, então eu fui, como era um corte me pediram para ir para uma sala e procurasse pela enfermeira Hannah o sobrenome não lembro, eu fui minha mão sangrava muito, então eu a encontrei o cabelo era loiro e a pele branca, os olhos da cor de esmeralda ela sorriu e começou a limpar meu sangue -ela soluçou mais e mais, e as lagrimas caíram -Então ela avançou, e me mordeu!
Kate fez uma careta, ela não era burra, ela olhou em minha direção e apertou os olhos, sentir ela farejar e abanar o vento.
—Temos que procura-lá!-Christopher gritou.
—Não!-Kate gritou.
—Não?-Chris perguntou confuso.
—Não -KAte respondeu -Se ela está perto, e está com fome, logo vai cometer um erro e vamos saber!
Ela foi ate a cozinha e eu a segui, ela encheu um copo com água ate a boca e jogou na minha direção.
—Quem está ai?-ela perguntou.
—Kate!-respondi
—Quem é você?-ela perguntou
—Kate sou eu, KAsey!-respondi -Pode me ver?
—Pouco, ainda sou meio bruxa!-ela respondeu.
—Sou eu, KAsey!