Saga das Almas- Sonolência dos espíritos escrita por JessGammet


Capítulo 7
Reconciliação




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No dia seguinte, Nicky estava confusa e preocupada. Ela nunca havia brigado com Johnny até então, e ela não queria se afastar dele de forma alguma, mas para ela isso parecia ser o mais certo a se fazer. Porém veio um lampejo de traição em sua mente, dizendo que ela podia fazer isso, afinal ela não se lembraria de mais nada depois que Gabbe ressuscitasse. Esse pensamento a fez se sentir culpada por um instante, mas de certa forma fazia sentido.

Por que ficar se culpando por estar apaixonada por Johnny? Essa parte de sua vida seria totalmente apagada depois de um ano, e revivida ao lado de Gabrielle e Johnny juntos. Nicky tomou uma rápida decisão: Não iria se afastar de Collin, e talvez ela cedesse à sua paixão proibida em algum momento.

Mais tarde Nicky foi ao colégio, totalmente segura de sua decisão de última hora. Agora ela não se sentia tão culpada pelo seu erro, afinal esse ano que ela estava vivendo seria reescrito.

...

– Oi Johnny. – Cumprimentou Nicky cordialmente.

– Oi? – Respondeu Collin Surpreso. – Pensei que você estivesse meio que me odiando agora. – Johnny esperava que fosse totalmente ignorado naquele dia.

– Nada disso, por que eu te odiaria? – Nicky estava se fazendo de desentendida, como se a briga dos dois no dia anterior nunca houvesse ocorrido, Johnny resolveu fazer o mesmo.

– É verdade, eu sou irresistível- Brincou Collin. Os dois riram e foram para a sala de aula.

Certamente Nicky acabaria cedendo, afinal, ela não parava de pensar em Johnny Collin. Todo seu desejo tomaria conta da sua consciência no final das contas.

Naquele dia haveria reunião dos professores depois do primeiro intervalo, então logo depois dele os alunos estariam liberados para saírem do colégio. Nicky não queria ir pra casa, afinal se ela fosse sua mãe a obrigaria a arrumar a casa e lavar a louça. Johnny não tinha uma casa humana, então ele teria que voltar para o universo das almas, o que não era muito agradável. Juntando a vontade dos dois, Johnny resolveu arriscar o convite para fugir do colégio novamente, com mais esperanças de que ela aceitasse, só pra matar o tempo.

– E então, vamos fugir por aí... Vai ser mais legal do que ficar em casa lavando pratos. – Sugeriu Collin, num tom cauteloso para não aborrecer Nicky.

– Pra onde você sugere? – Disse Nicky num tom calmo e curioso.

– É o que vamos descobrir. – Disse Collin com um sorriso irônico.

...

– Onde estamos? Estou ouvindo um barulho de água... – Nicky estava com os olhos vendados, ideia de Johnny para surpreendê-la.

– Estamos bem perto, cuidado com a pedra! – Johnny segurou Nicky rapidamente pelo braço, impedindo que ela caísse na água.

Ele acabou revelando a visão encantadora que era para ser uma surpresa... Uma pequena queda d’água e um riacho cristalino encheram os olhos de Baker que logo sorriu.

– Agora sei porque você passou na minha casa, seu pervertido!

– Não teria graça se eu não trouxesse o seu maiô. Eu nem olhei suas roupas intimas... – Disse Johnny envergonhado.

–Mas tocou nelas até encontrar o meu maiô! – Rebateu Nicky.

– Seu maiô estava em cima de todas elas, então eu só toquei nele. Agora vamos parar com isso e cair na água. – Disse Johnny tirando a camiseta.

– Aonde eu vou me trocar? – Perguntou Nicky.

– Sei lá, atrás das árvores talvez... – Disse Johnny quase murmurando com a mão na nuca.

– Não sou doida de tirar a roupa perto de um pervertido que nem você! – Brincou Nicky.

– Juro que não vou olhar! Vai logo! – Johnny pulou na água e emergiu sacudindo os cabelos, uma cena digna de replay.

– Ok, eu já volto. – Disse Nicky correndo para trás um amontoado de árvores e folhas.

Collin estava calado, pensativo... Ele desejava a presença de Gabrielle naquele momento, a vontade que ele tinha de abraça-la e ama-la era mais forte que qualquer coisa no universo. Seu coração estava aflito pela espera, ansioso por sua ressurreição. Além do desejo por sua amada, ele queria algo fora de seu alcance, ele queria voltar a ser humano. Mas ele não poderia largar a liderança dos Murders de uma hora pra outra, afinal ninguém poderia substituí-lo. Seu pobre desejo seria recompensado se Gabbe voltasse à vida, e era isso o que fazia ele continuar no mundo humano, e faltavam apenas onze meses.

Nicky saiu de trás das árvores, tímida e devagar. Ela trajava um maiô azul marinho que ela usava quando fazia natação há uns dois anos atrás; Johnny vestia uma bermuda jeans que na verdade já foi uma calça jeans.

– Trajes conservadores ainda não saíram de moda pelo visto... – Debochou Collin.

– Cala a boca! – Disse Nicky estapeando o braço de Collin enquanto colocava os pés na água gelada.

O corpo de Nicky se arrepiou completamente com o frio da cachoeira, ela escorregou levemente e agarrou o ombro de Johnny para se apoiar sob as pedrinhas escorregadias. Instintivamente Collin se afastou um pouco.

– Desculpe. – Murmurou Nicky, que percebeu a reação de Johnny e viu que o rápido plano de aproximação que ela armou enquanto se trocava atrás das árvores deu errado.

As intenções de Collin naquele passeio eram totalmente inocentes, enquanto Baker queria roubar um beijo daqueles lábios convidativos e proibidos.

– Vamos fazer alguma coisa... Tipo aquelas brincadeiras de criança na piscina... – Brincou Johnny para quebrar o silêncio intimidador.

–Tipo o quê? – Respondeu Nicky acordando de um transe de pensamentos.

– Sei lá... Apostar corrida até aquela pedra grande, ver quem fica mais tempo embaixo da água... Você escolhe. – Sugeriu Collin.

–Corrida. – Respondeu Baker rapidamente, ela sempre perdia quando o assunto era prender a respiração.

– Ok... No três. Um, dois, Três! – E Johnny disparou enquanto as chamas criaram asas monumentais, que consequentemente o fizeram vencer a corrida.

– Assim não vale! – Gritou Nicky.

– Não seja uma má perdedora. – Johnny riu.

Nicky nadou até a pedra em que Johnny estava, e apontou para a cesta de piquenique que estava na perto das árvores.

– O que pretende fazer com aquilo? – Perguntou Baker.

– Comer ora. – Johnny tinha preparado o lanche para comerem depois de nadar.

Nicky queria saber o porquê daquele encontro, se ele não iria fazer nada com ela além de ser um amigo respeitoso... O que aconteceria se ela roubasse um beijo dele? Ele nunca mais falaria com ela? Ele perderia o controle e a incineraria? Apenas pensamentos inquietos dominavam aquela tarde a dois.

...

– Sr. Collin, tenho boas notícias para você. – Disse Joseph, o ancião dos Murders, controlador do tempo.

– É sobre Gabrielle? O que você quer me contar?- Indagou Johnny, ansioso pela resposta.

– Bem, o tempo de espera para que eu possa voltar o tempo humano pode diminuir. – Respondeu Joseph.

– Sério?! Em até quanto tempo?- Johnny estava muito contente.

– Bom, o dia em questão será no ano novo. – Disse o velho.

– Realmente é melhor do que esperar onze meses... já que estamos em maio, esperarei bem menos. – Johnny sorriu. – Preciso contar isso à Nicky, muito obrigado Joseph! – Collin se retirou rapidamente, em direção ao mundo humano.


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