Na manhã do casamento minha casa tinha amanhecido a todo vapor. Alguns parentes distantes estavam chegando, as coisas se bagunçando ainda mais. E pra piorar aquilo não era nem metade dos convidados, infelizmente eu sofreria ainda mais.

Minhas bochechas estavam até doendo de tanto dar sorrisinhos para cada pessoa que passava pela porta sorrindo em minha direção. A família do meu cunhado era bem grande, e a avó dele em questão era bem chata. Ela não parava de repetir que quando ela ia casar a festa era de um jeito e as pessoas da família dela eram mais sorridentes. Acho que ela não tinha ido muito com a minha cara.

Quando o carro da família Potter parou de frente para minha casa, seguido pelo carro dos Weasley foi como se não coubesse alegria maior no meu peito. Finalmente pessoas que valeriam a pena conversar. Alvo foi o primeiro a descer do carro, com roupa social e veio caminhando em minha direção sorrindo. Quando ele chegou perto pude ouvir o cochicho de algumas das primas do meu cunhado.

_ Oi Megan! – ele disse e me deu abraço – Senti saudades, sabia?

_ Eu também senti sua falta – respondi o dando um beijo – Entre, por favor.

Quando entramos meu pai veio em nossa direção junto ao pai e os tios do noivo da minha irmã. Pelo jeito ele viria pra comentar sobre assuntos chatos. Os pais do Alvo estavam conversando com a minha mãe, e os outros estavam dando os parabéns à minha irmã. Eu e Alvo estávamos encostados na porta da sala de visitas apenas observando, até que nossa privacidade foi invadida pelo meu pai.

_ Então pessoal este aqui é meu outro genro, Alvo Potter. Ele é jogador de quadribol pela seleção inglesa. E é filho de um dos bruxos mais destacáveis do nosso mundo – disse meu pai e Alvo cumprimentou os com um aceno

_ Creio que este vai ser o casamento mais rendável para você! – disse o tio do meu cunhado, que se eu não me engano se chamava Tyler.

_ Sr. Tyler? – perguntei e ele balançou a cabeça afirmando – Então senhor Tyler vou estragar a visão de vocês afirmando que Alvo e eu não temos planos de nós casarmos.

_ Desculpe-me mais me diga qual moça não se fantasia com a esperança de se casar com o namorado? – ele perguntou descrente, enquanto meu pai me olhava com cara feia.

_ Eu meu senhor! – respondi e Alvo deu sorriso de leve – Se nos dão licença, vou apresentar meu namorado ao resto da família.

Quando eu e Alvo saímos, ele segurou minha mão e me olhou sorrindo. Ficamos sentados conversando, e aparentemente o jeito maroto e a espontaneidade do Alvo conquistaram a todos da família. A Sra. Potter olhava com um ar de orgulho a cada elogio que o filho recebia. Até mesmo Tiago que acabara de chegar com Ivy estava ganhando centenas de elogios.

Decidi me afastar um pouco de Alvo e conversar um pouco com as meninas. Pra termos mais privacidade resolvi chama-las para ir pro meu quarto. Quando subimos encontramos minha irmã chorando deitada na minha cama.

_ Isabela o que foi? – perguntei correndo em sua direção

_ Meg desculpa por invadir seu quarto, mais e que eu não tô aguentando todos lá embaixo falando que eu só adiantei o casamento por que engravidei. – ela respondeu – Megan você sabe que eu nem me importo com isso, mais é que eu sinto que a minha sogra me odeia.

_ Isso é normal! – disse Ivy – No principio a gente acha isso mesmo, só que ela só deve estar preocupada de o filho dela estar se casando, e indo pra longe dela.

_ A questão não é essa Ivy, e sim que eles estão me julgando pelo fato de eu estar gravida. – ela respondeu – Eu nunca engravidaria pra poder segurar um casamento, vocês sabem disso. A vida inteira eu fui à artilheira do time de quadribol mais durona da escola, eu sempre me dei muito bem sozinha.

_ Nós sabemos Bela, mais a questão é que se ele não gostasse de você e nem vice versa. Vocês não teriam decidido se casar – disse Penélope – Isabela você só deve estar nervosa, é normal mais tudo vai ficar bem.

_ Verdade é só você se lembrar de que estaremos bem próximas de você pra te dar apoio, então foco amiga. – respondeu Mercedes nos fazendo rir.

_ Nunca pensei em falar isso mais vocês são as melequentas que eu mais adoro em todo esse mundo sabiam? - perguntou Bela nos fazendo sorrir – De quem vai ser o próximo casamento?

_ Acho que vai ser a Rosie e o Scorpius. – respondi

_ Ainda aposto mais nos Scamander – retrucou Rosie

_ Por que “Os” ?? – perguntou Penélope

_ Eles disseram que se casassem seriam juntos, no mesmo dia – completou Rosie.

_ Eu ainda quero que seja a Ivy – falou minha irmã

_ Verdade, você e Tiago são perfeitos juntos – completei.

_ Você e Alvo também – retrucou Ivy

_ Mais nós dois só temos 17 anos – respondi sorrindo

_ Isso não os impede de se casarem. – respondeu Ivy

_ Nem você e o Tiago – disse minha irmã

Começamos a rir freneticamente, até que uma batida na porta nos alertou.

_ Oi meninas, eu sei que o papo deve estar bom, mais Bela seu pai está te chamando pra você já ir se arrumar. – disse Alvo meio sem jeito

_ Tudo que é bom, dura pouco! – disse Bela – Mais estávamos falando de você Alvo.

_ Jura?

_ Sim – ela respondeu sorrindo – Estávamos falando sobre seu casamento com a Megan, sabia?

_ Saber eu não estava sabendo não! – ele respondeu ficando mais sem graça ainda – Mais não se preocupe, assim que a gente sair de Hogwarts nós nos casamos.

_ Ótimo!! – ela respondeu batendo palmas – Meninas se arrumem quero vocês maravilhosas no casamento, tchau!

Eu e as meninas expulsamos Alvo do quarto que por seu lado persistia em ficar. Quando terminamos de nos arrumar à senhora Potter subiu com o fotografo para a foto das madrinhas. Por sorte meu quarto estava arrumado. Tiramos a foto e nossos acompanhantes se uniram a nós. Todos de terno, realmente parecendo àqueles príncipes das fantasias das garotas.

Alvo estava extremamente bonito, quando ele ficou ao meu lado eu não pude deixar de olhar para ele. Fiquei encarando e a cada flash que a maquina dava ele exibia um sorriso diferente, olhei para frente me concentrando nas fotos. Depois que a sessão terminou já estava na hora de descermos e ir para a igreja.

Ao chegar lá o clima de descontração nos invadia. Estávamos sentados nos bancos da frente separados por casais, e eu pude perceber que todos ali estavam lindos. Quando o anuncio da entrada da noiva ecoou pelo espaço. Quando vi minha irmã ela estava linda, exibindo um sorriso de orelha a orelha. Meu pai por outro lado não parava de chorar.

Quando ela chegou até a frente do altar ela me lançou uma piscadela. E em cada momento da cerimonia eu me imaginava no lugar dela, tentando entender o que ela deveria estar sentindo. Sai a minha fantasia quando Tiago falou juntamente para mim e Alvo junto com o padre no momento mais marcante do casamento.

_ Alvo você promete, diante de Deus e destas testemunhas, receber Megan como sua legítima esposa para viver com ela, conforme o que foi ordenado por Deus, na santa instituição do casamento? Promete amá-la, honrá-la, consolá-la e protegê-la na enfermidade ou na saúde, na prosperidade ou na adversidade, e manter-se fiel a ela enquanto os dois viverem?

_ Sim, prometo – respondeu Alvo

_ Megan você promete, diante de Deus e destas testemunhas, receber Alvo como seu legítimo esposo, para viver com ele, conforme o que foi ordenado por Deus, na santa instituição do casamento? Promete amá-lo, honrá-lo, respeitá-lo, ajudá-lo e cuidar dele na enfermidade ou na saúde, na prosperidade ou na adversidade, e manter-se fiel a ele enquanto os dois viverem?

_ Sim – respondi sorrindo

_ Eu vós declaro marido e mulher – disse Tiago e o padre juntos – Pode beijar a noiva.

No momento que os noivos reais se beijaram, Alvo me deu um beijo profundo e me olhou sorrindo. Na saída da igreja ficamos rindo da idiotice que estávamos fazendo dentro de um casamento. Minha irmã veio em nossa direção sorrindo e chorando ao mesmo tempo.

_ E ai princesa, gostou do meu casamento? – ela perguntou

_ Obvio que sim! – respondi

_ Ótimo, vamos pra festa agora Megan. – ela disse e saiu correndo em direção ao marido.

Fui andando e nem me dei conta de um degrau a minha frente. Quando me percebi já estava no chão e todos os convidados me olhando assustados. Eu senti uma dor bem chata no meu tornozelo. Alvo veio correndo até mim e me pôs de pé.

_ Consegue ficar de pé? – ele perguntou

_ Consigo mais meu tornozelo está doendo muito. – respondi

Ele apenas se abaixou e conjurou um feitiço que fez um curativo no meu tornozelo machucado.

_ Acho que isso ajuda! – ele disse sorrindo

_ Um pouco! – respondi enquanto ele me dava apoio até chegarmos ao carro.

_ Acho melhor aparatarmos é mais rápido! – sugeriu Lorcan – Sem falar que o carro já tá lotado

_ Verdade! – confirmou Lysander – Vejo vocês lá na festa!

Eles aparataram e deixaram apenas eu e Alvo, nem vi Rosie direito só me lembro de ter visto o vislumbre daquela cabeleira ruiva entrando em um dos carros.

_ Não nos resta opção a não ser aparatar – disse Alvo – Não sobrou nenhum carro.

_ Vamos! – respondi

Quando chegamos a festa estava tudo tão colorido e animado. Pessoas rindo alto, conversas em cada grupinho e é claro um monte de gente dançando na pista de dança. Minha irmã não tirava o sorriso do rosto. Juntei-me as meninas em uma das mesas e ficamos conversando sobre os assuntos de sempre. Depois de um tempo percebi que Alvo dormia sentado na mesa do outro lado do salão. Fui até ele e o chamei:

_ Al você quer ir embora? – perguntei

_ Não – ele respondeu dando um pulo – Aproveite mais a festa, não se preocupa comigo não, eu estou bem! – ele disse sorrindo

_ Eu também estou com sono, e meu tornozelo voltou a doer – respondi – Se você quiser nós podemos ir pra minha casa.

_ Se é assim, vamos!

Só quando chegamos em casa que eu percebi o quanto estávamos cansados. Fomos direto para o quarto, Alvo se deitou e eu fui tomar banho. Nunca tomei um banho tão demorado na vida, por fim, saí do banheiro depois de secar o cabelo e fazer outro curativo no tornozelo.

Alvo estava dormindo e a exaustão do dia era visível em seu rosto. Ele se remexeu quando eu me deitei e me abraçou.

_ Você está cheirosa – Ele encostou a boca no meu pescoço, respirando profundamente.

Ri ao sentir a sua barba na minha pele.

_ Você não está.

_ Que deselegante! – respondeu ele, rindo – Mas deve ser verdade, com esse terno eu suei feito um porco. – ele disse enquanto saia da cama – Minha vez de tomar banho. Não saia daqui.

Ele tirou a roupa e a jogou no cesto e entrou no banheiro. Estava me esforçando para manter os olhos abertos quando Alvo saiu do banheiro apenas com uma toalha enrolada na cintura. Sempre que eu via seu corpo, me surpreendia. Tinha o corpo tão bem-proporcionado que me lembrava uma estatua num pedestal de um museu, mais isso graças aos genes Potter e ao quadribol.

_ Que rápido! – disse, tentando não olhar tanto para o seu corpo.

_ Quem tem família grande aprende a não demorar muito no banho.

_ Ainda bem que eu e minha irmã temos banheiros separados – respondi sorrindo.

_ Ei – disse Alvo, olhando para o próprio corpo – Acabei de lembrar que minha outra roupa ficou com a minha mãe. O que eu vou fazer?

_ Embora eu ache que você não precisa de roupa, eu posso pegar uma do meu pai emprestada pra você – respondi.

_ Então eu não preciso de roupa? – Alvo abriu um sorriso – Essa porta tem tranca?

_ E você se importa? – perguntei desafiadora.

_ Sim, não quero que seu pai nos veja.

_ A porta tem tranca.

Alvo ergueu uma sobrancelha e deixou a toalha no chão, deitando-se na cama ao meu lado. Senti sua presença me envolver, a sua pele ainda quente do banho. Ele me beijou com suavidade, indo da ponta do meu queixo até o fim do pescoço.

_ Sabe o que eu lembrei agora? – ele perguntou

_ Não, o que? – perguntei

_ Pelas leis que cabem a Tiago, nós estamos casados – ele disse sorrindo – Então estamos de lua de mel.

_ Que coisa idiota! – respondi rindo

_ Nosso casamento não é idiota – ele falou ficando serio – Outra coisa que eu esqueci com a minha mãe foi sua aliança.

_ Aliança?

_ É – ele respondeu – Sua aliança de compromisso, ou melhor nossa aliança de compromisso.

_ Não tem necessidade.

_ É claro que tem, quero que todos vejam que você é minha Megan – ele respondeu com um sorriso bobo – E sendo jogador de quadribol é melhor que as outras garotas vejam que eu sou comprometido.

_ Nessa questão eu concordo! – respondi rindo e isso o arrancou um sorrisão dele.

Alvo olhou para mim por um momento e então me beijou. Essa vez foi diferente dos nossos primeiros encontros. O clima estava mais leve, havia menos pressa. Não sentíamos medo de sermos descobertos e tínhamos mais tempo para explorar. Era assim que eu sempre imaginei a intimidade de um relacionamento físico. Eu em senti segura, protegida e quente da cabeça aos pés.