Sinceramente eu não sei se eu estou acordada ou ainda estou dormindo. É inacreditável o como ficar acordada até sabe-se lá que horas é cansativo. Hoje era domingo, eu acordei uma hora da tarde, mais parecia que era 5 da manhã. Todo o meu corpo doía, e eu me sentia enjoada, tudo parecia girar. Tomei banho, vesti uma roupa melhor que pijama e voltei pra cama, hoje ela parecia mais gostosa que durante os outros dias. Só assim eu me dei conta que deveria mandar uma carta pros meus pais. Escrevi coisas rápidas é obvias. Não queria que eles soubessem que eu estava completamente perdida e com grandes problemas nos meus primeiros dias. Não conseguia tirar da cabeça, a sensação dos lábios do Alvo contra os meus, do jeito em que ele me segurou, como se eu fosse feita de vidro. Ele era perfeito e conseguia ficar ainda mais a cada dia que se passava. Não podia escrever isso, então coloquei apenas que estava bem e com saudades. Deixei a Carta sobre a escrivaninha e desci as escadas rumo ao Hall de Entrada, queria ver as meninas e o resto do pessoal. Quando cheguei me deparei apenas com Lorcan e Penélope conversando.

_ Olá Megan! Como você está? – perguntou Lorcan

_ Eu estou bem e vocês?

_ Ótimos!! – responderam em perfeita sincronia. Amei os dois como casal. Eram incrivelmente perfeitos juntos.

_ Aqui vocês sabem sobre o resto do pessoal? Tô procurando alguém que estivesse sozinho sabe, pra eu não incomodar... – perguntei

_ Você não atrapalha, pode ficar se quiser. Mais Rosie e Scorpius foram para a biblioteca, Lysander e Mercedes foram pra estufa e o Tiago e a Ivy foram fazer uma pesquisa. Já o Alvo eu não o vi.. – disse Penélope.

_ Ah muito obrigada, vou subir pro quarto e dormir mais um pouco então. Até mais tarde. – respondi

_ Até mais- novamente juntos.

Quando cheguei ao quarto pulei na cama, e fiquei esperando o sono voltar. Mais a única coisa que voltava era a sensação de estar com o Alvo.. Ah droga! Isso de novo não! Afundei meu rosto no travesseiro tentando afastar de mim tudo aquilo, desde o seu sorriso, seu tom de voz, seu olhar, sua respiração, sua risada, seu abraço, seu beijo... E que beijo! Meu Merlin, por favor, tira isso de mim!

_ Ai Merlin tira isso da minha cabeça – falei comigo mesma. Mais me surpreendi por uma voz, que eu sabia que não era a de Merlin, e sim a dele.

_ Tira o que Meg? – falou Alvo sorrindo - O Yori? Ou...

_ Droga Alvo! De onde você veio? – eu disse nervosa- Não sabe bater na porta não? E se eu estivesse de toalha, seria um desastre.

_ Uau! Calma! Se quiser eu vou embora, você quer? – ele respondeu com uma cara engraçada. - Só passei pra perguntar se você estava bem, e te perguntar uma coisinha!

_ Não quero que vá embora! – respondi o dando um meio sorriso- E não é o Yori que eu estava pedindo pra Merlin tirar da minha cabeça, aquele ali eu preciso tirar é da minha vida. E eu estou bem sim obrigada pela preocupação. Mais o que você quer me perguntar?

_ Ah tá. Se você quiser eu peço meu pai pra dá um sumiço no Yori. – ele falou sorrindo - Não dá nada pra ele e muito menos pra mim.

_ Não. Prefiro cada um do seu lado. Mais o que você queria falar comigo?

_ Ah sim. E que ontem quando eu te trouxe pro quarto você estava apagada, e estava sonhando com a Rosie, e pra piorar você estava dialogando em voz alta, do sonho pra realidade entende? - Ai droga, era tudo o que em faltava, eu não posso ter falado o que eu não poderia ter dito. – E você nesse dialogo, falou com a Rosie que eu não poderia saber de algo. E eu sendo Alvo Severo Potter gostaria de perguntar a você Megan McLaggen, que segredo seria este?

_ O quê? Eu falei dormindo? Meu Merlin! – ainda bem que pelo visto eu não tinha falado nada demais, imagina – Eu juro Alvo que eu não me lembro de nada. Eu falei só isso mesmo ou teve mais alguma coisa?

_ Foi só isso até a parte que eu estava no quarto. Então já que você não se lembra, que tal você ir comigo ao corujal? Tenho que mandar uma carta pra minha mãe.

_ Ótimo! Eu também tenho que mandar uma pra minha.

Peguei a carta e saímos em direção ao corujal, seguimos em silêncio. Eu não conseguia olhar no rosto do Alvo sem sentir o desejo de poder beija-lo novamente, não sabia o que fazer, mais a única certeza que eu tinha era a de que eu realmente tinha de expulsar aquele sentimento. Não podia gostar do meu melhor amigo! Ou podia? Minha mente estava confusa, eu tinha vontade de rir, eu queria chorar, gritar. Eu estava um arco-íris de emoções.

Quando chegamos ao corujal Alvo me olhou e sorriu:

_Megan você pode usar a Onnix, vou mandar pelo Arwon.

_ Ah tá obrigada. – respondi

_ Por nada, mais é porque eu confio mais no Onnix que no Arwon. Arwon é muito preguiçoso, se alguém o der qualquer tipo de comida ele para pra descansar, já a Onnix não ele vai direto- ele disse sorrindo - E é por isso que ela é o amor da minha vida- falando isso ele se aproximou de sua coruja e a acariciou no bico, ao sentir seu toque ela abriu seus olhos e se esfregou contra seu dedo.

_ Nossa que romântico!- Como eu queria se aquela coruja- Mais Alvo, se você confia na sua coruja porque esta a permitindo ir levar a MINHA carta?

_ E porque como eu te disse o Arwon vai parar pra descansar muitas vezes, e com isso sua mãe só vai receber a carta semana que vem. Já a minha não tem muita pressa não, e só uma duvida frequente. Minha mãe é minha melhor conselheira e eu mal comecei meu ano e já estou cheio de duvidas. Ai eu vou perguntar ela qual a melhor coisa para eu fazer. Entende?

_ Claro! Eu sei como é. Eu não pergunto muitas coisas pros meus pais, eles gostam dos holofotes sabe? Então tudo o que eu ou minha irmã fazemos e motivo pra uma historia, e essa repercussão é cansativa.

_ Entendo, quando a minha mãe jogava era assim também o simples fato do meu pai ter levado a mim e o Sirius em um dos seus últimos jogos deu uma baita repercussão.

_ Pois é isso é chato. Pra piorar minha mãe agora vai lançar um livro. Nossa quando eu penso que ela vai se tornar uma mãe normal, ela arruma um jeito de aparecer de novo.

_ Você tem que ficar feliz por ela Meg. Eu sei que é chato mais você precisa apoia-la, ela vai gostar.

_ Eu sei que eu tenho que apoia-la, mais às vezes parece que ela ama mais o trabalho do que a família. Isso é chato, quando eu tiver uma família, sabe meus filhos, meu marido eu vou tentar focar mais nela, filhos não precisam apenas de tudo o que é novidade, precisa de carinho acima de tudo.

_ Concordo. Eu também pensava assim, mais eu vejo que minha mãe trabalha muito, pra nos dar uma boa imagem do que é ser um adulto e ter uma família. Meu pai não para em casa, e só pra te avisar o sobrenome McLaggen não pesa tanto quanto o Potter.- ele disse frustrado - Mais como eu ia te dizendo meu pai não fica em casa, eu vivia na casa da minha tia Hermione quando era pequeno por causa do trabalho dos meus pais, o papai fica em casa uns 3 dias a cada 3 semanas, e isso é muito chato. Mais é pelo bem da família e principalmente pelo mundo bruxo. E sim eu também tenho vontade de ser um Auror, então meus filhos que se cuidem.

Nós ficamos conversando por muito tempo, caminhamos como se tivéssemos todo o tempo do mundo, conversamos sobre nossas profissões, sobre o que esperávamos para o futuro.

_ Megan o que você acha de nós irmos até a Torre de Astronomia?- perguntou Alvo

_ Por mim tudo bem!- respondi

Subimos degrau por degrau, até que chegamos a Torre.

_Essa é a minha parte favorita do Castelo. Sempre que eu fico triste, preocupado ou até mesmo tenso pelo Quadribol eu venho aqui pra eu pensar. Tipo hoje eu deixei de ir me encontrar com uma pessoa, porque eu simplesmente não me importo com ela. Megan eu acho que... Ah sabe eu tô confuso. – disse Alvo o som da sua voz soava como uma tortura, algo não estava o fazendo bem.

_ Olha, se você está gostando de alguém eu acho melhor você pensar um pouco, e depois falar com a pessoa, não acha? E simples assim- respondi

_ E muito mais complicado, ao mesmo tempo em que essa pessoa está perto ela parece longe. Ela é meio tímida, não curte muitas coisas, e é serio eu tenho medo da reação dela. De ela não gostar de eu a tocar, de eu a beijar, isso é chato.

Eu sei que eu sou a melhor amiga dele, mais desde quando eu sou obrigada a saber da vida amorosa dele? Isso é ainda mais chato que essa tal menina não gostar dos gestos dele.

_ Se aproxime mais dela, mesmo se você já for próximo, demonstre que se preocupa e que quer o bem dela. Talvez fique mais fácil pra você decidir.

_ E isso mesmo Megan, muito obrigada. Você sabe que eu te amo né?

Quando ele se aproximou eu não soube bem o que aconteceria, eu só vi os lábios dele se contorcendo em um sorriso torto, quando ele se afastou ele me fitou por um momento e então me deu um beijo na bochecha é disse:

_ Que tal irmos embora agora? Está quase na hora do jantar.