Laços de Guerra - 3ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 8
Capítulo 8 - Ciúmes e raiva: combinação perigosa.




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12 de Outubro de 1996.
Amber passou o resto do dia fugindo, até jantou na cozinha, mas não podia dormir no Salão Comunal da Hufflepuff. Assim que parou na frente do quadro da Fat Lady, respirou fundo e deu a senha.
— Olá, gente! — ela aparentou estar tranquila, sorrindo, enquanto deixava o casaco em cima da poltrona.
Harry estava sentado em uma das poltronas, de costas para ela de braços cruzados com Hermione e Rony ao seu redor.
— Amber — disse Hermione, parecendo nervosa — Oi.
Era óbvio que eles não queriam estender a conversa com medo de que qualquer frase fizesse Harry explodir, mas Amber pensou em sua Amortentia e ficou mais relaxada.
— Vocês viram as lojas fechadas? É uma pena — ela tirou o cachecol, não estava mais tão frio quanto de tarde.
— Katie Bell foi atacada — disse Hermione, rapidamente.
Amber parou no meio da ação, olhando para a cara de Hermione sem expressão.
— Como assim atacada? — perguntou, voltando lentamente a tirar o cachecol do pescoço — Death Eaters?
— Ninguém sabe. Ela saiu do Three Broomsticks com um colar e acabou tocando-o sem querer. Tinha alguma maldição naquele colar, ela vai ser movida para o St. Mungos — explicou Hermione.
— Astoria viu Malfoy no Three Broomsticks — lembrou Amber.
— Nós também, mas isso não quer dizer que tenha sido ele. Não poderia ter entrado no banheiro feminino — contradisse Hermione.
— Ela me disse que ele tem agido muito estranho, que tem sumido por vários períodos de tempo e ninguém sabe onde ele está nesse tempo.
— Pode ser qualquer outra coisa.
Harry se cansou e levantou-se, já estava mais calmo, mas não gostava nada dessa história. As duas se calaram de golpe.
— Há quanto tempo vocês estão juntos? — ele perguntou.
— Há umas... — Amber fingiu conferir o relógio — 6 horas. Problema?
— É claro que sim! Ele é três anos mais velho do que você — disse Harry.
— Conheço pessoas que se relacionaram que tinham muito mais diferença de idade.
— Você quer se vingar por causa da Chang, não é? Justo o Wood que foi o meu capitão...
— Como assim se vingar, Potter? Você acha mesmo que eu me relaciono com as pessoas por vingança?
— Eu não quis dizer isso...
— Mas foi o que disse. E é ótimo tocar nesse assunto. Quando você ficou com a Chang, eu disse que ela não prestava e você não quis me escutar. E isso porque era só uma paixonite.
— É a mesma coisa.
— Não! Não é a mesma coisa! Você não sentiu o cheiro da Chang na sua Amortentia. Você a achou bonita, só isso. Depois viu quem ela era e desencantou. O meu caso com o Oliver é bem diferente, não se atreva a comparar.
— Gente! Vamos nos acalmar! — meteu-se Hermione — Harry, a Amber tem o direito de namorar com quem ela quiser e o relacionamento dela com o Wood não tem nada a ver com o seu com a Chang. Que vamos combinar, ela está certa.
— É óbvio que você ia ficar do lado dela — murmurou Rony.
— Quem tá brigando aqui somos eu e Harry, não vocês — disse Amber.
— Amber, é óbvio que o Harry ia ficar com ciúmes! — exclamou Hermione.
— E quando você pretendia “comentar”? — perguntou Harry para Amber.
— Eu não tenho que... — Amber respirou fundo — Harry, você é o meu irmão e sempre será. Eu não quero brigar com você, mas eu realmente gosto dele! Eu sou grandinha o suficiente para saber quem vale a pena e quem não.
Rony murmurou alguma coisa sobre “Slytherin” que provavelmente tinha relação com Astoria, fazendo-o se encolher diante do olhar fulminante que recebeu.
— Caso você não se lembre, Ron — começou Hermione — A Astoria nos ajudou com a Dumbledore’s Army.
— Ela não nos avisou sobre o ataque no dia que Dumbledore fugiu — apontou Rony.
— Porque ela não sabia — retrucou Amber — Harry, eu não gostava da Chang e te deixei isso bem claro desde o começo, mas eu não me meti. Eu poderia muito bem ter armado uma cilada ou coisa parecida, mas deixei quieto. Porque apesar da minha opinião eu quero a sua felicidade, assim como você quer a minha.
Harry bufou, antes de se aproximar para abraçá-la.
— Eu realmente espero que ele não te faça sofrer... — ele resmungou — Que droga, Amber! Justo o Wood?
— Desculpe? — riu Amber — Eu não controlo o que sinto, sabe.
— Seria tão mais fácil — ela ouviu Hermione dizer sobre a respiração, Harry e Rony não parecem ter ouvido e se ouviram não demonstraram.
Ficaram abraçados por mais um momento, antes de se afastarem.
— Não se preocupe, James. Eu tenho a minha “arma secreta” — brincou Amber, empunhando os punhos como uma lutadora de boxe.
— Isso não te torna invulnerável, Lily — retrucou Harry.
Amber deu de ombros. Esperava que seus poderes realmente a ajudassem para algo algum dia, já que até hoje só lhe ajudou em situações pessoais e defesa própria.
— Eu vou subir, já está ficando tarde — despediu-se Amber, dando um beijo na bochecha de Harry e um abraço de Hermione, logo depois indo para as escadas.
— Me sinto ignorado... — ela ouviu Rony reclamar.

13 de Outubro de 1996.
A professora McGonagall fazia a chamada enquanto alguns alunos se organizavam. Ela levantou finalmente a vista quando ouviu a gargalhada estridente de Sarah que conversava animadamente com Ginny e outros três garotos malucos que elas compartilhavam algumas aulas.
— Senhorita Black — disse a professora em voz alta, fazendo os três se calarem — Ouviu o seu nome ser chamado?
— Sim — respondeu Sarah, sentando-se virada para a frente.
— Curioso, considerando que ainda não lhe chamei — retrucou a professora, fazendo alguns alunos rirem e Sarah corar — Mas o senhor Adiers ainda não me respondeu.
— Presente — respondeu Kevin, também corado.
— Da próxima vez que não me responderem, será falta — avisou a professora McGonagall.
Claro que o aviso não durou muito tempo, logo depois os cinco voltaram a conversar em voz baixa. Assim que a professora terminou a chamada, levantou-se da cadeira fazendo todos na sala se calarem.
— Nós já aprendemos feitiços para animar e estamos em feitiços para desaparecer, ou seja, desmaterialização. No entanto, existem diversos tipos de desmaterialização e suas exceções — começou a professora McGonagall, andando de um lado para o outro da sala e observando o rosto dos alunos — Nós já praticamos a desmaterialização direcionada, onde pudemos recuperar os objetos, no entanto existe a desmaterialização irreversível que, como o nome diz, é irreversível. Não se pode recuperar o objeto.
A professora continuou dando a sua explicação e anotando coisas no quadro para eles copiarem, depois lhes deu a oportunidade de praticar o feitiço em uma pena que só Liam conseguiu fazer, rendendo 20 pontos para a Ravenclaw, já que o feitiço era difícil.
— Qual a diferença? A fórmula é a mesma! — exclamou Sarah, quando o sinal tocou.
— A forma de mover a varinha — explicou Liam, revirando os olhos.
— Valeu, não tiro mais 0 — ironizou Sarah.
— Tira 0.1 — brincou Ginny.
Antes que Sarah pudesse responder, a professora McGonagall aproximou-se deles.
— McGraien, Declan, Adiers, Black e Weasley — ela chamou — Se continuarem a conversar em minha aula serei obrigada a lhes dar uma detenção.
— Desculpe, professora — disse Ginny, sorrindo angelicalmente.
Os cinco saíram da sala de aula cautelosamente.
— Tchau, nerds — despediu-se Sarah.
Assim que se virou para ir embora, esbarrou em um garoto do 3º ano que vestia o uniforme da Gryffindor.
— Eram justamente vocês quem eu procurava — disse o garoto animado.
— E quem é você? — disse Ginny com um tom meio despectivo.
— Angus Matlock — apresentou-se Angus — Eu sou o representante do Clube de Duelos.
— E o que nós temos a ver com isso? — perguntou Kevin.
— Me disseram que Sarah, Ginny e Liam são bons em duelos e eu preciso de alguém para fazer a demonstração dos feitiços de desarme, desmaio e proteção para os mais novos — disse Angus.
— Por que não pede pro Harry? Foi ele quem organizou a DA — sugeriu Sarah, exasperada.
— Eu vou tentar, mas eu gostaria que vocês também ajudassem — insistiu Angus.
— Sai da minha frente, pivete. Ou você vai ter uma demonstração a vivo e a cores do feitiço — ameaçou Sarah, fazendo o garoto ir para o lado meio assustado.
Os Ravenclaw foram para o lado oposto ao delas, fazendo o garoto ficar dividido, mas ele acabou decidindo ficar onde estava.
— Pensem e me respondam — Sarah ouviu-o gritar.
— Garoto chato — reclamou Sarah — Juro que se eu descobrir quem nos cagoetou para ele, eu mato.
— Eu pensei que ele ia te entregar algum papel de detenção — disse Ginny — Quando o Harry disse que é o próximo treino?
— Provavelmente no próximo jantar do Clube do Slug — disse Sarah, rindo — Ele tá nos salvando dessa chatice.
— Bem, o jogo é dia 14 do mês que vem...
— Estamos perdidas. Harry vai marcar um treino a cada dois dias.
— Ele não pode. O outro time também tem que treinar.
— A professora McGonagall é aliada dele.
— Pior que é verdade...
— Não sei se prefiro ir aos jantares do Slughorn ou treinar com o Harry como capitão.
— Bom, pior do que o Wood não é.

15 de Outubro de 1996.
— Recapitulando: ele nasceu no orfanato e a mãe morreu logo depois só dando o nome a ele, depois ele continuando morando no orfanato até que Dumbledore o trouxe para Hogwarts — disse Amber, enquanto eles andavam até a aula de Herbology.
— Bem assustador, You-Know-Who criança — disse Rony em voz baixa.
A matéria dessa aula era nojenta. Eles tinham que tirar as vagens de uma Snargaluff. A planta parecia o Salgueiro Lutador, todos que se aproximavam ela chicoteava o ar com seus galhos cheios de espinhos. As vagens tinham o tamanho de uma toranja, pulsavam e só se abriam se fossem espetadas com algo afiado e dentro dessas vagens ainda tinham o que pareciam ser vermes chamados tubérculos.
Amber olhou para o lado vendo Neville e Hannah rirem ao estourarem a vagem e o líquido respingar neles. Situação estranha considerando que estavam machucados nos braços e rosto, mas ver a amiga sorrindo a fez se sentir melhor. Às vezes sentia que não se encaixava na Gryffindor, a coragem é importante, mas não é tudo. Ela virou-se para continuar fazendo o trabalho e ouvir a conversa.
— Eu acho fascinante — disse Hermione — Faz muita lógica saber o quanto você puder sobre Voldemort. De que outro modo você vai descobrir as suas fraquezas?
“Você não sabe o quanto está certa” pensou Amber.
Hermione começou a conversar sobre o encontro no Clube do Slug na noite passada, até que a professora Sprout interrompeu reclamando que eles estavam para trás.
Os três fizeram o trabalho de puxar a vagem e Hermione jogou para a tigela enojada. Amber suspirou e pegou o alfinete para cutucar a vagem, mas Rony já estava apertando com as duas mãos.
— Rony, não faz isso! Só dá para abrir cutucando com algo... — ela tentou avisar, mas a vagem escapou das mãos de Rony — ...afiado.
Mas Rony não parecia prestar atenção e Harry foi buscar a vagem.
— Olhe, eu não inventei o ‘Clube do Slug’ — reclamou Hermione.
— ‘Clube do Slug’ — debochou Rony — É patético. Bem, eu espero que você aproveite a sua festa. Por que você não tenta ir com McLaggen, aí Slughorn poderia fazer de vocês o Rei e a Rainha do Slug...
— É permitido levar convidados e eu ia pedir para que você fosse, mas se é tão patético quanto você pensa eu não o aborrecerei — retrucou Hermione, corada.
Harry tentou se concentrar em abrir a vagem.
— Você ia me chamar? — perguntou Rony, esquecendo a raiva.
— Sim, mas você obviamente prefere que eu vá com McLaggen... — retrucou Hermione, com raiva.
— Não vai conseguir abrir assim — murmurou Amber para Harry — Precisa ser algo afiado para você perfurar.
— Não vejo nada afiado aqui — murmurou Harry de volta.
Amber estendeu a agulha para ele que a pegou com medo do que iria acontecer se perfurasse a vagem. Atrapalhado, Harry esbarrou na tigela que caiu no chão e se quebrou.
— Reparo — disse, fazendo a tigela ficar inteira de novo.
Amber franziu o cenho para Harry. Qual era o problema dele? Hermione começou a folhear desesperadamente o livro e Rony parecia avoado.
— Deixa que eu faço isso — disse Amber, pegando a agulha de Harry e estourando a vagem de uma vez.
Espirrou um pouco de líquido e ela rasgou a casca tirando o tubérculo de dentro e jogando em uma tigela vazia. Infelizmente, esse era só o começo.
— O que tá rolando, Harry? Você ficou estranho e ainda atrapalhou Rony e Hermione na aula de Herbology — disse Amber, enquanto eles estavam no Salão Comunal da Gryffindor.
— E se eles ficarem juntos? — perguntou Harry, em voz baixa.
— Qual o problema? Eles se gostam! — disse Amber, sem entendê-lo.
— Mas e se não der certo? Como vai ficar a nossa amizade?
— Ai, Harry.
Amber abraçou-o de lado.
— Eles se gostam. Uma hora ou outra eles vão ficar juntos — ela disse — E não fica grilado com isso não. Vai dar tudo certo! Eles vão brigar porque todo casal briga, mas eles se gostam...
Harry suspirou, ainda indeciso e levantou o olhar para a janela.
— Tá, agora vai pegar a sua carta — ele disse.
Amber levantou o olhar para a janela e viu Rustie batendo nela. Levantou-se rapidamente soltando-se de Harry e indo abrir a janela para pegar a carta. Assim que colheu a carta, Rustie saiu voando para o corujal.
— Eu acho que vou te deixar sozinha com a sua carta — disse Harry, levantando-se e indo falar com Rony.
Amber sorriu suavemente, três dias depois de Hogsmeade e já sentia saudades de Oliver. Sentou-se no sofá, ajeitando a mecha de cabelo atrás da orelha e abrindo o lacre da carta que tinha o selo dos aurores que estavam de olho nas correspondências.
Isso lhe lembrou quando o Inquisitorial Squad vigiava as cartas, mas negou com a cabeça. Eram situações completamente diferentes. Agora Umbridge estava longe de Hogwarts e de suas vidas.

2 de Novembro de 1996.
Os dias foram passando com a mesma rotina: toda vez que tinha o Clube do Slug, Harry marcava treino de quidditch, ainda sem chaser, já que Harry esperava que Katie voltasse logo, mas o jogo da Slytherin estava chegando e ele precisava escolher algum substituto.
— Amber, eu preciso da sua ajuda — pediu Harry, depois da aula de Transfiguration onde eles tiveram que invocar pássaros amarelos, mas só Amber e Hermione tiveram completo sucesso.
— Fala — disse Amber, enquanto eles saíam da sala.
— Eu não consegui um chaser ainda e eu não estou afim de colocar o Dean Thomas no time — disse Harry — Quebra essa para mim, vai. É só até Katie voltar.
— Ninguém sabe quando ela vai voltar — disse Amber.
— Amber, por favor — implorou Harry.
— Eu vou me arrepender por isso. Tudo bem — confirmou Amber — Mas vamos conversar.
Sem esperar uma resposta, ela o puxou para uma sala de aula vazia.
— Confessa — ela pediu.
— Confessar o que? — perguntou Harry, confuso.
— Céus! Você não percebeu ainda? Por que não quer Dean no time?
— Porque... Porque você é melhor.
— Nem você sabe porque essa aversão. Seamus quem ficou contra você, não Dean e você tá mais normal com ele. Por que não o chama?
— Porque Dean ultrapassou Seamus nos testes.
— E eu não fiz o teste.
— Mas jogou no time ano passado.
— Sim, mas como beater.
— Mas a sua função é chaser e Sarah me disse que você é ótima.
— Tem noção do que as pessoas vão dizer sobre isso, não é? Seu melhor amigo, a sua irmã...
— Eu já estou acostumado e não terão nada do que falar quando ganharmos esse jogo.
— Tudo bem, então... Quando perceber o que está acontecendo com você, me avise, por favor. Não precisamos de um replay dos nossos pais.
Amber saiu da sala de aula deixando Harry confuso para trás. Do que ela estava falando?
Sarah convenceu Amber e Ginny a irem para o campo de quidditch uma hora antes da hora marcada.
— Para que toda essa pressa? — perguntou Amber — Nós não podemos nos cansar.
— Vocês vão ver — respondeu Sarah, indo na dianteira.
Amber olhou para Ginny, mas ela deu de ombros indicando que não sabia de nada também.
— Chegamos — disse Sarah, parando.
— Isso já notamos — retrucou Ginny.
— Olá, Sir. Cloggs — cumprimentou Sarah.
Amber ia perguntar com quem Sarah estava conversando, quando viu o fantasma vindo na direção delas.
— Não esperava que chegassem tão cedo. Pensei que o jogo seria às sete — disse Edgar Cloggs, o fantasma.
— E você estaria aqui? — retrucou Sarah.
— O time não precisa de minhas opiniões, está ótimo com esse novo capitão — disse Edgar, dando de ombros.
— Que maneiro! — exclamou Ginny, admirada — O senhor ajuda os times?
— Só às vezes... Eu era jogador de quidditch quando estudava aqui — disse Edgar, estufando o peito.
— E ele anda pelo campo desde sempre — explicou Sarah.
— Eu nunca o vi — disse Amber, também admirada.
— Ele some quando tem treinos ou jogos para não atrapalhar, mas ele fica vendo o treino misturado na multidão — disse Sarah.
— Nós poderíamos treinar com a ajuda dele — sugeriu Ginny.
— Mas nós não podemos nos cansar. Temos treino com o time — disse Amber.
— Ah, vamos, Amber! Ninguém treina com o Edgar. Por favor! — implorou Sarah.
Amber acabou concordando e elas foram se trocar. Treinaram um pouco com Edgar dando algumas dicas, não se esforçaram muito devido ao treino que ainda teriam com a equipe e pararam 10 minutos para o começo do treino, descansando nas arquibancadas.
— Bem, eu já vou indo, minhas caras — disse Edgar, contente — Muito obrigado por hoje. Há tempos que eu não treinava assim...
— Aparece mais aí, Ed! — gritou Sarah, antes que Edgar fosse em direção ao castelo.
— Vocês conhecem um tal de Angus Matlock? — perguntou Amber.
— O nome não me soa — mentiu Sarah, olhando para o outro lado, afinal foi ela quem indicou o garoto que chamasse a Harry.
— Eles chegaram — disse Ginny, levantando-se e acenando para o time que estava entrando no campo.
O treino foi ótimo do ponto de vista de Harry: Amber, Ginny e Demelza agiram sincronizadas, lhe lembrando Angelina, Alicia e Katie. Coote e Sarah também foram bem, apesar de não ser a mesma coisa que os gêmeos já que Coote só foi escolhido por ter boa pontaria. O problema era Rony.
Ele perdeu doze gols marcados por Ginny e foi ficando violento, até que acertou o nariz de Demelza.
— Foi um acidente, sinto muito, Demelza, realmente sinto! — disse Rony, descendo da vassoura e unindo-se a Demelza e Amber, que havia levantado o queixo dela para que o sangue parasse de cair — Eu apenas...
— Se apavorou — completou Ginny irritada, pousando do lado de Demelza — Você é burro, Ron, olha o estado dela.
— Episkey — Amber apontou a varinha para Demelza, fazendo o nariz se consertar — Tergeo.
O sangue sumiu do nariz dela.
— Ginny, não chame Rony de burro, você não é a capitã desta equipe — bronqueou Harry.
— Bom, você me pareceu um pouco ocupado para chamar Rony de burro e eu pensei que alguém deveria... — disse Ginny, inocentemente.
Amber percebeu que Harry segurou-se para não rir, assim como ela.
— No ar, todos... — indicou Harry.
Como Demelza estava bem, não havia motivo para parar o treino. Amber, Ginny e Sarah aplicaram os conselhos de Edgard no treino e deu muito certo. Quando Harry acabou o treino, Amber jurou ter visto o fantasma sorrindo para elas perto das arquibancadas.
Todos saíram rapidamente após serem dispensados por Harry, inclusive Amber que estava cansada. Ela e Sarah perderam Ginny e Dean no meio do caminho e seguiram o caminho para o Salão Comunal sozinhas.
— Quando você conheceu o Sir. Cloggs? — perguntou Amber.
— Às vezes eu vou para o campo pensar um pouco sozinha. Aí um dia desses, eu o vi caminhando pelo campo e conversamos — disse Sarah.
Assim que pararam na frente do quadro da Fat Lady, deram a senha e Sarah foi direto para o dormitório tomar um banho, enquanto Amber sentou na poltrona, observando o fogo da lareira.
— Amber.
Ela abriu os olhos, incorporando-se na poltrona e sentindo as costas doerem.
— Harry, que horas são? — ela perguntou, olhando para a janela do Salão Comunal, ainda estava escuro.
— Não faz muito tempo desde que eu e Rony chegamos — disse Harry, acariciando o seu ombro — Eu desci para pensar um pouco.
— O que aconteceu? Eu acho que durante o sono ouvi alguém entrando com raiva — disse Amber, tentando se lembrar.
— Rony viu Ginny beijando Dean no meio do corredor — explicou Harry.
— E você sentiu alguma coisa? — perguntou Amber.
Harry ia protestar, mas Amber interrompeu:
— Harry, eu neguei por dois anos e me arrependo. Não cometa o mesmo erro que eu — advertiu Amber.
— Quis matá-lo, mas... Ela é irmã do Ron — disse Harry, confuso — É por isso que senti a necessidade de protegê-la.
— Se você diz... — ronronou.
— Vem, vamos dormir — disse Harry, ajudando-a a se levantar — Te ajudaria mais se a escada não tivesse feitiço.
— Obrigada, maninho — disse Amber, subindo sonolenta as escadas.
Harry pareceu inseguro quanto a deixá-la subir nessas condições, mas o que poderia fazer? Ele não tinha como subir as escadas do dormitório feminino. Sem mais o que fazer, voltou a subir as escadas para dormir.

3 de Novembro de 1996.
— Me desculpe, Herms — disse Ginny olhando com cara arrependida para Hermione.
— O que aconteceu? — perguntou Hermione, confusa.
— Rony me viu com Dean ontem a noite e eu disse que você e o Krum tinham se beijado no Yule Ball — confessou Ginny, abaixando a cabeça.
— Ginny! — bronqueou Hermione, magoada — Você não podia ter feito isso!
— Me desculpe, falei sem pensar.
— Por isso Rony está agindo grosso desse jeito.
— Ele sempre foi grosso — revidou Amber, se metendo na conversa — E com quem você ficou ou deixou de ficar não é da conta dele.
— Eu sei, mas eu gosto dele — disse Hermione — Não quero que ele aja assim.
— Que rolou clima na aula de Herbology rolou e os ciúmes que ele demonstra quanto ao Krum só reforçam que ele gosta de você — disse Amber.
— Toma a iniciativa, amiga — disse Ginny.
— Não, não posso fazer isso — disse Hermione nervosa, se levantando — E não insistam!
— Você vai acabar perdendo-o — disse Amber.
— Perdendo-o? — debochou Ginny — Rony não beija ninguém.
— Mas depois de ontem... A Lavender tá de olho nele e se ela agir, ele vai se lembrar do que você disse — retrucou Amber.
— Aí vai ser castigo para ele. Essa garota é cega — disse Ginny, negando com a cabeça — Ou pior: tá tão desesperada para ter um namorado que escolhe qualquer um.
— É por isso que o Rony tem complexo de inferioridade — interrompeu Hermione — Vocês estão sempre o depreciando! Dizendo que não é bom o bastante! Se ele tivesse mais autoconfiança conseguiria jogar melhor.
— Eu não vou ficar bajulando o meu irmão para ver se ele aprende a segurar as quaffles direito — protestou Ginny.
— Mas também não precisa tratá-lo da forma que o trata — continuou Hermione.
— Ginny, tá na hora do treino. A gente tem que ir — interviu Amber.
— Quem tem que mudar de atitude aqui é ele — disse Ginny, se levantando e seguindo Amber para fora do Salão Comunal.
— Eu admiro profundamente a Srª Weasley por ter criado sete filhos e manter a paz entre eles com um só olhar — murmurou Hermione.

13 de Novembro de 1996.
Esse comportamento de Rony refletiu-se também no quidditch, fazendo-o agressivo. Isso não o fez colher as quaffles jogadas, como teria feito em outros casos, mas gritou com todos os jogadores, deixando Demelza Robins aos prantos.
Sarah levantou o bastão e estava pronta para dar uma bastada na cara dele, a mesma medida que Ginny estava procurando a varinha em seus bolsos para lhe lançar a sua especialidade.
— Chega! — gritou Harry, antes que elas completassem seus desejos — Coote e Sarah, vão pegar as bludgers. Demelza, você jogou realmente bem hoje, Rony...
Amber não parou para ouvir o resto, foi com Demelza até os vestiários onde a consolou.
— O que eu fiz de errado? — ela chorou, enquanto trocava a camisa.
— Você não fez nada de errado, ouviu o que Harry disse. É o idiota do meu irmão que desconta nos outros os problemas dele — disse Ginny, batendo a porta do vestiário.
— Fica tranquila, Demi — disse Amber, esfregando as costas dela.
— Eu vou terminar de me trocar — disse Demelza, esfregando o rosto banhado de lágrimas e suor, antes de se levantar do banco para ir até o seu armário.
— Ronald é um imbecil mesmo — disse Ginny para Amber — Eu juro que se não fosse por Harry eu teria o lançado o meu feitiço Bat-Bogey.
— Não vale a pena, Ginny — disse Amber, balançando a cabeça — Deixa o Harry resolver isso.
— E como o Harry vai resolver o fato de que meu irmão não sabe jogar direito? — rebateu Ginny, jogando as botas no canto.
— Hermione tem razão, criticando-o só vai piorar as coisas — disse Amber, suspirando e levantando-se para sair do vestiário.
— Se mimá-lo ele vai ficar convencido demais — retrucou Ginny.
— Ele fica convencido porque nem sempre ele tem a atenção das outras pessoas. Pela visão dele, ele sempre fica de segundo plano. O melhor amigo dele é Harry Potter e Hermione Granger que é a mais inteligente da turma, eles conseguem sempre se destacar. Não importa o que faça, ele tem 5 irmãos mais velhos. Tudo o que ele fizer, não vai ser grande coisa porque eles já fizeram e a sua mãe queria uma menina quando ele nasceu — assim que terminou de falar, saiu do vestiário com a vassoura para guardá-la no armário.
Depois dessa, Ginny ficou sem palavras.
— Estamos perdidos amanhã — resmungou Sarah, soltando o cabelo do elástico.
— Não exagera, Sarah — disse Amber — Fica difícil de o Harry encorajá-lo com vocês lançando esses olhares.
— O que você quer que façamos? Ele é um desastre! — insistiu Sarah.
— Mas não podemos trocar o keeper agora. O jogo é amanhã — disse Amber.
— O Harry deveria ter chamado o Thomas para jogar como chaser e você jogava nos aros.
— Tá de brincadeira? Sou um desastre nisso!
— A gente pedia ajuda pro Ed e o seu namorado é um keeper. Cara, você foi uma beater ano passado, uma das posições mais difíceis do jogo.
— Todas as posições são difíceis e eu só entrei para ajudar o George.
Ginny sentou-se perto delas, não estava lançando olhares hostis para Rony, mas também não estava o encorajando. Amber sabia que ela era teimosa, mas pelo menos entendeu o que ela quis dizer.
— Já sabem quem vão convidar para a festa do Slughorn? — perguntou Ginny — Obviamente, vou ter que convidar o Dean.
— Eu não tenho ideia — disse Sarah — Não quero chamar alguém e pensarem que eu tô traindo o Fred.
— Vou chamar o Neville — disse Amber — Perceberam que Slughorn não o chamou mais desde o trem?
— Neville é meio desastrado em Potions — disse Ginny, dando de ombros — E vamos combinar, ele só se dá bem em Herbology.
— Acho que vou começar a dar aulas extras para ele — murmurou Amber.
— Pelo menos você explica melhor que a Mione — disse Ginny, divertida.
— É, você fala inglês e não russo — brincou Sarah.
— Hey, Sarah! Você podia chamar o Liam! — aconselhou Ginny.
— Não! Ele é muito nerd! — disse Sarah.
— Kevin e Callum também são da Ravenclaw — contradisse Ginny — E o Liam não é tão nerd assim, já que conversa na aula.
— O Kevin é mais legal — disse Sarah.
— O Callum também — disse Ginny, dando de ombros.
— Bom, vocês se decidam aí — disse Amber — Mas eu acho melhor já irmos dormir, temos jogo amanhã caso não se lembrem.
— Vou ficar só mais um pouquinho... — disse Sarah, preguiçosamente colocando as pernas em cima da mesa de centro.
— Você demora uma hora só para levantar — disse Amber, empurrando as pernas de Sarah para fora da mesa — Se você se atrasar, vai ser você quem vai ficar na mira de ódio do time e não o Ronald.
— Isso é impossível. Os gêmeos perderam vários pontos para a Gryffindor e continuaram sendo amados, assim como eu — disse Sarah, convencida.
— Boa noite, Sarah — disse Amber, virando-se para ir para as escadas seguida por Ginny.
— Ei, espera! Me ajudem! — pediu Sarah, estendendo as mãos.
Amber e Ginny voltaram entediadas e puxaram-na pelos braços.

14 de Novembro de 1996.
Sarah jamais admitiria isso, mas agradecia Amber por tê-la feito dormir cedo.
— Deveriam fazer os jogos durante a tarde — ela reclamou.
— E se o jogo dura horas? — perguntou Ginny, pegando a torrada e colocando no prato.
— Nunca dura horas. Ainda mais com Harry como seeker — observou Sarah.
— É, isso é verdade...
Amber sentou-se do lado delas no momento em que Hermione se aproximou com raiva.
— Aqueles imbecis... — ela xingava em voz baixa a toda velocidade.
— O que aconteceu? — Amber se atreveu a perguntar.
— Coloque juízo na cabeça do seu irmão — cuspiu Hermione, descontando sua raiva cortando a comida.
— A comida não tem culpa — reclamou Sarah.
— Ele deu a poção para o Rony ir bem — murmurou Hermione — Tem ideia do que pode acontecer se forem descobertos? É proibido usar poção da sorte em jogos competitivos ou provas.
— O Harry nunca faria isso — disse Amber, revirando os olhos.
— Eu também pensei nisso, mas ele vi ele colocando no suco do Ronald e depois guardando a garrafinha no bolso — disse Hermione.
— Eu já volto — disse Amber, cansada.
Levantou-se e foi até onde estavam os dois.
— Hermione já foi fazer fofoca — reclamou Rony ao vê-la.
— Eu não sei do que vocês estão falando — disse Harry, bebendo o seu suco, antes de olhar o relógio e se levantar — Vamos, já está na hora.
Ele passou o braço pelo ombro de Amber e eles seguiram até o estádio.
— Você não colocou, não é? Você fingiu que colocou — sussurrou Amber.
— O Rony só precisa de confiança — respondeu Harry, sorrindo.


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Notas finais do capítulo

Eu queria criar um amigo maluco para a Sarah e a Ginny. Só que acabou que eu criei TRÊS. Como era o negócio da chamada, o cara tinha que ter sobrenome com a letra A, mas eu já tinha criado o Callum Declan, aí veio o Liam McGraien porque eu simplesmente amei esse sobrenome, então resolvi deixar os três...
Angus Matlock e Edgar Cloggs não são invenções minhas, eles aparecem no jogo Harry Potter and the Half-Blood Prince da mesma forma que estou os retratando aqui. Eu não joguei esse jogo, mas eu li no catálogo de personagens não pertencentes aos livros do site Madame Pince.
Dou os créditos da cena da chamada da professora a minha colega de classe que vou identificar apenas como L, porque essa cena aconteceu com ela esse ano.



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