Laços de Guerra - 3ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 12
Capítulo 12 - Não encosta no meu irmão!




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1º de Março de 1997.
Amber não contou a Harry sobre a visita de Malfoy ao banheiro de Myrtle, mas discutiu o assunto com Astoria, assim que teve a oportunidade.
— A imagem de Malfoy chorando é irreal demais para a minha mente registrar — disse Astoria, enquanto continuava escrevendo no pergaminho — Ele sempre tem essa imagem altaneira, o príncipe da Slytherin. Tão orgulhoso que jamais se permitiria ser visto chorando pelos próprios amigos.
— Eles são amigos mesmo? — perguntou Amber.
— Amigos do jeito deles — disse Astoria — Se acontecesse qualquer perigo, é cada um por si. Matariam Goyle se Voldemort pedisse.
— Linda amizade — ironizou Amber.
— Eles foram ensinados assim. Acho que bem lá no fundo o Malfoy sente um pouco de carinho por algum deles — disse Astoria.
— Mas isso não o impediria de entregá-los para salvar a própria pele.
Astoria não respondeu a isso, continuou escrevendo no pergaminho.
— Tenho sorte que meu pai não é desse jeito — murmurou depois de um tempo — Mas a minha madrasta tem muitos princípios sangues-puros. Não duvido nada que ela seja uma Death Eater escondida.
— Mas o seu pai é neutro ou totalmente contra? — perguntou Amber.
— Ele é neutro para me proteger, mas se ele descobrisse que a Alnilan é uma Death Eater, seria a gota d’água. Eles brigam muito — disse Astoria — Acho que meu pai só não quer se separar por causa da Daphne.
— Não existem muitos divórcios no mundo bruxo.
— Porque normalmente quem quer se divorciar é a mulher e como os homens são mais fortes fisicamente... Não dá em nada e as mulheres têm medo de que os maridos machuquem os seus filhos, então simplesmente fingem que está tudo bem.
Amber bufou, cruzando os braços.
— E nos outros casos as mulheres não querem perder a boa vida — retrucou.
Astoria deu de ombros e guardou o pergaminho dentro de um livro, olhando para o relógio.
— A biblioteca vai fechar daqui a pouco — disse Astoria, levantando-se — Eu amaria se tivéssemos outro ponto de encontro, mas como é o meu ano de OWL’s, eu tenho que estudar...
— Pelo menos a sua professora de DADA não é a Umbridge — consolou-a Amber.
— Defense Against the Dark Arts é uma matéria muito atrasada por causa desses professores aí que tivemos — disse Astoria — Mas todos concordamos que o pior foi a Umbridge.
— O pior é que ela nem foi demitida, continua trabalhando no Ministério.
— Adoraria ouvir a desculpa do ministro para ela continuar empregada.
Elas saíram da biblioteca enquanto Madame Pomfrey continuava carimbando livros.
Quando elas estavam chegando ao corredor do 5º andar, foram paradas por uma Hermione ofegante.
— Eu estou indo para a Ala Hospitalar agora. Rony foi envenenado!
— Ele foi o que? — perguntou Amber, escandalizada.
— Eu não sei os detalhes, o Harry estava com ele — disse Hermione.
— Eu preciso ir, Asty. Até logo! — despediu-se Amber, correndo atrás de Hermione, deixando uma Astoria pensativa no meio do corredor.
Elas entraram rapidamente na Ala Hospitalar, onde estavam Fred, George, Harry e Ginny em volta da cama dele.
— Só nos deixaram entrar agora — disse Ginny, assim que a avistou — Então pedi para Hermione ir procurá-la.
Mal terminou de falar, quando Sarah entrou correndo atrás delas.
— Tem uma maratona em Hogwarts e eu não estou sabendo? — perguntou Ginny, com uma sobrancelha levantada.
— Cala a boca, cunhadinha — disse Sarah de mau humor — Eu estava no Salão Comunal da Ravenclaw quando a fofoqueira da Padma me contou que Rony tinha sido envenenado. Me surpreende que a Brown não tenha vindo ainda.
— Deve estar magoada ainda pelo fora que o Rony lhe deu mais cedo — disse Harry, parecendo divertido.
— Agora dá para alguém me dizer o que aconteceu com o meu irmãozinho? — perguntou Sarah.
— E nós pensando que éramos filhos do vizinho — brincou George para Fred.
— Eu sempre soube que Rony era adotado — continuou Fred.
Sarah deu um grito e correu para trás de Amber.
— Cala a boca, Sarah! Quer que a Madame Pomfrey nos expulse daqui? — bronqueou Ginny.
— Esses dois defuntos aparecem do nada aqui e como você quer que eu reaja? — retrucou Sarah.
— Não somos tão feios assim — disse Fred, ofendido.
— E como souberam do que aconteceu? — perguntou Amber.
— Bem, estávamos em Hogsmeade esperando para surpreendê-lo — explicou George, fazendo careta enquanto Sarah agarrava Fred — Dá pra pararem? Estamos no leito do nosso irmão! Tenham mais respeito!
— Bate nessa boca, George — repreendeu Ginny.
— Afinal, o que aconteceu? — perguntou Amber, impaciente.
Harry disse que Rony comeu os caldeirões de chocolate que Romilda tinha dado a ele, o levou para Slughorn e quando eles beberam Fire Whisky, ele começou a passar mal e Harry o salvou enfiando bezoar pela garganta dele. Hermione permanecia sentada ao lado de Rony, pálida e fungando. Não havia falado nada desde que voltou com Amber.
— O que vocês estavam fazendo em Hogsmeade? — Ginny voltou ao assunto.
— Além de presentear Rony e querer ver a Sarah? — complementou Amber, fazendo Sarah lhe mostrar a língua — Vocês não sabiam que o passeio foi cancelado?
— Sarah mencionou, mas esperávamos conseguir entrar no castelo — disse George.
— Também estávamos lá para tentar comprar a Zonko’s para fazer uma filial da Weasley’s Wizarding Wheezes — explicou Fred — Seria bom para os negócios, todo fim de semana os alunos irem para lá. Ainda mais agora que a Zonko’s fechou.
— Os aurores devem ter avisado a professora McGonagall ou ela iria usar o corujal de lá, porque ela desceu e nos avisou sobre Rony, deixando a gente entrar — continuou George.
— Queria que estivéssemos aqui em uma ocasião mais agradável — disse Sarah, tristemente, sentada no colo de Fred — Eu e Callum íamos fazer uma festa surpresa para ele durante a tarde. Para ele não ficar muito chateado por não poder ir a Hogsmeade.
— Mamãe e papai sabem? — perguntou Fred a Ginny.
— Claro. Eles já vieram há uma hora atrás, eles devem estar no escritório de Dumbledore agora — respondeu Ginny.
— A fofoca demorou para espalhar — reclamou Sarah.
Rony começou a murmurar um pouco e todos o observaram, mas ele seguia dormindo.
— O veneno estava na bebida? — perguntou Fred e Amber, ao mesmo tempo.
— Sim — disse Harry no mesmo instante — Slughorn despejou isso...
— Ele seria capaz de derramar algo no copo do Rony sem você ver? — perguntou Fred, com o rosto ainda sério.
— Provavelmente, mas por que Slughorn iria querer envenenar Rony? — respondeu Harry.
Eles começaram a discutir a possibilidade de Slughorn ter tentado envenenar Harry e trocado os copos por acidente, do professor ser um Death Eater e, como Ginny sugeriu, o veneno estar na garrafa. Depois de algum tempo de discussão, eles chegaram a conclusão de que quem deu a garrafa a Slughorn não queria matar a ele e sim a Dumbledore.
— Mio-neee — Rony murmurou.
Todos ficaram em silêncio o observando, mas ele continuava dormindo.
— O colar que Katie Bell trazia também era para Dumbledore, não? — disse Amber, em uma ideia repentina.
Antes que qualquer um pudesse dizer qualquer coisa, as portas da enfermaria se abriram bruscamente, assustando-os. Era Hagrid que tinha acabado de entrar.
— Madame Pomfrey não vai gostar nada disso — Sarah murmurou para Amber, apontando a sujeira que Hagrid estava fazendo no chão da enfermaria.
Como previsto, Madame Pomfrey entrou rapidamente para dizer que não eram permitidas mais de seis visitas de uma vez. Sarah resmungou, levantando-se, fazendo Fred puxá-la de volta.
— Hagrid vale por seis pessoas — observou George.
Madame Pomfrey não voltou a reclamar da quantidade de pessoas, enquanto limpava as pegadas de lama do chão, e Hagrid discutia com Harry sobre o que tinha acontecido. Hermione criou uma conexão entre o ataque de Katie e Rony, mas não mencionou o fato da vítima ser Dumbledore, como Amber disse.
Mas quando os senhores Weasley entraram na enfermaria, Madame Pomfrey insistiu que diminuísse a quantidade de visitantes. Harry, Hermione, Rony e Amber prontificaram-se rapidamente em sair. Sarah tinha se levantado rapidamente do colo de Fred, constrangida, quando viu os senhores Weasley entrando na Ala Hospitalar.
— É melhor eu ir também — murmurou Sarah, despedindo-se de Fred.
— Não precisa, querida — disse a Srª Weasley, prontamente.
— Não, é melhor a família ficar sozinha agora — respondeu Sarah, sorrindo levemente e saindo atrás dos outros.
Amber e Sarah se separaram de Hagrid, Hermione e Harry, e seguiram direto para o Salão Comunal da Gryffindor.
— Já é quase meia-noite — observou Amber — É melhor tomarmos cuidado com Filch e a Madame No...
— Não diga o nome dela! É como se fosse um tabu! Sempre que falamos dela, ela aparece — interrompeu Sarah — Ela está tentando se vingar de mim depois do que eu aprontei semana passada.
— Estava demorando... — murmurou Amber — Você estava quieta demais.
— Não dá para eu fazer grandes coisas sem os gêmeos e Lee, mas ela conseguiu me tirar do sério. Outra coisa! — Sarah pareceu se lembrar de algo — Quando estava vindo para a Ala Hospitalar, vi pela janela do corredor Snape e Dumbledore discutindo em frente à Floresta Proibida. Acho que Hagrid também escutou.
— Bem, creio que é normal. Todos os chefes de casa estão envene... Quero dizer, investigando para ver quem pode ter enviado esse vinho — disse Amber, distraída — Quem quer que esteja tentando matar Dumbledore, não está se esforçando.
— Matar Dumbledore? — repetiu Sarah, com o cenho franzido.
— Foi a conclusão que cheguei. Slughorn ia dar o vinho para Dumbledore e provavelmente Katie também iria entregar o colar a ele — explicou Amber — Falei sobre isso na enfermaria, mas vocês não prestaram atenção porque Hagrid chegou.
— Isso faria sentido... O maior inimigo de Voldemort é Dumbledore. Com ele vivo, jamais poderia tomar o poder da escola — refletiu Sarah, pensativa — E está usando um aluno para isso. Agora mais do que nunca faz sentido a investigação que você e Astoria tem feito sobre Malfoy.
— Bem, ele não parece realmente querer fazer isso — disse Amber — Caso contrário teria se esforçado mais. Agora o que temos que descobrir é o que ele tenta fazer toda vez que some.
— Deveria contar isso a Harry — disse Sarah — Ele também está de olho em Malfoy.
— Nós dois sabemos que Malfoy é um Death Eater, mas não podemos acusá-lo sem provas e ele vai chegar a essas conclusões mais cedo ou mais tarde. Ele está obcecado!
— Mas não pode negar que o Trio é o melhor nessas investigações.
— Tanto que nem chegaram a mesma conclusão que nós.
— Eles não contam com o apoio de uma Slytherin.
— Vamos deixar esse assunto de lado.
— Estão tentando matar Dumbledore! Se ele morrer, a guerra estoura. Temos que impedir isso.
“Ele vai morrer de qualquer forma” pensou em dizer Amber, lembrando-se da mão dele, mas preferiu não desesperar mais a Sarah.
— E o livro do Half-Blood Prince? — ela mudou de assunto, afinal não poderia falar sobre as horcruxes com Sarah.
— Pensei que o assunto tinha finalizado — disse Sarah — Você mesmo estava do lado de Harry.
— Eu sei. Tem ótimos truques para facilitar o ensino de poções, acho que os livros didáticos dificultam muito — disse Amber — Assim como os livros de spells. Eles se concentram muito nos movimentos da varinha, quando isso não importa realmente...
— Hello! — Sarah estalou os dedos na frente do rosto dela — Estávamos falando sobre o livro do Half-Blood Prince e não fazendo uma análise paradidática do ensino em Hogwarts.
— Desculpa, desculpa. O livro é ótimo, mas ainda não sabemos quem escreveu aquilo.
— Alguém especialista em Potions. Talvez alguma pessoa importante no meio.
— Mas pode ter sido qualquer pessoa! Milhares de estudantes passaram por aqui.
— Não tem data de publicação nem nada?
— A edição é idêntica a de hoje em dia. Mesma capa, mesmas instruções. Bem, exceto as anotações do Prince.
— Teríamos que ir até a Flourish and Blotts...
— ...Ou materiais de segunda mão. O livro não parecia em ótimas condições.
— Isso pode ser por causa dos anos que está ali jogado.
— E como conseguiríamos uma lista dos clientes?
— É só procurar as edições anteriores, quando a edição anterior foi lançada e parou de circular para dar lugar a essa atual. Assim poderíamos saber em que período de tempo esse aluno, porque é evidente que é homem, pode ter estudado aqui.
Amber ficou em silêncio enquanto elas entravam pelo buraco do retrato da Fat Lady, que resmungou por ter sido acordada a essa hora.
— Brilhante! — elogiou Amber, chocada.
— Ei! Eu tenho boas ideias! — protestou Sarah — E poderia distrair Filch enquanto mexíamos no arquivo de alunos dessa época.
— Perfeito, mas isso não garante quem seja exatamente.
— Talvez possamos pegar alguns nomes e conferir com Slughorn quem fez parte do clube dele na época do colégio. Se ele estudou na época de ensino de Slughorn e se destacou, é evidente que fez parte.
— Só temos um pequeno probleminha: as viagens a Hogsmeade estão proibidas, lembra? De qualquer forma, a Flourish and Blotts é no Diagon Alley e só poderemos ter acesso durante as férias.
— Até lá, o Trio já desvendou o caso. Mas não se preocupe, eu vou falar com os meus parceiros de crime.
— Não conseguiria imaginar Fred e George em uma livraria por vontade própria.
Sarah deu de ombros parando no andar, enquanto Amber continuou subindo as escadarias para chegar ao seu quarto.
— Não deve ser fácil ser o quadro de um Salão Comunal, não é? — comentou Sarah ao pé da escada, referindo-se aos resmungos da Fat Lady quando elas entraram.
Amber não respondeu, mas colocou o dedo indicador na frente da boca, pedindo para ela ficar quieta. Afinal, já era tarde.

2 de Março de 1997 – Campo de quidditch.
— O que esse neanderthal está fazendo aqui? — sibilou Sarah, puxando Harry pela manga, assim que viu Cormac McLaggen entrando no campo.
— O jogo contra a Hufflepuff se aproxima e não temos outro goleiro — justificou Harry, soltando-se dela.
— Qualquer pessoa menos ele! — choramingou Sarah — Não tinha hora melhor para o Rony se envenenar, não?
Harry suspirou, vendo que não daria para convencer nem a ela nem a Ginny que olhava o garoto tão fixamente que ele deveria agradecer que uma pessoa não pudesse ser morta com um olhar.
— A Hermione poderia ter garantido que ele ficasse em terceiro lugar — murmurou Sarah para Ginny — Só para o caso de acontecer alguma substituição como hoje.
— Ele já estava muito estúpido — disse Ginny — Os outros perceberiam.
— Ele consegue ficar mais estúpido do que já é? — surpreendeu-se Amber.
— Deixa! O Harry vai ser o que mais vai pagar por essa escolha — murmurou Sarah.
— Tá todo mundo perseguindo o Harry. McLaggen, Brown, Matlock... — contou Amber com os dedos.
— Isso sem contar Voldy e suas paquitas — disse Sarah.
Ginny e Amber não agüentaram e começaram a gargalhar.
— Dá para vocês pararem de fofocar? — gritou Harry, montando na vassoura — Nós viemos aqui para treinar! Vocês querem ou não dar uma lição no Smith depois do que ele falou no último jogo?
Sarah deu de ombros para as outras duas e foi pegar a caixa com as bolas.
— Eu consigo dar uma lição nele sozinha... — elas a ouviram resmungar.
— Se Smith vai jogar na partida contra a Hufflepuff, quem vai comentar o jogo? — observou Amber.
— Luna — respondeu Ginny.
— Isso vai ser interessante... — disse Amber, pensativa.
— Vamos ter que jogar as bludgers no público ao invés do comentarista — murmurou Ginny, imaginando os comentários preconceituosos que viriam.
— Anda logo, Sarah! — gritou Harry e elas acharam melhor se unir ao resto do time.
Afinal Harry parecia bem estressado com McLaggen tagarelando no seu ouvido.

2 horas depois na Ala Hospitalar.
Sarah sentou-se ao lado de Rony que estava imóvel com os olhos fechados.
— Sou eu, Ron. Não precisa fingir que está dormindo — disse Sarah, divertida.
Rony suspirou aliviado e abriu os olhos.
— Por que não termina logo com ela? — perguntou Sarah.
— Toda vez que eu tento, ela começa a chorar e eu não sei como agir quando uma mulher chora — disse Rony, exasperado.
— Correção: você não sabe agir com mulheres — retrucou Sarah.
— Me dá um desconto, Sarah. Ela foi a primeira que quis ficar comigo e depois do que a Ginny disse sobre eu nunca ter beijado ninguém — murmurou Rony.
— Você deveria ficar com uma pessoa por gostar dela e não para acrescentar à sua lista — disse Sarah.
— A garota que eu gosto, gosta de mim só como amigo.
— E como pode ter certeza disso?
Rony ficou em silêncio, olhando para o teto.
— Quando você sair daqui, não vai conseguir se livrar da Lavender — observou Sarah.
— Não me lembre disso — ele resmungou.
As portas da Ala Hospitalar se abriram e Rony voltou a fingir dormir.
— Sou eu, Ron — disse Hermione, levemente exasperada.
— Bem, eu vou indo. Vim do treino só para dar um oi, mas preciso urgentemente de um banho — disse Sarah, levantando-se e saindo da Ala Hospitalar, vendo como Hermione acariciava os cabelos de Rony.
Enquanto caminhava até o Salão Comunal, esbarrou com um setimanista.
— O que... Ah! É você! — disse com o máximo desprezo que pôde reunir.
— Ei! Não deixe a sua opinião sobre McLaggen ou Griffiths mudar a sua visão sobre mim — disse Aaron Bradley.
— Ah! Você era amigo também do monitor que tentou beijar a minha melhor amiga a força? Isso fica cada vez melhor! — ironizou Sarah, tentando voltar a andar, mas ele impedia o caminho pela escada.
— O que eles fizeram não tem nada a ver comigo.
— Diga-me com quem andas e te direi quem és. Nunca ouviu essa frase?
— Além de marrentinha, também é filósofa.
— Saia da minha frente, seu energúmeno!
— Se não o que?
Sarah deu as costas para ele e se apressou para descer as escadas, pegando outro caminho. Ele foi atrás dela, mas um raio verde o fez dar um grito pouco masculino. Sarah virou-se e viu Ginny sorrindo ironicamente com a varinha em mãos.
— Ooops! Desculpe! — disse Ginny, angelicalmente.
Sarah aproveitou a distração para correr para perto do quadro da Fat Lady e dar a senha.
— Nunca se meta com um Weasley — avisou Ginny com um olhar mortal, antes de seguir Sarah para dentro do Salão Comunal.

8 de Março de 1997.
Harry despediu-se de Sarah e Amber no café da manhã já que iria visitar Rony antes de ir para o campo de quidditch, já que a Madame Pomfrey não lhe permitiu assistir ao jogo.
— Fred e George te responderam? — murmurou Amber, enquanto elas andavam até o estádio.
— A edição que temos agora é a 8ª edição. A anterior parou de circular no ano de 1964. Temos 33 anos para analisar nos arquivos — respondeu Sarah.
— Isso não vai ser nem um pouco fácil — murmurou Amber.
— Eu nunca disse que seria. Por que Hogwarts não tem um anuário? Seria bem mais fácil!
— O máximo que tem é a lista monitores-chefes e prêmios na sala dos troféus, lista dos monitores e times de quidditch na sala dos chefes das casas, e fichas de detenção na sala do Filch.
— Slughorn não guarda nenhum arquivo sobre os estudantes que passaram pelo clube dele? Pode ser qualquer um. Alguém que ele chamou uma vez e depois desistiu como Neville ou alguém que se destacou, mas não alcançou um cargo alto como no Ministério.
— Esquece! A gente pede para Harry nos contar quando descobrir no final do ano.
— Não seja pessimista! Eu vou falar com a minha mãe... Talvez ela consiga alguma coisa.
— Ou tentamos ir para Room of Requirement e pedimos o arquivo de todos os alunos de Hogwarts. Não sei se é proibido.
— Bom, temos informações inúteis. Um: era homem. Dois: provavelmente mestiço pelo seu nome. Três: era bom em poções. Quatro: estudou entre 1964 e hoje.
— Cinco: esse livro é usado somente no 6º ano. Seis: provavelmente entrou no clube do Slug.
— Isso não ajuda em porra nenhuma!
— Tudo bem... É impossível que ele tenha estudado em Hogwarts nos últimos 10 anos, porque a própria capa indica isso. Eu arriscaria uns 20 anos, mas não poderia ter certeza.
Elas pararam de falar quando se dirigiram ao vestiário da Gryffindor, onde a maioria do time, inclusive McLaggen, já estavam lá esperando a hora do jogo. Já haviam pessoas sentadas na arquibancada e todos estavam se dirigindo para lá.
— O que ela está fazendo aqui? — disse McLaggen com desprezo para Astoria que tinha acabado de entrar.
— Para ver você é que não é — retrucou Astoria, depois virou-se para murmurar para Amber — Malfoy está aproveitando os jogos de quidditch para ir até a Room of Requirement e eu não tenho ideia do que ele está fazendo. Falei com Myrtle, mas ela não quis me dizer nada.
— Eu tive uma ideia: tente encontrar um padrão nas visitas dele até lá. Entre na Room of Requirement antes dele, assim ele não vai conseguir entrar também — aconselhou Amber, em voz baixa para que os outros não escutassem.
— Ele já deve estar lá agora — murmurou Astoria.
— Então tente chegar antes. Pegue um atalho pelo quadro de Falco Aesalon no 4º andar, entre Malodora Grymm e Derwent Shimpling. Dá no corredor ao lado da gárgula que guarda a Room of Requirement. A senha é Peridéxion.
— Nem vou te perguntar como você sabe disso — murmurou Astoria, antes de sair correndo.
Assim que ela saiu de vista, Harry entrou atrasado e vestiu-se rapidamente, dando explicações a Ginny como se eles fossem namorados, o que divertiu Amber.
— O que houve? — perguntou Amber para Ginny, enquanto o time saía.
— Ele encontrou Malfoy com duas namoradas — respondeu Ginny, montando a vassoura.
— Namoradas? — perguntou-se Amber.
Se fosse Pansy ou Daphne, ele teria falado. Então, eram alunas as quais ele não tinha muito contato, mas considerando a fama de galinha de Malfoy, Amber resolveu concentrar-se no jogo.
Assim que saíram do vestiário, McLaggen deu ordens a Sarah e Coote, antes que Harry o cortasse, mandando-o para o gol. O jogo começou. Luna não lembrou o nome do chaser da Hufflepuff e McGonagall a corrigiu, McLaggen se concentrou mais em criticar os outros jogadores do que defender o gol, fazendo Harry se irritar, os dois discutiram.
A Gryffindor estava com setenta pontos e a Hufflepuff com quarenta quando McLaggen arrancou o bastão de Coote para lhe demonstrar como rebater uma bludger direito.
Amber ouviu os gritos de Harry para McLaggen e virou-se no momento em que McLaggen rebateu uma bludger para Harry, fazendo-o cair da vassoura. Ela ouviu gritos, mas não se importou com isso. Estava concentrada demais em McLaggen.
Ouviu o sangue correr pelos seus ouvidos. Coote e um jogador da Hufflepuff pegaram Harry antes que ele alcançasse o chão, Madame Hooch apitou e todos os times desceram para socorrer a Harry. Todos pareciam preocupados demais com Harry para se dirigir a McLaggen, mas Sarah não. Ela estava discutindo com ele, quando ele levantou a mão para lhe dar um tapa no rosto. Isso foi a gota d’água para Amber que já estava explodindo.
— Ideoque omni malo quod intulerat — sussurrou Amber, segurando o braço dele com força.
Amber empurrou-o no chão, batendo em todos os lugares que conseguia com toda a força possível e McLaggen só podia levantar o antebraço para se proteger, enquanto gritava de dor.
— Amber! Para com isso! — gritou Sarah, assustada.
— Como você se atreve a jogar uma bludger no meu irmão? — ela gritou, descontrolada — Como se atreve a quase bater na Sarah? Quem você pensa que é, seu merda? Você é tão covarde a ponto de bater em uma mulher?
Ela continuou ouvindo os gritos de McLaggen, de Sarah pedindo ajuda e logo sentiu várias pessoas tentando afastá-la de McLaggen, apesar de sentirem a mesma revolta que ela.
— Estupefaça — disse Sarah, apontando a varinha para ela, fazendo-a desmaiar — Me desculpe.
— Vamos deixá-lo aí — disse Ginny para o resto do time, referindo-se a McLaggen — O jogo não acabou. A Madame Hooch está pedindo para a gente voltar.
O time reclamou um pouco, eles não poderiam continuar sem um seeker, mas era melhor tentarem do que se renderam tão facilmente. Coote se ofereceu, sem vontade, para levar McLaggen a Ala Hospitalar, enquanto Ginny e Sarah levavam a Amber, e Demelza se ofereceu para pedir mais tempo a Madame Hooch.

10 de Março de 1997.
Amber abriu os olhos e viu a característica cor branca da Ala Hospitalar. Ela se apoiou pelos cotovelos, tentando ver ao redor e pela janela viu que era de madrugada.
— Pelo que aconteceu na última vez, eu pensei que você demoraria mais tempo para acordar — sussurrou Sarah, ao perceber que ela estava acordada.
— O que...? — ela começou, mas sua garganta estava doendo.
— McLaggen foi para o St. Mungos — explicou Sarah — Os pais dele estão aqui exigindo explicações, mas todo o time da Gryffindor mostrou as memórias do que ele fez na Pensieve de Dumbledore e eles não puderam falar nada.
— Dumbledore não mostrou quando você o amaldiçoou — sussurrou Ginny do outro lado da cama — Ele disse que isso poderia lhe causar problemas no ministério, eles poderiam te considerar descontrolada e inapta a estudar em Hogwarts.
Amber sentiu os olhos se aguarem e começou a chorar.
— Eu não queria ter feito isso — ela soluçou — Mas eu estava com raiva, não pude me controlar.
— Eu te entendo perfeitamente — disse Ginny, levantando-se para andar pelo corredor de macas.
— Com tudo o que tem acontecido ultimamente, todos estão pensando que McLaggen foi atacado como Katie ou Rony e nem Dumbledore nem McGonagall desmentiram isso — contou Sarah.
— Mas eles me viram perto de McLaggen, me viram batendo nele — disse Amber.
— Sim, mas só isso. A causa do coma dele... — ela parou de falar, fazendo Amber arregalar os olhos — Não foi porque você bateu nele e todos estavam com raiva pelo que ele fez. Não tem como provarem que foi você.
Amber respirou fundo e voltou a se deitar.
— Eles são tão amigos que ficam juntos até na Ala Hospitalar — brincou Ginny, do lado de Harry.
— Não os acorde — pediu Amber — O último que preciso é mais gente preocupada.
Sarah trocou um olhar culpado com Ginny, antes de também se levantar assobiando para ficar do lado de Rony.
— Sarah — disse, alongando a letra A — O que você fez?
— Contei a minha mãe e Oliver — confessou Sarah, com uma cara culpada.
— Marlene está nas missões e Oliver está no meio do campeonato. Você não devia ter feito isso! — reclamou Amber — Foi só um descontrole de magia. Nada demais!
— Seus olhos ficaram estranhos — contou Ginny — O tempo fechou literalmente, começou a ventar muito e eu juro que vi uma luz em volta de você.
— Harry ficou com crânio rachado — disse Sarah, mudando de assunto — Rony gostou de ter uma companhia a mais.
— Eu vou quebrar o crânio dele também — resmungou Amber.
— Não ficou feliz que Harry tenha se machucado — esclareceu Ginny, divertida — Quer dizer, eu acho.
Sarah deu uma risada abafada. Nesse momento, Astoria entrou furtivamente na Ala Hospitalar.
— Oi, Amber. Eu soube o que aconteceu — disse Astoria — Eu tentei vir ontem, mas a Madame Pomfrey não me deixou entrar.
— Tudo bem. Você estava ocupada impedindo o Malfoy de fazer sabe-se lá o que — disse Amber, dando de ombros.
— Fiquei lá o dia inteiro e consegui impedi-lo de entrar — contou — Mas quando a noite caiu fiquei com medo de ele estar me esperando ainda. Então eu pedi para a Room of Requirement para me dar uma saída alternativa que deu diretamente no 4º andar, onde eu fiquei na biblioteca para disfarçar até ela fechar. Depois disso não pude impedi-lo de entrar, se é que ele ainda estava lá.
— Harry me disse que ele estava com duas namoradas — disse Ginny e Amber teve vontade de se bater, ela não tinha dito isso porque sabia da paquera que Astoria tinha por Malfoy.
— Eu nunca as vi na minha vida — disse Astoria, contendo um sorriso — Mas tive a impressão de que elas agiam exatamente iguais a Crabbe e Goyle.
— Acha que ele está usando Polyjuice Potion? — perguntou Sarah, com o cenho franzido.
Astoria deu de ombros.
— Qual foi a versão oficial do fato de eu estar na enfermaria? — perguntou Amber.
— Você ficou estressada, preocupada pelo Harry. Acontece nas melhores famílias — disse Sarah, não dando importância para isso.
— Madame Pomfrey deixou vocês ficarem até essa hora?
— Claro... Que não.
Amber negou com a cabeça, divertida.
— E o Filch? — perguntou.
— Estamos dentro da enfermaria, não fora — disse Ginny — E ele não teria motivos para entrar, ele pega a Madame Pince. Por isso ela deve fechar a biblioteca tão cedo.
— Essa é uma imagem mental que eu não precisava — reclamou Sarah.
— Vocês deveriam descansar — disse Amber, sorrindo de lado.
— Não estou com sono — disse Sarah — E daqui a pouco vai dar a hora de todos acordarem mesmo...
— A parte boa desse ataque de Rony foi que Hermione voltou a falar com ele — disse Ginny, olhando para o irmão que dormia com a boca entreaberta.
— Acham que a Madame Pomfrey vai me manter aqui por muito tempo? — perguntou Amber, com medo.
— Ela só vai ver se sua magia está estabilizada, mas hoje é Segunda e duvido a professora McGonagall permitir que você perca aulas sendo que está bem — disse Sarah.
— Ela ia preferir que Amber estivesse cem por cento — contradisse Astoria.
Elas ouviram um barulho no escritório da Madame Pomfrey, se entreolharam e saíram correndo a tempo de evitar a enfermeira entrando na Ala Hospitalar. Amber voltou a se deitar, fechando os olhos e fingindo estar dormindo.
Em algum momento desse fingimento, ela acabou realmente caindo no sono.


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Notas finais do capítulo

Eu fui pesquisar e as paquitas foram lançadas em 1989, ignorando o fato de que elas são brasileiras podemos acrescentar na fanfic.
Eu ia comentar sobre Percy Jackson em um capítulo da 2ª temporada, mas como não existia Percy Jackson em 1995/1996, achei melhor não falar nada.
Falco Aesalon, Malodora Grymm e Derwent Shimpling aparecem nos sapos de chocolate, mas eles provavelmente não são quadros de Hogwarts. Eu procurei na internet, mas não existe nenhum post falando quais são os quadros.



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