Laços de Guerra - 3ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 13
Capítulo 13 - Poções úteis e Ginny is free




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11 de Março de 1997.
Quando acordou foi porque ouviu vozes ao redor dela e sentiu uma dor incômoda no lado do pescoço.
— Amber, está acordada? — ela ouviu Marlene sussurrar.
— Eu vou matar a Sarah — resmungou, enquanto se virava para o outro lado, fazendo Marlene e outras pessoas que estavam lá rirem.
Amber piscou várias vezes, tentando se acostumar à claridade.
— Por quanto tempo eu dormi agora? — não saiu mais que um murmuro.
— Um dia — respondeu Hermione, levantada do lado de Marlene.
— Se queria fazer companhia a seu irmão chegou um pouco atrasada já que Harry e Rony foram liberados ontem — brincou Hannah do outro lado da cama.
— Que merda — reclamou, sentando-se lentamente — Eu acabei dormindo quando vocês fugiram da Madame Pomfrey.
— E Sarah teve a sorte de dar de cara com o Filch — observou Hannah, divertida.
— Tinha que ser! A segunda pessoa com a pior sorte que eu conheço — disse Amber.
— Se você dormiu é porque ainda tinha energias a recuperar — disse Marlene, sabiamente — Aproveitei para conversar com Dumbledore. Ele me contou o que aconteceu e pediu para que, quando a Madame Pomfrey lhe liberasse, para ir conversar com ele.
Amber suspirou, já esperava algo assim.
— É melhor eu ir, tenho aula de Spells agora. Melhoras, Amber — despediu-se Hannah, levantando-se para sair com Hermione que também tinha aula agora.
— Eu vou avisar a Harry que você acordou — disse Hermione, antes de seguir Hannah.
— Eu não vou dizer nada, pois creio que o professor Dumbledore dirá o suficiente por nós dois — disse Marlene e levantou o rosto para a porta — Olhe só quem chegou.
Amber escondeu o rosto no lençol quando viu que era Oliver. Definitivamente, iria matar Sarah.
— Você devia se preocupar por Harry. Ele quem teve o crânio rachado aqui e não eu — reclamou para Marlene.
— Às vezes eu envio umas cartas para ele. Remus não tem tido a oportunidade — disse Marlene, antes de sair pela porta aberta.
— Eu estou bem — disse Amber em voz alta, antes que Oliver dissesse qualquer coisa — Você joga quidditch, sabe como é.
— Nós dois sabemos muito bem que não foi ferimento causado pelo quidditch — retrucou Oliver, com os braços cruzados.
— Mas foi conseqüência de um jogo — respondeu Amber, tirando o rosto do lençol e dando o sorriso mais inocente que ela conseguiu, fazendo-o rir — É sério, vocês não deveriam ter se preocupado tanto. Foi exagero da Sarah!
— Nós não escolhemos se vamos nos preocupar ou não — disse Oliver — Simplesmente nos importamos com quem amamos.
— Eu volto mais tarde.
Amber começou a gargalhar ao ver Harry dar meia volta e sair andando para fora da Ala Hospitalar.
— Suponho que poderia ser pior — murmurou Oliver, divertido — Eu sou simplesmente insuportável com os namorados da minha prima. Só que eu não consegui espantar o último e o pior é que ele joga no time.
— Não entendo a necessidade de vocês homens de acharem que não podemos nos proteger — disse Amber.
— É uma prova. Se você passa, nós te deixamos em paz — explicou Oliver.
— A prova é tentar assustar o namorado?
— Exatamente!
— É irritante do mesmo jeito.
Oliver olhou para a porta aberta da enfermaria rapidamente, antes de se virar de volta para ela.
— Ela vai ser tipo minha sogra? — perguntou referindo-se a Marlene.
— Considerando que ela me cuida desde que eu sou criancinha... — Amber deixou a resposta inconclusa — Não reclama. Eu não tenho padrinho.
Oliver levantou uma sobrancelha para a mentira e ela desviou o olhar.
— Você pode ter tantas folgas no quidditch assim? Ô vida boa! — disse Amber, mudando de assunto.
— Eu só dei uma folga três vezes esse ano — disse Oliver — Agora, o passeio para Hogsmeade e a festa de Slughorn.
— E quando você vai ter férias? — perguntou Amber.
— Talvez... Hã... — ele parou para pensar um pouco — Em Julho, eu acho.
— Você acha — repetiu Amber.
— Dá um tempo, Amber. A gente tem que ganhar esse campeonato.
— Tem a Copa do Mundo de 4 em 4 anos, a copa dos times da Grã-Bretanha e a copa dos times da Inglaterra. Os times da Inglaterra ocorrem no primeiro semestre e os da Grã-Bretanha ocorrem no segundo. Não duram tanto tempo assim, Oliver. Você não acha que está exagerando?
— Nós vamos tirar férias. Talvez uns três meses antes da copa da Grã-Bretanha. Só que você esqueceu da copa da Europa. Eu nunca disse que seria fácil namorar com um jogador de quidditch!
— Eu não acho difícil.
Amber olhou por cima do ombro para o escritório da Madame Pomfrey e voltou a olhar para ele.
— Acho que a Madame Pomfrey não vai se importar se eu cumprimentar o meu namorado.
Ele também sorriu cúmplice e eles se beijaram.

13 de Março de 1997.
— Você não voltou a tentar pegar a memória de Slughorn? — perguntou Amber, enquanto colocava o casaco.
— Estive ocupado — desculpou-se Harry, parecendo envergonhado.
— Hepzibah deve ser parente daquele insuportável da Hufflepuff. Sinceramente, só entrou porque é descendente.
— Amber, se concentra!
— Se o que Dumbledore diz é verdade, o único item que Voldemort nunca deve ter conseguido foi a espada de Gryffindor.
— Mas tem algo de Ravenclaw. O que poderia ser?
— Isso você vai ter que descobrir.
Esse último ela disse dando um tapinha no peitoral de Harry.
— Ei, isso não é justo! — protestou Harry.
— Qual é a senha? — perguntou Amber, fazendo-lhe caso omisso.
— Balas de leite — respondeu Harry, a contragosto.
— Harry, você é extremamente inteligente, não precisa da minha ajuda, da de Hermione ou do Prince. Vai arrumar um jeito, eu tenho certeza! — disse Amber — Mas algum acontecimento que eu deveria saber, fora a desastrosa derrota da Gryffindor sem um seeker, uma chaser e um keeper?
Harry olhou acusador para Amber que tentou sorrir o mais angelicalmente possível.
— Você está andando tempo demais com a Sarah — disse Harry — Bem, Ginny, Dean, Lavender e Rony tiveram uma discussão. Fora isso nada demais!
— Ótimo, te vejo mais tarde, Harry — disse Amber — Finalmente no Salão Comunal.
Dito isso, ela andou para fora da Ala Hospitalar até o escritório do professor Dumbledore.
— Balas de leite — ela disse assim que parou na frente da gárgula, que foi para o lado assim que ela disse a senha.
Subiu as escadas e bateu na porta de madeira, recebendo um “entre” logo depois.
— Me pediu que viesse assim que Madame Pomfrey me liberasse — disse Amber, entrando e fechando a porta.
— Sente-se, Amber — pediu Dumbledore e aguardou até que ela se sentasse em uma das cadeiras postas perante a mesa — Como já deve saber vim para lhe falar sobre o incidente ocorrido no dia 8 de Março com o senhor McLaggen.
Amber só assentiu com a cabeça, esperando a continuação em silêncio.
— O que vou lhe contar, ninguém além de um grupo realmente reduzido de pessoas sabe e agradeceria se permanecesse assim — começou Dumbledore, com o rosto sério e parecendo mais velho do que nunca — Como você sabe eu tenho um irmão, Aberforth, que é dono do Hog’s Head, você teve o prazer de conhecê-lo no ano passado. Eu também tive uma irmã, Ariana. Quando ela era criança, os muggles a viram fazendo magia e lhe obrigaram a lhes ensinar. Como ela não conseguiu, eles a atacaram. Ela ficou traumatizada e desde então tentou manter a magia dentro de si. Muitas vezes ela teve descontroles e soltou essa magia, essas poucas vezes foram desastrosas, por isso minha mãe a mantinha trancada dentro de casa e por isso ninguém sabe sobre ela.
— Eu não entendo... — começou Amber.
— Você é poderosa — recomeçou Dumbledore — Como Lily Mary Evans foi. Haverá vezes como do dia 8 em que você irá se descontrolar, mas você precisa evitar isso ao máximo. As outras pessoas jamais entenderiam se soubessem de Ariana, a trancariam no St. Mungos. Minha mãe temia que a afastassem de nós, a considerassem perigosa, por isso nunca contaram ninguém. E por isso eu menti sobre o que aconteceu. O Ministério da Magia poderia ter considerado-a perigosa por causa desses poderes.
— Ginny me disse que poderiam me considerar inapta para continuar estudando em sociedade — disse Amber, timidamente.
Dumbledore levantou-se levemente e começou a andar pela sala.
— Eu sei que você não é perigosa, mas também sei que é muito poderosa — disse Dumbledore — Eu entendo completamente a sua necessidade de proteger àqueles a quem ama e que todos os alunos, creio que sem exceções, ficaram revoltados com a atitude do senhor McLaggen. Mas peço que se controle. Ambos sabemos que brevemente não estarei mais aqui e não poderei protegê-la.
Amber concordou com a cabeça, um pouco mexida com a história da irmã de Dumbledore. Parecia apenas metade do que o professor tinha tido que passar por toda a sua vida.
— Entendi — ela sussurrou.
Dumbledore voltou a se sentar em seu lugar.
— Pode se retirar — disse o diretor, olhando nostálgico para a parede contrária.
— Com licença — sussurrou Amber, levantando-se da cadeira e saindo do escritório logo em seguida.

16 de Março de 1997.
Amber teve um pequeno déjà vu quando percebeu que tinha esquecido seu livro no Salão Comunal e teve que descer para buscar. Mesmo assim se surpreendeu ao ver que Harry, Rony e Hermione ainda estavam lá.
— Vocês ainda estão aqui? — ela perguntou, interrompendo a conversa entre eles.
— Eu estou tentando terminar essa redação do Snape — disse Rony, mal humorado — Primeiro eu uso uma pena com defeito, depois aparecem Dobby e Kreacher, me fazendo derrubar a tinta na minha redação inteira.
— Dobby e Kreacher? — repetiu Amber.
— Harry pediu para que eles seguissem Malfoy — disse Hermione com um tom reprovador.
— E descobriram algo útil? — perguntou Amber, desinteressada, enquanto procurava o seu livro.
— Malfoy está usando a Room of Requirements, por isso não aparece no mapa — disse Harry — E Crabbe e Goyle estão usando Polyjuice Potion.
— Bem, Harry, se vocês quiserem continuar discutindo sobre isso... Mas acho que deveria se concentrar em pegar aquela memória de Slughorn — disse Hermione, se levantando e indo em direção às escadas do dormitório feminino — Boa noite.
— Você não parece muito surpresa — acusou Harry, olhando para Amber.
— De Malfoy eu não duvido mais nada — disse Amber, sem expressão, enquanto afastava uma almofada do sofá.
— Ouvi você conversando com Ginny, Sarah e Greengrass outro dia na Ala Hospitalar — Harry comentou casualmente — Mas estava mais adormecido do que acordado. Só agora que estive conversando com Rony e Hermione que me lembrei do que vocês disseram sobre isso.
— Harry está planejando entrar para ver o que Malfoy está dizendo — interrompeu Rony.
— Astoria só conseguiu porque entrou antes de Malfoy, você não vai conseguir entrar com Crabbe e Goyle vigiando, e se Malfoy não quiser ser encontrado — disse Amber.
— Foi a mesma coisa que Hermione disse — disse Rony.
— Você está investigando sobre o Malfoy e escondendo de mim — disse Harry para Amber, frustrado.
— Eu acho que Hermione tem razão. Você deveria se concentrar na memória de Slughorn — disse Amber, puxando o livro de debaixo do sofá — Você já está o obcecado o suficiente e não levou tanto tempo assim para chegar na mesma conclusão que nós chegamos.
— Demorei seis dias depois de você. Isso faz a diferença! — retrucou Harry.
— Por que você está investigando Malfoy? — perguntou Rony, com o cenho franzido — Vocês nunca tiveram a rivalidade que ele tem com Harry. Não que vocês sejam amigos, mas... Ele te deixa mais em paz.
— Não sou eu quem está o investigando, é a Astoria — disse Amber, ficando irritada.
— Mas você ajuda — observou Rony.
— Eu não ajudo, eu só escuto quando ela me fala. Dou as minhas teorias, a mesma coisa que Hermione faz com o Harry — retrucou Amber — Amanhã nós temos aula e eu estou com os deveres atrasados. Tenho que ir, boa noite.
Antes que eles pudessem dizer qualquer coisa, ela subiu as escadas do dormitório feminino de novo.

17 de Março de 1997.
A cena que Amber presenciou ao voltar para o Salão Comunal da Gryffindor foi Sarah aparentemente mal humorada resmungando, enquanto Ginny gargalhava dela.
— O que houve? — perguntou a ruiva.
— Ela está com raiva porque os seus colegas vão para Hogsmeade por causa das aulas de aparatação e ela não pode nem pisar lá — disse Ginny, ainda rindo.
— Isso não tem graça nenhuma! Mal pude conversar com o Fred direito por causa do ataque ao Ron — reclamou Sarah.
— Claro, porque você queria conversar — ironizou Ginny.
Sarah lhe lançou um olhar atravessado que Ginny recebeu com um sorriso irônico.
— Parem de brigar vocês duas! — interrompeu Amber.
— Eu não entendo porque só as pessoas que vão fazer 17 anos em Junho podem fazer as aulas complementares — disse Ginny.
Sarah e Amber deram de ombros sem saber o que responder.
— Suponho que as aulas aqui em Hogwarts foram apenas uma noção básica — disse Amber.
— Estou entediada, vamos para as cozinhas? — sugeriu Sarah.
Como elas não tinham nada melhor para fazer concordaram. Foram andando pelo corredor até que esbarraram em uma Tonks prestes a chorar.
— Ei! — exclamou Sarah, parando-o no meio do caminho — O que aconteceu?
— Nada, não se preocupe — disse Tonks, mas ela evidentemente não estava bem e voltou a sair andando rapidamente.
— Eu vou atrás dela — disse Sarah, trocando um olhar com Amber, antes de correr atrás dela.
— Eu perdi alguma coisa? — perguntou Ginny, confusa.
— Eu vou te contar, mas isso vai ficar entre nós. Você não pode contar nem para a Hermione — disse Amber, puxando-a para elas continuarem indo para a cozinha.

21 de Março de 1997.
Amber decidiu não interromper o diálogo do Golden Trio, mas Harry foi conversar com ela antes da aula de Potions.
— Aragogue morreu — contou Harry, fazendo Amber estremecer — Hagrid queria que nós fossemos para o enterro.
— Obrigada, mas eu passo — declinou Amber, apressando-se para as masmorras.
— Não tem como ir. Vai ser ao anoitecer — disse Harry — E o castelo está todo protegido.
— Parece uma prisão de alta segurança. Me sinto sufocada!
— Eu vou falar com Slughorn.
— De novo?
— Se não der certo eu uso Felix Felicis.
— Isso é uma boa ideia!
— Que você poderia ter me dado. Teria economizado a bronca que Dumbledore me deu.
— Quem te deu essa ideia? Hermione?
— Rony.
— Quem diria!
Eles se calaram quando chegaram na porta de Potions. Como hoje era dia da prova para aparatação, somente eles, Ernie e Malfoy estavam na aula.
— Muito jovens para aparatar? Não tem dezessete ainda? — perguntou Slughorn, solidário.
Todos negaram com a cabeça.
— Ah, bem — começou Slughorn animado — Como nós somos tão poucos, nós faremos algo divertido. Eu quero que vocês todos me preparem uma poção para diversão!
— O que você quer dizer com “para diversão”? — perguntou Malfoy, irritado.
— Me surpreenda! — disse Slughorn ainda animado.
Amber procurou desanimada no livro alguma poção que ela pudesse fazer. A primeira que lhe vinha na cabeça era a Poção para Cura Avançada, mas ela demorava 1 dia para ser preparada.
“Ah! Vou com a Poção Darativa mesmo...” pensou, enquanto lia a lista de ingredientes.
240 gramas de bezoar, 40cm² de pele de erumpente, 300g de menta, ¼ de coração de crocodilo recentemente adquirido...
“Professor Slughorn, o senhor teria o coração de um crocodilo aí?” pensou ironicamente, rindo só da possibilidade de perguntar isso ao professor. Essa poção não daria para fazer...
Ela não planejava cortar 1 centímetro da sua pele para fazer uma poção para envelhecer e uma poção do engano também tinha alguns ingredientes que Amber duvidava que tivessem todos, mesmo no armário do professor Snape.
Suspirou, isso não seria nada fácil. Começou a pensar em todas as poções que conhecia e não estavam no livro. Tinha o Antídoto para Amortentia (doce ironia), mas provavelmente não tinha ovos congelados de chizácaro no armário de poções, já que Hagrid só daria essa matéria no ano seguinte. Harry já estava fazendo uma Poção para Animar (garoto esperto).
— Algum problema, senhorita Potter? — perguntou Slughorn provavelmente percebendo a cara fechada dela.
— Não, professor — disse Amber, por fim, contendo o riso.
As poções dos anos anteriores eram simples demais, em contra mão as mais avançadas tinham ingredientes que não normalmente encontrados em uma escola de magia.
Olhou para o relógio e já tinha perdido cinco minutos nessa indecisão. Prometendo-se comprar todos os ingredientes que conseguisse quando chegasse o próximo ano, fechou o livro, decidindo-se por uma Poção HipsBlas. Não era muito “divertido”, mas era o que dava para fazer...
Ela levantou-se para pegar alguns ingredientes no armário do professor e também procurou outros no seu kit, apressando-se para começar a poção o mais rápido possível O tema era livre, mas foi a poção mais difícil de fazer, considerando a pouca variedade de ingredientes.
— O tempo acabou! — anunciou Slughorn, faltando uma hora e meia depois.
Amber afastou-se do caldeirão, se sentindo levemente frustrada. Não tinha nem coragem para olhar para o resultado final quando mexeu pela última vez no sentido horário.
Só podia morder as unhas nervosa enquanto Slughorn olhava o resultado dos outros. Ernie havia tentado inventar uma poção, sem sucesso, e Malfoy tinha feito uma Poção de Solução “passável”, de acordo com Slughorn.
— Como conseguiu fazer com meia hora de adianto, considerando que leva duas horas para ser feita? — perguntou Slughorn, ao parar no caldeirão de Amber — Está perfeita!
Amber suspirou aliviada ao ver que a poção tinha adquirido o tom roxo-escuro que o livro descrevia.
— Bem, ora, isto aprece absolutamente maravilhoso. Euforia, eu creio? E o que é que eu cheiro? Huuuuum... Você adicionou um galho de hortelã, não foi? — começou a dizer Slughorn quando se dirigiu a Harry.
Olhando para o relógio da parede, Amber decidiu colher um frasco da poção (vai que seria útil um dia) e depois limpou o caldeirão, guardando os materiais. Saiu rapidamente assim que o sinal tocou, não queria ver mais uma tentativa fracassada de Harry para sacar a memória de Slughorn.
— Esperava mesmo que ele bebesse a poção? — perguntou Amber, sentada no Salão Comunal com a almofada no colo.
— Eu sei, foi idiota — resmungou Harry.
— E aposto que você parecia desesperado — retrucou Amber.
Nesse momento, Rony e Hermione entraram no Salão Comunal. Rony estava cabisbaixo e jogou-se em uma das poltronas, enquanto Hermione estava bem animada. Já dava para saber o resultado das provas.
— Harry, eu passei! — disse Hermione.
— Ótimo. E Ron? — perguntou Harry, sem ter percebido a chegada de Rony.
— Ele... Ele falhou — disse Hermione, o sorriso desaparecendo.
Nesse momento, Harry percebeu Rony sentado na poltrona e Hermione desatou a explicar que ele não tinha passado por meia sobrancelha que ficou para trás.

22 de Março de 1997.
Amber teve o desprazer de acordar com Sarah e Ginny pulando em sua cama na manhã seguinte.
— Arg! — reclamou, tentando tampar os ouvidos com o travesseiro — O que deu em vocês?
— Precisamos fazer uma festa — gritou Sarah, caindo sentada — Ginevra Molly Weasley está solteira!
Agora sim Amber levantou-se bruscamente fazendo Ginny quase cair no chão.
— Terminou com o Dean? — perguntou Amber, confusa — Mas você está feliz.
— Ele beijava bem, mas ele era muito controlador — disse Ginny, sentando-se do lado de Sarah — Ontem ele me empurrou no porta-retrato. Dá para acreditar? Ele sempre agia como se eu não soubesse andar sozinha.
— Eu te digo o que faremos: comeremos chocolate desesperadamente, mas não vai dar para ver filme meloso porque não temos tecnologia em Hogwarts — disse Sarah.
— Porque ela parece muito depressiva — ironizou Amber.
Ginny fingiu exageradamente chorar, enquanto Sarah a consolava.
— Eu mereço — resmungou Amber, rindo, enquanto voltava a se jogar de costas na cama.
— Para de moleza! Vamos levantar! — disse Sarah, bancando a sargenta e puxando-a pelo braço para fora da cama.
— Nada de Hidromel nem Fire Whisky — advertiu Ginny.
— Eu sei — disse Sarah, “ofendida” — Só bebi uma vez.
— E é algo memorável — zombou Amber.
Sarah fuzilou-a com o olhar com um leve rubor no rosto.
— Isso é uma história que eu gostaria de ouvir — disse Ginny, divertida.
— Foi durante um feriado em Beauxbatons — começou Amber — Estávamos no ano anterior ao que chegamos a Hogwarts.
— Não, não! — começou a gritar Sarah.
Pela primeira vez desde que acordou, Amber olhou em volta. Já que estranhava não terem reclamado da bagunça que elas fizeram. Nem Hermione nem as outras duas estavam, deu de ombros e continuou falando, enquanto tentava afastar Sarah:
— Uns garotos do sétimo ano desafiaram a Sarah a beber vários copos de diferentes bebidas com os olhos vendados.
— Sorte que não tinha nenhuma pegadinha — disse Ginny — Os meninos são capazes de tudo nessa idade e você trollando todo mundo era bem capaz de quererem se vingar.
— Quem disse que não tinha? Tinha um copo em que eles espremeram pimenta com molho de tomate — disse Sarah, fazendo uma careta.
— Mas isso foi só no começo, depois eles colocaram bebidas alcoólicas — contou Amber — E ela ficou completamente bêbada. Marlene ficou furiosa quando soube.
— Não quero nem saber o que aconteceu com esses garotos — disse Ginny, fingindo um arrepio de medo.
— Fiquei com uma dor de cabeça dos infernos — murmurou Sarah, colocando a mão na testa.
— Você tinha o que? 12 anos? — perguntou Ginny.
Sarah parou para pensar antes de negar com a cabeça.
— Eu faço aniversário em 29 de Março, quando fizemos isso foi 14 de Julho, Fête Nationale de La France — explicou — Eu já tinha feito 13 anos.
— Dois anos e você ainda se lembra como falar francês — disse Ginny, impressionada.
— Eu vivo na França desde que nasci. Apesar de aprender inglês, francês é minha segunda língua — disse Sarah.
— Mas ela é tão teimosa que a primeira palavra que ela disse foi em inglês — disse Amber.
— Minha mãe não teve a bondade de registrar qual foi a primeira palavra da Amber — resmungou Sarah.
— Talvez pelo fato de que ela nasceu um ano antes de você e provavelmente sua primeira palavra foi em Godric’s Hollow? — ironizou Ginny.
— Nem sei para que tudo isso. As crianças normais falam “mamãe” ou “papai” na primeira vez — disse Amber, revirando os olhos.
— Os gêmeos quebraram um vaso, eu vi tudo. Aí a minha mãe perguntou quem fez isso e eu respondi: “Jojie” — disse Ginny.
— O que veio primeiro? A bronca ou a comemoração? — perguntou Sarah.
— A comemoração, é claro. E isso deu tempo para eles fugirem, mas a mamãe logo foi atrás — disse Ginny, sorrindo inocente.
— Que orgulho! Aprontando desde criancinha — disse Sarah, apertando as bochechas dela, recebendo um olhar mortal.
— Eles nem ficaram chateados, George ficou jogando na cara do Fred que eu o amava mais — disse Ginny.
— O senso de amor dos gêmeos é distorcido — brincou Amber.
— Eles me viam como uma futura parceira — disse Ginny.
— Vocês duas só não são porque não querem — retrucou Sarah — Tem umas mentes geniais e vingativas quando querem.
— Troca o disco — aconselhou Amber, levantando-se da cama — Nós não íamos comemorar a recém adquirida liberdade da Ginny?
— Sim! — gritou Sarah, voltando à animação inicial, levantando da cama e correndo para fora do quarto — Eu vou pegar as coisas!
— Temos aula, vagabunda! — retrucou Ginny.
— Merda! Eu vou matar vocês duas! — gritou Amber, correndo para dentro do banheiro.
— Por mim, eu mato — disse Sarah, entrando no quarto, dando de ombros.
— Claro! Porque a tia Minnie vai amar te ver andando nos corredores sem uniforme e material escolar — ironizou Ginny.
— Estraga prazeres — reclamou Sarah, fazendo biquinho.
— Comemoramos na volta — disse Ginny, puxando-a para fora do quarto.
— Será que eu posso assistir as aulas de pijama? — perguntou-se Sarah.
— Não, a carta diz que tem que trajar uniforme escolar — disse Ginny.
Amber colocou o uniforme e fez sua higiene matinal rapidamente, antes de sair correndo para fora do Salão Comunal. Pegou um sanduíche rápido nas cozinhas para não ficar de jejum e comeu enquanto ia rapidamente para a aula de Spells. Pediu desculpas pelo atraso e sentou-se ao lado do Golden Trio.
— Amber, eu posso falar com você? — perguntou Hermione, delicadamente.
— Já está falando — retrucou Amber, enquanto tentava fazer o dever que Flitwick pediu, transformar vinagre em vinho.
— Amber! — disse Harry, sem entender o porquê da atitude dela.
— Não, tudo bem, Harry — interviu Hermione — Eu queria pedir desculpas, você estava certa.
Amber acabou aceitando as desculpas dela e Harry contou a ela que conseguiu a memória de Slughorn e mostrou-a a Dumbledore na noite anterior.
— Que neve toda é essa? — perguntou Amber, tentando afastar da mesa dela.
Hermione apontou para Rony como resposta, que corou levemente.
— E por que a Brown tá te olhando desse jeito? — voltou a perguntar.
— Harry saiu ontem com a capa da invisibilidade, então Lavender pensou que eu estava sozinho no dormitório com a Hermione e terminamos — explicou Rony.
Amber olhou acusador para Harry, entendendo que Dean não tinha empurrado Ginny e sim ele.
— Engraçado como Ginny e Dean terminaram no dia em que você tomou uma poção da sorte, não? — murmurou, enquanto Flitwick conferia o copo de Hermione.
Harry pareceu empalidecer levemente, mas não respondeu nada porque Flitwick deu uma bronca a ele e Rony por que eles estavam conversando muito.
— Quero ver os três tentarem — disse, ao perceber que Amber também não tinha começado, já que tinha acabado de chegar.
O vinagre de Amber virou vinho imediatamente, o de Harry virou gelo e o copo de Rony explodiu.
— 5 pontos para a Gryffindor, senhorita Potter — disse Flitwick, antes de se virar para Harry e Rony — Lição de casa prática.
— Tudo bem, eu estou apaixonado por Ginny — confessou Harry, no tempo livre de Spells, enquanto Rony e Hermione conversavam, para que não lhe escutassem.
— Finalmente! — disse Amber, olhando para o teto.
— Mas ela é irmã de Rony — disse Harry, tendo uma visível batalha interna.
O buraco do retrato da Fat Lady se abriu e eles viram uma agitação visível.
— Katie! Você voltou! Você está bem? — disse Hermione, feliz.
Amber e Harry olharam, enquanto entravam, e realmente era Katie Bell. Completamente recuperada e cercada de seus amigos.
— Estou realmente bem! — disse Katie, alegre — Eles deixaram-me sair de St. Mungos no domingo, eu fiquei um par de dias em casa com mamãe e com papai e então voltei para cá nesta manhã. Leanne estava justamente me contando sobre McLaggen e o último jogo, Harry...
Amber afastou-se do burburinho, sabia que Harry ia discutir as táticas de quidditch com Katie e que iria perguntar sobre quem lhe tinha entregado o colar.
— Acho que sua carreira no quidditch acabou — disse Sarah, meio desanimada.
— Foi interessante — confessou Amber — Mas Katie merece mais do que eu. Ela fez o teste e passou.
— Ambrose — ela ouviu ser chamada, quando elas estavam se dirigindo para fora do Salão Comunal.
Virou-se e era a própria Katie. Sarah ficou parada, sem saber se sair ou não, por fim decidiu ficar.
— Eu só queria agradecer por ter jogado enquanto estive incapacitada — disse Katie, gentilmente — Ouvi dizer que jogou maravilhosamente. Agora entendo o que Wood viu em você.
Logo depois, ela girou-se para ir com Leanne à aula de Transfiguration.
— Ela gosta do Oliver — afirmou Amber, entendendo a atitude dela no começo do ano.
— Só você que não percebeu isso — disse Sarah.
— Ele nunca deu abertura para ela — disse Susan, aproximando-se delas — Mas fica tranquila, Leanne me disse que o tempo que ela passou no St. Mungos mudou a perspectiva dela. Parece que ela está gostando de outra pessoa.
— Se você se estressar com todas as pessoas que tiverem uma queda pelo seu bofe, vai ficar de cabelo branco — implicou Sarah.
— Bofe? — repetiu Amber, incrédula — É sério isso?
— Tenho que ir para a aula, tchau — despediu-se Sarah, sem responder.
Susan negou com a cabeça divertida, olhando para Sarah enquanto ela se afastava.
— Você tem uma vida bem agitada com uma amiga dessas, não? — perguntou.
— Você não tem ideia... — murmurou Amber.


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