Laços de Guerra - 3ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 10
Capítulo 10 - Já é natal na Leader...


Notas iniciais do capítulo

Okay, título tosco hahaha Mas desde a 2ª temporada os títulos de capítulo estão um porre mesmo, então... Feliz natal adiantado! Eu teria digitado o capítulo mais rápido, só que eu estive completamente distraída. Sentava para escrever e mexia no celular, via TV, enfim... Não conseguia me concentrar.



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21 de Dezembro de 1996.

— Vamos voltar para casa? — perguntou Sarah, enquanto elas se sentavam em um bar muggle, as malas tinham sido minimizadas e escondidas no bolso de Marlene.

— Por pouco tempo — disse Marlene, sorrindo levemente enquanto passava o dedo em volta do copo — Tonks me contou o que aconteceu em Hogsmeade.

Para a surpresa de Amber, Sarah ficou com o rosto completamente vermelho e levantou o cardápio para escondê-lo.

— Hã... É... É que... — gaguejou.

— Ela viu você e Fred saindo do castelo até Hogsmeade já de noite e teve que ajudá-los porque o colega dela não estava tão inclinado a deixá-los ir — disse Marlene, olhando o cardápio fingindo estar interessada, mas com um sorriso de lado.

— Isso você não me contou — disse Amber, sorrindo divertida.

— Você ficou sumida o dia inteiro. Só fiquei sabendo depois pela Ginny que o Harry tinha visto você com o Oliver — defendeu-se Sarah, fazendo Amber corar fortemente.

— Certo... Vocês duas tem muito que me contar — disse Marlene, colocando o cardápio fechado em cima da mesa e levantando a mão para chamar a garçonete.

As três pediram um almoço simples e contaram tudo o que tinha acontecido até o momento, discretamente para que os muggles não ouvissem.

— Estive ocupada com os exames — disse Sarah, tentando enrolar o espaguete no garfo — Os professores tem nos entupido de deveres e a Amber não para de pegar no meu pé.

— Obrigada, Amber — disse Marlene, fazendo carinho no cabelo da filha — Apesar de aprontarmos muito no colégio, nós estudávamos e tirávamos boas notas, sabe dona Sarah?

— Não, vocês tinham a ajuda da minha madrinha e do tio Remus, é diferente — retrucou Sarah, risonha.

— Isso também ajudava, mas não adianta nada pegar a matéria em cima da hora — disse Marlene, olhando como Sarah comia desesperadamente — Meu Deus! Do jeito que ela come até parece que a mãe não alimenta.

— E não alimenta mesmo... — murmurou Sarah.

— Como é que é, Sarah Susan Black? — perguntou Marlene com um olhar fuzilante.

— E não adianta mesmo — Sarah se encolheu — O de pegar a comida, quer dizer, a matéria de última hora.

— Sei... — murmurou Marlene, voltando a comer o que estava em seu prato.

— Vai ter que comprar comida, né. Suponho que a geladeira esteve vazia desde a metade das férias — disse Sarah, tentando desviar o assunto, fazendo Amber soltar uma risadinha.

— Eu tenho ido para casa de tempos em tempos — disse Marlene, dando de ombros — Mas damos uma parada no supermercado antes de chegar em casa. Tá bom assim?

— Mal acabou de comer e já quer mais comida — disse Amber, rindo.

— Eu estou em fase de crescimento, tá bem? — defendeu-se Sarah.

— Sim, crescimento para os lados — zombou Amber, antes de colocar mais comida em sua boca.

Como resposta, Sarah levantou a camisa mostrando a barriga e começou a acariciar.

Marlene deu um tapa na mão dela e abaixou a camisa a força.

— Abaixa isso, Sarah. Que isso! — bronqueou.

Sarah deu de ombros imperceptivelmente e voltou a comer.

— Eu fico imaginando como os seus pais reagiriam quanto ao seu namoro, se estivessem aqui... — disse Marlene para Amber.

— Imagino que a minha mãe acalmaria o meu pai. Não é assim normalmente? — perguntou Amber, sorrindo levemente.

— No meu caso, os dois surtaram e tiveram que se acalmar mutuamente — disse Sarah.

— Eu não surtei! — exclamou Marlene, indignada.

— Surtou depois que o meu pai tentou matar o meu namorado — disse Sarah, sentindo uma leve pontada ao dizer “meu pai”.

— E por que eu surtaria? Eu não era exemplo para ninguém — disse Marlene — Como eu sou sua guardiã legal, acho que tenho o direito de conhecê-lo.

— Madrinha! — reclamou Amber.

— E quando vai conhecer a família dele? — perguntou Marlene.

— Nós estamos namorando, não noivando — retrucou Amber.

— Quem não quer casar, não namora — disse Marlene.

— Só fica — completou Sarah.

— Eu tenho 16 anos! — exclamou Amber.

— Eu não estou dizendo que você vai se casar agora — disse Marlene, rindo do desespero dela — Talvez o relacionamento acabe, quem sabe?

— Olha, se o seu relacionamento acabar já pode culpar a minha mãe por macumba — brincou Sarah.

— Eu só quero assegurar que vocês estejam sendo bem cuidadas. Não estarei aqui para sempre — disse Marlene.

— Não fala isso, mãe! — pediu Sarah.

— Mas é a verdade, Sarah. A guerra chegou e qualquer uma de nós pode morrer a qualquer momento — disse Marlene, seriamente, olhando sem expressão para a mesa — Eu sei que estão em boas mãos com os Weasley.

— É o keeper da Puddlemere United — contou Sarah, ansiosa para mudar de assunto — Oliver Wood.

— Obrigada por dar a ficha completa — ironizou Amber, cruzando os braços.

— Eu vou pagar a conta e a gente vai para podermos conversar mais a vontade — sugeriu Marlene, levantando a mão para chamar o garçom que estava mais próximo.

Elas saíram logo depois e foram caminhando ao modo muggle até os arredores de onde moravam.

— Deu vontade de dar uma cara naquele garçom — resmungou Sarah para Amber.

— Deu para perceber — retrucou Amber.

— Ele estava dando em cima da minha mãe! — justificou-se Sarah.

— E ela o ignorou completamente. Não tem resposta melhor do que ignorar, partir para violência só prova que você notou e se importa — disse Amber.

Não conversaram mais durante a caminhada e antes de chegarem em casa, deram uma parada no mercado muggle.

22 de Dezembro de 1996.

Quando Sarah acordou, mal pôde acreditar que estava de novo em seu quarto, em sua casa, com sua mãe. Era como se nada tivesse mudado e elas tivessem acabado de se mudar para Londres. Infelizmente, as coisas tinham mudado e muito.

Quem dera tudo tivesse sido uma previsão do futuro e ela pudesse mudar tudo o que tinha acontecido, mas ela sabia que não era isso. Até porque os problemas estavam longe de terminar, a guerra tinha acabado de começar.

— Será que eu conto para Hermione que Aritmancy é um ramo de Divination? — ela ouviu Amber perguntar a Marlene, enquanto ela descia as escadas já vestida.

— Deixe-a se iludir — disse Marlene, dando de ombros, enquanto tomava mais um gole da caneca de chocolate quente.

— Você está lendo Divination? — perguntou Sarah, sem conseguir acreditar — Ou conversando com a Brown?

— A inimizade que tenho com a Brown não se estende a Parvati — disse Amber.

— Mas elas são amigas. Diga-me com quem andas e te direi quem és — recitou Sarah.

— Fico feliz que você tenha aprendido os provérbios muggles, mas isso é decisão da Amber — interviu Marlene — E isso não tem nenhuma relação. Lily andava com Snape e ela jamais se meteu com artes das trevas.

— Estou surpresa que Amber queira aprender mais sobre Divination — murmurou Sarah.

— Sarah, profecias existem — lembrou-lhe Marlene.

— Mas isso não significa que todos os métodos funcionem e que a Trelawney seja uma boa professora — retrucou Sarah, sentando-se no sofá.

— Eu nunca disse isso — defendeu-se Marlene, depositando a caneca na mesa de centro.

— Só estava vendo quais coisas bizarras eu terei que ver esse ano no meu quarto — disse Amber — Tem cada coisa esquisita. Eles enxergam sinais na tripa dos animais, ossos da pessoa...

— Eu pagaria um milhão de galeões para ver a Lavender e a Parvati mexendo em tripa de ave — disse Sarah, rindo em voz alta.

— Não tem Feng Shui nem búzios — disse Amber, fingindo estar decepcionada — Mas tem biscoito da sorte.

— Isso deveria ser matéria de 3º ano. É só abrir o biscoito e abrir o papelzinho — disse Sarah — Até eu passaria nessa.

— Têm várias matérias dentro da Divination e eu duvido que Dumbledore permita que se usem tripas ou cadáveres — disse Marlene, olhando divertida para elas.

— Ah, que pena! — reclamou Sarah, realmente decepcionada.

— Você não dorme no mesmo quarto que elas. Vai que a Trelawney pede que elas levem as tripas para o quarto? — retrucou Amber — Não quero nem imaginar o cheiro daquilo.

Sarah se levantou reclamando de fome e foi até a cozinha pegar alguma coisa na geladeira. Marlene deixou escapar um sorriso antes de voltar a beber da sua caneca.

— Como foram as missões para a Order? — se atreveu a perguntar Amber quando Sarah voltou com um sanduíche enorme.

Marlene continuou bebendo lentamente o chocolate até que acabou e ela não teve mais remédio que colocar a caneca de novo na mesa.

— Nada demais — disse despreocupada — Temos que controlar os ataques aos muggles.

— Do jeito que você falou no começo do ano, parecia que Dumbledore tinha designado outra missão para você — disse Sarah.

— Tem designado diversas. Mas só vi Tonks outro dia quando passei em Hogsmeade, foi aí que ela me contou o que aconteceu — disse Marlene, pensativa olhando para o nada — Eu sei que a Hermione está com a sensação de que a Tonks gostava do Sirius, mas eu quero que vocês saibam que isso não é verdade.

— Eu jamais pensaria isso — garantiu Sarah.

— Na verdade, eu estava pensando que ela estava bem próxima do Remus — disse Amber, sorrindo de lado — Inclusive eu disse para Hermione e Ginny que era por outra pessoa.

— De fato, sim — respondeu Marlene, suspirando — Mas ele tem esses complexos idiotas. Eu agradeceria se vocês não comentassem com ninguém.

— Pensei que seria melhor se elas descobrissem sozinhas — disse Amber, fechando o livro que estava lendo antes da chegada de Sarah, já que era evidente que essa conversa iria longe.

— Remus não gostaria se a vida amorosa dele se espalhasse assim. Eu e Molly já sabemos e estamos tentando fazê-lo entrar em razão, mas somos as únicas pessoas que ele escutaria. É melhor não incluir mais ninguém nessa.

— Acho que ele te ouviria mais — disse Sarah — Por que se acontecer alguma coisa a Tonks, você vai saber exatamente o que ele vai sentir.

Marlene assentiu com a cabeça lentamente.

— Infelizmente, nós só percebemos o que temos quando perdemos — ela disse — Aí já não tem mais como voltar atrás.

— Mãe, a culpa não foi sua — disse Sarah, firmemente, se levantando para sentar-se do lado de Marlene.

— Foi sim — disse Marlene, com a voz embargada — Eu devia ter insistido. Procurado provar que Sirius era inocente, mas eu fugi como uma maldita covarde.

— Estava fazendo isso para nos proteger — disse Sarah, abraçando-a fortemente.

— E deixei Harry com os Dursley — continuou Marlene, fungando enquanto descia algumas lágrimas pelo rosto.

— Você não poderia ter feito nada quanto a isso — disse Amber — Foi decisão de Dumbledore.

Mas nada do que elas disseram a consolou e ela continuou chorando abraçada a Sarah que também estava chorando, com menos intensidade do que a mãe.

Elas eram uma família destruída. Uma das milhares de famílias destruídas por Voldemort e seus seguidores.

Mas se dependesse de Amber isso não iria ficar assim.

24 de Dezembro de 1996.

O costume seria arrumar a árvore de natal pelo menos uma semana antes do natal, mas elas se esqueceram disso e só arrumaram a árvore no dia 24. Era a mesma árvore de natal que elas usavam desde sempre e elas sempre ajeitavam ao modo muggle.

— Não mexa nos presentes, Sarah — advertiu Marlene, antes de ir para a cozinha continuar a preparar a ceia de natal.

— Eu? Como você pode pensar isso de mim! — indignou-se Sarah, mas era evidente que ela teria mesmo feito isso.

— Teve notícias de mais alguém da Order fora Tonks? — perguntou Amber, aumentando a voz para ela lhe escutar da cozinha.

— Não exatamente. Tenho ido em muitas missões com Moody e Kingsley. Remus está ocupado com uma especial e sei que Molly e Arthur estão bem — disse Marlene hesitante.

— Como assim missão especial? — perguntou Sarah, sabendo que nada bom sairia daí.

— Ele está com os lobisomens. Tentando convencê-los a se unir a Order — disse Marlene, após um suspiro frustrado.

— Mas foi isso que fez as pessoas pensarem que ele era o traidor na 1ª Guerra! — reclamou Sarah.

— Ele não pode fazer isso! É muito perigoso! E ele não vai poder tomar a poção — exclamou Amber, horrorizada — Terá que fazer coisas horríveis para obter sua confiança.

— Eu sei e eu lhe disse, mas ele não quis me ouvir. Disse que precisava se afastar de Tonks, lhe dar oportunidade para seguir a sua vida — disse Marlene.

— Homens são tão idiotas! — exclamou Sarah — Como ele pensa que ela vai seguir a vida dela sem ele? É só ver a cor do cabelo dela, a expressão... Ela não está feliz!

— Eu a convidei para passar o natal conosco, mas não creio que ela aceite — comentou Marlene — Acho que vai passar sozinha no apartamento dela.

— Mãe, você sabe quando isso começou? — perguntou Sarah, colocando a almofada em cima do colo.

— Ela conhece a James e Remus desde que nasceu. Sirius estava bem animado quando Andrômeda lhe disse que ela tinha nascido e nos levou para conhecê-la — disse Marlene — Acho que eles namoravam escondido na sede da Order.

— Agora que eu já pensei, você alguma vez teve contato com a Walburga? — perguntou Amber.

— Eu já a vi na plataforma buscando a Regulus e Sirius. Minha família é de traidores de sangue, creio que ela só agradeceu por Sirius estar namorando a uma mulher de boa família em vez de uma mestiça ou nascida muggle.

— Mesmo sendo traidora do sangue? — perguntou Sarah.

— Não se poderia esperar muito de Sirius, ela deve ter pensado assim.

— Você sempre foi amiga de James e marauder, mas... O que você pensou quando conheceu o meu pai?

— Que ele era um idiota arrogante e mulherengo. Eu mudei muito do meu 3º ano para o 4º, comecei a sair com meninos de outras casas para ver se eu conseguia irritá-lo. Ele era muito desgraçado, pensava que podia sair com outras pessoas e eu não.

— Não tenho ideia de como vocês ficaram juntos — disse Sarah, negando com a cabeça — Você nunca quis me contar histórias sobre vocês.

— Porque são proibidas para menores de 18 anos.

Marlene saiu da cozinha, enxugando as mãos no vestido e voltou a se sentar no sofá.

— Em Fevereiro vão começar as aulas de aparatação — Marlene informou para Amber.

— Mais uma vez: como não percebemos quando isso aconteceu nos anos anteriores? — se perguntou Sarah — Acho que teria lembrado se tivessem bloqueado o acesso ao Salão Principal.

— Repetindo: porque estamos ocupadas demais nos divertindo — disse Amber, tendo uma dejavú do ano passado em que Sarah e Fred tiveram esse mesmo diálogo — E nós não estamos desde o 1º ano no colégio.

— Cara, que raiva. Você vai tirar licença para aparatar — reclamou Sarah.

— Na verdade, são só as aulas. A licença só pode ser tirada quando se completa 17 anos — interrompeu Marlene.

— De qualquer forma, eles vão poder aparatar e eu não.

— Eu sei aparatar, só vou fazer as aulas para não levantar suspeitas — disse Amber, dando de ombros.

— E não vai levantar suspeitas assim que conseguir da primeira vez? — retrucou Sarah.

— Eu consigo fazer várias coisas de primeira, assim como Hermione.

— Vai lá, fodona.

O forno começou a apitar e Marlene voltou para a cozinha.

Elas seguiram o resto do dia terminando de arrumar as coisas e jogando conversa afora. Durante a noite, elas comeram a ceia e ficaram conversando até quando o relógio bateu a meia-noite.

— Ótimo, não agüentava mais esperar — dramatizou Sarah.

— Deixe de ser dramática, Sarah — disse Marlene, levantando-se para pegar dois embrulhos — Eu não pude fazer muita coisa, fui liberada no mesmo dia que as busquei na estação.

— Você está aqui comigo. Não preciso de mais presentes — disse Sarah, sinceramente.

— É algo simples, mas... — disse Marlene, dando a pequena caixa embrulhada para Sarah e um embrulho médio e pesado para Amber.

Sarah abriu a caixa e dentro tinha um relicário quadrado de prata. Ela abriu delicadamente e sorriu involuntariamente ao ver duas fotos já colocadas lá dentro. Uma delas estavam os seus pais na época de colégio e na outra estava ela com os gêmeos Weasley em Hogwarts. Provavelmente uma das fotos tiradas ao azar por Colin.

No embrulho de Amber tinham dois livros, mas eram livros especiais.

— Como você conseguiu isso? — ela perguntou, olhando fixamente para o diário de Lily Evans.

— Eu peguei no cofre que vocês terão acesso quando completarem 17 anos — respondeu Marlene, sorrindo levemente — Achei que iria gostar e o outro é um livro do seu avô, são coisas úteis. Poções e feitiços criados pela família Potter em gerações.

— Obrigada, madrinha — Amber agradeceu sinceramente.

— Coloca para mim, mãe? — pediu Sarah, afastando o cabelo.

Marlene sorriu e colocou o relicário em volta do pescoço dela. Em seguida, a morena se levantou e apontou para Amber um embrulho grande.

— Eu realmente estava com criatividade zero esse ano — disse Sarah — Então, eu comprei um caldeirão que mexe sozinho. Eu sei que não pode usar esse em Hogwarts, mas como você ama poções e tal.

Amber levantou-se e pegou um embrulho médio, entregando para Sarah. Assim que Sarah abriu fechou a cara e jogou uma almofada na ruiva que tinha um sorriso zombeteiro no rosto.

— Para as suas aulas de Divination, porque você volta esse semestre — disse Amber, gargalhando.

— Um incenso e um livro. Sério isso? — reclamou Sarah.

— O incenso era zoeira, mas o livro é de quidditch. Nem vem reclamar! — Amber defendeu-se.

— Tá bom, tá perdoada.

Luna deu aqueles óculos estranhos que ela usava (espectrocs) e colar de rolha de garrafa de cerveja amanteigada para as duas, Harry e Hermione deram livros tanto muggles quanto bruxos a Amber, Ginny e Rony deram doces da Honeydukes.

Para Sarah, Harry e Rony deram doces da Honeydukes e Hermione alguns doces muggles de várias nacionalidades.

— Agora não sentirei falta da Sarah — disse Marlene, indicando a Hubre que Neville deu a Amber, uma flor que não parava de falar.

— Também te amo, mãe — respondeu Sarah, abrindo o embrulho dos gêmeos que tinham vários itens da WWW — Eles fizeram um gel para crescer barba e bigode, não acredito nisso.

— Se inspiraram no nosso 4º ano? — perguntou Amber, lembrando-se de quando eles puseram o nome deles no cálice.

— O seu 4º ano — retrucou Sarah — Era meu 3º.

Haviam mais dois embrulhos para Amber, ela abriu o que punha o nome de Astoria e Hannah. Elas tinham conseguido vários itens para poções extremamente raros, inclusive folhas de Helária e muco de Nevanda.

— Já sabemos de quem é esse último — disse Sarah, sorrindo zombeteira.

Amber corou e pegou o embrulho, indo para o quarto rapidamente, não prestando atenção para a reclamação de Sarah. Fechou a porta suavemente e foi até a cama, sentando-se nela.

Tirou a gloxínia roxa que estava fixada pela etiqueta e colocou-a em um vaso com água, antes de tirar o embrulho e abrir a caixinha. Sorriu levemente ao puxar uma pulseira de golden snitch de dentro.

Olhou para o relógio e viu que já era quase uma hora da manhã, voltou a colocar a pulseira dentro da caixa, guardando na gaveta da mesa de cabeceira e apagou a luz do quarto.

26 de Dezembro de 1996.

— Eu vou voltar amanhã — avisou Marlene, durante o jantar.

— Mas já? — perguntou Sarah, parando o garfo a centímetros da boca.

— 7 dias, o tempo de uma semana — disse Marlene, estendendo a mão para acariciar a bochecha da filha — Mas não se preocupe, querida. É só até o final desse ano letivo. Eu não pretendo ficar todo esse tempo longe de você de novo, mas se precisarem de mim é capaz de eu ter que sair de casa correndo de madrugada.

— Desde que você deixe um recado — murmurou Sarah, voltando a comer normalmente.

— Para ela te acordar, demoraria muito. Até porque são emergências — disse Amber.

— Você se prepara, Amber. Vai ter que fazer plantão, ter que sair de madrugada... — enumerou Marlene.

— Vocês escolheram as piores profissões possíveis. Por isso, só vou ficar com a loja mesmo — murmurou Sarah.

— Ai, meninas! Sinto tantas saudades das duas meninas que ficavam brincando de auror pela casa — disse Marlene, apoiando o rosto com a mão — Uma já decidiu que vai ser medibruxa e a outra já não quer mais também.

— Essa guerra já vai deixar várias pessoas com sede de vingança — disse Sarah.

— Mas depois não terá mais tanto perigo para enfrentarem — observou Amber.

— Terão perigos, mas nada pior do que Voldemort — disse Marlene, concordando com a cabeça — Inclusive, Tonks me informou que o ministério vai proporcionar um meio de transporte diferenciado para The Burrow esse ano.

— Como assim? — perguntou Sarah, confusa.

— Vão de Pó de Floo até o escritório da professora McGonagall — explicou — Inclusive, acho que já é melhor vocês irem arrumando as suas malas. Vou levá-las para The Burrow amanhã de manhã. Já informei Molly.

— Tá — respondeu Sarah, levantando-se.

Ela e Amber foram para seu quarto arrumar as malas, enquanto Marlene ia para o seu e pegava um álbum de fotos de dentro do seu armário para folhear. O álbum de fotos onde tinha fotos de sua adolescência. Parecia uma realidade tão distante...

27 de Dezembro de 1996 às 11h40min.

No dia seguinte, Marlene as levou por rede de Floo até The Burrow.

— Não é muito cedo? — perguntou Sarah, quando viu que a casa estava silenciosa, enquanto batia em sua roupa para tirar a fuligem.

— Esqueci que você nunca veio para cá — disse Amber, pensativa — Eles acordam bem cedo.

A Srª Weasley apareceu apressada na sala com a varinha em punho.

— Marlene McKinnon, mãe de Sarah Susan Black e madrinha de Ambrose Lily Potter. Integrante da Order of the Phoenix e o meu patrono é um cachorro — disse Marlene.

— Eu não esperava que viessem tão cedo — disse a Srª Weasley, abaixando a varinha — Marlene, querida, não quer ficar para almoçar?

— Não, obrigada, Molly — respondeu Marlene — Eu preciso realmente falar com Kingsley.

Marlene apressou-se para dentro da lareira antes de qualquer uma das três pudesse protestar.

— Pelo menos assim Fred virá mais — murmurou a Srª Weasley, olhando para Sarah, depois que Marlene se foi.

Amber segurou o riso e Sarah corou levemente.

— Pedi a Marlene que passassem o natal conosco, mas entendo que ela queira ter passado mais tempo com vocês, ainda mais depois do tempo em que ela se ausentou — disse a Srª Weasley, sorrindo bondosamente — Mas venham! Eu já estou preparando o almoço. Acho que Harry e Rony ainda estão dormindo, eu realmente não sei.

— Eu estou com fome... — murmurou Sarah.

— Sarah! Nós comemos não faz tanto tempo assim! — reclamou Amber.

— Não tem problema, querida. Ainda tem um pouco do café da manhã, se quiser — disse a Srª Weasley, sem se incomodar.

— Obrigada, Srª Weasley — agradeceu Sarah.

— Vocês vão dormir no quarto de Charlie — informou a Srª Weasley, enquanto as louças se lavavam por uma mão invisível.

Nesse momento, Fleur entrou na cozinha e a Srª Weasley virou-se fazendo uma careta.

Sarrah! — cumprimentou Fleur, ao avistá-la.

— Eu esqueci de falar que ela tá aqui? — perguntou Amber.

— Tranquila. Se você não esqueceu, eu esqueci — murmurou Sarah.

— É bon se sentirr querrida — ironizou Fleur, cruzando os braços.

— Tivemos coisas mais importantes para nos preocupar — defendeu-se Sarah.

— E segue tendo o tato de uma colher de chá — interrompeu Amber.

— Não sei a quem isso me recorda — disse a Srª Weasley, com um sorriso carinhoso.

— E que coisas tan imporrtants foram essas? — perguntou Fleur, perspicaz.

— Estudar — retrucou Amber, pisando no pé de Sarah.

— E aprontar — disse Sarah, para disfarçar.

— Vem, Fleur. Ajuda-nos a levar as malas — disse Amber, puxando-a pelo braço.

— Sarah, eu posso falar com você? — perguntou a Srª Weasley.

Amber e Fleur trocaram olhares e foram levar as malas para o quarto de Charlie. Sarah mexeu as mãos no colo, nervosa.

— Sim, Srª Weasley — ela disse, assim que engoliu a comida.

A Srª Weasley a observou, sorrindo levemente.

— Eu nunca imaginei que os meus filhos chegassem tão longe — confessou a Srª Weasley — Pensei que essas brincadeiras todas eram apenas um hobby, mas veja só Percy. O filho perfeito, educado, inteligente, responsável... E veja o que aconteceu.

— Srª Weasley — disse Sarah, mas a ruiva levantou a mão.

— Deixe-me terminar — pediu, com a voz firme — Sei que essa guerra veio e provavelmente levará muitas pessoas amadas por nós. E eu me sinto muito orgulhosa das decisões deles, de tudo o que eles conquistaram e eu só quero que eles sejam felizes. Talvez eu não pensasse assim antes, mas eu não quero alguém que contenha o meu filho. Eu quero alguém que o apóie em suas decisões. Exatamente como você é para o Fred. Então, não precisa agir dessa forma comigo. Você agora é como se fosse da família, como se fosse mais uma filha minha.

Sarah sorriu sentindo os olhos lacrimejarem levemente e a Srª Weasley abriu os braços, na mesma situação. As duas se abraçaram fortemente.

— Bem-vinda, querida — sussurrou a Srª Weasley.

Quando Sarah chegou ao quarto de Charlie ainda comovida, viu Fleur perturbando a pobre Amber e decidiu ir a seu socorro (ou não).

— O que está acontecendo? — perguntou, enquanto entrava no quarto e sentava-se em uma das camas.

— Eu non soi idiota — exclamou Fleur, fechando a porta — Senti que me escondem algo. E seu namorro com Frred, Sarr... Sa-ra.

Sarah riu da tentativa da amiga de pronunciar o seu nome. No começo, se irritava bastante com o sotaque que os colegas usavam para mencionar a ela e a Amber (e com tudo o que dizia respeito a Beauxbatons), mas se acostumou com o tempo.

— O meu namoro melhor impossível — disse Sarah, mexendo na colcha.

Fleur olhou-a fixamente e arregalou os olhos.

— Vocês non...? — perguntou.

— A Amber te contou do dela? — perguntou Sarah, fingindo não ter escutado o que ela deixou inconcluso.

— Desde quando a Amberr namorra? — perguntou Fleur, decidindo deixar passar.

— Desde Outubro — respondeu Sarah, fazendo Amber olhá-la atravessado.

— Eu me nego a responder qualquer pergunta — disse Amber, por cima da voz de Fleur, ficando em pé em cima da cama, tentando passar para a do lado.

— Vai responder nem que tenhamos que pegar Veritaserum — disse Sarah, puxando-a pelo tornozelo.

— Traíra! — acusou Amber — Ai!

Ela escorregou na mão de Sarah e caiu sentada na cama.

— Sarah, para com isso! Não vamos quebrar a cama! — murmurou Amber, escandalizada.

— Consertamos com magia — disse Sarah, dando de ombros.

— Consertamos vírgula cara pálida — retrucou Amber — Somos menores de idade.

— E estamos em uma casa cheia de bruxos e uma amiga muito gentil — disse Sarah, sorrindo para Fleur, que balançava com a cabeça.

— Porr favorr, me conte — implorou Fleur para Amber.

Amber fez um barulho estrangulado com a garganta, mas acabou concordando só para calar a boca delas. Passaram até o almoço conversando sobre os seus namoros, mas Fleur não voltou a perguntar nada a Sarah. A resposta estava evidente.


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Notas finais do capítulo

Eu pensei em fazer o Scrimgeour falar com a Amber, mas acho que um fora já foi o suficiente para ele. Esse capítulo não ficou muito legal, foi só para completar a lacuna de tempo.



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