The Avengers: XY-32 Experiment escrita por july_hta66, JulieAlbano, Haverica


Capítulo 22
Capítulo XXI - E A Glória Desaparece


Notas iniciais do capítulo

Hello Fellas!
Eu não morri! Mas hoje fez exatamente um mês que postei o último capítulo.
Sentiram minha falta? Eu senti a de vocês, parece que foi a uma eternidade para mim. Mas a vida tá muito difícil, eu queria 'postar', mas eu não sou como as outras 'autoras', a vida não é fácil, a vida é difícil, a vida não é ficar sentada em uma cadeira....... Okay, não entenderam nada, mas me inspirei nesse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=S-dh6IUnlIg
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Enfim... Tem mais de um mês que não escrevo nada e nem leio nada (#sofram#comigo#chorem#comigo#me#abracem#me#consolem). Me perdoem, não tá sendo fácil :'(
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Espero que não me abandonem pela demora e que curtam esse capítulo.
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*Esse capitulo contém 3 links de música camuflados*



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♪♫ “Só mais um momento, é tudo que eu preciso
Como SOLDADOS FERIDOS precisando de curativo
Hora de ser honesto, dessa vez estou sangrando...

Sim eu viria por você, por mais NINGUÉM, só por você!
Sim eu viria por você
Mas só se você me dissesse pra vir
E eu lutaria POR VOCÊ
Eu mentiria por você, é verdade
Daria minha VIDA por você
Você sabe que eu sempre viria por você

Não importa o que entre no meu caminho
Contanto que ainda tenha vida em mim
NÃO IMPORTA o que aconteça lembre-se
que eu sempre virei por você
Eu atravessaria o mundo rastejando por você
Faço o que você quiser
Não importa o que aconteça lembre-se
que eu sempre VIREI por você
Você sabe que eu SEMPRE virei por você” ♪♫

O pôr do sol acontecia no céu de Washington em um tom laranja e roxo característico; completamente fardado, traje, capacete e escudo em suas costas,

Steve estava pronto. Preparado para enfrentar o que tivesse que passar para resgatar a mocinha e acabar com a raça do vilão até o final da noite.

Ele dirigia sua motocicleta, a havia deixado na garagem do prédio de seu apartamento na cidade, e ignorava por inteiro os olhares de muitas pessoas em sua direção. Aquela era a capital, o distrito federal do país, o lar da Casa Branca, então, ver alguém com as três cores da bandeira americana não surpreendia ninguém. Fardado daquele jeito? As pessoas logo pensavam se tratar de um cosplay do Capitão América. Com muita incredulidade achariam que aquele apressado na moto antiga era o verdadeiro e original.

Não fazia mesmo diferença de qualquer jeito, Rogers estava concentrado em seu propósito; seu foco estava cem por cento voltado a sua missão, em seu dever e escolha de defender a vida de uma pessoa inocente, da garota que sem perceber entrou e tomou posse do coração dele.

Steve não percebeu qual foi o exato momento em que aquilo chegou a acontecer, mas simplesmente aconteceu. Tudo começou com brincadeiras, risadas, bochechas coradas aqui e ali, mas quando se deu conta, Dolores Stark já era o alvo e motivo de vários dos pensamentos daquele soldado. De forma sutil e despercebida aquela garota conquistou um tamanho imenso do bem querer dele, dominou uma área muito extensa da sua vida. Algo inesperado, mas a filha de Howard Stark, seu velho amigo, foi aquela que conseguiu tomar conta do coração honrado daquele Capitão, e tomou de uma forma bem maior do que qualquer outra que já tenha cruzado o caminho dele.

Steve nunca tinha parado para pensar em uma definição propriamente dita para os sentimentos que nutria por Lola, nunca tinha tentado nomear, era tudo muito novo e, parecia também tudo muito impossível. De certo modo, ele nunca imaginaria que realmente chegaria a ter a coragem de beijá-la, mesmo que já tenha devaneado sobre como seria fazê-lo algumas vezes. Mas agora, depois da conversa com Anthony, tudo ficou bastante claro para Steve.

Ele a amava. Amava, e aquilo era bastante novo para Rogers. Ele já havia se apaixonado por algumas outras mulheres ao longo de seus anos de vida, mas amar? Amar era a primeira vez. Era cedo, muito cedo para que aquele sentimento surgisse, mas surgiu. Fora de um controle, fora de uma coerência.

Ele estava apaixonado e amava aquela garota meio louca, fora do comum e engraçada. Aquela garota, aquela Stark, ela o fazia rir nos momentos mais inadequados, o tirava do sério quando queria fazer ou fazia uma bobagem. Aquela garota, aquela louca, ela sempre agia de forma inesperada, sempre demonstrando o quão diferente de todas as outras ela é.

Ao ser descongelada, ao abrir seus olhos pela primeira vez dentro daquele século, Lola não ganhou apenas uma nova vida, como também deu uma nova ao Capitão, se é que poderia dizer que o que ele tinha antes era uma vida. Dolores Stark trouxe mais cores para os tons brancos, vermelhos e azuis da vida daquele homem que só sabia doar ao mundo e nunca querer algo em troca.

Só que agora, sem notar, ela o mudou, e pela primeira vez Rogers tinha um pequeno momento de egoísmo. Um pequeno e singelo desejo de ter algo para si, de ter algo apenas para ele e ninguém mais. Steve queria Lola em sua vida e não abriria mão disso. Não permitiria que XY-32 nenhum a tirasse dele. Não! Não logo agora que ele tinha certeza de que ela nutria algum tipo de sentimento de volta por ele. Mesmo não sabendo exatamente o quanto ela estava apaixonada de volta por ele, o Capitão já considerava aquilo mais do que suficiente.

O que quer que Lola o desse de livre e espontânea vontade já seria razão para a completa felicidade dele. Ninguém os separaria, ninguém a machucaria! Enquanto Steve vivesse, ele sempre estaria lá por ela. Sempre tentaria proteger sua garota doce e bagunçada, dona de uma alma quebrada, como ela descreveu se autodescreveu uma vez para ele.

– Está na linha, Rogers? - A voz de Tony surgiu no aparelho dentro do ouvido de Steve.

– Sim, estou. O que foi? - Steve pilotava seguindo o destino de sua rota.

– Nada não, apenas conferindo a conexão. Já estou de armadura e pronto para chegar até você quando der o sinal. - A voz de Tony explicou.

– Certo. – Steve disse e ambos se calaram.

Tudo ficou em silêncio na orelha do Capitão por uns poucos minutos. Ele fazia uma curva na Avenida Roosevelt quando uma voz feminina familiar o abordou pelo comunicador.

– Steve? Consegue me ouvir? – A voz estava acanhada, esperava uma reação hostil vinda de Rogers.

– Câmbio... Romanoff?! – Ele estava surpreso com a voz que surgiu.

– Dona Aranha?! – Anthony do outro lado também escutou e estava surpreso como o Capitão. - O que pensa que está fazendo?! -.

– Acalmem-se, primeiramente, por favor! – A ruiva começaria a explicar.

– Você está invadindo nossa transmissão secreta! – Tony exclamou irritado, pôde-se escutar ao fundo ele irritado pedindo explicações ao J.A.R.V.I.S.

– Tenho quase certeza de que você e todos os outros escutaram muito bem a minha promessa. – Foi tudo o que o Steve sério expeliu pilotando ao abandonar o pequeno silêncio que tinha decidido adquirir.

– Não estamos tentando impedir seu plano, Steve. E muito menos iremos tentar interferir. Fury entrou em contato conosco e deu o aval para a sua decisão. Ordenou que nossa equipe lhe auxiliasse como quisesse. Eu, Banner e Barton queríamos ter ajudado antes, mas esperamos pela decisão dele primeiro. – Natasha se explicava.

– E eu aqui achando antes que o Rogers que era o macaco adestrado do bando... – Tony comentou com uma voz de deboche que tanto Romanoff quanto Steve ignoraram para não criarem caso desnecessário naquele momento.

– Se você quiser repensar na sua demissão, Fury disse que seria mais do que bem-vindo, obviamente. – Natasha explicou mais uma vez.

– Não é hora para tratar desses assuntos. Lola é a prioridade do momento. – Steve cortou a explicação.

– Com certeza ela é... – Natasha foi interrompida por Steve.

– Você enrolou e não disse o que quer fazer para ajudar. – Ele não estava muito paciente no momento. Sua atenção estava nas ruas ao dirigir, na conversa-conferência com Tony e Natasha, porém divagava pensando na garota presa em cativeiro.

– Nós faremos o mesmo que o Homem de Ferro. Assim que Lola estiver sobre seus olhos você nos avisa e iremos ao mesmo endereço que você está indo. Steve... Simplesmente não podemos deixar você enfrentar isso tudo sozinho. É uma batalha contra a S.H.I.E.L.D., contra os Vingadores... Não podemos deixar você cair numa armadilha e assistir de braços cruzados... – Natasha foi interrompida mais uma vez pelo Capitão.

– Está bem, eu acho que compreendo, mas de agora em diante só falarei alguma coisa quando for a hora de convocar vocês. – Steve anunciou sua decisão.

– Por quê? – Tony retomou a voz.

– Por quê? – Natasha perguntou logo em seguida também.

– Porque eu acabei de chegar ao endereço que XY-32 indicou, vou adentrar o prédio. – Rogers mostrou suas razões e estacionou sua motocicleta diante da construção.

Natasha e Tony ficaram em silêncio por uns segundos digerindo a tensão e ansiedade que as palavras de Rogers trouxeram a eles. Apenas as respirações dos dois denunciavam que ainda estavam na linha.

– Boa sorte, Steve. – Romanoff desejou.

– Obrigada. Mas não é de sorte que eu preciso. Preciso da Lola sã e segura. – Foram as últimas palavras do Capitão destinadas aos dois.

– Eu também. – Tony concordou sobre o que ele mesmo também precisava.

Steve encarou a construção decadente e abandonada. Pouco mais de três andares, paredes que antigamente eram brancas estavam amareladas e com algumas manchas mais escuras nas extremidades graças a infiltrações causadas pela chuva.

Ao centro da fachada havia uma placa do antigo nome do local com uma vogal faltando, provavelmente a letra “u” segundo a dedução do Capitão: “A Cél la”

Para variar, a localização era em um dos bairros mais perigosos, longe e praticamente esquecido pelo resto da cidade. Um perfeito cativeiro, mas logo Steve descobriria que era um cativeiro mais perfeito ainda do que ele imaginava.

O Capitão, então, saiu da motocicleta, tirou seu escudo das costas e iniciou uma “excursão” pelo ambiente que possuía as portas abertas. Ao passar pela porta de entrada já pôde observar o quanto o local havia sido vandalizado.

Cacos de vidro ao chão, algumas garrafas de bebidas ainda inteiras, em certos cantos poder-se-ia ver seringas usadas e em quase todas as paredes possuíam pichações. Vezes frases inteiras, vezes apenas palavras, ou somente rabiscos em algumas áreas.

Steve varreu todos os andares em busca de um sinal sequer de XY-32, Lola, capangas, ou uma embosca, mas nada! Não encontrou nada além de cômodos destruídos e abandonados. Ele não errou o endereço! Tinha certeza de que não tinha se enganado. Mas não havia rastro de ninguém, sequestradores ou sequestrada em andar nenhum.

Passado o primeiro segundo de ansiedade, Rogers teve então um estalo sobre onde deveria procurar, onde deveria tentar ir. O subsolo. Quando se queria esconder algo, as pessoas sempre recorriam a andares inferiores. Bases da S.H.I.E.L.D., Área 51.

Só podia ser no subsolo o cativeiro da Stark e onde o destino aguardava o Capitão.

...

Após perder tempo tentando vasculhar novamente todos os cômodos daquele prédio em busca de uma entrada secreta ou um elevador especial, o Capitão Rogers seguiu para os fundos daquela instalação e encontrou o que parcialmente estava procurando.

Era uma porta de porão. Uma porta metálica grudada ao chão.

Steve precisou usar de sua força para abrí-la; estava trancada pelo lado de dentro. Então ele puxou o corrimão, também de metal, arrombando a porta. O que surgiu diante de seus olhos foi uma escada que dava para o subsolo do prédio. Automaticamente a abertura da porta, algum sistema de sensibilidade acionou lâmpada por lâmpada do túnel que o Capitão ainda não enxergava.

Rogers colocou seu escudo novamente a postos e começou a descer pela escada. Seus olhos treinados buscavam uma ameaça do inimigo a qualquer momento, mas nada surgiu por enquanto. Chegando ao final da escada deparou-se com um corredor mal iluminado – algumas das lâmpadas não funcionavam, outras piscavam ameaçando falhar e poucas permaneciam firmes na iluminação –, caminhou com a mesma cautela.

O que sua vista contemplava eram apenas paredes grossas de cimento num to acinzentado, e no final do corredor era apenas uma esquina que dava para outra extensão de caminho, outro corredor.

Com o escudo ainda em sua frente, protegendo-o de um suposto ataque surpresa, o coração de Steve começou a bater de forma acelerada. Ele estava com medo, mas não era um ataque ao inimigo que o apavorava. O que o deixava quase em pânico era a possibilidade de ter perdido tempo naquele lugar. De ter procurado por horas naquele prédio abandonado e no fim ter mesmo errado de endereço.

O prazo que XY-32 deu para manter Lola viva já estava acabando, e se Steve tivesse apostado naquele lugar, se tivesse errado, se aquele não fosse realmente o endereço certo e Lola morresse por causa disso, ele nunca se perdoaria.

Entretanto, não foi preciso pensar nessas coisas por muito tempo. Ao virar a curva do corredor, o Capitão se deparou com mais outro corredor, ainda maior, com a mesma iluminação precária, as mesmas paredes cinzas, mas em seu final havia uma porta imensa e grossa aberta, no interior do cômodo que ela costumava fechar, havia o que parecia ser de longe uma espécie de laboratório.

Sua iluminação parecia perfeita, a pequena área de seu interior que era visível ao Capitão não parecia estar abandonada, embora ele não conseguisse enxergar ninguém. Em silêncio, como sempre, Steven fez sua aproximação.

E quando a porta estava a menos de um palmo de distância de seu escudo ele pôde ver uma espécie de maca em pé centralizada no laboratório. Rogers não teve olhos para mais nada, aquela era a estrutura na qual Lola estava presa durante a gravação do vídeo, mas apenas o fundo da maca estava virada na direção de Steve. A frente, onde provavelmente ela está ou estava presa mantinha-se fora do campo de visão do Capitão.

Rogers decidiu olhar um pouco para o salão ao seu redor, enquanto se aproximava com cuidado da maca na posição vertical. Viu uma mesa e cadeiras num canto ao seu lado direito, algumas caixas perto da parede, metros a esquerda da maca. Em frente a região frontal da maca, bem distante havia um painel eletrônico com alavancas, monitores e diversos botões que poderiam ser vistos de longe. Poucos metros distantes, o que parecia ser um refletor de luz “apontava” na direção da parte da maca que Steve não enxergava.

Perto do painel cheio de botões havia umas estruturas grandes de metal, pareciam caixas imensas que iam quase do chão ao teto, delas saiam e entravam grossos fios que estavam ligados tanto ao painel quanto ao “refletor” de luz. Ao se aproximar mais ainda da maca, Steve pôde ver que a sequestrada ainda estava lá.

Ele se apressou para se aproximar da garota presa e amordaçada.

– Lola! – Ele exclamou mesmo sussurrando, sabia que estava fácil demais, sabia que havia uma armadilha, mas ele não dava a mínima, queria tirá-la da li.

– Lola? – Tony e Natasha que estavam o tempo todo na linha perguntaram por meio do comunicador auricular.

Steve colocou o escudo nas costas, apressando-se para retirar a fita adesiva que cobria a boca da garota que ficou agitada quando o viu, mesmo não podendo se mexer muito.

– Sim. Já estou com a Lola. – Steve sussurrou dando permissão aos outros para seguir com a missão.

– Okay, entendemos! Já estamos indo até aí! – Romanoff disse.

Rogers retirou a fita, deixando os lábios da garota livres para falar com ele.

– Steve, não! Não acredito que você veio! Eu disse para não vir! – Lola não estava agradecida, estava era aborrecida. E ela não sussurrou como ele, falou em alto e bom tom.

– Até parece que eu faria diferente. – Steve tentou quebrar as correntes dos pulsos de Lola, mas não conseguiu.

– Isso mesmo, XX-23, até parece que ele faria diferente. – A voz de Samuel surgiu do meio das estruturas de metais de onde vinham os fios, ele estava escondido ali.

Steve tirou o escudo das costas rapidamente e o posicionou em sua frente, mantendo o corpo de Lola atrás de si. Samuel se aproximou de forma também rápida do painel. Ele estava desarmado, o que era meio intrigante para Rogers.

– Renda-se, Experimento XY-32. Podemos evitar a violência. – O Capitão anunciou.

– Aí é que está o problema, eu não quero evitar a violência. – Samuel empurrou uma das alavancas e um barulho surdo e pesado surgiu às costas de Steve.

Rogers inclinou um pouco sua cabeça para saber do que se tratava. A porta daquele local, a mesma que ele teve que passar para chegar ali começou a se fechar sozinha. O barulho era por causa de seu material, seu peso e sua largura. Era uma porta imensa, feita de chumbo e quase possuía dois metros apenas de largura. Era o tipo de porta reforçada que usavam para contingência de material radioativo.

Steve voltou sua atenção novamente para o homem do outro lado da sala, esperando a qualquer momento seu ataque.

– Não era para você ter vindo, Steve! Ele vai te ferir! – Lola já deixava a raiva virar outro sentimento.

– Já lutei muitas batalhas, você me subestimando é quase uma ofensa. Se eu não viesse ele iria te ferir! – Steve explicava de costas para a garota, mantendo sua atenção no homem paciente diante do painel que ainda não se movimentou para atacá-lo estranhamente.

– Ele não vai me ferir! Ele é meu amigo. Só não lembra disso, Steve me escute, o Samuel está sendo enganado, tudo o que ele está fazendo é porque está sendo manipulado por uma organização. – Lola explicava. – Você não deveria ter vindo, eu iria conseguir fazer com que ele acreditasse em mim. -.

– Manipulado? – Steve perguntou intrigado.

Samuel possuía seu braço direito sobre o painel e apenas sorria na direção de Steve.

– Vê? Ela é boa em inventar uma mentira, mas você não é bom em ajudá-la a mantê-la. – XY-32 balançou a cabeça.

– Me escute, Samuel Ford, a qualquer momento meus amigos estarão dando um jeito de adentrar esse seu covil asqueroso, então, por favor, se entregue logo, você nem sequer está armado. – Steve anunciou.

Samuel não estava surpreso, na verdade, até tinha certeza de que Steve conseguiria reforço, mas ele não dava a mínima, era tudo uma distração, o que ele queria ele já tinha, o Capitão América paradinho exatamente no lugar que ele queria.

– “você me subestimando é quase uma ofensa” – Samuel repetiu a frase que Steve disse a Lola, e depois prosseguiu. – Meu nome é Simmon! E sim, eu estou mais bem armado do que você imagina. -.

– O canhão, Steve! – Lola berrou ao ver a mão de Samuel pousar sobre outra alavanca. – Saia daqui, Steve! Ele está apontado para nós! -.

Steve não teve nem tempo para processar mentalmente que o canhão que Lola falava era o “refletor” de luz, pois XY-32 abaixou com bastante gosto a alavanca que acionava aquele projetor de radiação vita.

O Capitão foi rápido o suficiente para erguer seu escudo na direção do flash que vinha sobre eles dois. Manteve a garota atrás de si numa tentativa de proteção, foi tudo rápido demais, e a extensão do feixe luminoso era muito maior do que o diâmetro do escudo, logo, toda a parte do corpo de Steve que não estava atrás do escudo, estava sendo atingida diretamente pelos raios vita adulterados.

Lola tentou inutilmente se desprender de suas amarras, fazendo de tudo para tentar tirar o Capitão de sua frente impedindo-o de defendê-la, ou no mínimo tentar ajudá-lo de alguma maneira.

– Steve, saia!... Saia daqui, Steve! - Lola berrava contra os ruídos do ambiente ao seu redor. Um barulho quase ensurdecedor vindo do canhão.

– Não! - Ele mantinha o escudo defendendo-os do ataque mesmo que de forma falha o máximo que podia.

– Vai embora, por favor! Salve-se! - Ela lutava contra sua prisão e contra o barulho maquinário.

– NÃO! - O Capitão disse mais firme e decidido do que antes. - Não adianta, não vou te abandonar! -.

Aquilo estava cortando o coração dela, Lola precisava fazer alguma coisa. Steve ia acabar machucado, ela preferia se ferir sozinha; de nada ela servia para o mundo, mas ele?! Ele era alguém de quem as pessoas precisavam. Alguém de quem Ela precisava. Rogers não podia e nem devia se sacrificar por ela, aquilo era errado.

Não era nem para ele aparecer ali, ela lidaria com Samuel sozinha, e tudo daria certo no final, ela conseguiria se entender com ele. A Stark tinha fé nisso. Mas a aparição de Steve, esse sacrifício que ele estava fazendo, com isso ela não conseguiria lidar. Não conseguiria defendê-lo da fúria de seu amigo burro e manipulado.

A força dos raios começou a obrigar o Capitão a dar alguns passos para trás, mas ele lutava para se manter firme. Ele defenderia Lola, não deixaria que ela se ferisse, não aceitaria perdê-la. Entretanto, de repente, não havia mais condições dele continuar segurando o escudo como defesa, teve que deixá-lo cair de mãos atadas; a incidência dos raios estava ficando forte demais para ele suportar, ou seria ele que estava aguentando cada vez menos?

A resposta era clara, mesmo que sua mente confusa e cheia de adrenalina não permitisse que ele enxergasse: era ele quem estava ficando mais fraco, e havia deixado o escudo cair, porque o PESO dele estava se tornando demais para seus braços.

Rogers sentia uma sensação de queimação por todo o seu corpo, numa mistura de dor e incômodo. Steve então fez a última coisa que podia ter feito; ele rapidamente se virou ficando de frente a Lola, recobrindo-a com seu corpo imenso, defendendo-a como uma muralha enquanto eram atingidos; ele queria reduzir o impacto da agressão na garota.

Quando o flash luminoso foi forte demais, eles tiveram que involuntariamente fechar seus olhos para não ficarem cegos. Mas Steve sentia que algo de muito errado estava acontecendo, sentia seus órgãos internos inflamarem, ninguém sente os próprios órgãos internos!

Uma dor mais do que insuportável começou a dominá-lo, sentia seus músculos contraindo involuntariamente, sua órbita ocular era puro fogo. Ele sabia que a qualquer momento perderia o controle de si e simplesmente seria o fim. Como ele tinha consciência disso era inexplicável, mas dizem que algumas pessoas conseguiam sentir o momento que sua morte se aproximava.

E era isso o que o Capitão sentia. Sentia que estava prestes a morrer a qualquer momento e não podia resistir. Manteve-se acordado o máximo que pôde para tentar ajudar Lola, mas no fim, ele se sentia honrado, ao seu ver, morrer tentando salvar pessoas era o melhor tipo de morte, e morrer tentando salvar a garota que amava era melhor ainda.

– Eu sinto muito... - Foi a última coisa que Steve disse, não pôde mais lutar, e teve que se entregar. Lola parou de sentir o corpo grande colado ao dela, mas o flash de luz não a permitia abrir os olhos e descobrir para onde ele tinha ido.

Poucos segundos depois, a luz desapareceu e ela pôde começar a abrir os olhos. Em um primeiro momento não conseguiu enxergar muita coisa, o flash branco ofuscou sua pupila mesmo por trás da pele das pálpebras.

Sem precisar esperar muito para se habituar à condição luminosa menor, sua visão foi se tornando mais nítida e ela pôde descobrir onde Steve estava. No chão, sobre seus pés, sem exibir sinais vitais.

– Não! Não! NÃO!... NÃOOO!... - Ela gritou começando a chorar. -... Acorde, Steve! Fale comigo! -.

Lola se sacudia tentando alcançar o corpo caído do Capitão, - mas aquele não era exatamente o corpo que ela conhecia– Steve teve seu comprimento visivelmente reduzido, sua musculatura exuberante havia desaparecido ao ponto de transparecer uma magreza esquelética. Aquele não era o Steve Rogers normal aos olhos de Lola, aquele era o garoto frágil e desprotegido do Brooklyn que havia aceitado ser cobaia do Dr. Erskine durante a Segunda Guerra Mundial.

– Não ouse morrer! Steve, abra esses olhos! - Lola implorava ao corpo flácido e pequeno longe de seu alcance. - Eu te odeio demais pra você me deixar! Não morra! Steve, por favor! -.

O corpo do "menino" aos seus pés permanecia imóvel e desprovido de qualquer demonstração vital. Lola chorou, gritou, implorou mais vezes, só que nada fazia diferença. Inconformada, ainda entre lágrimas, a Stark parou de olhar o corpo de Steve para encarar a pessoa por trás de tudo aquilo.

– Por quê?... Por que você fez isso? - Ela fitava Samuel que ainda pousava a mão sobre o controle da máquina que havia lançado radiação em Steve.

Lola sentia que ia vomitar ou desmaiar a qualquer momento, enquanto o Experimento XY-32 apenas observava a sua conquista, ele tinha acabado com o Capitão América e ainda tinha em mãos a sua queridinha, pronta para ser destruída. Aquele era o fim de tudo. Era? Sim, era!

– Nunca vou te perdoar por isso, Samuel! NUNCA! – Lola berrou como pôde, gotas gordas de lágrimas começaram a rolas freneticamente de seus olhos. – Steve!!!... Steve!... Steve... – Cada vez que ela berrava o nome do rapaz aos seus pés diminuía o volume até que se transformou em um sussurro.

– Bem... Um já foi, agora falta o outro. Foi mal, bonitinha, mas agora é a sua vez. – Samuel abaixou novamente a alavanca que ligava o canhão de raios vita para tentar assassinar Lola, mas algo diferente aconteceu.

Ao dar o comando algo inesperado aconteceu, primeiro o canhão começou a atacar a Stark, e isso aconteceu por uns trinta segundos, mas logo em seguida a máquina simplesmente explodiu. O impacto lançou Lola e a sua maca longe, o mesmo fez com o corpo do Capitão Rogers e com o XY-32.

Samuel acabou sendo lançado com força contra uma das estruturas de metal, batendo com força sua cabeça no material e depois no chão. Agora eram mais duas pessoas desacordadas enquanto um incêndio começou a consumir aquele cômodo completamente vedado e isolado do resto do mundo.

Nenhum outro movimento existiu naquela sala pelos seguintes cinco minutos, a não ser o das chamas que se alastravam por tudo de forma curiosamente menor. Nenhum sinal de vida aconteceu entre aqueles três até um dos homens começar a se mover e ganhar consciência.

Ele acordou e mesmo ainda caído no chão começou a apertar seu próprio crânio entre as mãos. Estava doendo e ele estava gemendo, na verdade gritava de dor. Seus sentidos focavam tanto na dor que não conseguiram notar o baque que vinha do lado de fora do portão de chumbo.

A dor diminuía aos poucos, e Samuel parava de gritar na mesma gradação. A dor em sua cabeça era reduzida, mas ao mesmo passo outra dor nascia e o abalava com extremo vigor e intensidade, surgia uma dor em sua consciência. A dor de sua cabeça estava trazendo de volta suas memórias perdidas.

– LOLA! – Ele berrou começando a enxergar a amiga perto das chamas.

Samuel se levantou em desespero, ao passo que também tossia por causa da fumaça e da falta de oxigênio que estava surgindo naquele local.

– O QUE EU FIZ?! – Ele cobriu o nariz e a boca com a mão, e começou a atravessar as chamas com desespero, algumas encostavam nele, e Samuel precisou tentar algumas vezes apagar o fogo que surgia em sua calça ou blusa.

Agora, ignorava o barulho que vinha de fora porque seu foco estava em tentar resgatar a garota que estava muito perto do fogo. Quanto ao Capitão, ele nem se preocupou, só se importava com a Stark naquele momento.

– LOLA! EU SINTO MUITO, LOLA! – Samuel caiu de joelhos diante da amiga desacordada. Sua maca estava agora na horizontal, e por sorte ela caiu com o corpo dela para cima.

Samuel tentou abrir as correntes de Lola, a chave estava em seu bolso ainda, mas não teve tempo de usá-la porque um pulso de raio lazer branco abriu um buraco imenso na porta de chumbo ao lado deles, e logo em seguida um agente da S.H.I.E.L.D. adentrou o local. E tudo o que se seguiu foi muito mais rápido ainda e confuso para todos os envolvidos.

– Samuel Theodore Ford, mãos ao alto, você está detido! – Phil Coulson anunciou com convicção, mas sua expressão ficou um pouco abalada ao ver a destruição e o fogo naquele local, entretanto, a Agente Melinda May já estava ignorando tudo e algemando Samuel.

– LOLITA! – O Homem de Ferro entrou em seguida vendo a irmã e se jogando ao lado dela quebrando as correntes com os propulsores de suas mãos. – Precisamos de um médico! -.

– Ca... Capitão? – Coulson olhou para o estado de Steve no outro lado da sala.

Por sorte o fogo ainda não tinha chegado ao corpo dele e nem em Lola.

– Façam o que quiserem comigo! Mas salvem-na! Salvem minha amiga, por favor! – Samuel estava algemado e sendo empurrado por May enquanto uma equipe tentava atravessar o fogo e resgatar o corpo de Rogers.

É obvio que ninguém dava a mínima para o que saía da boca de Samuel Ford, mas enquanto parte da equipe o escoltava, a outra tentava salvar Dolores Stark e Steven Rogers. Era o fim. Esse acontecimento foi o fim de muitas coisas. Muito mais coisas do que pode aparentar.

♪♫ “Só mais uma vez antes que eu vá
Deixarei você saber
Que todo esse tempo tive medo
Mas não deixei transparecer
Ninguém pode me salvar agora” ♪♫


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Notas finais do capítulo

E aí sociedade de Midgard? O que acharam desse capítulo? Meus feelings ficaram abalados quando eu o escrevi, mas finalmente chegamos à cena do prólogo.
.
Quanto ao trailer? Não teremos dessa vez, por quê?
Porque (pra quem não sabe) esse é o ÚLTIMO capítulo dessa temporada. O Capítulo seguinte é o Epílogo, e nele, como sempre, haverá o link para a NOVA e PENÚLTIMA, entitulada MY BROKEN HERO.
.
Quando postarei esse próximo capítulo? Não faço ideia. A intenção é postar de quinze em quinze, mas se não conseguir fazer isso vocês já sabem o porquê. (meus estudos) ¬¬'
.
Se todo mundo comentar me dizendo o que acharam como antes, tento me esforçar para postar antes em nome da bondade do coração de vocês huashuasahusashuashu
Beijinhooos