No café da manha, todos me olhavam com cara de interrogação. Menos a Nessie, que comia como louca sentada ao meu colo.

– Chega gente, parem de me olhar assim – Explodi.

– Filha, eu só quero saber porque você chegou daquele jeito.

– Foi tão ruim assim? - Brincou Jacob.

– Só me deixem quieta, eu não tenho nada para falar.

– Qual é Bella, somos sua família.

– Jacob... - Passei Nessie para seu colo e abri a geladeira para pegar mais suco.

– Ok, estou vendo que não confia na gente. Ok, eu entendo...

– Nós transamos e ele foi embora sem nem deixar um bilhete – Falei de uma vez – Satisfeitos? - Charlie engasgou-se com o café e desatou a tossir, Jacob tapou os ouvidos da Nessie, que nem tinha se importado com o que falei e minha mãe não sabia se ria ou ficava brava – Agora me deixem em paz – Com a bolsa em mãos, rumei para a saída e tomei maior susto ao vê-lo se preparando para bater na porta.

– Oi.

– O que faz aqui? - Não polpei meu veneno do mau-humor.

– Eu... eu vim trazer as coisas da Nessie. Você esqueceu lá – Entregou-me.

– Ok – Foi tudo que falei. Joguei a mala em cima do sofá e fui para o carro.

– Hei, espera – Apareceu na minha janela – Eu...

– Vê se me erra, Edward – Acelerei e segui sem me importar se machuquei seu pé ou não.

[...]

Já cheguei no trabalho batendo a porta, eu estou furiosa, mau humor puro.

– Jéssica, vem aqui – Não fui nenhum pouco educada.

– Pois não?

– Tem muito trabalho para hoje?

– Não muito, só alguns contratos e a lista dos funcionários que vão sair de férias – Gemi em protesto - Che... quer dizer, Bella, algum problema?

– Eu pareço estar com algum problema?

– Bom... você parece estar extremamente querendo matar alguém. Só peço que não desconte nas pessoas daqui – Disse se encolhendo. Encostei-me na cadeira bufando alto.

– Desculpe, Jessie. Eu acho melhor eu não ficar por aqui hoje ou isso pode dar em merda. Vou sair um pouco e volto amanha. Resolva para mim a lista das pessoas que vão viajar e os contratos eu vejo depois – Sai o mais rápido possível para não correr o risco de alguém vir falar comigo. Antes de mais nada, passei numa Starbucks, comprando donutis e café. Não tinha nada para fazer a essa hora, a Nessie estava na escola, nem a pau eu volto para casa e não sei o que fazer por aqui. Andei sem rumo, fitando as vitrines com preços que antigamente custariam meus órgãos todos e mais uns anos de escravidão, comprei alguns tênis e calças jeans. Dai, decidi fazer logo umas compras, para substituir algumas do meu closet. Não vou negar que isso é realmente bom, comprar coisas que você gosta sem medo se vai ter dinheiro para pagar tudo. Eu tinha isso, levava uma calculadora junto para calcular tudo antes de levar ao caixa para não passar vergonha. Hoje, eu posso comprar o dobro e um pouco mais. Almocei quando foi necessário e decidi ir para casa. Dirigi devagar pelas ruas até perceber uma praça que não me era estranha. Estacionei perto e fiquei a fitando. Mas é claro! É a praça do vídeo em que eu e Edward aparecemos. Desci e me sentei num banco próximo a uma árvore, algumas pessoas passavam e me encaravam, outras sorriam como um sinal de boa tarde. Um vento gostoso circulou e encostei a cabeça no banco com os olhos fechados. Levantei depois de um tempo, quando me dei por satisfeita. Vi o lugar em que o vídeo foi feito e andei até lá.

“Você vai ser a senhora Cullen, um dia. A minha senhora Cullen. Eu te amo mais que minha própria vida”

Ofeguei caindo de joelhos, minha cabeça doeu e tudo rodava. Fiquei de pé me apoiando na árvore ali perto e respirei fundo, segurando a cabeça pra parar de girar.

– Moça, a senhora está se sentindo bem?

– É... claro, foi só uma tontura. Obrigada – Falei ofegante. O homem sorriu para mim e continuou seu caminho. Depois que tive a certeza que podia andar, peguei o carro e parti para casa.