Lembranças Perdidas escrita por Day Marques


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, aqui está o novo cap. Não tenho muito a falar, vamos simbora ler kkk.



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– Mamãe – Fui recebida por Nessie.

– Oi, meu anjo. Como foi o seu dia?

– Maravilhoso, todos agora sabem que eu tenho uma mamãe linda e vivem comentando sobre isso – Sorriu – Mas não foi nada comparado com o nosso dia juntas.

– Não haverá dia que substitua esse. Mas teremos dias melhores – Beijei sua bochecha a devolvendo ao chão – Vou tomar um banho e já volto para a gente comer.

– Bella... - Minha mãe estava parada na porta da cozinha quando passei.

– Agora não, mãe – A ignorei. Tirei todas as roupas das sacolas e as pus na máquina de lavar, peguei uma roupa para frio leve e vesti ao terminar de tomar banho. Deixei o cabelo solto mesmo e desci ao calçar minhas pantufas.

– O que temos de bom... - Deixei minha voz morrer ao ver o cabeção sentado ao lado da minha filha, na mesa – Mãe? - A olhei interrogativamente.

– Eu tentei te avisar, mas você me ignorou – Encolheu os ombros.

– Vou comer no meu quarto – Ia sair, mas Charlie se manifestou.

– Senta, ninguém vai causar problemas na hora da janta. Sabes que é uma hora sagrada, para mim – Sem protestar, porque não sou doida, eu sentei do outro lado. O Edward em momento algum parava de me olhar e isso já estava me tirando a paciência. Comemos em silêncio, a não ser pela Nessie e mamãe conversando descontroladamente, eu sorria ou murmurava um “unhum” quando elas falavam comigo, mas nada mais que isso. Ajudei a lavar os pratos e a Nessie com sua bondade, quase cai de cara dentro da pia, preferi deixá-la longe dali. Fiquei sozinha guardando os pratos e senti a presença de alguém.

– Bella, hora de ser adulta agora.

– Acho que eu não quero. Aliás, eu não quero nem falar com você, Ed – Fez careta.

– Você sabe que eu odeio esse apelido.

– Não, não sei. Mas é bom saber – Sorri diabolicamente.

– Por que você está me tratando assim? - Chegou mais perto.

– Por que? Por que? Você sabe porque, a gente transou ontem e depois você simplesmente foi embora, Edward. Você acha que eu sou o que para fazer isso? Que eu saiba, ainda sou sua mulher. Mas eu já deveria suspeitar, você me odeia. Não consegue esconder isso de ninguém, mas soube ser bem bonzinho quando quis me levar para a cama. Se aproveitando de uma pobre desmemoriada, que vergonha. Mas fique sabendo que eu não sou nenhuma besta, eu sei me cuidar. E vou me certificar disso não acontecer, porque eu tenho nojo de você.

– Hei, calma. Que história é essa? Eu deixei um bilhete na geladeira, perto do iogurte que você toma.

– Ah claro, e ele simplesmente sumiu? - Debochei.

– Deve ter caído, alguém ter tirado. Bella – Segurou meus braços – Eu juro que não fiz isso, eu precisei sair porque estava atrasado para a reunião que tinha. Eu tentei te acordar, mas você sabe que isso é bem difícil. Então, eu deixei o bilhete – Meu coração quase, eu disse quase, amoleceu.

– Não importa – Recompus-me – Isso foi um erro, aquilo aconteceu no calor do momento. Você nem sequer gosta de mim.

– Não foi um erro, eu... - Segurou meu rosto perto do seu.

– Mãe, a vovó disse que eu podia comer o bolo de chocolate, agora – Nessie pulou perto de nós, nos afastando – O que vocês estão fazendo?

– Nada – Passei a mão no rosto, respirando lentamente. Parti uma fatia de bolo e a entreguei – Filha, tem uma surpresa lá no carro para você. Pede ao seu tio Jacob para te ajudar – Saiu correndo e gritando por Jake.

– Se você me dá licença, eu tenho que terminar isso aqui.

– Bella, para com isso. Volta para casa, lá é o seu lugar.

– E desde quando você se importa? - Guardei o último prato e joguei o pano no balcão.

– Pensa na Nessie, e você também não vai trazê-la para morar aqui. O lugar dela é perto de mim.

– O lugar dela, é onde eu estou – Esbravejei – Foi aqui que ela cresceu, foi eu que sofri meses a carregando – Segurei minha barriga – Então, não me venha com essa merda de conversa. Olha, vai embora, Edward. Eu não te quero aqui. Eu cansei de você, cansei de tentar. Agora quem está me fazendo mal é você – Falei, apesar de não ser total verdade. Ele me encarava sem reação, mas por impulso, ele saiu andando rumo a sala e eu o segui.

– Papai, olha que coelho enorme – Renesmee tinha dificuldade de ficar em pé com seu coelho de pelúcia de dois metros.

– Vamos Nessie, hora de ir para casa – Ele a pegou nos braços.

– Mas nem ferrando, ela vai ficar aqui comigo – A puxei para mim.

– Faça-me rir, Bella. Por anos, foi eu quem cuidei dela, eu a amei quando você estava ocupada demais. Ela vem comigo – A pegou de novo.

– Ela não quer ficar com você, eu sou a mãe dela – E mais uma vez ela veio para mim. E assim ficamos, discutindo e a trocando de braço o tempo todo, até Charlie soltar um grito.

– Parem com isso vocês dois – Nessie tinha parado nos braços de Edward – Parecem dois malucos, não veem que estão assustando minha neta? - Finalmente encarei a Nessie e seus olhos estavam esbugalhados de medo – Vocês têm que parar com isso, que coisa mais chata. É o tempo todo brigando, falando coisas ofensivas um para o outro. Bella, eu sei que vocês...vocês sabem o quê e o Edward não se despediu, mas dá para serem adultos e sentarem para conversar?

– Não – Falei cruzando os braços.

– Essa droga de discussão vai acabar afetando a filha de vocês. Então, se têm algum amor por ela, parem com isso e tentem se entender. Eu estou farto. E Edward, pare de bancar o idiota e comece a tratar minha filha como uma verdadeira mulher, acho que você não esqueceu que eu sei atirar, certo? - Escondi o riso vendo Edward balançar a cabeça freneticamente – Bom! Então, estamos conversados ou eu vou ter que tratar vocês como verdadeiras crianças? Ainda tenho porte para dar uma boa surra.

– Ninguém vai levar uma surra, aqui – Renner interveio – A Nessie vai ficar aqui – Sorri vitoriosa – E vai dormir comigo – Meu sorriso murchou – Edward, vai para casa e esfria essa cabeça, amanha se quiser volte e fique com a Nessie. Bella, desapareça para o seu quarto e vá dormir porque estou vendo que todo esse mau humor é sono – Até que ela tinha razão. Edward ficou nos olhando por um tempo, mas saiu pela porta bufando. Também não gostei de levar um sermão, quem gosta. Mas, eu vou é dormir. Quem sabe, amanha pode ser um dia melhor.

[…]

– Jéssica, você conhece a babá da Nessie? - Eu e Jessie estávamos almoçando em um restaurante ali perto. E adivinhem? As meninas estavam juntas, menos a Rebecka, essa tinha saído de férias.

– Aquela mini vadia? A “sobrinha” do Edward – Fez as aspas – Desculpe, não devia ter falado isso.

– Tudo bem, eu não gostei dela mesmo. Mas por que você fala isso?

– Algumas vezes que eu fui a sua casa a trabalho, eu observei que ela fica dando umas investidas no Edward. Eu até comentei com você, mas não ligou muito – As meninas me encararam chocadas.

– Desculpa chefe, mas como assim você não se importa com um deus daquele. Eu quebrava a cara dela.

– Eu nunca me importei mesmo?

– Se se importava, disfarçava muito bem – Deu um gole no suco e fiz o mesmo – Mas veja pelo lado bom, alguma coisa não mudou. Você sempre a odiou.

– E por que eu simplesmente não demito ela?

– Você me contou uma vez que a culpa era do Edward. Ela é filha de uma tal de Tânya Denalli, filha de Aro Denalli. É uma menina mimada que vivia dando problemas, e quando a mãe dela morreu...

– Morreu? - Interrompi.

– É, ela morreu em um acidente de avião a quatro anos atrás. Mas então, como vocês eram muito amigas e ela e o Edward eram como primos, vocês aceitaram ficar com a menina, porque o avô não estava mais aguentando ela. Então, ou era vocês ou era um colégio interno. Daí, ela fica de babá quando vocês precisam. Só que com o passar dos tempos, você foi percebendo que ela não era peça boa, disse até que tinha puxado ao pai, porque a Tânya jamais foi assim. Falou com o seu marido sobre fazer algo, mas ele não ligou. Achou que era mais uma implicância sua, você sabe porquê. E desde esse dia, você ficava jogando na cara dele que eles eram amantes – E eram? Cocei a cabeça e bebi todo o meu suco.

– E eu tinha provas desse envolvimento?

– Nunca teve flagrante, e sinceramente eu não acho que ele faria isso, mas nunca se sabe. E não, não tinha provas de nada.

– Jesus, não para de me aparecer problemas. Garotas, eu tenho que tirar uma dúvida com vocês – Elas se chegaram mais e contei toda a história do sexo e falta/presença do bilhete – Vocês acham que ele está falando a verdade?

– Eu acho que sim – Disse Angel endireitando os óculos.

– Chefe, depois do que escutei sobre essa menina, eu não duvido que ela tenha escondido ou jogado o bilhete. É bom a senhora ficar de olho.

– Bella, acorda. Como você sai de casa e entrega seu marido assim de bandeja para essa menina? Quer perder seu trono, tá maluca? Um conselho de amiga, volta para casa, mostra para essa perua quem é que manda no pedaço, agarra seu homem e faz ele implorar por seu amor – Rimos com seu teatro.

– Jessie, e quem foi que disse que eu me importo com ele? - Dei de ombros.

– Tá, e minha mãe nunca fez sexo. Qual é, conta outra, Bella. Está na cara que você o ama e está morta de ciúmes.

– Eu, ciúmes? - Bufei – Até parece – Pedi uma dose de whisky ao garçom.

– E se você der muito mole, é bem capaz que ele ceda as investidas dela. Qual o homem que não gosta de uma mulher babando por ele? - Disse Victória.

– Ele que fique com ela, então – Encostei na cadeira – Mas será que ele faria isso? - Elas riram da minha cara.

– Amiga, corre logo para sua casa e domina aquela selva, leoa – Gargalhamos com as palavras da Angel, ela nunca fala essas coisas. É, talvez elas tenham razão. Talvez seja hora de eu voltar para casa e pegar o que é meu, se é que é meu.

– Mas meninas, e se eles estiverem mesmo tendo um caso? O que eu faço?

– Ai, minha filha, ajoelha e pede a Deus para ele te ajudar.

– Ai meu Deus – Tomei todo o meu whisky, já pedindo outro, e suspirei.

– Mas relaxa, a gente não se importa com o que não gostamos – Jéssica debochou e as meninas esconderam o riso. Peguei um pedaço de pão e joguei nela.

– Não abusa, sua idiota. Ok, eu gosto dele sim. Mas ele me odeia, vive me dando patadas e deixa bem claro que quer distância.

– Bella, eu sei que homem é safado, mas ele não transaria com você sem ao menos sentir uma atração.

– Então, se é uma atração apenas que ele sente por você. Faça se transformar em uma labareda de amor.

– Nossa, Jessie, isso foi tão brega.

– O que eu quis dizer – Jessie prosseguiu – É que ele não estaria com você todos esses anos, aturando sua chatice, se ao menos não gostasse de você. Vai a luta, filha. Deixa esse orgulho de lado e vá ser feliz.

– Quem sabe – Dei de ombro, mas eu sei que tenho que reagir se não quiser ficar na lama – Vamos trabalhar, eu não quero mais falar sobre isso.

– Você quem sabe – Paguei a conta da vez e fomos embora.

[…]

– Oi mãe – Beijei-a – Onde está o tornado da casa, está tudo tão quieto.

– O Edward passou aqui e a pegou – Cuspi toda a água que tinha na boca.

– Como é que é? E você não fez nada? Eu vou matar ele.

– Larga essa faca, não quero te visitar na cadeia. E eu deixei sim, ele também tem direito. O trato foi ela passar o final de semana e já passou mais que isso, então sem drama.

– Eu não estou fazendo drama, só acho que eu devia ter sido avisada.

– Sim, sei – Olhou-me de lado.

– Mãe, assim, sem interesse algum, o que a senhora acha da sobrinha do Edward, a menina que fica com a Nessie?

– Aquela vadia?

– Mãe, olha a boca. Depois fala de mim – Revirei os olhos.

– Eu quis dizer, aquela menina da vida? Já devia ter saído da sua casa a muito tempo. A sorte dela é que a Nessie nunca reclamou dela e o Edward é bondoso, senão eu mesma me certificaria de botá-la para fora.

– A Jessie também comentou algo sobre isso – Peguei um pedaço de bolo e comecei a devorar.

– Se eu fosse você, e não estou falando pouca coisa porque até seu pai concorda, eu ficava de olho senão quiser perder o seu marido.

– A Jessie também falou isso – Repeti – Por que as pessoas acham que eu me importo com isso? Ele se quiser que fique com ela, estou nem ai.

– Unhum, sei.

– Para de me olhar assim – Gemi frustrada e deitei a cabeça no balcão – O que agora, vai dizer que eu devo voltar para casa e lutar por ele?

– Nossa, obrigada por me polpar desse discurso – Debochou.

– A senhora está muito engraçadinha para o meu gosto – Subi para o meu quarto decidida a ir atrás do Edward, quer dizer, da minha filha. Vocês me entenderam. Só digo uma coisa, aquela vaca mexeu com a desmemoriada errada.

– Aonde você vai?

– Que susto, pai. Estou indo para casa – Ele me olhou desconfiado.

– Se eu souber que vocês estão se pegando, e não é naquele sentindo, e traumatizando minha neta, eu juro por Deus que vou lá e acabo com vocês.

– Sim senhor – Prostrei continência – Te amo, pai. Beijos – Passei na sala e abracei a Renee – Te amo, mãe. Até mais.

– Não usem camisinha, eu quero outro neto – Gritou antes de eu fechar a porta. Eca, estremeci. Outro filho, nem pensar. Liguei o carro e segui calmamente o meu caminho. Mentira! Eu estava a cem por hora.

[...]

E aqui estou eu, parada fora do carro, tentando carregar minhas grandes malas, sozinha, para dentro. Que sorte a minha, chegar e não ter nenhum dos serviçais para me ajudar.

– Vamos lá, só contar até três e suspender – Agarrei as alças e respirei – Três – Falei sem ar por conta do peso e andei cambaleante, subi a pequena escada e com a cabeça, bati de leve na porta. Ao me ajeitar, perdi o equilíbrio e infelizmente embolei na escada.

– Ai Jesus, morri – Gemi com o peso das malas encima de mim – Alguém? - Choraminguei ainda estatelada no chão. Recuperei minhas forças, e dignidade, e aos poucos fui me levantando – Caramba, será que ninguém escutou eu batendo, eu em! - Subi apenas com uma mala e as outras duas ficaram lá, é mais seguro subir uma de cada vez.

– Família, cheguei – Gritei abrindo a porta e ela bateu na parede com tamanha força. Isso assustou o Edward e a vaca, que estava em pé ao seu lado.

– Bella? Você aqui?

– E por que não? Aqui ainda é minha casa, ou quer me expulsar?

– Claro que não.

– Cadê minha filha?

– Subiu a pouco tempo.

– E o que você está fazendo aqui ainda? – Direcionei-me a Natacha.

– Estava fazendo companhia ao Edward.

– Não precisa mais. Pode ir para o seu quarto, deve estar cansada da viagem – Sorri sem humor – Ah, Edward pega minhas malas lá fora, por favor.

– Você vai ficar?

– Sim, definitivamente. Leva lá para o quarto, estarei lá – Sai cantando vitória pela sua cara de surpresa e a cara de merda da Natacha. Eu estou apenas começando. Vou conquistar o Edward, fazê-lo olhar só para mim. Ah se vou. Vou pra cima e ao mesmo tempo desprezá-lo, eu bem sei que é disso que um homem gosta. Ri comigo mesma. Quando Edward entrou no quarto, eu já me encontrava deitada na cama, com meu pijama novo.

– Aqui estão, que peso. Comprou roupas? - Apontou para meu pijama.

– Você notou? É, eu precisava. Aquelas camisolas e tudo o mais não eram para mim.

– Nada de extravagância? Uau, esse é um velho jeito que voltou e mais uma coisa que não mudou.

– E o que seria? - Erguia a cabeça, curiosa.

– Você estava morrendo de ciúmes da Natacha.

– Eu? Até parece, só não gosto de gente mau carácter.

– Olha só quem fala – Sussurrou.

– Como é que é? Quer saber, fica falando sozinho. Melhor, desce e pede a Natacha para te fazer companhia – Revirei os olhos e o vi rindo.

– Ciumenta, isso nunca muda.

– Edward, não me faça ser grossa. Cala a boca que eu quero dormir. Obrigada, de nada – Só achei uma posição boa quando estava quase caindo da cama. Ah, perfeito!


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Notas finais do capítulo

Esses dois não tem jeito mesmo em kkkkk. Adorei a atitude do Charlie, talvez só assim pra colocar esses dois no eixo, né? Comentários e mais comentários, please. Beijos