Reviravoltas escrita por Bubblegoth


Capítulo 4
(Especial Passado) I - Naruto


Notas iniciais do capítulo

É importante que leiam, pois ajudará com o enredo da história.



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Passado 1 ~ Naruto

 

Eu acordei, e olhei para o lado exasperado. O que diabos tinha acontecido? Onde estava meu pai? Onde eu estou? Tentei levantar da cama, mas as minhas forças não eram muitas. Tentei novamente, e não deu certo; desisti. Foi aí que eu percebi que tinham tubos por todos os lados, e eu estava com uma máscara para respirar melhor. O que tinha acontecido, meu Deus? Eu estava em um hospital... Mas, o quê?

 

Não! Não! Não, e não! Aquilo não podia ter acontecido! Não, não! Foi só um sonho, tinha que ser um sonho! TINHA QUE SER UM SONHO! Meu pai não poderia ter... Ou poderia? E... Por minha culpa; sim, foi tudo minha culpa. Levei as mãos a minha cabeça, e comecei a gritar mentalmente, comigo mesmo.

 

-POR QUÊ? POR QUE, POR QUÊ? POR QUE, MERDA? PORQUE ISSO TINHA QUE TER ACONTECIDO NO MEU ANIVERSÁRIO? LOGO NO MEU ANIVERSÁRIO?! - comecei a sentir as lágrimas escorrerem dos meus olhos.

 

Iria recomeçar a gritar quando vi uma moça entrando pela porta. Pelo visual parecia ser enfermeira. Tinha cabelos curtos e escuros, e olhos da mesma cor. Ela chegou perto de mim e me olhou profundamente. Era compaixão ali? Ou simples e escrota pena?

 

Vi seu crachá que dizia ‘Enfermeira Shizune’. Ao menos sabia o nome dela. Ela se aproximou, e começou a olhar e mexer nos fios e tubos que tinham ali, anotando tudo. Parecia concentrada...

 

-Sh-...Shizu...ne...

 

Foi tudo o que eu consegui dizer. Tinha meus olhos úmidos, vermelhos, minhas mãos baixas, e a cabeça virada.  Devia estar parecendo quase morto. Mas, o sussurro que eu soltei, foi o bastante para que ela parasse imediatamente o que fazia, e vir me ‘acudir’.

 

-Acalme-se, Uzumaki Naruto. Você precisa descansar. Não se preocupe você está bem. Só exausto, e um pouco sem ar, mas nada grave. Está aqui há cerca de quatro dias, só dormindo. Mas, vai ficar tudo bem, sim? - eu ouvi calmamente ela falando tudo. Bem ou mal, eu estava bem, pelo menos fisicamente. Tentei mais uma vez.

 

-Me-...u... p-pai...

 

Era o suficiente. Percebi que ela entendeu, quando fechou os olhos, suspirou e abaixou a cabeça. Então... Então tinha realmente acontecido aquilo? Ele... Ele tinha morrido... Eu estava agora sozinho, sem ninguém, ninguém. A única pessoa que eu tinha, morreu; se foi. E tudo isso, tudo, por culpa minha; por minha culpa. Minha! Ela viu que eu tinha entendido a mensagem, e continuou.

 

-Você teve sorte, Naruto. Seu pai foi um entre os quase 190 que infelizmente faleceram. E você, foi um entre os menos de 50 que sobreviveram. Um entre os 20 que não tiveram seqüelas, e um entre os cinco que vão continuar com a vida daqui pra frente, normalmente. Você, Naruto, eu percebo que é um menino forte, que pode agüentar isso. Não te digo que é fácil. Eu sei como é. Meu pai também morreu, quando eu era pequena. Na sua idade mais ou menos. Só que de doença. No início, claro, eu fiquei muito, muito triste. Mas nós temos que continuar. Não podemos nos entregar assim, do nada, sem lutar pelos nossos sonhos, sem lutar pelo o que queremos para nós, e é claro, pela nossa futura família. Está bem? - Ela viu que aquilo tudo, de certa forma, havia me confortado. Eu forcei um sorriso em resposta. Ela sorriu também.

 

Senti meu estômago roncar. Eu estava há quanto tempo sem comer mesmo?

 

-Isso que dá ficar quatro dias sem comer, Naruto - ela riu. Agora podia ler mentes também? - Vou buscar alguma coisa para você - e dizendo isso ela saiu do quarto. Depois, ela voltou e me ajudou a sentar, e eu comi, também com ajuda dela. Depois disso, ela me mandou dormir mais um pouco.

 

Acordei no disse seguinte, me sentindo muito melhor. Shizune disse-me que fiquei dormindo por mais 14 horas. Agora já conseguia respirar sem aparelhos, ficar sentado, e andar me apoiando nos móveis. Shizune incentivou isso, dizendo que era bom re-treinar minhas pernas. Obedecia-a. De tempos em tempos eu andava um pouco. Com os dias, nós fomos ficando amigos.

 

Mais três dias depois, e eu já andava sozinho, só não podia correr, fora a isso estava tudo bem. Passou-se mais uma semana, fariam duas que eu estava ali, e precisava ir embora e liberar o quarto para outros precisados. Fiquei triste; agora Shizune era tudo que eu tinha, mas entendi. No dia seguinte, Shizune veio conversar comigo, e me ajudar a arrumar minhas coisas para eu poder ir. Na porta do saguão do hospital, ela me entregou um cartão pequeno e um envelope fechado. A perguntei para que servia, e ela me respondeu, fazendo-me sorrir novamente.

 

-O cartão é do orfanato de uma grande amiga minha, Tsunade. Ela pode parecer um pouco brava a princípio, mas você acostuma. Quero que você vá lá, e explique toda a sua história a ela. Ela há de te acolher. E o envelope contém um pouco de dinheiro, para você poder fazer a viagem. Pagar táxis, ônibus, e afins. Tome cuidado com os dois, principalmente com o dinheiro. Guarde o envelope na mochila antes de sair, e não fale com estranhos, certo?

 

Eu a olhei, e sorri. Corri e a abracei com força. Uma pessoa que eu nunca esqueceria; nunca.

 

-Deixa comigo, Shizune-nee-chan! - ela sorriu e me abraçou. Depois, eu saí correndo, enquanto ela me dava tchau acenando com a mão. Tinha que recomeçar minha vida; quer queira eu ou não.


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Notas finais do capítulo

Especial betado pela: "Vaah-chan"



Está ai o primeiro especial. Que pode mais ser chamado de meio-capítulo, né? Bom, nem tenho o que dizer muito disso. Isso explica um pouco o Flash-Back do capítulo 2. .D



Próximo Capítulo: Querer Tirar a Vida De Alguém.