Convergente: um novo final escrita por Ginger Bones


Capítulo 3
Capitulo 52


Notas iniciais do capítulo

eu acho que vou fazer um POV. ON da consiencia da Tris, o que acham?



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Tobias

Já fazem 2 dias que Tris não acorda. Os médicos disseram que ela fora baleada gravemente, e que uma das balas por pouco não atingiu seu coração. Não tenho me permitido descansar de verdade enquanto ela está assim, quero estar aqui com ela quando ela acordar. E se ela acordar enquanto eu estiver dormindo não será legal. Christina tem me trazido comida, porque não quer que eu passe fome, ela tentou me fazer sair daqui para descansar, mas eu me recuso a sair.
Christina já veio aqui duas vezes desde ontem a noite, quando soubemos da noticia. Já deve ser noite pela hora, mas eu não vou sair para nada daqui enquanto Tris não acordar.
–Tobias, vamos! Você precisa descansar, se alimentar, ela não iria gostar que você estivesse agindo assim!-Ela já estava implorando para que eu voltasse para o dormitório, mas não. Não vou. Não sozinho.
–Você não sabe o que ela iria querer que eu fizesse!-gritei, estou tentando me dar bem com ela, mas ela não facilita. Será que não entende que não vou.
Ela me olhou assustada por ter gritado.
–Desculpe.-falei mais baixo agora, enquanto aperto a mão de Tris.
–Tudo bem. Entendo o que deve estar sentindo, mas porque não descansa um pouco? Eu fico aqui até você voltar.
–O que você entende disso? -perguntei.
Ela baixou a cabeça antes que eu visse uma lagrima descer do seu olho, uma única lagrima que ela secou antes que chegasse a sua bochecha, mas eu vi. E entendi. Will. Ela perdeu Will no dia do ataque a Abnegação. Eles estavam juntos há pouco tempo, mas deu para perceber que se gostavam mesmo.
–Desculpa, eu...-me arrependi de ter dito alguma coisa no mesmo instante.
–Não, não se desculpe. Teria feito o mesmo no seu lugar. Eu... É...-ela não terminou a frase. Apenas largou a bandeja com a janta e saiu correndo porta a fora, batendo-a com força. Pensei em ir atrás dela, mas achei melhor não. Ela deve querer um tempo sozinha agora.
Me sinto mal por tê-la ofendido ou magoado daquela forma, mas não pensei antes de falar e essas foram as consequências. Mas parece que ela está tentando ignorar isso, porque da ultima vez que ela veio nem sequer tocou no assunto e quando tentei falar alguma coisa, me desculpar, ela mudou de assunto e não quis conversar sobre isso. Pensei que ela já tinha superado, só que aparentemente, a morte de Will ainda é muito recente para que ela toque nesse assunto sem sentir dor. Não posso culpa-la. Não sei o que faria se estivesse no lugar dela, se fosse Tris que tivesse sido morta naquele dia. Alias, se não fosse por ela, duvido que estivesse vivo agora.
Ouço batidas na porta e sem que eu sequer fale alguma coisa a pessoa já vai entrando. Ele entra. Eu realmente estou tentando manter uma relação pacifica com ele por Tris, porque se ela o perdoou eu tenho que fazer o mesmo, mas não consigo enxergar o irmão dela de outra forma que não como um traidor desgraçado. Se não fosse por ele, nada disso teria acontecido.
–O que você quer, Caleb?-não vou poupar minha irritação com ele.
–Eu venho em paz. Só quero conversar.-ela responde de cabeça baixa, ao menos teve a decência de parecer envergonhado. Bom. Ainda assim...
–Não temos nada para conversar, Caleb.
–Ah, nós temos sim!-agora ele pareceu irritado, franzo as sobrancelhas ao olhar para ele.- Olha, eu não vim para brigar, só quero dar o recado que Beatrice me pediu para dar se ela não sobrevivesse.
–ELA NÃO MORREU. NÃO MORREU!-me levantei da cadeira com o grito.-Como você tem coragem de vir aqui e me falar isso? Para mim! Aqui?
–Ela não está morta por enquanto. Pense bem, Tob...
–Ela não vai morrer!-insisto, também quero acreditar nisso.-Fale logo o que quer ou pode dar o fora daqui.
–Ela me pediu para dizer a você que não queria deixa-lo.
Ela não queria me deixar?
–E daí? Ela está aqui ainda! -ele abriu a boca para interromper, mas eu não deixei.-Agora vaza daqui, seu desgraçado.
Apontei para a porta e ele não pensou duas vezes antes de sair correndo. Ótimo. Não queria sujar minhas mãos com ele agora.
Me atirei de volta na cadeira, cansado de tudo. Cansado de todos. Eu não quero e não preciso de ajuda, droga. Só quero ficar aqui sozinho. Por enquanto.


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