Convergente: um novo final escrita por Ginger Bones


Capítulo 4
Capitulo 53


Notas iniciais do capítulo

Oi, eu voltei! O/ Depois de éons! Eu nem sabia que alguém ainda lia isso até ver as atualizações. Enfim, eu terminei a fic inteira já. Ou seja, um capitulo por dia. O que acham?



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Capitulo Cinquenta e Quatro
Tris
Não sei exatamente o que está acontecendo. Ouço meus amigos conversando ao meu redor, sobre mim, mas quando tento não consigo me mexer. Sigo me esforçando, mas não resulta em nada. Às vezes perco a consciência e não sei quanto tempo já se passou. Até que mais uma vez passo pelo mesmo pesadelo que venho tendo esse tempo todo. Minha mãe vindo me buscar, eu aceitando seu abraço e quando estamos atravessando uma grande caverna de pedra negra e já posso ver a luz do sol ao fundo, gritos nos cercam, minha mãe some sendo empurrado por estranhas criaturas humanóides com asas de morcego e me puxam de volta para a escuridão da caverna infinita. Então volto a ouvir os sons das vozes de meus amigos. A voz de Tobias tentando falar comigo, mas eu não posso responde-lo. Mas tento. Eu o ouço chorar na maioria das vezes, e isso me dói. Em uma dessas vezes em que sei que os ouço, Christina conversa comigo. Diz como todos estão e fala que estamos sozinhas e que está com saudades, acho que ela percebe que eu a ouço. Será que ela sabe? Teria como saber?
–Você dorme demais, Tris. Já te falaram isso?-diz Chris rindo um pouco, logo depois fungando.- Você disse que eu não iria te perder, por favor, cumpra a promessa, Tris. Eu sinto sua falta, amiga.
Christina está chorando por mim, e acho que não posso fazer nada. Tento me mover, concentrando toda a minha vontade em um único ponto, como venho tentando. E consigo. Aperto a sua mão com a minha.
–Tris?-Chris quase grita de surpresa.-Você está ai? Pode me escutar? Eu não estou sonhando, não posso estar. Faça de novo, por favor.
E eu faço. Agora que já fiz uma vez fica mais fácil, sinto que não estou mais paralisada, como quando estava recuperando meus sentidos depois daquele soro paralisante que Peter usou em mim na Erudição. Com esforço, consigo abrir meus olhos lentamente. No mesmo instante, vejo o quarto branco de um hospital como o de Uriah, as janelas fechadas com persianas escancaradas mostrando que é tarde da noite ou quase isso. É estranho estar em um lugar como esse, as luzes acesas me cegam por um momento até que me acostumo com o branco daquele lugar, quase tão luminoso quanto o lugar a que minha mãe estava me levando. Será que ela voltou para lá? Não, não é hora de pensar nisso. Está na hora de me mexer, agora que Chris me olha espantada. E com um pouco mais de vontade consigo voltar a falar, como se não usasse minha voz há muito tempo. E talvez seja esse o caso.
–Olá, Christina.-falo com dificuldade. Minha voz ainda rouca.
–Oi?-grita Chris, já recuperada do susto e bastante irritada.-Você dorme esse tempo todo e agora que acordou diz "Oi"?
Provavelmente não é uma boa hora para isso, mas rio da sua raiva.
–Quanto tempo eu dormi? -pergunto depois que paro de rir.
–10 dias.-ela responde mais calma.-Não estou achando nada engraçado, sabia? Os médicos queriam desligar seus aparelhos, por pouco não o fizeram. Quatro não permitiu, e eu ameacei abrir um barraco se tentassem.
É, isso explica muita coisa. Chris é legal, mas acho que ninguém quer vê-la surtando.
–AI MEU DEUS! -Grita Chris com os olhos arregalados.-O Quatro, ele vai ficar tão feliz! Espere aí. Nem ouse se levantar, eu já volto.
E saiu correndo do quarto, nem sequer me deixou responder. De qualquer forma, acho que não teria força o suficiente para me levantar. Estou fraca, essa é a verdade. E agora consigo sentir isso.
Não demora muito tempo até ouvir barulho de pés correndo e em seguida a porta é aberta com força, o que me assusta um pouco, e Tobias entra correndo no braços gritando meu nome.
–Graças a deus você acordou!-diz se jogando em cima de mim e me abraçando com toda força. Me machuca um pouco, mas não estou ligando para isso agora, apenas o abraço de volta.-Pensei que nunca mais iria acordar. Não suportaria ficar sem você.
Ele chora agora, sem se importar em estar no meio da noite e fazendo barulho em um hospital. Eu sinto seus braços começarem a tremer, tamanho esforço ele está fazendo para me segurar, e talvez a ele mesmo, de pé.
–Ah, Tris! Eu senti tanto a sua falta.-diz se afastando apenas o suficiente para me olhar nos olhos. -Você está bem? Que pergunta.
–Calma, eu não morri.-disse rindo.-Você não vai se livrar de mim tão fácil assim.
–Não faça piada com isso.-disse serio, me largando. -Sabe como me senti esses dias?
–Desculpa, Tobias.-respondi segurando sua mão. Não quero que ele se afaste. -Que horas são?
–22:45h. Por que?-fala confuso.-Tem alguma coisa em mente?
–Na verdade, tenho.-digo.-Quero ir lá fora.
–Por que?
–Está nevando. -E estava mesmo. Lá fora milhares de flocos de neve transformavam a escuridão da noite em um cenário lindo, brilhando sob a luz da lua cheia. Lindo.-Olha!
–Está tarde e frio, Tris.-Diz se sentando do meu lado.-Não pode esperar até amanhã de manhã?
–Não.-respondo convicta.-Não será a mesma coisa. Quero ir agora.
–Gosta mesmo da neve, não é?-me pergunta suspirando. Ele está se dando por vencido! Apenas balanço minha cabeça dizendo que sim.-Tudo bem. Nós vamos! Mas não antes que o médico venha te ver.
–Não!
–Sim!-responde me imitando e apertando o botão ao lado da minha cama.-E sem discussões.


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