Tac. Tic. Tac.

Syndra não conseguia se concentrar na aula. Sua atenção era voltada somente ao relógio e a janela, lembrando do dia de ontem. O som do relógio mostrava cada segundo passando, o que para Syndra era uma eternidade.

Ela cursava artes, e estava no seu primeiro período. O homem negro, com longos dreads a frente de toda a turma, estava escrevendo no quadro enquanto dizia algo sobre renascença, ou algo do tipo. Enfim, o sinal toca, e Syndra sai apresada de sua sala, e vai ao encontro de Janna.

– Hey, Syndra. – A moça de longos cabelos loiros, e com um vestido rosa chá que era um pouco a cima dos joelhos a chamou – Gostaria de ir na galeria comigo?

– Claro.

Após alguns minutos de caminhada e conversas, Janna e Syndra finalmente chegam ao seu destino. A galeria que mais parecia um pequeno shopping, tinha três andares. Com portas feitas de vidro e havia algumas luzes em banners de propaganda. Ao entrarem, andaram mais um pouco e subiram a escada rolante, chegando ao segundo andar.

– Aqui, Syndra. – Janna correu em direção do estande que ficava entre duas lojas. O estande tinha várias coisas decorativas, inclusive pelúcias. – Não é fofinho?

– Aah, que lindo!

Syndra agarra a pelúcia, que parecia mais uma fofa e gordinha bola de pelo, tão felpuda e macia quanto qualquer coisa já fora. A pelúcia tinha um ar fofo e inocente, com a lingua pra fora e com grande um sorriso, e tinha dois pequenos chifres. Syndra ficava apertando a pelucia desejando tê-la.

– Com licença, moço. Quanto é a pelúcia?

Um homem alto e forte com um bigode em sua cara e um simpático sorriso vira para ela.

– São poros de pelúcia, minha querida.

– Poros? – Syndra diz curiosa.

– Sim, poros de pelúcia. É o nome desses bichinhos fofinhos.

– Que adorável... – Syndra aperta a pelúcia mais um pouco.

Enquanto Syndra e o homem de bigode simpático conversavam, Janna viu na livraria da frente aquele que admirava. Ele tiha um ar de descuidado, uma barba por fazer e seu cabelo negro, era preso em um rabo de cavalo, que ficava em pé praticamente. Ele atendia uma senhora a procura de alguns livros, e parecia estar segurando alguns nas mãos.

Após o atendimento terminar, Janna continuava o olhando, o que fez com que ele notasse a sua presença, e que os fez cruzar os olhares por um pequeno tempo. O suficiente para deixar Janna sem reação. Alguém parecia o chamar dentro da livraria, mas mesmo assim custou para o moreno desviar o olhar de Janna e voltar a trabalhar.

Syndra, percebendo a reação da amiga, foi falar com ela.

– Aha! Era ele que você tinha falado, né?

Janna olha surpresa para Syndra e cora.

– Sim... Estava tão na cara assim?

– Do jeito que você o encarou, sim. Porque não vai falar com ele, ein?

– Mas e se ele não estiver interessado?

– Deixa de ser boba, Janna! Vai lá vai, fala com ele. – Syndra dá um pequeno empurrão no ombro da loira e ela caminha em direção a livraria.

A livraria tinha a vitrine de vidro, com vários livros expostos logo no começo da loja. Era grande e espaçosa, o caixa ficava logo no começo, e mais ao fundo da loja havia discos de vinil há venda e algumas mesas e sofás para as pessoas sentarem e lerem um pouco. Janna, que procurava o moço de cabelos negros, acabou achando-o. Ele estava arrumando livros na prateleira. Janna se aproximava cuidadosamente dele, e com certo nervosismo.

Ela exitou, e ficou pensando no que iria falar com ele. Perguntaria sobre algum livro? A loira sempre amou ler, mas ultimamente estava sem tempo para isso devido a faculdade. Enquanto Janna ficava parada e pensava no que iria falar, o moreno percebeu a sua presença, se voltando para ela e a encarando.

– Ah, olá. Teria algo em que eu possa ajudá-la?

Ela fica o encarando e demora um pouco pra responder.

– Na verdade... Acho que sim. – Ela tira da sua bolsa um papel – Você teria esse livro aqui pra vender?

– Ah, acho que sim. – Ele caminha em direção a seção de ficção. Ele para, e começa a procurar.

– Achei. – Ele pega o livro e entrega à Janna.

– Obrigada. – Ela diz sorrindo – Como eu procurei por esse livro.

– Nunca o tinha encontrado antes?

– Não... Não que seja dificil achar, mas estou sem tempo e onde procurei estava esgotado.

– Hmm... Pelo o visto você gosta de ler, isso é bom. Prazer, sou Yasuo. E você como se chama?

– Sou Janna. E sim, amo ler. Você também gosta?

– Sim – Yasuo sorri – Era você ontem e agora há pouco aqui me encarando?

O rosto de Janna ficou vermelho. Ela encarou Yasuo surpresa e não sabia o que responder.

– Haha! –O moreno sorriu e respondeu bem humorado –É... Isso responde a minha pergunta. Bem, Janna... Eu tenho que trabalhar, tá? Mas antes, cê gostaria de sair qualquer dia desses?

– Sim... – ela abriu um sorriso ao falar – Adoraria... –Ela quase suspirava ao falar.

Do lado de fora, Syndra tinha acabado de comprar o Poro e o abraçava na espectativa de o tempo passar mais rápido. Ela não parava de pensar em Zed, ou como iria ser o show naquela noite. Uma alegria imensa tomava conta de seu coração ao pensar nisso, e seu ritimo acelerava. Ela estava sentindo seu sentimento mudar, e crescer cada vez mais... Junto com a sua saudades por Zed. Syndra estava tendo seus devaneios até que Janna chegou.

– Syndra, eu consegui! Ele me convidou para sair... – Sua voz repleta de felicidade pronunciava isso.

– E agora, o que irá fazer? Vai voltar aqui amanhã? Ah. – O barulho do seu ceular a fez lembrar que era quase quatro da tarde. Ela tinha que se apressar para o show. – Bem, acho melhor eu ir andando... Eu tenho um encontro também.

– Sério?? Me conta mais sobre isso.

As duas caminhavam tranquilamente pela a rua, enquanto a albina explicava sobre Zed. E as expectativas de Syndra só cresciam mais e mais a cada passo que ela dava.