Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 45
Capítulo Três - Indiferentes


Notas iniciais do capítulo

Maratona!♥



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Todos os olhos presentes ficaram atentos. Seus donos, com exceção de Natsumin e Ambre indagavam-se silenciosamente. De que segredo ela estaria falando? E por que Natsumin o guardava? Seria um segredo ruim?
As folhas de um tom verde escuro batiam umas contra as outras. Os galhos secos rangiam como portas. A lua iluminava o grupo de alunos em férias com seu brilho prateado e incandescente. Um vento contornou a fogueira naquele momento, quase apagando as chamas rubras.
Todos preferiram ficar calados. Com exceção de ...
— Segredinho? — Alexy indagou dando um sorriso amarelo e um pouco triste. Ele não entendia como Natsumin poderia guardar um segredo dele. Tudo bem que ela não tinha a obrigação, mas... — Do que ela está falando, Natsumin?
Castiel levantou os olhos negros dispersos, tornando-os atentos. Natsumin escondia um grande segredo. Castiel não a conhecia muito, mas o pouco que conheceu dela no mês passado o fez perceber isso. O segredo deveria ser grande. E algo que a machucasse. Mas, orgulhosa como era, Natsumin não contaria a ninguém. Talvez porque esse segredo a faria sofrer. Apesar de a menina parecer indiferente, ele conhecia aqueles olhos azuis magníficos. As órbitas pareceram ter perdido a cor e a pupila de Natsumin diminuiu, praticamente desaparecendo. Aqueles olhos azuis magníficos, agora, perdiam o brilho.
A imagem das chamas dançantes da fogueira eram refletidas nos olhos de Natsumin. A menina se levantou. Ela aprecia disposta a dar a resposta a Ambre. Castiel observava aqueles olhos discretamente, sentindo algo surreal. Algo que nem ele mesmo conseguia explicar.
Castiel sempre desconfiou que havia algo de diferente em Natsumin desde o primeiro dia em que se falaram plenamente. E ele não se referia a aspectos físicos.
Imediatamente, o ruivo lembrou-se da aposta. Inicialmente a proposta dele era quem, em troca, a menina cantasse para todo o colégio. Mas, Natsumin não havia aceitado e ele poderia jurar que havia visto lágrimas nos olhos dela naquela noite. Ele havia tirado aquilo da sua mente, enfim, esquecido. Não ligava para o que estava acontecendo com a novata. Mas, depois que mudaram as condições e ela foi morar com ele, mesmo sem querer, Castiel sabia que as coisas haviam mudado entre os dois.
Agora e, justo agora que ele sequer fala com Natsumin, vem isso com Ambre. Aquela loira sabia como ser uma completa idiota! No dia em que ele tentou salvar Natsumin das garras de Ambre, foi Iris quem o contou que a menina estava em perigo. Mas, quando ele foi salvá-la, acabou sendo atingido na cabeça. Não teve nem tempo para saber que perigo ela estava correndo.
E que perigo era aquele? Essa era a primeira vez que Castiel se indagava esse tipo de coisa.
Castiel voltou os olhos discretamente para o garoto que estava sentado ao lado de Natsumin. Armin. O ruivo trincou os dentes. Castiel lembrava-se muito bem de que quando acordou, Natsumin estava beijando Armin. Poderia ter sido Armin quem o atingiu na cabeça?
Se sim, Castiel não hesitaria em dar a ele uma lição.
— Não é nada, Alexy. — Natsumin estava aflita, mas dava o seu máximo para não demonstrar. Ela respondeu deu uma forma distinta, fria e racional, como se o foco de tudo aquilo não fosse ela.
Alexy calou-se, fechando o sorriso. Seu rosto de menino formou uma expressão calma, mas um pouco triste. Ele entendia que quando ela dizia que não era nada, era porque, na verdade, era algo muito ruim. Ele só não sabia o quê.
— Já tem a resposta? — Ambre indagou com o sorriso maléfico ainda no rosto.
— Já chega. — Nathaniel manifestou-se pela primeira vez naquela noite. Estava calado demais, pensativo demais. Melody encarou-o com seus olhos azuis, temerosa de que ele fosse defender Natsumin.
E foi exatamente isso que ele fez.
— Não consegue ver que está passando dos limites, Ambre? — o garoto indagou para a irmã, atraindo os olhares ao redor da fogueira.
— Não passei dos limites. — Ambre pronunciou séria. — Foi ela quem pediu consequência.
— Não precisava ser esse tipo de consequência. — Nathaniel aprecia decidido a defender Natsumin. — Ela não precisa aceitar...
— Eu aceito. — Natsumin disse com convicção, atraindo novamente os olhares para ele. Kentin arregalou os olhos verdes, indagando-se como Natsumin poderia ter mudado tanto. Conseguia estar mais decidida e forte. O que tinha acontecido com ela, afinal? Ele era seu amigo de infância. Mas, Natsumin havia saído tão rápido do antigo colégio que ele sequer teve tempo de saber o motivo. Natsumin havia abandonado a todos os seus antigos amigos. Tsubaki, Ayuminn... e ele.
— Vai aceitar? — Ambre arregalou as órbitas verdes, mostrando-se, pela primeira vez, preocupada. Não, não, ela não poderia aceitar de jeito nenhum! Era para essa garota ser uma covarde e não aceitar. Era para ela ser humilhada! Ela não pode beijar o Castiel!!! — S-se quiser, posso reconsiderar. — Ambre forjou uma piedade inexistente. — Acho que vou ouvir meu maninho.
— Não sou covarde, Ambre. — Natsumin pronunciou, ríspida. — E não quero sua reconsideração, obrigada.
— Claro que não.... — o sarcasmo havia sumido da voz de Ambre. A garota agora seguia Natsumin com o olhar. A garota estava tão determinada com sua escolha, que imediatamente andou em direção ao ruivo. Ambre arregalou os olhos verdes e sentiu a raiva crescer em seu peito. Natsumin ia beijá-lo mesmo! Droga! Droga!
Natsumin agachou-se à frente do ruivo e implantou um beijo leve e rápido na bochecha dele. Castiel ficou com o corpo rígido, como se tentasse esconder sua frustração ou algo do tipo. Natsumin afastou-se imediatamente, dirigindo-se ao lugar onde estava sentada.
— Eu sabia! — Ambre disse, furiosa. — Você é uma covarde mesmo, Natsumin! O beijo deveria ser um beijo de verdade! A consequência não valeu e agora todo mundo vai saber!
Natsumin franziu o cenho, virando o rosto sério para Ambre. [i]Bate, bate, jogue-a no fogo[/i] a rebelde em seu interior gritava, em um acesso de loucura. Mas, sem escolha, Natsumin sabia muito bem o que fazer. Não se deixaria ser humilhada.
— Ah para com isso! Foi válido sim! — Armin se meteu, procurando impedir que Natsumin beijasse Castiel, que permanecia indiferente. Ou melhor, se esforçava para parecer assim.
Nesse momento, Natsumin sorriu para Armin, agradecendo pela ajuda.
— Armin tem razão. — Alexy também se manifestou. — Você não disse que beijo deveria ser, Ambre.
Ambre entortou o nariz. — Pois estou dizendo agora. Não vai aceitar, covarde? — desafiou.
— Concordo com os meninos. — Iris também se manifestou.
— Eu também. — Violette ruborizou quando os olhares se voltaram para ela.
— Eu também. — Lysandre falou pela primeira vez.
— Eu também. — Kentin apoiou.
— Também acho. — Brita também se pronunciou.
— Eu também. — Nathaniel pronunciou baixo.
— Covarde. — Ambre interrompeu-os.
— Ela não é covarde! — Brita ficou furiosa. Estava prendendo demais a raiva.
— Covarde. — Ambre sorriu e Natsumin teve vontade de esganá-la naquele momento. A menina voltou os olhos azuis para Castiel e a Rebelde em seu interior sorriu com o que ela ia fazer.
— Covarde, covarde, covarde! — Ambre cantarolou, provocando.
Em um único impulso, Natsumin prendeu a respiração e dirigiu-se para o ruivo. Ela tomou o rosto dele entre as mãos e abaixou a cabeça, colando os lábios nos dele. Castiel permaneceu com o corpo rígido e agora estava mais tenso do que nunca. Natsumin tentou conter o nervosismo, mas seu coração disparava. A garota soltou o rosto de Castiel e sentou-se novamente no tronco, entre Armin e Kentin. Todos a olhavam atravessado, indagando-se como tudo pode acontecer tão rapidamente.
— Fiz o que pediu. — Natsumin falou, fria. — Agora é aminha vez de girar a garrafa.
Ambre perdeu as palavras. Não só Ambre, todos que estavam ali. Até mesmo Alexy! Ninguém queria comentar nada. E nem mesmo ousaria. Noventa e nove por cento dos ali presentes tinham medo da reação e Castiel.
Mas, o ruivo apenas cruzou os braços e voltou a encarar a fogueira. Natsumin, bem como ele, também parecia totalmente indiferente. Ela girou a garrafa e a ponta parou em Nathaniel.
O loiro levantou os olhos caramelados e conteve a respiração que começava a ficar escassa.
— Verdade ou consequência? — Natsumin indagou com a voz baixa.
— Verdade. — ele respondeu de pronto.
— É verdade que sempre foi tão certinho? — Natsumin indagou.
— Não. — Nathaniel respondeu com sinceridade.
— Acho melhor mudarmos os planos. — Brita já estava percebendo a tensão existente entre Natsumin, Armin, Kentin e, talvez, Castiel. Era melhor acabar com aquela brincadeira, antes que tudo piorasse.
***
A gaita tocava uma melodia conhecida. A introdução de Gipsy, uma música de Shakira ecoava pelos ouvidos dos poucos que ainda estavam presentes. Ambre, Melody, Violette e Kentin já haviam ido dormir. O restante observava com atenção Natsumin. A garota deslizava a gaita azul de médio porte sobre os lábios. As bordas douradas brilhavam sob o luar. A gaita era de Lysandre e o rapaz a havia indagado se ela gostaria de tocar. Natsumin aceitou, depois de hesitar um pouco. Ela tinha receio de que a música retornasse à sua vida, mas, o toque da gaita parecia tão inofensivo que ela se indagou se não seria nada de mais tocar um pouco.
Castiel tinha os olhos atentos nela. Ele observava seu rosto de boneca com os olhos fechados. Natsumin literalmente sentia a música. Como se fizesse parte dela. Ela finalizou a introdução e abriu os olhos. Suas órbitas azuis encontraram as de Castiel. Natsumin sentiu o coração disparar imediatamente. Ele a estava olhando enquanto tocava.


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Notas finais do capítulo

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