~Pov Hermione

Minhas coisas e as de Lauren já estavam arrumadas. Nós sairíamos após o almoço e voltaríamos no final de semana após eu muito insistir com Draco sobre o quanto aquela viagem ao Japão era importante para mim, embora eu não dissesse o motivo. Pansy confiou aquela informação apenas a mim e como agora, de um jeito estranhamente maluco, eu sentia que ela era minha amiga, não revelaria a ninguém sua maior perda.

Embora não quisesse ficar longe da pequena, ele sabia que apesar de tudo ela estaria mais segura comigo, além de que ele não poderia ficar com ela durante o dia todo, pois estaria trabalhando, então eu o manteria informado sobre o que quer que estivesse acontecendo lá.

Eu estava guardando as últimas coisas quando fui surpreendida pelo patrono de Gina Potter, me dizendo que ela não conseguia entrar por causa das proteções. Rapidamente fui até lá, encontrando-a parada juntamente com Luna e Meg, com seus cabelos agora castanhos.

—Suspenderam os ensaios do teatro hoje por um problema na iluminação então decidi passar para ver você e a minha pequena. –Meg cantarolou sorrindo para Lauren. Deixei que ela pegasse a pequena e o sorriso dela pareceu aumentar ainda mais.

—Eu estava com saudade de vocês três. –Falei abraçando-as ao mesmo tempo. –Parece que ultimamente só temos tempo para nos preocupar.

—Nós também. Mas relaxa, Mione, é só uma questão de tempo até as coisas se acalmarem, você vai ver.

—Eu realmente espero que esteja certa, Gina.

—Eu conversei com o Draco e ele me disse que você está indo viajar para o Japão. –Minha cunhada começou com um sorriso e eu assenti. –Ele me disse que você não quer contar o que vai fazer e que até iria com você se não estivesse trabalhando, então eu pensei que poderia nos fazer bem uma viagem juntas, só as mulheres, mas só se você quiser, Mione.

—Prometemos não nos meter no que quer que esteja querendo fazer lá. –Luna disse.

—E entendemos se preferir ir sozinha. –A ruiva acrescentou, segurando a mãozinha de Lauren.

—Estão brincando? –Perguntei.

—De jeito nenhum, os ensaios da Meg estão suspensos, Gina está de férias e eu estou adiantada quanto aos artigos do Pasquim.

—Vocês são as melhores, sabia? –Eu disse feliz. –Tenho certeza de que um tempo só pra nós como nos velhos tempos vai nos fazer muito bem.

—Então podemos ir? –Gina questionou.

—É claro que sim, vai ser ótimo!

E assim partimos juntas em direção ao Japão. Tudo o que eu disse a elas foi que eu precisava encontrar uma pessoa e o último registro que eu tinha dela era ele havia sido entregue para a adoção há dezenove anos nos braços de uma mulher chamada Amaya, além do endereço dela. E que não, Lucius não tinha nada a ver com o garoto que eu procurava.

~Pov Narrador

Os alunos saíram da sala de provas completamente aliviados e assustados com o que haviam acabado de fazer. A única que continuava preocupada com o fim dos NIEMs era Alison, que verificava todas as suas respostas nos livros para ter uma ideia de como havia se saído. Eles se sentaram a uma distância segura do salgueiro lutador, apenas sentindo o ar fresco tocando seus rostos. Diferente da Veela, nenhum deles queria se submeter a consulta que provavelmente só aumentariam as preocupações, então debatiam a respeito do baile.

—Eu não acredito! Eu havia marcado isso, mas por algum motivo troquei no último segundo. –A loira resmungou. –Eu nunca vou ser uma medibruxa, minha nota foi péssima.

—Vem cá, meu amor. –James a puxou para si, fazendo com que ela encostasse a cabeça em seu peito. O grifinório tirou o enorme livro de suas mãos e o fechou, colocando-o junto aos outros e afastando todos eles da garota. –Você vai ser a melhor medibruxa de todas, eu tenho certeza. Agora relaxa, o mais difícil já passou. –E ele beijou a ponta do nariz dela, fazendo-a sorrir.

—É, calma Ally, tenho certeza de que de nós todos aqui sua nota foi a melhor. –Ronan a tranquilizou.

—Vamos falar de outra coisa antes que eu me afogue em lágrimas? –Nina sugeriu, rindo. -Amanhã nada de se atrasarem hein? Quero todas prontas de manhã porque vamos sair logo depois do café para comprar nossos vestidos.

—Tinha me esquecido desse detalhe. –Annia murmurou.

—Eu também. –Alison concordou. –Alguma ideia de onde podemos conseguir vestidos por aqui?

—Tem pelo menos três lojas de vestidos em Hogsmeade. Se sairmos cedo podemos dar uma olhada em todas. –A ruiva sorriu. –Ouviu, Annia? Se você não acordar amanhã eu juro que te jogo água.

—Eu? Por quê? –Ela questionou, rindo.

—Você está sempre atrasada.

—Não tenho culpa se meu cérebro só começa a funcionar direito depois do meio dia. –Ela deu de ombros ombros e a outra Sonserina revirou os olhos.

—E então, já que elas vão tirar o dia para as garotas amanhã o que vamos fazer para passar o tempo? –James perguntou.

—Como assim “o que vamos fazer”? Também vamos comprar os nossos vestidos para o baile, oras! Zabini, acho que você ficaria ótimo de azul. Combina com os seus olhos. –Todos gargalharam.

—Chris tem razão, amor. –A Malfoy brincou, olhando para aquela imensidão azul clara em seus olhos.

—Decidido então, nós também vamos em busca do vestido perfeito amanhã. –O loiro concordou.

—Collins, se você não acordar, vou jogar água na sua cara. –James ameaçou, imitando Nina.

—Vocês são insuportáveis. –Alison o empurrou, rindo.

—Um insuportável que vai se atrasar para o jogo de hoje se não começar a correr. –Potter beijou o rosto dela e se levantou, estendendo a mão para ajudá-la em seguida.

Todos nós ficaram de pé. O jogo de hoje seria Grifinória contra Lufa-Lufa e quem vencesse disputaria a final no dia seguinte contra a Sonserina. Todos estavam ansiosos para saber quem levaria a taça, principalmente Ronan que, com a falta de Chris no time, estava ainda mais preocupado e por isso treinava ainda mais.

—Vou me trocar. Me deseje sorte, minha Veela. –Ele pediu à namorada, enlaçando-a pela cintura.

—Boa sorte, Potter. –Ela disse com um sorriso doce, segurando o rosto dele e depositando em seus lábios um beijo demorado e intenso enquanto os outros iam na frente, deixando o casal sozinho. Quando aquele beijo terminou, sua testa continuou encostada na dela e a proximidade foi mantida. –Eu vou sentir falta disso.

—Ah, James...! –A garota murmurou, olhando nos olhos dele com o seus já marejados.

—Eu te amo, Ally. –Disse, dando um beijo na ponta do nariz dela.

—Eu também te amo, meu amor.

Ela deu um sorriso e o puxou para um abraço apertado que pareceu durar uma eternidade. Ou pelo menos era o tempo que eles queriam que durasse. Se separaram depois de alguns minutos e, de mãos dadas, seguiram em direção ao campo de Quadribol.

Além dos times haviam também alguns alunos já esperando pelo jogo. James observou seus primos, sua namorada e seus irmãos, todos eles usando as cores da Grifinória e prontos para torcer por ele independente da rivalidade entre suas casas e do fato de que se ganhasse essa partida se enfrentariam na final.

Com a chegada dos outros alunos o jogo começou e abrindo o placar Viola Hunter, da casa dos leões, acertou a goles direto no aro do meio, levando a torcida à loucura. Potter estava confiante quanto ao jogo, sabia que seu time havia se dedicado bastante e que com certeza dariam o seu melhor e isso era o que importava, embora a possibilidade de levar a taça no seu último ano fosse bastante tentadora ele tentou afastar a pressão de sua cabeça ou enlouqueceria.

—Os leões definitivamente não estão para brincadeiras hoje! –Comentou Nathan Burner, que narrava o jogo. –Novamente em posse da goles, eles avançam sobre os texugos com tudo! Potter desvia do balaço das irmãs White, passando direto para Hunter... Amanda Vincent pega das mãos da garota... Ela está se aproximando... E QUE BELA DEFESA, TRAVIS MORRISON!

—Vamos lá, James! Faz um pra mim! –Lily gritou para o irmão, que riu em cima da vassoura.

—Potter avança sobre Gael e recupera a posse... Espera, acho que temos um sinal do pomo! Os apanhadores disparam... MERLIN, DEZ PONTOS PARA A GRIFINÓRIA! -A torcida foi à loucura com o capitão do time, que jogou um beijo para a irmã caçula. A pequena ruiva parecia prestes a explodir de tanta felicidade. –É meus caros, parece que a nossa querida Veela vai ter que esperar um pouco, pois este foi para a Potter mais nova.

—O próximo é seu. –Ele gesticulou para a namorada.

—Os lufanos começam com a goles e parecem bastante determinados... Vincent, Jones, Allen por pouco não foi atingido por um balanço de Ian Callow, mas continua... DEZ PONTOS PARA A LUFA-LUFA! –A parte da torcida vestida com as cores preta e amarelo encheram o lugar com gritos e vivas. – Parece que os leões vão revidar. Outro balaço de Callow, dessa vez na direção de Jones o acerta em cheio e a goles volta para as mãos do capitão da Grifinória, que não perde tempo e a manda direto no último aro. MAIS DEZ PONTOS PARA A GRIFINÓRIA!

James passou, voando baixo perto da namorada e dando uma piscada para ela, que estava quase explodindo de orgulho e felicidade do namorado. Sabia o quanto ele havia trabalhado duro para aquela final e sabia o quanto ele adorava a sensação de estar em cima de uma vassoura.

Depois de algum tempo, a Grifinória continuava na frente com um placar de cento e dez a quarenta. Os apanhadores ainda estavam sem sinal nenhum do pomo, e os Grifinórios continuavam a aumentar o placar na tentativa de garantir cada vez mais pontos.

—Ninguém segura esses leões! Se apressem, lufanos, pois aparentemente James Potter ainda não se cansou de marcar! Acho que isso o torna o alvo principal das apanhadoras... Ele desvia do primeiro balaço com perfeição, mas não teve tanta sorte com o segundo... JAMES POTTER CAI DA VASSOURA!

Alison logo se levantou e empurrou todos que ficaram entre ela e o namorado. A veela não se importou com o jogo que ainda estava rolando ou com a possibilidade de que fosse atingida também. Só queria ver como ele estava.

—Jay? –Chamou, se ajoelhando ao lado dele. Não demorou para que os irmãos e primos do grifinório se aproximassem também. –James, fala comigo?

Os olhos dele se fixaram na loira e logo passaram por todos que estavam ali e ele riu, fazendo com que todos soltassem o ar aliviados.

—Caramba, foi só um tombo gente. –Disse, mas um grito saiu de sua boca quando tentou se levantar.

—Aparentemente não foi só um tombo, James Sirius. –Alvo respondeu, reparando que o braço direito do irmão estava em um ângulo esquisito.

—Ótimo. –Resmungou, levantando a cabeça e olhado para o braço que doía.

Madame Pomfrey logo espantou todos dali e, embora tivesse insistido para que o Potter mais velho a acompanhasse até a enfermaria ele se recusou. Poderia ficar fora do jogo decisivo para sua casa ir para a final, mas nada o impediria de assistir a partida de perto, embora Alison também estivesse insistindo bastante para que ele acompanhasse a enfermeira.

—É meus queridos vocês podem tirar James Potter do jogo, mas nada vai impedir esse garoto de acompanhar a partida! Lufa-Lufa em posse da goles... Allen, Richard, Vincent, Allen... UM BALAÇO O ACERTA E QUASE O DERRUBA! Os leões se aproximam dos aros... Não vai ser dessa vez, Richard recupera a posse... Passa para Vincent e DEZ PONTOS PARA LUFA-LUFA! -Potter se levantou bruscamente, pronto para ditar ordens de onde estava, mas uma dor intensa o fez se sentar novamente, mal-humorado. –Os apanhadores disparam... Hayley Culbert, da Grifinória está na frente... Ela bate de frente com uma das irmãs White e o apanhador dispara... VITÓRIA DA LUFA-LUFA!

Os lufanos explodiram em festa e James finalmente aceitou sair de lá, mas não estava irritado. Mesmo que tivessem perdido, ele sabia que seu time havia dado o seu melhor, inclusive estavam na frente em número de pontos antes do pomo. Seguiu com a enfermeira, sendo acompanhado de perto pela namorada, os primos e todo o time da Grifinória.

Madame Pomfrey expulsou todos de lá mais uma vez, mas eles decidiram esperar do lado de fora até que ela os chamasse. Os lufanos estavam comemorando no seu salão comunal e os participantes do time até apareceram para ver como James estava. A enfermeira deixou que todos entrassem aos poucos, sendo os primeiros a família e Alison.

—Como você está? –Alvo perguntou enquanto Lily vinha correndo em direção ao irmão para lhe dar um abraço.

—Acredita que ela tirou minha varinha? –O mais velho respondeu rindo e dando um beijo no rosto da irmã mais nova e ela se afastou. –Disse que não quer que eu exploda nada como da última vez. –Todos riram.

—Eu disse a você que explodir coisas no corredor da enfermaria não era uma boa ideia. –Ronan lembrou. –E quando você perdeu o controle dos fogos... –Eles gargalharam.

—Valeu a pena só pela cara da Madame Pomfrey. –Respondeu, dando de ombros.

—Está doendo? –Ally perguntou, dando um selinho no namorado.

—Não muito, tomei uma poção.

—Os times estão aí fora querendo ver você. –Annia contou.

—Os times?

—Os Lufanos vieram também. –Rose respondeu.

—E onde está madame Pomfrey? –Perguntou.

—Minerva disse que precisa dela. –Chris contou. –Não deve demorar.

—Mande-os entrar então. –E ele deu de ombros.

*-*

—Posso falar com você? –Anthony disse se aproximando de Amélia. A garota estava sentada no sofá do salão comunal lendo um livro e logo reparou na expressão de receio que estampava o seu rosto.

—Tudo bem. –Ela disse, fechando o livro e tirando as pernas do sofá para dar a ele espaço para se sentar. Ele não deixou de reparar nas pequenas mudanças que já começavam a acontecer no corpo dela e se surpreendeu, pois não imaginava que ela fosse ficar ainda mais linda. –O que foi?

—O quê? –Anthony disse, voltando seus olhos para os dela.

—Você disse que queria falar comigo e agora está me olhando esquisito.

—Não estou não.

—Está sim.

—Eu... Meus pais estão aqui.

—E?

—Eu contei tudo a eles. –Ela arregalou os olhos, um tanto surpresa. –Eles não ficaram muito felizes quando contei que deixei você na mão... Minha mãe está revoltada comigo, mas eu disse a eles que a partir de agora vou ficar do seu lado para o que você precisar, e se você quiser se casar, tudo bem pra mim, vou ficar feliz por ter mais tempo com vocês.

—Espera... O quê? Eu não quero me casar. –Amélia disse arqueando as sobrancelhas.

—Tudo bem então. –Ele deu de ombros e pegou a mão dela. –Eles querem conhecer você. Eu entendo se não quiser, e mais uma vez me desculpe por ter sido um covarde e idiota, eu não estava pensando direito...

—Você foi mesmo. –Ela afirmou e ele riu.

—Okay, eu mereço isso e também mereço que nunca mais olhe na minha cara, mas eu quero fazer isso direito Melly...

—Amélia. –Corrigiu e ele ignorou.

—Quero estar do seu lado em todos os momentos a partir de agora e se algum dia você quiser tentar de novo, do jeito certo dessa vez, estou aqui também.

—Está começando a aparecer. –Um garoto do sétimo ano disse, reparando nas mudanças do corpo dela.

—É o que eu sempre digo, eles deveriam ter tomado cuidado. A vida deles acabou a partir de agora. –A menina que estava com ele comentou.

—E também quero que você saiba que você está mais linda a cada dia que passa.

—Não precisa dizer isso para fazer com que eu me sinta melhor Anthony, eu realmente não me importo com o que estão dizendo. Quero dizer, e daí que minha barriga está crescendo, pelo menos estou ganhando mais peitos também. –Ela brincou, dando de ombros.

—Não estou dizendo isso para que se sinta melhor. Estou dizendo isso porque você está gostosa pra caralho e a vontade de te beijar está me matando agora.

—Okay... –Ela riu, estranhando. –Vamos lá conhecer os seus pais, mas isso não significa que você possa me beijar.