~Pov Hermione

–Está melhor? –Perguntei me sentando no sofá ao lado de Draco, que estava pensativo olhando para o nada.

–O filho do meu melhor amigo... –Ele repetiu e eu revirei os olhos rindo.

–Draco você vai pirar desse jeito. Ronan é um bom garoto, não vai fazer mal. Vou ter que dizer isso sempre que ela namorar?

–O problema não é diretamente com o Ronan, é com o Blás.

–O que o Blás fez? –Perguntei confusa.

–Ele fazia questão de engolir as garotas na minha frente... E o Blásio que me perdoe, mas se o Ronan fizer isso com a minha menininha eu não vou pensar duas vezes antes de...

–Ele não vai. –Falei beijando seu rosto e pegando a garrafa de sua mão.

–Ei, não está pensando em beber isso não é?

–Eu sei me cuidar okay? –Falei colocando a garrafa na mesinha e ele deu um sorriso de canto me beijando. O loiro me puxou, me colocando sentada em seu colo e levou suas mãos a minha nuca. –Draco... –Chamei quando ele desceu os beijos pelo meu pescoço. –Na sala da casa da Molly não né?

–Prefere subir e procurar um quarto?

–Não. –Eu me separei dele, olhando em seus lindos olhos. –O que acha de escolher os nomes do nosso bebê?

–Agora?

–É, vamos! Vai ser divertido! –Ele sorriu me dando um beijo acariciando minha barriga.

–Vou chamar as crianças. –Assenti e ele se levantou.

–Antes disso pode fazer macarrão pra mim?

–Claro morena. –Disse me dando um selinho e saindo.

Foi quando o meu celular começou a tocar. Eu o peguei e sorri ao ver que era o número de minha mãe e saí da casa, indo até o lago.

–Mamãe? –Falei sorridente, mas não foi ela quem respondeu.

–Sinto muito, mas acho que ela não vai falar com você hoje. –Eu tremi ao ouvir aquela voz. –Ou talvez nunca mais.

–Lucius? –Perguntei sentindo as lágrimas se formarem em meus olhos, com medo do que ele poderia ter feito.

–10 pontos para a Grifinória. –Ele disse rindo.

–O que fez com os meus pais? RESPONDA ANTES QUE EU...!

–Calminha, calminha querida, acredite, eles vão se sentir melhores quando eu acabar com isso.

–ACABAR COM ISSO?! NÃO, POR FAVOR, EU VOU MATAR VOCÊ SE ENCOSTAR NELES!

–Até você chegar vai ser tarde demais. –Lucius riu mais uma vez, fazendo as minhas lágrimas caírem mais e mais. –Ou então eu posso esperar e me divertir um pouco com você, gosta de um Crucio? Eu acho divertidíssimo o seu desespero.

–O que quer pra deixa-los em paz?

–A sua mãe já está em paz há muito tempo garota.

–Não... VOCÊ ESTÁ MENTINDO, DIGA QUE É MENTIRA!!

–Se não quer acreditar, pergunte ao seu pai. Desfaça o feitiço querida. –Ele falou a ultima parte pra alguém que estava lá.

–Papai? –Chamei implorando aos céus que ninguém respondesse e tudo fosse uma mentira.

–Não quer falar com a sua filha? –Eu ouvi a voz de Lucius ao longe. –Sinto muito, mas você não tem escolha. –Logo em seguida ouvi um grito.

–HERMIONE NÃO VENHA ATÉ AQUI, ESTÁ ME OUVINDO?!

–Pai... –Murmurei fechando os olhos ao reconhecer a voz. –QUEM ESTÁ AÍ COM VOCÊ SEU LUCIUS?!

–Você nunca saberá. –Ele riu. –Agora diga a sua filha o que houve com a mãe dela... EU MANDEI DIZER!... CRUCIO!

–PARA! –Implorei enquanto ouvia os gritos do meu pai.

–Acho que ele não quer ser obediente.

–O que quer para ir embora?

–Simples, quero que desfaça o feitiço idiota que colocou na pirralha. Você acabou com toda a minha diversão.

–Não vou deixa-lo entrar na mente da minha filha!

–Essa é a sua ultima palavra?

–HERMIONE NÃO! ESTÁ TUDO BEM QUERIDA, EU AMO VOCÊ, NÃO O DEIXE PERTO DA ANNIA!

–Cala a boca! –Gritou uma garota.

–Sim. –Murmurei bagunçando meus cabelos de preocupação. –Me desculpe papai. –Chorei.

Eu amava meus pais, mas não o deixaria se aproximar da minha filha. E mesmo que eu quisesse salvá-los eu sabia que se desfizesse o feitiço estaria colocando a vida da minha menina em risco, ela ainda não havia esquecido o que houve no passado, e se ela usasse isso para se vingar eu a perderia.

–Avada Kedavra. –Lucius disse e eu ouvi um barulho, como se alguém caindo no chão. –É sua culpa. –E ele desligou.

Caminhei lentamente, aquela última frase se repetindo várias e várias vezes em minha cabeça. Foi quando senti uma dor forte em minha barriga. Levei a mão até lá e respirei fundo, tomando forças para dar mais um passo.

Quando finalmente cheguei até a casa percebi que eles estavam me procurando, já que Rony e Meg estavam do lado de fora da casa chamando meu nome. Ao me ver os dois me olharam preocupados e correram até mim, segurando minha mão.

–Herms? Está tudo bem? O que houve? –Ela perguntou olhando em meus olhos.

–Draco... –Chamei e a loira olhou para o marido. –Chame o Draco...

–Vou chama-lo, calma. –Balancei a cabeça concordando e Meg correu, foi quando eu gemi de dor.

–Mione, olha pra mim, o que está acontecendo?

–Dói...

Eu não precisei dizer mais nada, Rony já havia me pegado no colo e me levado pra dentro, colocando-me deitada no sofá. Quando Draco apareceu todos vieram atrás dele, inclusive Molly, que trazia um copo com um liquido azul.

–O que é isso?

–Vai fazer bem a você e ao bebê. –A velha senhora Weasley disse com um sorriso bondoso me entregando. Eu bebi e logo me senti um pouco mais calma e as dores paravam aos poucos.

–Morena, o que aconteceu? –Meu marido me perguntou desesperado. –Está tudo bem com o bebê?

–Lucius... –Solucei e todos arregalaram os olhos. –Ele ligou...

–Crianças saiam. –Draco disse baixo, a preocupação em seus olhos crescendo. –Por favor... –Falou interrompendo-os quando começaram a protestar.

Scorp e Annia se aproximaram de mim e me abraçaram, depois disso seguiram com todos até a cozinha.

–Está melhor? –Harry perguntou e eu balancei a cabeça. A dor tinha passado, mas eu ainda queria ir até os meus pais. –O que ele disse?

–Ele matou os meus pais Harry! EU OUVI!

–O quê?! –Eles perguntaram juntos e Draco me abraçou, beijando meu rosto.

–Tinha uma garota com ele e ele disse que se eu não desfizesse o feitiço que coloquei na Annia quando ela era menor nada salvaria o meu pai... Eu não posso fazer isso com a minha menina!

–Que garota? Calma Mione, não se sinta culpada, é a sua filha! –Luna segurou minha mão.

–Eu não sei, ele a chamava de querida e mandava-a fazer coisas. Os meus pais...!

–Olha pra mim. –Draco pediu e eu olhei. –Não é sua culpa, nós vamos até lá, pode ser que ele esteja mentindo. Você fica aqui okay?

–Não, eu vou com vocês.

–Hermione você está grávida e quanto menos ele souber melhor. Se você chegar lá e ele descobrir só vai tornar tudo mais perigoso.

–Blás são os meus pais, eu sei me cuidar.

–Podem nos dar licença? –Draco pediu e todos assentiram saindo. –Hermione, por favor, eu não quero brigar com você.

–Eu também não, então, por favor, me deixe ir.

–Essa gravidez já é de risco, você quer aumentá-los?

–Eu vou ficar bem!

–Não, você não vai. Se ele estiver lá nos esperando eu sei que vai atacá-la primeiro, e da ultima vez você viu no que deu!

–São os meus pais! Como acha que eu vou me sentir se eu não for?!

–Hermione...

–Draco, por favor! –Implorei chorando olhando nos olhos dele. –Eu vou ficar bem, só quero ver os meus pais!

Ele suspirou e me abraçou beijando minha testa, em seguida estendeu a mão pra mim e nós nos levantamos juntos indo para fora da casa.

–Toma cuidado. –Ele pediu e eu balancei a cabeça assentindo.

Lá fora todos me olhavam como se perguntando se ele havia concordado com tudo, mas não disseram nada, então simplesmente peguei a mão dele e nós aparatamos.

Harry foi o primeiro a entrar. Todos tínhamos a varinha nas mãos e estávamos atentos a qualquer movimento, mas não havia nada, a sala da casa estava em perfeita ordem.

Seguimos juntos para a cozinha, mas também estava tudo normal e então chegamos ao quarto. Gina abriu a porta, mas ela não entrou, os olhos dela se encheram de lágrimas e ela voltou abraçando Harry, Draco segurou minha cintura e me virou, fazendo com que eu olhasse em seus olhos.

–Tem certeza que quer entrar aí? –Meio relutante eu balancei a cabeça assentindo e pegando sua mão.

Juntos entramos e encontramos meus pais caídos no chão... Estavam mortos. Eu chorei mais e Draco me abraçou, me apertando em seus braços.

–É sua culpa. –Disse uma voz atrás de mim, mas quando me virei não tinha mais ninguém.

~Pov Annia

Meus pais haviam saído, nos deixando com a vovó e o vovô Weasley. James explicava a Ally o que estava acontecendo enquanto todos ficávamos em silêncio pensando em tudo o que ouvimos da conversa deles.

–Acha que eles estão bem? –Lily perguntou. –Eu estou preocupada com a mamãe e o papai.

–Não se preocupe, daqui a pouco eles estarão aqui. –Alvo respondeu deixando a irmã mais aliviada.

–Eu posso falar com vocês? –Pedi à Ronan, James, Chris e Nina e eles assentiram. –Pode vir também Ally. –Chamei ao ver a loira soltando a mão do namorado e se aproximando de Lily. Ela sorriu e veio conosco.

–Peguem um casaco, está frio lá fora. –Disse a vovó e todos nós obedecemos. Chris pegou uma coberta para a pequena Angel, que estava nos braços de Nina.

Eu estava pronta para começar o plano, não aguentaria mais então teria que ser agora. Ele tinha ido à casa dos meus avós... Lucius você vai pagar por tudo isso!

–Eu não vou aguentar mais... –Suspirei sentindo as lágrimas se formarem e Ronan me abraçou, beijando o topo da minha cabeça. –Ele foi até os meus avós! Ele matou os meus avós!

–Meu amor, calma nós não temos certeza ainda...

–Não Ronan, minha mãe não teria ficado daquele jeito se não tivesse certeza... –Ele secou minhas lágrimas. –Tudo bem... –Respirei fundo me separando dele. –Nina, desfaça o feitiço.

–O que? –Ela me olhou assustada.

–Annia, por favor, pense nisso direito. –James pediu me olhando. –Eu sei que concordei em te ajudar, mas ainda acho esse feitiço uma maluquice.

–Eu também não acho uma boa ideia. –Chris murmurou segurando a mão da pequena, que estava quase dormindo.

–Não, eu não vou mais pensar nisso James! Ele não disse que queria que minha mãe desfizesse o feitiço?! É isso o que ele vai ter porque eu estou cansada dele aparecendo sempre que a nossa família está bem!

–Nina, por favor!

A ruiva suspirou cansada e entregou a pequena para o irmão. Ela resmungou e deu uma olhada em Chris, fechando os olhos e deitando em seu ombro em seguida. Ele realmente não queria sair de perto dela hoje. Nina então se aproximou e apontou a varinha pra mim.

–E se der errado?

–Não vai.