13 Rotas escrita por Um Moletom Cinza


Capítulo 4
Gustavo - Possibilidades 1/3


Notas iniciais do capítulo

Tomei café da manha e fui trabalhar, aquele dia transcorreu de maneira tranquila, tentei não pensar no que havia sonhado na noite anterior com aquele suicídio do Marcel, tive certa dificuldade para prestar atenção nas aulas da faculdade e então decidi ir para casa. Cheguei em casa, estava cansado, por mais que o dia tivesse passado rápido e tranquilo, estava sobrecarregado. Deitei-me em minha cama, não demorou comecei a sonhar novamente. Esse sonho foi totalmente descontraído. Eu sonhei com uma criança, sonhei como se eu tivesse convívio com essa criança e ele começou a me contar coisas da vida dele, estávamos sentados na mureta de segurança da ponte Rio-Niterói. Foi um sonho meio estranho, estava tudo calmo, era como se aquele menino fosse real, estava tudo muito real. Ele era baixo, tinha olhos grandes e marcantes, um olhar que ninguém esquece quando os vê, ele usava roupas coloridas, me pareceu ser uma criança alegre. Parei ao lado dele, ele me olhou nos olhos, se apresentou, me convidou para sentar-se e então ele começou a conversar comigo, e a contar fatos da vida dele.



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Tá vendo esse mar? Pois é, eu escolhi ele pra ser minha eterna morada, sabe porque? Porque ninguém esquece o mar, e eu só queria ser inesquecível. Acabei perdendo tudo o que eu tinha. Vou te contar mais ou menos pra você entender.

Eu sempre fui uma criança feliz, meus pais são bem atenciosos comigo, vivo uma vida simples, sou pequeno ainda porém muito experiente. Eu sempre tive um sonho, conhecer o mar, era a única coisa que meus pais tinham medo. Eu sempre pedia para eles me levarem para a praia, mas sempre arrumaram uma desculpa.

A grande surpresa pra mim foi quando eu fiz 4 anos e minha irmã nasceu, foi uma festa. estávamos toda a família reunida para recebe-la, meus tios, tias, avó, avô, primos, minha mãe não aguentava de tanta felicidade, minha irmã era linda, era pequena, tinha olhos grandes iguais aos meus, pouco cabelo, e não era que nem aquelas crianças que tem cara de joelho, prometi para mim mesmo naquele dia que sempre cuidaria da minha irmã.
Os anos foram passando e a medida que íamos crescendo nossa amizade ia aumentando, compartilhávamos segredos, eramos melhores amigos. Eramos muito ligados a nossa mãe, o que fazia cada vez eu e minha irmã sermos mais ligados. E assim cada vez mais o tempo passando, eu e minha irmã crescendo.
Era dia do meu aniversário, 25 de setembro, minha mãe resolveu fazer uma festa, acho que o que eu mais gostava na minha família era que qualquer coisa era motivo de comemoração, e eu estava completando 10 anos. Não era qualquer idade, se bem que nenhuma idade é igual a outra, mas o fato foi que a festa foi uma das melhores que eu ja tive em toda a minha vida. Nesse dia meu pai virou pra mim e me perguntou o que eu queria de presente, e como eu já estava cansado de pedir para ir pra praia e nunca me levarem, pedi pra ele me colocar em uma escola de natação, meu pai me prometeu que me colocaria. Passou três dias e meu pai foi comigo em uma academia próximo a nossa casa e enfim comecei a fazer natação. Eu acho que eu era a criança mais empolgada em fazer natação, sempre gostei de estar em contato com a água, era uma sensação agradável. Quando fiz 15 anos decidi que quereria virar nadador profissional, pedi para os meus pais, minha mãe como sempre me apoiou ao máximo, meu pai meio receoso, mas aceitou, conversei com meu treinador da academia. Comecei a treinar pesado, queria ser o melhor, não sei, mas acho que desde sempre tive esse lance de querer ser o melhor em tudo. Não demorou muito comecei a competir, os primeiros campeonatos não ganhei, mas eu tinha sede de vitoria, e nunca me deixei abalar pelas perdas, e a cada perda meu técnico dizia pra eu nunca desistir, de certa forma isso ia me dando motivação para buscar sempre o melhor de mim, e assim foi, aos 17 anos ganhei minha primeira medalha de ouro em uma competição, eu estava em Porto Alegre, logo que eu sai do ginásio eu liguei para minha mãe e disse que havia ganho a competição, foi uma tremenda felicidade para toda a família. No domingo de manhã cheguei em casa, estavam todos a minha espera exceto meu pai, logo senti falta dele, então perguntei a minha mãe onde ele estava, relutando em dizer onde ele estava, comecei a ficar nervoso, ela vendo meu desespero resolveu dizer que eles haviam brigado e ele resolveu sair de casa. Aquilo pra mim foi um choque, eu estava feliz por ter ganho o campeonato, mas estava triste por meu pai ter saído de casa.

Os dias que sucederam a minha chegada, eu não estava digerindo muito bem a noticia e estava preocupado com a minha mãe, ela parecia muito bem, estava trabalhando normal, não tocava no assunto e também não dizia o motivo da briga, apesar de eu também não ter perguntado. Fazia dias que meu pai havia saído de casa e não havia me ligado e nem sabia que eu havia ganho a competição. E eu não sabia nem onde ele estava. Foi então que comecei a questionar minha mãe.


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