The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 19
Capítulo 16 - A Turnê dos Vitoriosos


Notas iniciais do capítulo

Ana tem que fazer o seu melhor na frente das câmeras...

Música: Tenuous Winners - Returning Home (sim de novo)
Link: http://www.youtube.com/watch?v=wbFkEVSm2JI&index=18



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A turnê. Tínhamos que pular alguns meses para chegar naquele dia, e foi o que fizemos. Por alguma razão que eu ainda não sabia, não chegamos a entrar na sala azul, e sim Kryn ativou alguma coisa onde simplesmente nos vimos no mesmo lugar só que no dia em que precisávamos estar para a turnê.

Uma vez que viajamos para o futuro, fomos parar um dia antes da turnê, e eu mal consegui dormir de tão ansiosa que estava. No dia seguinte, encontrei com vários conhecidos, dentre eles Harley e os meus mentores. Harley parecia sentir saudade de mim. Kryn, por prevenção, tinha colocado na cabeça dos mentores que nós tínhamos tido contato naquele tempo que nós “pulamos”, só que pouco já que eu parecia querer um tanto de reclusão.

***

–Bem – vindos! No último ano, os 72º Jogos Vorazes, trouxe uma grande história com ele. - começou Caesar, ao vivo. - Uma história emocionante de sobrevivência. Como nação, compartilhamos a agonia. Mas tivemos pouco tempo para aproveitar a alegria dela.

Uma vez que saí da casa, agora arrumada, Caesar gritou:

–Aí está ela, Ana Catarina Barsen, a Dama dos Raios!

Eu usava uma calça preta, combinada com uma blusa de mangas e gola rolê azul marinha e uma echarpe de pelo cinza, completando o visual com uma trança e botas marrons.

Eu forçava o melhor sorriso que podia. Não estava feliz, mas tinha que fingir que estava, e tinha que responder as perguntas com cuidado.

–Então, está tudo bem com você?

–Sim...eu acredito.

–Me dê mais detalhes, Ana!

–Eu acho que estou bem...a vida aqui é... - pensei antes de responder. -...graças a capital, é uma vida muito boa, melhor do que eu já tive.

–Muito bem! Então vamos acompanhá – la durante a Turnê da Vitória! Muito obrigado, Ana Catarina Barsen! - eu acenei para as câmeras.

Depois disso, as câmeras apagaram. Em cerca de 10 minutos estávamos embarcando em um trem, aqui começara a turnê.

No trem, Harley não parava de falar. Tinha que comentar disso, daquilo. Falar de cá para lá...eu só podia me lembrar dela falando o que fazer na turnê:

–Você só tem que fazer um discurso, acenar para a multidão e aproveitar a atenção. Você merece.

–Eu mereço?

–Sim, você deve aproveitar, porque você merece.

–Sim, mereço muita coisa por ter matado um bando de gente... - comentei, ironicamente, recebendo de resposta só um olhar decepcionado de Harley. Eu voltei a observar a paisagem que tinha pela janela.

Depois de um tempo, me direcionei para os meus aposentos (ainda dentro do trem) e fiquei lá, filosofando comigo mesma.

Depois de um bom tempo, Kryn entrou no cômodo, sentando – se ao meu lado.

–Você está bem?

–Mais ou menos. Não consigo ficar totalmente bem nesse lugar.

–Calma, vai ficar tudo b-

A frase de Kryn foi interrompida assim que percebemos que estávamos no distrito 12. Era tudo bem silencioso, pelo visto, e haviam vários pacificadores rondando a área.

Assim que chegamos saímos do trem. Dentro de um carro, já estávamos a caminho de nossa destinação.

–O prefeito vai fazer uma apresentação, você vai ter que dizer algumas palavrinhas e é costume fazer menção aos tributos que faleceram. No distrito 12, Skye e Runner.

A lembrança de Runner ardeu na minha alma. Eu teria que fazer um discurso em público e mencionar ele...não sei se conseguiria. Pelo menos tinha um discurso pronto.

–Aqui o discurso. - Harley me deu um papelzinho.

Eu peguei o papel e o li. Era simples, mas era falso...vamos ver no que dava.

***

–Senhoras e senhores. A vencedora dos 72º Jogos Vorazes: Ana Catarina Barsen.

Uma porta na minha frente se abriu, e Harley me conduziu para o lado de fora. Eu andava lentamente, um silêncio pesado no ambiente, minha mão tremia involuntariamente.

Eu vi, ao longe, um grande holograma dos dois tributos mortos daquele distrito, e, perto do holograma, as famílias deles.

–Obrigada. - comecei. - Estou honrada por estar aqui hoje. E por estar com os familiares dos tributos falecidos.

Eu parei. Eu não podia simplesmente ler um discurso e ponto final. Eu tinha que dizer algo verdadeiro, de coração. Tinha que ser algo que eu mesma falasse. Não podia pensar na minha imagem, tinha que pensar em Runner. Peguei o papel do discurso e guardei no bolso da calça.

–Eu não posso fazer isso assim. - murmurei.

Eu dei uma inspirada funda, e recomecei:

–Eu acho melhor eu recomeçar. Primeiro, eu queria dizer que... - hesitei. - eu não cheguei a conhecer Skye, mas eu conheci Runner. E de uma coisa eu tenho certeza, ele fez muita diferença na minha vida. - engoli em seco. - Se não fosse por ele, eu não estaria aqui hoje e, se pudesse, faria de tudo para que ele estivesse aqui também. Eu sei que palavras não podem mudar certas coisas – dei uma tossida. - mas, eu realmente vi algo em Runner que eu nunca tinha visto antes. Ele disse que tinha visto uma luz em mim, mas eu é que vi uma luz nele. Eu sinto muito. Se eu já estou sofrendo, eu, que mal o conheci por uns três ou quatro dias, imaginem vocês, amigos e familiares dele. E não só de Runner, mas de todos os outros tributos, como Skye. Eu não tenho como sentir a mesma dor que vocês, mas eu realmente quero dizer que eu sinto muito. - eu estava quase gritando isso, mas recuperei a calma, continuando – E...ele me mostrou misericórdia, mesmo sabendo que poderia ter me entregado para os carreiristas, e seria um problema a menos. Ele poderia ter vivido mais do que eu, ganhado os Jogos, mas ele pensou muito além de uma recompensa, ele pensou com o coração, ele se lembrou do valor que uma vida tem. Ele era uma pessoa que não se vê em todo o lugar. Ele me ajudou, me salvou, mas eu não pude salvá – lo. Eu sinto muito.

Uma lágrima desceu sobre a minha pele e eu olhei para baixo. Depois fechei os olhos e respirei fundo.

No meio da multidão, várias pessoas começaram a levantar os três dedos. Beijei a mão e os levantei também. Silêncio no ambiente, nada, somente aquela cena que mostrava que eles compreendiam os meus sentimentos e que estariam comigo. Abaixando os dedos e finalizando o discurso, disse:

–Infelizmente não podemos mudar o passado, mas espero que possamos mudar o futuro.

Assim, fui sair, mas antes, no meio das pessoas, pude notar uma figura um tanto curiosa. Não sei porque, mas uma garota de cabelos escuros e olhos cinzentos me chamara a atenção...

Então, me virei e saí do local. Eu sentia que as pessoas tinham entendido a minha indireta, esperava que sim.

Agora que não tinham câmeras para me olhar, me pus a chorar descontroladamente.

De repente, pude escutar vozes vindas do lado de fora. O que era aquilo? Pareciam vozes que discutiam, então abri uma fresta da porta e me choquei com a cena que vi.

Pessoas se colocavam na frente dos pacificadores os atacando e gritando com eles, reclamando dos Jogos e do destino daqueles que tinham que participar daquilo.

Kryn correu e fechou a porta na minha cara. Me agarrou pelos braços me puxando para um lugar mais reservado. Depois disso tentou me acalmar e disse que tudo ficaria bem, mas não era o meu papel começar uma rebelião em Panem, isso só ocorreria dois anos depois, com Katniss, e eu teria que esperar. Ele disse que a única coisa que eu deveria fazer era ler os discursos e fingir que estava feliz, mesmo que eu não gostasse de ser falsa.

–Como você espera que eu consiga fazer isso? Não vai passar de um mentira desses idiotas da capital.

–Você está vendo o que você começou aqui? Isso não pode acontecer, a história não pode mudar porque você não está a fim de mentir. Pessoas vão se machucar e você vai estar interferindo no espaço tempo abertamente podendo causar uma colisão que vai ser pior que qualquer mentira que você vai contar na sua vida! – disse ele, já gritando.

Então, eu me calei e o olhei nos olhos.

–Ok, eu vou fazer isso, mas saiba que estou fazendo contra a minha vontade.

E assim foi, cada distrito que eu passava eu era obrigada a falar uma mentira. O povo estava começando a ficar estressado com isso, e eles não eram os únicos, mas eu tinha que me segurar. Katniss era o tordo, não eu. Ela que iria causar a rebelião. Então eu sempre falava o maldito discurso. Cada palavra me dava cada vez mais raiva. As seguintes frases eram as que mais me deixavam angustiadas:

–Panem hoje, Panem amanhã, Panem para sempre.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!!
Três beijos, um queijo e quero comentários!



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