No Need to Say GoodBye escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 7
De noite


Notas iniciais do capítulo

Esse Pov é do Rilian. Por alguma razão, eu tentei ele com o Pedro e a própria Cristal, mas não deu certo. O que ficou melhor, é esse aqui!



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Pov. Rei Rilian

Depois de despedir meu cavalo, adentrei no palácio, e me sentei nas escadarias que ficam no hall de entrada norte. Todas as imagens daquela visita ainda estavam frescas em minha mente.

Eu fui o último a chegar no jardim. Por alguma razão, todos estavam ansiosos para chegar, e voavam com muita velocidade. Mas eu apenas passeei, voando tranquilamente. Sabe, não são muitas as coisas que conseguem me impressionar, mas desde que Cristal chegou, eu vejo cada vez mais coisas novas e maravilhosas...

Enfim, quando me dei conta, Pétrio estava pousando. O lugar era um jardim com J maiúsculo, tão bem cuidado e ornamentado, com espécies de flores que eu nunca havia visto na vida. Comecei a caminhar, aproximando-me dos canteiros e analisando as flores.

– Isso são flores de Miri. - uma voz doce e alegre disse - São pequeninas, mas concentram um perfume doce bem exótico. Não tem em nenhum outro lugar de Nárnia.

Eu ergui meu rosto e me virei. Ela tinha a pele morena clara, os cabelos negro-azulados bem cacheados, cheios de pequenas margaridas. Usava um vestido branco puríssimo, com babados que lhe desciam até os joelhos, revelando suas pernas, e os pés descalços. Ela me fitava, com seus olhos verde-escuros e um sorriso reconfortante.

– Mas e essas, são o quê? - eu me aproximei de um outro canteiro.

– Ah! Isso são dentes de leão. Pode notar que neste canteiro eles estão com misturados, mas é que eles ficam sem-graça agrupados apenas em rosas, amarelos e azuis. - ela se aproximou do canteiro e tirou um pequenino, todo branquinho - Meus preferidos são esses, com as pétalas feitas para serem carregadas a sabor do vento. Eles concedem desejos.

E dito isso, soprou aquela flor, e o vento carregou as pétalas para o alto e para longe.

– Eu posso? - perguntei.

– Claro!

Ela arrancou um delicadamente, e depois me entregou. Eu o soprei com toda a minha força, mas o vento foi cruel comigo, e as pétalas voltaram para mim, entrando no meu nariz e na minha boca. Eu tossi, e ela ficou rindo ao ver minha reação.

– Às vezes isso acontece. - ela riu - Sinal que seu desejo não foi aceito.

– Ah, que pena! - eu suspirei - Eu desejei meu almoço...

Ela sorriu, sapeca. Parece o tipo de pessoa que daria uma excelente amiga.

– Eu tenho todo tipo de árvore frutífera aqui, se isso ajudar. - ela falou - Mas estão do outro lado do jardim.

Ela começou a andar, e eu segui ela. Quanto mais andávamos, mais parecia que esse jardim não tinha fim. Ele não era tão grande visto de cima.

– Você é mais um dos amigos do Caspian, não? - ela me perguntou. - Deixa eu me apresentar, o meu nome é.....

– Auroraaaaa! - ouvi a voz do meu pai gritando - Auroraaaa!

– Estou aqui! - ela respondeu.

Meu pai logo apareceu por entre as árvores.

– Olhe, Caspian! - ela sorriu - Achei esse rapaz quando fui ver o cavalo da Cristal. Você conhece ele?

– Claro que sim! - papai abraçou-a, olhando para mim - Este é meu filho único, Rilian.

– Ah! Você é o Rilian? - ela se soltou do meu pai - Estava tão ansiosa para conhecê-lo! Caspian fala muito de você!

– Ele também fala muito de você. - eu olhei para meu pai, nada-amigavelmente.

– Mas e a Cristal, cadê? - ela continuou a perguntar.

– Ela pediu pra ficar no castelo hoje, pelo menos, até aprender a andar de vestido. - eu falei, segurando-me para não rir.

– Aquela menina é um desastre, francamente! - papai falou, e eu não gostei - Como pode ser tão frágil? Aposto que lá no mundo dela ela vivia em hospitais.

– Ah, Caspian, não fale assim dela! - ela cruzou os braços - Até hoje ela é a pessoa mais legal que eu já conheci!

– Vou ignorar esse comentário. - papai falou.

– Faça o que quiser! Quero ela no meu casamento! - Aurora cruzou os braços denovo.

"Eu também" foi tudo o que pensei.

Eu ainda me ria de meus pensamentos, quando os outros chegaram. Sentaram-se nas escadarias todos perto de mim.

– Pluma escolheu um belíssimo lugar este ano. - eu comentei - A vista é simplesmente incrível!

– E de prache ainda temos minha flor! - papai suspirou do meu lado.

Odeio ele apaixonado, fica muito meloso.

– Mas diz aí, - Rainha Lúcia falou, sentada alguns degraus acima de mim - foi ou não foi uma boa ideia mandar Pluma?

– Excelente! - todos dissemos em coro.

– Por que é que todos os mensageiros que ela manda sempre escolhem lugares trabalhosos? - arfou Valentiny, sentada no degrau, lá embaixo.

– Porque a perfeição se constrói aos poucos! - Rei Edmundo disse, recebendo os aplausos de todos nós.

– Não concordo com seu ponto de vista, Ed. - papai retrucou - Quer dizer, olhem só pra mim! Já nasci perfeito!

– Sei... e modesto também, pelo visto. - disse Rei Tirian, sentado ao lado de Rainha Lúcia.

Rei Pedro abriu as portas com força, assustando-nos. Tinha em seu rosto uma expressão preocupada. E apoiava Cristal, mantendo-a perto de si.

– Pedro! O que você.....? - Rainha Lúcia falou, se levantando e aproximando-se dos dois.

– Ela machucou o pulso. - ele a interrompeu - Acho que quebrou.

Rainha Lúcia apalpou o pulso dela, e Cristal gritou de dor. Ouvi-la gritar é de cortar o coração.

– Você quebrou o pulso dela! - Rainha Lúcia gritou, furiosa - A primeira visitante que Aslan nos envia do nosso mundo, e você quebrou o pulso dela!

– Pode ajudar? - ele parecia muito aflito.

– Nunca usei meu elixir em ossos quebrados, - Rainha Lúcia suspirou - mas pelo menos mal não vai fazer.

Eles subiram as escadas, e foram para o quarto dela.

– Nossa, o que será que aconteceu? - Tirian me olhou.

– Sei lá, mas sendo essa azarada aí, provavelmente foi algo idiota. - Valentiny riu - Acho que pisou na barra do vestido.

Eu me levantei em silêncio, e comecei a caminhar.

– Onde vai, Rili? - Valentiny gritou.

– Comer alguma coisa.

Mentira. Eu não comi nada. Assim que entrei na cozinha, Medara me recebeu. Medara é a cozinheira chefe. É uma senhora, de cerca de 50 anos, de expressão bondosa e cabelos grisalhos. É a melhor cozinheira de Nárnia.

– O que está fazendo? - eu perguntei.

– O jantar da Lady Cristal. Rainha Lúcia mandou Rona me avisar que ela estava com fome. - ela respondeu gentilmente.

Então pegou uma tigela com desenhos de flores, e encheu de sopa. Pelo aroma fantástico, deve ser peru e algum legume verde. Ela também colocou um copo de suco de laranja, um prato com pão de alho e uns biscoitos doces. Depois ela pegou a bandeja.

– Onde vai? - eu perguntei.

– Levar para ela. - Medara falou, como se já não fosse óbvio.

– Não! - eu peguei a bandeja das mãos dela - Pode deixar que eu levo.

– Oh, obrigada, majestade! - ela sorriu, e voltou a mexer nas panelas.

Eu bati na porta do quarto dela.

– Se veio para me pedir desculpas, pode esquecer! - ela gritou de lá de dentro - Eu ainda estou muito magoada com você, seu mau perdedor!

– Sinto muito então! - eu abri a porta do quarto, e entrei - Porque eu só vim trazer seu jantar mesmo.

Ela estava deitada na cama. Tinha as faces cansadas e o pulso direito enfaixado.

– Rilian! - ela sorriu alegremente - Você trouxe meu jantar!

Eu me aproximei dela, e coloquei a bandeja em seu colo. Depois, sentei na cama, aos pés dela. Ela começou a comer a sopa, e a se sentir incomodada por eu a estar observando. Mas mesmo machucada, ela ainda conseguia ser a mesma sereia que me fez vir à razão na praia, de manhã.

– Quer? - ela me ofereceu a bandeja.

– Ah, não! Não estou com fome. - eu sorri.

– Então o que você tanto olha? - ela olhou pro meu rosto - Não vai falar do meu pulso, né? Porque se for falar...

– Calminha aí, sereia! - eu ergui as mãos, em sinal de rendição. - Eu só queria saber o que aconteceu!

Então escutamos os gritos de Rainha Lúcia. Acho que ela estava do outro lado da porta, porque dava para entender bem ela.

– Você esqueceu seu cérebro em Londres?! - ela gritou - Como é que você dá uma espada para uma nova iorquina que nunca sacou nem uma arma? Não, e pior, resolve duelar com ela! Você tem ideia do que poderia ter acontecido? Até Caspian sabe que não se deve fazer isso!

– Agora já sabe o que aconteceu. - Cristal disse, tomando um pouco da sopa.

– Duelar? - eu repeti, incrédulo.

– Foi ele que começou! - ela retrucou, defendendo-se - Eu só aceitei!

– Imagino que tenha sido um Melhor de 3. - eu falei, e ela confirmou - Posso saber quem ganhou?

– Adivinha, vovô! - ela voltou a comer a sopa.

Bom, para ela me mandar adivinhar...

– Foi você?! - eu perguntei, incrédulo.

– Ele é muito ruim com o arco. - ela confirmou.

– Bom, sereia, meus parabéns! - eu aplaudi - Ganhou meu respeito!

– Obrigada! Obrigada! - ela sorriu acenando para a "multidão".

– Você só precisa de algumas aulas, para não acabar, bom, ASSIM denovo. - eu apontei para o braço dela, e ela olhou, concordando. - Se quiser, eu posso...

– Ih, nem comece! - ela me interrompeu - Eu só quero paz e sossego.

– Então aproveite bem, sereia! - eu me aproximei dela, pegando a bandeja - Porque amanhã, a Rainha Lúcia não vai te deixar em paz!

– E você acha que eu não sei, vovô? - ela cruzou os braços.

Eu ri, colocando a bandeja numa mesinha perto da porta.

– Boa noite, vovô. - ela falou.

Eu me virei. Me aproximei dela, e dei um beijo em sua testa.

– Boa noite, sereia.

Peguei a bandeja e saí do quarto.


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Notas finais do capítulo

Será que ficou meio óbvio o que o Rilian tá sentindo agora?



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