No Need to Say GoodBye escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 6
Um jogo com Pedro


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu precisava juntar esses dois, depois daquela ceninha fofa com Rilian.



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Pov. Cristal Hale

Depois de um banho revigorante, eu saí do banheiro, pronta para me vestir.

E lá estava ele, me encarando. Um vestido verde musgo, com pregas nos ombros e na saia, que mostravam um tecido branco luminoso. Eu o acharia lindo, se não fosse por um pequeno detalhe: era comprido. Tipo, comprido mesmo, até o pé.

– Só podem estar brincando com a minha cara! - foi tudo o que eu consegui dizer.

Eu olhei ao redor. Tinha um guarda-roupas, em um canto, todo de mogno, com entalhes de flores. Sem hesitar, corri até ele, mas vocês já podem imaginar a minha cara ao notar que ali tinham vestidos ainda MAIS compridos que aquele. E eram muito feios! Tinha um ali que eu aposto que eles roubaram do guarda-roupa da Rainha Elizabeth I!

– Tá, já que eu não tenho escolha...

Caminhei pelos corredores, segurando-me nas paredes, até que eu vi o salão de jantar. Poucas pessoas estavam lá, tomando café da manhã. Reconheci Pedro na cabeceira, seguido de Tirian e Lúcia do lado direito, e Rilian, Caspian e Edmundo, do lado esquerdo. Todos olharam para mim, assim que abri a porta e entrei no salão.

– Oh, Cristal! - Lúcia sorriu - Acertei na escolha, ficou ótimo em você!

– Obrigada, majestade! - eu sorri, desconfortável.

– Venha! Junte-se a nós! - ela me chamou - Sente aqui comigo!

Eu acenti com a cabeça, e logo comecei a me dirigir ao local vago. Lembram que eu odiei o vestido? Bom, já vão saber por quê...

– Oh, meu Aslan! - senti braços me levantarem.

Pedro olhava para mim, assustado. E do lado esquerdo, Rilian tinha a mesma expressão.

– Estou começando a achar que você não consegue se cuidar sozinha, sereia! - Rilian riu. Nossa, isso soa engraçado.

Eles me ajudaram a levantar, e eu consegui sentar ao lado de Lúcia. Logo os comentários começaram.

– Você está bem? - Edmundo perguntou, com a boca cheia de bolo de chocolate - Você levou um tombo feio!

– Não se preocupe! Ainda vou viver muito para levar tombos! - eu sorri - E do jeito que são esses vestidos, garanto que serão muitos!

– É, mas todo o cuidado é pouco, principalmente com Cristal. - Tirian tentou ser engraçado, mas Lúcia o cutucou.

– Tenha modos, garoto! - ela rosnou.

– Não se preocupe, eu não me ofendi. - eu pisquei para Lúcia - Na verdade, muito me admira que ele tenha voz hoje, já que gritou feito uma garotinha!

E todos na mesa começaram a rir, deixando o rapaz corado. Conversamos muito pela manhã, relembrando os momentos do dia anterior, até que Lúcia disse:

– Muito bem, pessoal, hora de ir ver Aurora! - ela se levantou da mesa. - Vem com a gente, Ri? Seu pai já está lá.

– Eu vou. - ele falou, olhando para mim - Tô precisando sair um pouco deste castelo.

– Ótimo! E você, Cristal? - ela me olhou.

– Dispenso, majestade. - eu falei - Eu vou ficar aqui, até eu aprender a andar com esse vestido.

– Tudo bem então. - ela arqueou a sombracelha, mas eu estava sendo sincera. - Quem vai comigo, já pegue seu cavalo.

Caminhei pelo castelo, treinando andar com aquele vestido. Sem brincadeira nenhuma, eu caí exatas 35 vezes, só caminhando em linha reta. Decidi então, tentar do lado de fora.

Nos descampados, muitos soldados jovens treinavam mira, esgrima e montaria. Parecia divertido.

– O que faz aqui fora? - uma voz me fez virar-me.

– Procurando um banheiro. - eu debochei - E você, Pedro? Não devia estar lá no jardim da Aurora?

– Eles já tem muita gente lá. Além disso, alguém tem que ficar para cuidar de você. - ele colocou uma flecha no arco.

– Eu sei me cuidar sozinha, ouviu? - eu coloquei as mãos na cintura - Se eu estivesse de jeans, faria você engolir o que disse!

– Nossa, quanta valentia! - ele debochou - Se é tão durona, por que não prova?

– Eu te dou uma surra em qualquer lugar, há qualquer hora! - eu arqueei a sombracelha.

– Então pode ser aqui, e pode ser agora! - ele sorriu, e gritou para um soldado - Verita, prepara tudo! Vamos ter um melhor de três!

O soldado acentiu, alegre. Entrou em um armazém, e voltou com um arco e flechas azuis.

– Se quer me derrotar, prove que é melhor do que eu. - ele me entregou o arco. - Damas primeiro.

Eu peguei o arco da mão dele. Os alvos circulares de madeira estavam a exatos 100 m de distância. Já faz muito tempo que saí das minhas atividades extracurriculares, mas vamos ver se ainda me lembro... Flecha no arco, mirando. Puxar a corda de impulso. Respire, Cristal, sem pressa.

A flecha zuniu, atingindo o alvo bem no centro. E os soldados aplaudiram. Depois, foi a vez de Pedro. Tava na cara que ele não sabia fazer aquilo direito, pois segurava o arco como um principiante. A flecha dele acertou o segundo círculo de fora para dentro, e ele ficou bem zangado, mesmo com os incentivos dos soldados.

– Maldito arco! - ele resmungou.

– Sei, o arco... - eu ri.

Ele olhou para mim, furioso. Depois me puxou pelo braço até um barracão, sendo seguido pelos soldados.

– Muito bem, sabichona. O segundo desafio. - ele cruzou os braços.

Eu olhei ao redor. O lugar era cheio de bonecos de palha, suspensos por cordas. Um soldado se aproximou de nós, entregando para cada um exatas 5 adagas brilhantes. Pedro pegou as suas e começou a girar entre os dedos, exibido.

– Adagas. - ele falou, como se já não fosse óbvio - Tem que "matar" o máximo de alvos possíveis só com essas cinco adagas. Quanto tempo temos, Verita?

– Três minutos, majestade. - ele respondeu.

– Tudo bem, então você começa. - eu cruzei os braços.

– Por quê? Tá com medo? - ele sorriu.

– De você? Não mesmo! Só quero ver como você corre. Aposto que é igual a uma garotinha. - eu debochei.

Ele bufou. Verita vendou os olhos dele, fez a contagem regressiva, e Pedro correu, na partida.

Eu tenho que admitir, esse garoto tem talento. Ele corria, com os olhos vendados, mas parecia que ele podia enxergar tudo ao seu redor. Tinha destreza e habilidade, e talvez até uma certa classe. Tá bom, admito, até que é bonito.

– Fim do desafio! - Verita anunciou - Contagem do Rei Pedro: 10 mortos e 5 feridos.

– Sua vez, sabichona. - ele me entregou a venda.

Verita fez a contagem regressiva e deu a largada. Eu não corri como ele, tava morrendo de medo de cair. Na verdade, levei um tempo até sair do lugar, o que fez eles começarem a rir.

Senti um movimento perto de mim, e corri. Peguei a adaga e estiquei o braço, sentindo cortar algo. Não demorou muito, e eu já havia atingido outro, outro e mais outro. Sei lá o que eu estava fazendo, mas estava funcionando.

– Fim do desafio! - Verita gritou, e eu tirei a venda. Todos olhavam para mim, abismados - Contagem da Lady Hale: 19 mortos e 13 feridos.

– E agora? - eu cruzei os braços.

Pedro fechou ainda mais a cara. Os soldados tiraram os bonecos de palha do chão, e Verita entregou uma espada para Pedro.

– Último desafio, sabichona. - ele girou a espada com a mão, se aquecendo - Duelo.

Verita se dirigiu a mim, e me entregou uma espada.

– Não tem uma calibre 22? - perguntei. Ele me olhou confuso. - Tá, esquece.

Eu tirei a espada da bainha que Verita segurava, e logo me dei conta de que era feita de ferro.

– Droga! - eu senti a espada tocar violentamente o chão de pedra.

– Quer uma ajudinha aí? - Pedro riu, se aproximando.

– Não se atreva! - eu ergui a espada.

Pedro riu, acompanhado dos soldados. Mas não esperou que Verita dissesse quando começar. Sua espada atingiu violentamente a minha, fazendo um barulho agudo. Ele não estava para brincadeira. Desferia golpes fortes, e eu segurava forte a espada, tentando não deixá-la cair. Meu pulso doía com a força de Pedro.

Eu já tava cansando da brincadeira, então resolvi tentar algo diferente. Quando eu era criança, meu pai me fez treinar judô numa academia, vamos ver se eu ainda lembro...

Ele se aproximou de mim violentamente. Prendi minha perna direita na esquerda dele, tirando-lhe o equilíbrio. Empurrei-o para frente, segurando o braço dele em suas costas. Com um chute da perna livre, lancei sua espada longe, e então coloquei a minha em sua garganta, finalizando aquele jogo idiota.

Verita aplaudia freneticamente, seguido dos outros soldados. Assim que soltei o braço, Pedro caiu de joelhos no chão. Ele me fulminava, parece que não sabe perder.

– Bom jogo, garotão. - eu estendi a mão para ele.

Pedro ainda bufou, mas os soldados o reprimiram. Então ele segurou minha mão. Eu tentei levantá-lo, mas senti um estalo no pulso, e logo depois uma dor horrível.

– Ai! - eu me ajoelhei do lado dele, segurando o pulso.

– O que foi? - ele me olhou, preocupado, e os soldados se aproximaram.

– Meu pulso... - eu solucei.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?



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