No Need to Say GoodBye escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 29
Uma longa noite - Primeira parte


Notas iniciais do capítulo

Oi narnianos, bem vindos devolta depois desse longo e tenebroso hiatus de 5 meses! Espero que não tenham me abandonado, e se abandonaram, voltem por favor. Antes de ler esse capítulo gostaria de avisar que ele é longo assim mesmo de propósito, porque a noite foi longa, e ainda vai durar. Mas não se preocupem, o amanhecer pode trazer muitas coisas consigo...



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POV Cristal

A festa da Aurora estava um AR-RA-SO! O jardim estava todo enfeitado com as flores brilhantes dela, que deixavam tudo muito claro e romântico; para onde quer que se olhasse podia-se ver bancos de madeira maciços e envernizados, confortavelmente enfeitados com almofadas para tornar qualquer conversa agradável; e perto do grande carvalho estava a comprida mesa do banquete. Por serem muitos narnianos, arquelandeses, amigos de Aslam e animais de todos os tipos, haviam mesas e bancos espalhados por toda a encosta da colina, que estavam igualmente abastecidos de delícias, as mesmas servidas no banquete dos reis.

O tempo todo Pedro, Lúcia ou Edmundo me apresentavam a um nobre, rei ou guerreiro que foi grande amigo deles. Assim conheci: Caça-Trufas (um texugo falante); Eustáquio (primo dos irmãos) e sua amiga Jill Polle; Rei Cor e sua Rainha Aravis, da Arquelândia; Plumalume (coruja falante); Ciclone (líder do Conselho que coroou o Caspian) e PassoFirme (chefe dos exércitos no reinado do Tirian), ambos centauros; os faunos (Dumnus, Girbiuns, Mentius, Nausus, Nimienus, Obentinus, Oscuns, Voltinuns e Voluns); Trumpkin (o caro amiguinho do Pedro) e Poggin (o caro amiguinho do Tirian); e muitos outros que talvez eu vá lembrar mais tarde.

Mas os que eu mais amei de verdade conhecer foram o Professor Cornelius, tutor do Caspian; Professor Digory Kirke e Sra Polly, os primeiros a ver Nárnia. Eles eram simplesmente fascinantes, tão sábios e inteligentes que eu poderia ficar sentada por horas apenas ouvindo eles falarem e nunca me cansaria. E todo mundo sabe que as duas coisas mais interessantes do universo são pessoas sábias e comida.

– Oh sim... os doces da Inglaterra na minha infância... - Professor Kirke suspirou, reclinando-se na sua confortável poltrona - Lembra, Polly? Eram tão gostosos... e com certeza muito mais baratos que os doces de hoje.

– Eu adorava comer aqueles pequenos chocolates coloridos, que eram vendidos em saquinhos... - Sra Polly sorriu - Amendoins com cascas coloridas eram quase tão bons quanto os chocolates.

– Quanto valia uma coca na sua época? - eu perguntei, ansiosa.

– 25 centavos. Era uma garrafa de 1 litro por 25 centavos. - Professor Kirke respondeu.

– Nossa! Hoje eles vendem por 3 dólares o mais barato! - eu reclamei .

– Que roubo! - Sra Polly concordou.

– E o famoso pudim Yorkshire? Era tão bom quando dizem? - Professor Cornelius perguntou.

– Dizem que é um gosto que se adquire, de fato. - Professor Kirke discursou - Eu, por exemplo, nunca gostei.

– Mas Cristal, você que veio do século XXI, conte pra nós qual é o doce mais apreciado pelos americanos agora... - Sra Polly mudou de assunto.

– O cupcake, sem dúvida! - eu respondi.

– Cupcake? O que é isso? - Professor Cornelius ficou confuso.

– Isto. - peguei um da bandeja que eles estavam comendo.

– Isto? Que nome mais engraçado para um bolinho! - Sra Polly comentou.

– Na verdade não são muito diferentes do que este aqui, mas eles colocam coberturas, confeitos, glítter colorido e muitos outros enfeites, daí ficou famoso. - eu expliquei.

– Famosa aqui só a lenda da Árvore de Puxa-Puxa. - Professor Cornelius comentou - Eu quase não acreditei quando passamos por ela no caminho para cá. Aliás, colhi alguns frutos para nós...

E com seu ar de velhinho sapeca, tirou do bolso uma sacolinha pequena, cheia de frutinhas parecidas com tâmaras, até tinham tons de laranja caramelo. Ele ofereceu, para todos nós. Como poderíamos recusar? O cheiro era de bala de chocolate! O sabor era parecido com o de uma bala de caramelo, mas muito mais doce e com muito mais caldo, muito mais parecido com uma fruta.

– Com licença, lordes, - ouvi a voz do Pedro atrás de mim - se importam se eu roubar a Lady Cristal por alguns minutos?

Eles me olharam, chateados. Eu queria ficar, eles queriam que eu ficasse. Mas não se pode contrariar um dos reis maiores.

– Guardarei mais uns para você, senhorita. - Professor Cornelius suspirou, derrotado - Mas não demore, ou não poderei garantir que estarão aqui.

E os outros riram. Eu me levantei, rindo, e segui o Pedro.

– Quer? - eu ofereci uma das frutas para ele enquanto caminhávamos - É da Árvore de Puxa-Puxa.

– Cristal, agora não é hora. - ele disse tão sério que pareceu até meio rude.

– Nossa, o que foi?

– Aquilo.

Eu olhei na direção que ele apontava. Os convidados da festa que estavam no vale sobiam a colina em desespero, e a escolta da Zahra estava armada e pronta. Mas, lá em cima nas montanhas, um exército poderoso de seres negros se aproximava. E bem à frente, conduzindo, estava Valentiny. Alguns narnianos perceberam a agitação, e logo comecei a ouvir murmúrios e conversas baixas, que perguntavam "o que ela está fazendo aqui?" "ela? Eu quero saber é por que eu ainda continuo aqui!" e "cale a boca, seu idiota! Rei Franco está te olhando!". Até Lúcia ficou assustada.

Zahra se mantinha firme, mas eu podia sentir o medo que a situação causava nela. Não que a gente não estivesse esperando por isso, mas é que o exército dela era muito maio do que a Zahra esperava.

Valentiny não se parecia com ela mesma. Na verdade, não se parecia com muita coisa que eu já tivesse visto. Talvez, com a Bruxa Má de Oz, por causa do longo manto verde que ela vstia. E seus cabelos, que de ruivos, ficaram negros. É, ela estava bem medonha.

Mas o mais medonho de tudo foi ver o medo nos olhos do Pedro, do meu lado. Acho que estamos ferrados.

POV Aurora

Aquela vaca veio arruinar minha linda festa, assustar meus queridos convidados. Ela não tinha o direito de estar aqui!

– Vou esfregar a cara dela nas urtigas! - eu rosnei.

Mas meu Caspian nem ligou. Ela estava branco como a lua, aquilo era mau. E talvez, fosse ficar pior.

Valentiny começou a falar, e mesmo sem ela gritar, sua voz ecoava no vale. Não era a voz de taquara rachada dela, era uma voz sinistra, horrível, como se fosse nos devorar.

– Ah... o Jardim de Aslam... o único lugar que eu nuca tive a chance de visitar. - ela começou - Ver todos esses narnianos aqui, rindo, dançando, comendo, se divertindo, é tão... patético. Ignoram a nós, pobres e humildes condenados, cujos únicos pecados foram os de tentar sermos ouvidos!

– Como pode dizer isso? - Caspian gritou, revoltado - Tudo o que cada um de vocês queria era destruir nosso reino!

– Seu reino? - Valentiny debochou - Nárnia não é, ou deveria ser, dos narnianos, assim como a floresta pertence aos animais? Não somos tão narnianos quanto vocês? Não temos os mesmos direitos, desejos, sonhos e anseios que qualquer um destes que estão aí? Não respiramos o mesmo ar? Não fomos feitos pelo mesmo criador?

– Vocês não são mais narnianos! Vocês traíram Aslam! - Eustáquio gritou.

– Aslam? Ah sim, Aslam! E onde está ele? - ouvir aquela frase doeu em mim - Onde ele está? Que venha e nos julgue! Que diga agora, nesse momento, que não somos mais narnianos! Que diga que não somos mais criação dele!

Todos ficaram em silêncio, apenas sentindo a dor daquelas palavras. Valentiny olhava para o céu, e de vez em quando, ria, esperando alguma resposta. Mas nada aconteceu.

– Vê? Nada! Que poder pode ter Aslam sobre nós? Nenhum! Não podemos nem ao menos confirmar que ele existe! Se existisse, viria aqui para me impedir! Aslam não é nada além de um mero símbolo! Apenas um leão velho e cansado que desistiu de vocês e deixou esses reizinhos para fazer aquilo que ele deveria fazer! - Valentiny tomou fôlego - Essa noite e mesma provarei isso! Vou mostrar que Aslam não passa de um um rosto estampado em um escudo!

– O que ela vai fazer? - eu sussurrei, segurando a mão do Caspian. Ela me olhou e sorriu. Parecia que tinha me escutado.

– Vou destruir a fonte do poder dele nessa terra. Aquele pequeno e brilhante tesouro que minha querida antecessora foi incapaz de destruir. - eu sabia exatamente do que ela estava falando, e meu coração ardia de medo - É isso mesmo! Vou destruir a Árvore da Eterna Juventude, que está aí no jardim. E quem poderá me impedir? Vocês?

Todos estavam estarrecidos de terror. Ela desafiou Aslam, e ele não fez nada para se defender. Nárnia estava perdida. E eu, vou morrer com toda a certeza. Se não for pelas mãos dos seres negros, vai ser pela dos anjos, porque eu sou a guardiã da árvore, fui criada para protegê-la. E serei punida se eu fracassar.

– Aslam... vem nos salvar... vem sim... - Tirian sussurrou, abraçando a pobre Lúcia, que chorava muito.

– Ainda acham que Aslam vai salvar vocês? - valentiny debochou - Ele não salvou nem estes! Como salvará vocês?!

E deu uma longa gargalhada, enquanto o minotauro do seu lado jogou para o vale dois corpos. Vi Zahra voar desesperadamente e os apanhar, anda no ar.

POV Cristal

– RILIAN!!!!! - eu chorei, correndo.

Zahra pousou do meu lado e se ajoelhou, segurando os dois corpos em seus braços. Pedro pegou o nobre rato, o qual ele e Lúcia mencionaram tantas vezes, e o abraçou forte. Ele estava machucado, mal tratado, tão mal que se eu não soubesse que aqui niguém pode morrer, diria que ele não ia durar nem um dia.

– Rilian! Rilian! Olha pra mim! - eu me ajoelhei do lado dele, e seu estado era ainda pior que o do rato.

Zahra chorava tanto quanto eu, seus braços mal podiam suportar o peso dele. Rilian respirava com muita dificuldade, e abriu os olhos lentamente.

– Vamos Rilian! Respira! - eu segurei a mão dele. - Vamos! Acorde!

– Olha...mamãe... - ele olhou para mim, rindo - Um anjo...

– Dentre todas as piadas que você poderia fazer, - eu ri, ainda nervosa - escolheu justamente a que eu fiz no dia em que nos conhecemos? Nem era uma piada boa!

– Eu digo ela melhor do que você....! - e ele começou a tossir sangue.

– Não não não, seu velhote! Prometeu para mim que não morreria! - eu ralhei, chorando - Você prometeu!

– Então... eu acho que... falhei... - ele sussurrou.

– Não, não falhou! Não vai falhar! Por favor, meu rei! Não pense nisso! - Zahra disse, com lágrimas nos olhos - Não vai... eu juro....

– Own, que comovente... Uma guardiã chorando por um mortal! - Valentiny disse - Não precisa se preocupar, general, logo se unirá à ele!

– Não se eu te enviar devolta pro inferno primeiro, vadia! - e com uma força inacreditável, ela ergueu voo, tirando sua brilhante espada estelar da bainha.

Eu vi alguns seres negros tremerem de medo ao ver a espada dela. De certo foram aqueles que já viram ela bem de pertinho. mas a Valentiny não se deixou intimidar.

– E lembre-se que foi você quem provocou isso! - Valentiny sorriu.

E então o exército correu e atacou.


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Notas finais do capítulo

Agora já podem respirar! Vamos lá, inspirem bem fundo! ......... Agora expirem! ........ Tão mais calmos? Por quê? A batalha ainda nem começou? Muahahahaha



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