No Need to Say GoodBye escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 2
Dia 1 - A chegada


Notas iniciais do capítulo

Muito bem, momento zoeiraaa! Aqui está o capítulo 2 para vocês, comentem viu, seus fidalgos!



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POV Cristal Hale

Úmido. De todas as 600 mil palavras que existem no idioma mais falado no mundo, que por acaso também é o meu (inglês), esta era a única que não fazia o menor sentido. Pois era justamente a palavra que não me saía da cabeça. Eu abri meus olhos. Vi a grama verdinha e orvalhada, salpicada de margaridinhas amarelas aqui e ali. O calor do Sol ardia em minhas costas. Confesso que é uma excelente sensação. Sabe, quem viveu toda a vida no Brooklin, onde grama só se vê em floricultura ou na TV, quando vê pessoalmente, fica apaixonado. É tipo como alguém que mora num desses países tropicais, tipo Brasil, quando vem para os Estados Unidos, se apaixona pela neve branquinha.

Eu me levantei e fiquei de pé. Minha cabeça dói. Estranho, não consigo lembrar porquê. Eu olhei ao meu redor. Estava em um pequeno bosque, parece mais um pomar. As árvores não estavam mais em flor, e os brotinhos dos frutos cresciam fortes e saudáveis. O Sol brilhava forte, um imperador soberano em um céu sem nuvens. Parecia coisa de cinema.

– Quero viver num mundo bem mais amplo... Com coisas lindas para ver... - eu comecei a cantar como minha princesa preferida, a sonhadora Bella. Eu sempre gostei dela, principalmente pelo fato de ela gostar tanto de aventuras. Eu ria, girando e segurando a barra da minha blusa - E o que eu mais desejo ter... É alguém pra me entender... Tenho tantas coisas pra fazer...

Ouvi um zunido no ar e me joguei no chão. Uma flecha cravou-se no chão, a centímetros da minha cabeça. Era de prata, e suas penas eram metálicas, brilhando com a luz do Sol. Ouvi passos atrás de mim. Se eu não estivesse em pleno juízo, diria que eram cascos.

– Já achei, majestade! - uma voz grossa, mas amigável, gritou. Estava bem perto de mim.

Ele caminhou ao meu redor, me olhando.

– A senhora está bem? - ele perguntou, preocupado.

– Senhora é sua vó! - eu me levantei, batendo a poeira da minha calça jeans.

– Pedrão, não quis ofender... - ele ficou envergonhado.

Eu olhei para ele. Era um homem, de cabelos castanhos, cacheados, e barbicha de mesma cor. Aparentava ter pouco mais de 30 anos. Mas não era um homem. Tinha um par de chifres pequenos, orelhas peludas e compridas, que dava a desagradável impressão de que alguém prendera dois retângulos em uma bola. Não usava roupas, apenas um desnecessário cachecol vermelho enrolado em seu pescoço, que me dava calor só de olhar, pois aqui está muito quente. Tinha também, pernas peludas e castanhas de bode, e um comprido e fino rabo que repousava elegantemente em seu braço esquerdo.

– Tá bem, certo, eu estou vendo um sátiro... - eu repeti para mim mesma, colocando a mão em minha testa - Isso é a coisa mais normal do mundo, Cristy! Você está vendo um sátiro! Você não está pirando! Claro que não!

– Perdão, minha senhora, - ele interrompeu minha crise - mas eu sou um fauno.

– Mas é claro que é! - eu continuei minha crise de demência - Onde está a Rainha de Copas? Eu quero falar com ela!

– Olha, eu não conheço nenhuma Rainha de Copas, mas posso te levar até Rainha Lúcia! - ele se ofereceu, gentil. - Até porque, alguém precisa cuidar disto.

Eu olhei na direção onde ele apontara. A flecha prateada pegou de raspão, fazendo um corte em meu braço esquerdo. Ele tirou sabe Deus como, um lencinho branco com um L.P. bordados na beirada de seu cachecol, e me deu, para pressionar contra a ferida. Comecei a segui-lo, como se fosse a coisa mais normal do mundo acordar em uma floresta e receber ajuda de um sátiro! Não, um sátiro, não! Um fauno!

– Então, senhora... - ele disse, quebrando o silêncio - Permita-me apresentar, meu nome é Tumnus!

– Muito prazer, Sr Tumnus, - eu respondi, tentando não pirar - sou Cristal Hale.

– Bom, Cristal, qual destas árvores é a sua? - ele perguntou.

– Tá me achando com cara de macaco????? - eu pirei de vez, to discutindo com uma alucinação - Daonde árvore! Sou humana! HU-MA-NA!

– Uma filha de Eva! - ele sorriu.

– Minha mãe era Mary Jane! - eu balancei a cabeça.

– Não, não! - ele riu - Você é humana, humanos são descendentes de Adão e Eva.

– Oh sim...

– Então, Cristal, de que reino você é? - ele fez outra pergunta esquisita.

– Não sou de reino nenhum! - eu expliquei - Nosso país é uma democracia, elegemos um presidente a cada 4 anos.

– Então suponho que deva ser de Manhattan. - uma garota falou.

Ela era uma graça. Devia ter 17 anos. Prendia os cabelos castanhos e ondulados em um rabo de cavalo lateral, que deixava seu cabelo sobre os ombros. Usava um vestido medieval vermelho com detalhes dourados, e tinha um sorriso cativante.

– Majestade, eu a encontrei perto do Jardim Externo, quando fui apanhar a flecha que vosso irmão tinha jogado, mas não consigo identificar quem ela é, deve ser de uma espécie nova de carvalho... - Sr. Tumnus disparou a falar.

– Calma, meu amigo, ela não é uma dríade. - ela riu - Ela veio do mesmo reino que eu e meus irmãos.

– Maravilhoso! Vou avisar aos outros! - e o fauno saiu, todo serelepe.

– Seja bem-vinda a Nárnia. Sou Lúcia Pevensie. - ela apertou minha mão - Você é de Nova York, não? Eu já estive lá, reconheceria essas roupas em qualquer lugar! Embora estejam um pouco diferentes...

Eu olhei para minhas roupas. Minha camiseta preferida estava até verde de tantas manchas de grama. Vou ter que usar muito Vanish pra tirar essas manchas...

– Eu juro que ela era branca quando comprei... - eu falei, esfregando para ver se saía alguma coisa.

– Não tem problema, damos um jeito nisso para você. - ela riu, mas depois arregalou os olhos - Onde foi que você fez isso????

Eu olhei para meu braço e dei de ombros.

– Ah isso? Foi só um acidente com uma flecha perdida...

Ela tirou um frasco de perfume do cinto. O perfume era avermelhado, de notas cítricas. Ela pingou um pouco no meu lenço, e depois colocou na minha ferida. Ardeu um pouco. Quando ela tirou, não tinha mais nada.

– Minha nossa! - eu falei, olhando meu braço - Eu vou querer uns vinte frascos deste!

Ela riu.

– Lúciiaaaa! - uma voz gritou.

Ela se virou. Tinha um rapaz chamando ela. Ele acenou com a mão, e ela acenou devolta.

– Vem comigo. Vamos arrumar umas roupas para você. - ela sorriu.


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Notas finais do capítulo

Luuuuuuuuuuuuz! Traz logo a Nutella!