No Need to Say GoodBye escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 1
O Acidente


Notas iniciais do capítulo

Bem, nossa primeira fic de Nárnia juntas!!! Um sonho se realizando!!!!! pra ficar melhor, só se a Raio de Luz me desse um pote de Nutella!! #Indireta bem, o primeiro capítulo tá aí, espero que gostem, e comentem, seus elfos!



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POV Cristal Hale

– E é por causa deste distúrbio cerebral que muitas crianças desenvolvem... - falava Dr. Grant, PHD em psicologia. E professor de Distúrbios Mentais.

– Uma crise crônica de sono. - disse Jasmine, minha melhor amiga.

– Tente se concentrar, semana que vem tem prova. - eu retruquei, mas não contive um bocejo.

Eu não posso negar, a voz rouca de radialista dele me dava muito sono. E eu não sou a única a ter essa opinião. Charlie e Jimm estão dormindo desde a aula de Anatomia, que foi a primeira, agora é a aula de Distúrbios Mentais, a terceira e última. Jasmine está sendo guerreira hoje. Geralmente não aguenta nem o início desta aula.

– Srta Clearwater, já que está tão interessada no assunto, poderia me explicar qual a área do cérebro afetada pela psicopatia? - ele olhou para nós.

Jasmine não esperava por essa, ela sempre teve dificuldade nesta matéria, mas sempre se esforça. Porém, hoje ele tá forçando a barra.

– Bom....Dr. Grant.... eu acho que....

Trrrrrrrrriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmmmmmm

– Salva pelo gongo! - ela suspirou.

Todos se levantaram contentes, loucos para sair desse lugar. Enquanto todos saíam, o professor foi fazendo suas considerações finais. Até que somente eu e Jasmine ficamos na sala.

– Srta Hale. - o professor se dirigiu à nossa bancada dupla - Não dormiu bem esta noite?

– Desculpe, como??? - eu perguntei, confusa.

Ele retirou uma pena do meu cabelo.

– Seu travesseiro é de plumas, não? - ele me entregou a pena branca.

Eu peguei a pena, e a analizei. Achei que era só coisa da minha cabeça.

– E quanto a você, Srta. Clearwater, - ele fala muito engraçado, como todo velho inglês. - eu quero uma redação de 20 páginas sobre Pequenos Psicopatas, com ênfase especial em acelerar o diagnóstico, na minha mesa na aula de amanhã.

– S...sim Dr.... - ela gaguejou.

Ele sorriu. Sentia um prazer mórbido em humilhar seus alunos, principalmente Jasmine. Ele pegou sua maleta de courino inglês e saiu da sala.

– C...como foi que essa pluma foi parar no teu cabelo? - ela disse, ainda nervosa, juntando seu material.

– Sei lá, acho que um anjo me visitou noite passada. - Eu a provoquei. - De repente, ele era até alto, forte e musculoso!

– Qual é! Anjos não existem! - ela retrucou.

– Quem sabe? - eu a provoquei - A prova é essa pluma!

– Falando em sonhos... - Jasmine falou - Não é a hora de aqueles dois acordarem pra vida?

– Método tradicional... - eu tirei minha garrafa de água da bolsa - Ou Chuck Norris?

Ela sorriu, tirando a sua e abrindo a tampa. Nossa sala era bem tradicional, a mesa do professor e o quadro estavam bem no centro, o resto da sala parecia um pouco com os teatros gregos: era em formato de meia-lua, convergindo para o centro. Tinham 10 compridos e largos degraus, cada um acomodando 4 bancadas duplas. Eu e Jasmine sempre sentamos na frente, e os dois, sempre lá no fundo.

– Olhe só para eles... - disse Jasmine, quando chegamos lá em cima - Dormindo enquanto tentamos crescer na vida...

– Seria tão bom se nossos irmãos mais velhos nos dessem um pouco de atenção... - eu suspirei, segurando na mão dela.

Era o sinal. Sem hesitar, despejamos nossas garrafas de água na cabeça de nossos respectivos irmãos, ou seja, eu em Charlie e Jasmine em Jimm. Foi tão engraçado ver o pulo que eles deram ao sentir a água molhar seus pescoços e encharcar suas camisas!

– Vocês são desprezíveis! – Charlie disse, com seu mal humor eterno.

– Pelo menos não foi a buzina a gás da semana passada... – Jimm suspirou, tirando o suéter encharcado.

– Ah meninos! Olhem pelo lado bom! Pelo menos, já tomaram o banho da semana! – eu trollei. Adoro infernizar esses pestes.

– Vocês vão ver só! Nossa vingança será mais que tenebrosa! Muahahahahaha! – Jimm ria como um de seus vilões de RPG.

– Duvido muito, Jimm! – Jasmine cortou o irmão – A única coisa que você tem podido fazer por causa desses trabalhos é contar carneirinhos! E nem isso você sabe, já que está quase reprovado em Matemática!

– Deixa quieto, - Jimm desceu as escadas, caminhando em direção à saída – Esse fim de semana, Chuck vai lá pra casa, aí vamos nos vingar de vocês!

– Chuck? – eu perguntei, seguindo-o.

– Eu já falei para não me chamar assim! – Charlie nos seguia.

– Por que ele te chama de Chuck? – eu perguntei.

– Não se atreva! – Charlie rosnou.

– Por causa do grito que ele deu quando Chuck apareceu no filme! – Jimm falava, começando a imitar voz de criança – Foi tipo assim: AAAAAAAAAAi!

– Não, não, eu lembro que foi mais agudo, tipo... – Jasmine gritou muito fino, como uma garotinha assustada – AAAAAAAAAAAAAAAh!

Eu ri, junto com Jasmine e Jimm. Adoro tirar sarro da cara de meu irmão mais velho, é tão divertido! Ele fica com cara de criança birrenta, vermelho, bravo, e cruza os braços. Cômico.

– Mas e então, o que vocês vão jogar esse fim de semana? – eu perguntei, enquanto caminhávamos pelo corredor – GTA? God of War? Ou vão jogar D&D de novo?

– Se for, eu quero também! – Jasmine manifestou-se – Adorei ser uma elfa guerreira!

– Gostou também de quando os ogros te capturaram e você ficou três rodadas sem jogar? – Charlie falou, com seu humor negro.

– Eu sou novata, tá! – ela abaixou a cabeça, como uma gatinha manhosa. Charlie sorriu.

– Quem dera poder jogar! – Jimm suspirou – Temos que terminar o trabalho de Psicologia da Educação!

– Não terminaram ainda???? – Jasmine assustou-se – Vocês estão enrolando há 3 meses!

– Na boa, por que temos que estudar isso? – Jimm se indignou – Eu nem quero ser professor!

– Sabe o que eu acho? – eu falei, segurando com firmeza minha bolsa – A gente precisa descansar a cabeça! Esquecer um pouco de tantos trabalhos, provas...

– Concordo! – apoiou Jimm – Quem topa ir no McDonald’s hoje?

– Eu topo! – Charlie abraçou meus ombros – Desta vez, até que a maninha tem razão!

– Como assim desta vez????? – eu me larguei dele.

– Não acho uma boa... – Jasmine retrucou, tão CDFmente – Temos muito o que fazer para perder tempo com bobagens! Tem o trabalho de Anatomia, minha redação de Distúrbios Mentais, o relatório de Psicologia da Educação...

– Eu nem sabia desse! – Jimm desesperou-se – Então são dois!

– Ah Jamie...... – eu fiz carinha de pidona, ela sempre cai – Poor favoooooooor!

Ela abriu a porta da frente, em silêncio. Então, respondeu:

– Tá, nerds chatos! – ela começou a atravessar a rua – Mas vão ter que me pagar um sundae! De chocolate, com cobertura, crocante, confeitos...

– Para de gordisse, sua louca! – Jimm riu – Eu pago um e um pote de Nutella se parar de exigir!

– Minhas condições são mais do que justas, otários! – ela cruzou os braços. Curiosamente, um fato sobre Jasmine é que sempre que nos chama de otários quer dizer que está tudo bem.

Jasmine atravessava a rua. O sinal estava fechado, mas como ela estava de costas, não viu isso. Eu virei meu rosto. Um enorme caminhão de mudanças estava se aproximando, a uma velocidade considerável. Meu coração bateu forte. Ia pegar ela em cheio.

– Jamieeeee! – eu berrei.

Eu tentei correr, mas Charlie me segurou pela cintura. Jamie olhou para mim. Seus grandes olhos azuis ainda eram os mesmos de quando eu conheci ela. Foi quando eu tinha 7 anos. Eu ainda morava no Brooklin, com tia Karen, porque mamãe era aeromoça e papai era piloto, e estavam sempre viajando pelo trabalho deles, a PanAirlines. Eu estava de cabeça para baixo, no trepa-trepa do parquinho. Jasmine tinha acabado de se mudar, e eu observava aquela família de classe média descarregando o caminhão. O garoto de 10 anos, que mais tarde eu vim a descobrir que se chamava James Clearwater, carregava uma caixa, ajudando os pais. Mas a garota olhou para mim. Ela tinha a boca azul de chiclete, e segurava um coelho. Eu me perguntava como ela não tinha manchado aquele vestidinho branco com o chiclete, quando me desequilibrei e caí. Enquanto eu chorava, segurando meu joelho machucado, ela se aproximou de mim. Olhou para o brinquedo, olhou para meu machucado e disse:

– Isso aí deve estar doendo, né? – e ela se abaixou, colocando o dedo na minha ferida.

– Ai! – eu exclamei - Não tanto quanto vai doer seu cabelo depois que eu arrancar ele da sua cabeça!

Corri atrás dela por um quarteirão e meio, até que a encurralei em um beco. Ela estava com medo, e tremia muito. Seu coelho pulou de seu colo, e eu o peguei. Me aproximei dela, e o entreguei em sua mão.

– Ele tem nome? – eu perguntei, enquanto caminhávamos de volta ao parque.

– Buffy. – ela respondeu.

– Que nome mais sem graça! – eu falei.

– Não é não! – ela retrucou.

– É sim! – eu respondi.

– Pelo menos eu não machuquei meu joelho! – ela ironizou.

– Ah é!

Eu puxei o cabelo dela, fazendo ela gritar.

– Pronto, estamos quites. – eu estendi a mão para ela – Sou Cristal, mas me chamam de Cristy.

– Jasmine, - ela apertou minha mão – ou Jamie.

– Ou a garota que não sabe escolher nomes de coelhos! – eu disse, e saí correndo, enquanto ela me seguia.

Depois disso, não me lembro de nenhum momento em que ela estivesse longe. Sempre estudamos nas mesmas escolas, acampamentos, grupos de escoteiros, férias de verão, fazíamos tudo juntas. Até mesmo quando o avião caiu na costa do Pacífico, matando meus pais, há 5 anos, ela estava comigo. Não consigo imaginar minha vida sem ela. Não pretendo fazer isso.

Ela viu o caminhão, e paralisou. Mordi a mão de Charlie, e ele me soltou. Eu corri na direção dela, e a empurrei. Jamie correu, impulsionada por mim, e caiu, sentada no meio fio. Charlie a ergueu, segurando-a em seus braços. Ele sempre quis fazer isso. Jasmine olhou para mim, apavorada. Eu senti um forte impacto, e senti meu corpo cair bruscamente no asfalto.

– Criiiiiistyyyyyyyyyyyyyy!!!!!!! – dentre todas as vozes, a que se sobressaltava era a voz de Jasmine, enquanto meus olhos se fechavam involuntariamente.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Acham que deve continuar???