Radioativos escrita por Katy Marie


Capítulo 3
Agredida


Notas iniciais do capítulo

Quero novamente agradecer a todos os comentários, sabia que adoro vocês? *--------*
Leiam e espero que gostem :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/549885/chapter/3

Pela minha contagem na parede eu estava naquele lugar fazia uma semana e três dias sendo tratada de qualquer jeito e sem nem ao menos saber o meu nome e o que fazia ali, pensei diversas vezes em me machucar só para ser levada talvez para uma enfermaria e tentar descobrir alguma coisa, só que não tive coragem, era algo que eu própria não conseguia fazer.

As únicas pessoas que via era os dois homens que me obrigavam a tomar comprimidos e a comer, e uma mulher que vinha às vezes pegar a bandeja vazia de comida, e acredite, já tentei passar por ela e fugir, só que a mulher era mais forte do que aparentava.

Tinha vezes que o cara moreno vinha no meu quarto para lembrar-me de que tinha que comer e por vezes conversávamos... bom, eu falava e ele quase nem respondia, mas era máximo de diálogo que eu tinha num dia, o último que tivemos foi assim:

– Então, quem é que faz essa comida? - perguntei só para quebrar o silencio.

– Não vai fazer alguma diferença se eu te disser, já que você não conhece ninguém daqui mesmo, então se não quiser morrer de fome é melhor comer.

O cara não era dos mais agradáveis de se estar, sempre me dava algum fora ou vinha com algum comentário sarcástico, dificilmente falava algo que fosse útil para mim, ele sabia mesmo guardar segredo.

– E se eu quiser morrer de fome? - eu o desafiei.

– Não morreria, provavelmente iríamos te forçar a comer ou então enfiaríamos soro na sua veia - respondeu dando de ombros.

Ele era bom, mas eu não estava satisfeita com a resposta dele, queria saber o motivo de não terem me matado e estarem me mantendo prisioneira.

– Então eu não morreria de fome, já que me obrigariam a comer. Mas eu posso me matar de outras formas, como por exemplo me enforcar com os lençóis, ou tacando minha cabeça diversas vezes na pia ou na parede, ou então de outras formas.

– Você não faria isso.

– Sim, eu faria - disse, mas não estava convicta disso já que nem coragem de me automachucar eu tinha.

Ele não respondeu, mas ficou andando de um lado para o outro enquanto eu terminava a comida que sempre estava bem apetitosa.

– Por que vocês usam essas roupas? - olhei para aquele traje estranho, era um macacão branco que cobria todo o corpo, botas verdes, luvas da mesma cor e um capacete diferente que cobria toda a cabeça e só tinha a parte da frente transparente, dentro dele tinha o que parecia ser uma máscara de oxigênio - Por acaso tem alguma radioatividade nesse quarto? - perguntei com um sorriso no rosto, mas o homem não tinha sorriso nenhum, continuou sério andando de um lado para o outro apesar de ter vacilado um pouco quando ouviu a palavra "radioatividade".

Quando terminei de comer ele pegou o meu prato e quando ia em direção à porta, perguntei rapidamente:

– A propósito, qual o seu nome?

Só que ele não me respondeu, esse era o normal dele, quase não respondia nada.

Essa foi minha última conversa com ele, que foi há dois dia atrás, depois ele não quis mais falar comigo, não respondeu nada mesmo, ficou lá no maior silencio que incomodava, tentava perturba-lo dizendo que ia me matar, mas mesmo assim o cara não disse uma palavra, o que me fez pensar que talvez quem quer que fosse que comandava o lugar onde eu estava não se importava mais se eu morresse ou não, o que fez-me ficar mais nervosa.

Ali estava eu naquele momento, sentada na minha cama sem saber que dia da semana era e esperando o momento em que teria que tomar o comprimido, não costumava ter hora certa, mas desde o momento em que tinha acordado ainda não tinham ido ali, não aguentava mais tomar aquilo até porque nunca sabia o que faziam comigo.

Era muito ruim ficar sem saber o que poderia acontecer com você nos momentos seguintes, eu sempre achava que a qualquer hora alguém iria entrar no meu quarto e me levar para a morte, era algo que não parava de pensar e que provavelmente morreria sem ao menos se lembrar do meu nome e de como tinha ido parar ali. Nem minha aparência eu sabia qual era, só sabia que tinha os cabelos compridos e negros e a pele de um tom pardo. Era tudo muito confuso e estranho, parecia alguém brincando com a minha vida.

Estava tentando vasculhar a minha mente e tentar descobrir algo, quando ouvi a porta se abrir e o cara do comprimido entrar, só que dessa vez só tinha o que era mais branco, acho que era Mezquiel seu nome, aquele com quem eu sempre tentava puxar assunto não estava ali. Isso me fez ficar um pouco receosa, aquele homem que estava no meu quarto parecia ser bem mais estressado.

– Vamos logo, levanta daí - ele disse puxando meu braço e me tirando da cama de qualquer jeito, o lugar onde ele segurou ficou doendo, aquele cara era bem forte.

Ele já ia virar minha cabeça para me forçar a engolir o comprimido, quando eu o fiz parar.

– Peraí - disse - será que posso tomar sozinha?

– Não.

– Eu já sei que tenho que tomar, então deixe-me fazer isso sozinha.

Ele ponderou e acabou entregando o comprimido para eu tomar. Coloquei-o na boca e fiz uma encenação fingindo estar engolindo, aquilo não era algo muito esperto de se fazer, mas tive que tentar.

– Abre a boca, deixa eu ver se engoliu mesmo - fiz o que ele mandou - Agora levanta a língua.

Droga, droga, droga, eu era mesmo uma lerda, se não sabia fazer as coisas direito por que simplesmente não deixei para lá, ao menos até saber o que fazer?

O cara viu o comprimido escondido embaixo da minha língua e pude ver só pelos seus olhos azuis a fúria que tinha se instalado neles.

– Sua vadia, acha que pode me enganar, hem? - ele me segurou pelos ombros fortemente e começou a me sacudir, parecia que meus ossos iam se quebrar com o peso das mãos dele - Pois você é uma burra e vai ver só o que vai acontecer com você!

O homem me jogou violentamente na parede fazendo-me bater com a testa naquele concreto duro, senti minha cabeça girar e senti um líquido quente escorrendo pelo meu rosto. Ainda estava com a vista meio turva quando ele se aproximou de mim e colocou suas mãos em volta do meu pescoço e começou a aperta-lo fazendo-me ficar sufocada.

– Sua idiota, odeio quando me fazem de palhaço - disse.

Eu estava me sentindo desesperada, tentava tirar as mãos dele do meu pescoço, mas era em vão, meu ar já estava ficando pouco e minha visão mais escura ainda. Minha cabeça doía e latejava cada vez que o Mezquiel apertava meu pescoço e o sacudia.

– Seu idiota, o que está fazendo? Larga ela! - uma voz familiar disse.

O cara que estava tentando me enforcar foi empurrado para longe de mim e eu comecei a respirar rapidamente querendo por o ar de volta em meus pulmões. Minha vista se ajustou um pouco, apesar de enxergar alguns pontinhos pretos, e pude ver o cara moreno que tinha aparecido ali no meu quarto, agradeci mentalmente por ele ter tirado aquele maluco de cima de mim.

– Essa vadia quis me fazer de palhaço, ela merece isso - o homem furioso disse e já ia para cima de mim de novo, ele realmente era bem estourado.

O outro o impediu empurrando-o para a parede oposta a minha e segurando seus braços enquanto ele se debatia loucamente para sair dali, pelo visto o moreno ainda era mais forte.

– Qual é a sua, Jason? Por acaso mudou de lado? - o Mezquiel perguntou, a fúria visível em seus olhos.

– Não...eu...só não quero que o Sr.Lurishb nos puna por isso, sabe que somos responsáveis pela cela dela e se algo acontecer levaremos culpa e eu realmente não quero sofrer os castigos dele.

– Tem certeza que é só por isso, ou está se tornando amiguinho dessa criatura? - perguntou desafiando-o.

– Não, não estou - respondeu bem seco - Agora vai embora daqui.

– E o comprimido?

– Deixa isso para lá.

– Mas... - o cara louco tentou dizer.

– Mas nada, vai logo embora!

O cara bufou e foi embora a passos largos. Depois o cara moreno se virou para mim que naquele momento estava encolhida no canto perto da cama, fiquei com medo mesmo sabendo que ele tinha me ajudado com aquele doido.

– Consegue se levantar? - perguntou.

Tentei me apoiar na parede para levantar só que estava muito tonta e minha testa doía muito, acabei caindo de volta sentada no chão.

O cara se aproximou e mesmo não querendo que ele encostasse em mim e tentando me afastar, colocou-me no seu ombro esquerdo como se eu não pesasse nada e começou a andar comigo em direção a porta.

– Para onde está me levando? - consegui perguntar.

– Para a enfermaria, precisa ver esses ferimentos.

– E se eu não quiser ver esses ferimentos e quiser morrer?

– Dá para parar com isso? - respondeu, mas eu não iria parar, queria saber até quanto eles me queriam viva.

Eu tentei observar o caminho fora do quarto, mas não consegui observar muitas coisas, minha vista foi escurecendo aos poucos e eu tive a certeza de que iria desmaiar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixem comentários e digam o que acharam *o*