Peter pediu para nós nos sentarmos no sofá e esperarmos uma tal de Mary Jane chegar.

— Quem é você? — perguntou Rhee, de novo, se sentando.

Peter sorrio de um jeito que eu nunca tinha visto, quase que lembrando de algo agradável.

— Igual a sua mãe... — ele resmungou, rindo — Meu nome é Peter, Peter Parker. Ja disse isso mas...Ah, aquela é minha mulher, Mary Jane Parker — ele disse quando uma ruiva de olhos azuis se aproximou da sala e se sentou ao lado de Peter.

— Podem me chamar só de Mary Jane — disse ela, sorrindo timidamente.

— De onde vocês há de conhecer Natasha? — perguntou Torunn.

Mary Jane e Peter ficaram confusos com o vocabulário de Torunn, mas Peter respondeu:

— Eu era... Um agente da S.H.I.E.L.D, claro que Natasha e os outros eram bem mais antigos que eu, mas eu conhecia quase todos os heróis. Conheci Natasha por ultimo, ela foi uma das melhores parceiras para missões — ele admitiu.

— Você... Você era agente da S.H.I.E.L.D? — perguntou Ally — Papai nunca falou de você.

— Eles nunca falavam de ninguém, Allyson — respondi, friamente, fazendo com que Ally se encolhesse.

Peter riu.

— Você oficialmente deve ser o filho do Clint, não? — ele perguntou enquanto eu concordava — Agora a garota... Hm... Maria Hill?

— Quem? — perguntou John, ao lado de Ally.

— Ta, ta, ta — disse Collins, sem paciência — Da pra pular essa parte? Não to afim de um joguinho de "Quem é meu pai?" Agora.

— Claro que não, ficaria na cara que você é filho do Tony — respondeu Mary Jane, rindo.

— Você também...

— Não, não — ela disse — Só o Peter.

— Que tipo de agente você era? — perguntou Rhee.

— Eu... Era um herói — ele disse — Vocês não devem me conhecer, ou ouvido falar de mim, mas eu era... O Homem-Aranha.

— Tua há de ser o mundano que havia de saltar de prédio em prédio com sua cola grudenta? — perguntou Torunn, tentando esconder um brilho nos olhos.

— Hã... — Peter deixou a frase no ar, pedindo que alguém traduzisse aquilo.

— "Você era o Homem-Aranha?" — eu disse, sentado no sofá — Filha de Thor.

— Ah, claro, tinha que ser — disse Peter, batendo a mão na testa — Thor sempre foi...

— Querido? — Mary Jane o interrompeu, suavemente — Gideon.

— Ah, sim, claro — ele disse — Porque... Porque só depois de 17 anos que Gideon ia acha-los?

Torunn encarou, friamente, Colin.

— Conta, Demônio, diga ao homem saltador o quão sua estupidez há de atrapalhar as demais vidas — disse ela.

Collins suspirou, passando a mão pela nuca.

— É uma longa história — disse Collins.

— A quanto tempo saio da S.H.I.E.L.D.? — perguntei, atrapalhando Collins.

— Há quase 16 anos — disse Peter — Eu sai porque...

— Pai? — perguntou uma voz — Mãe?

A garota que estava perto parede olhava de forma curiosa para nos. Ela tinha cabelos curtos, ruivos e um pouco arrepiados, com uma franja ruiva jogada para o lado. Ela era magra e com olhos castanhos examinado tudo com cuidado.

Peter sorrio para ela.

— Ta aí o meu "porque" — ele disse — May, pode vir aqui?

— Vem May — disse Mary Jane, a garota ficou imóvel — Mayday? — disse Mary Jane, chamando ela por algum apelido.

A garota olhou para nos e, depois, se virou e saio.

Ally riu.

— Tão tímida... — resmungou Ally, sorrindo — Sua filha?

— Sim — disse Peter — Ela tem 16 anos.

— Bem — M. J. Atrapalhou Peter —, podem começar do começo, não?

Então, Collins começou a contar.

Me levantei para ir aí banheiro e, ao passar pelo corredor, vi que a porta de um quarto estava entre-aberta.

May estava deitada na cama lendo um gibi qualquer. Ela folheava as páginas com descaso e interesse ao mesmo tempo. Eu reconheci a revista.

— Ei — eu chamei. A garota me olhou assustada e fechou o gibi na hora — É uma revista da Mulher-Universo*?

May concordou e, relutante, abriu a revistinha.

— Edição 45 — ela disse, quase orgulhosa — Capa de colecionador.

— A metálica em preto e branco? — eu perguntei e ela concordou — Nossa, que incrível.

Ela riu e ajeitou o cabelo.

— Vejo que tem bom gosto — ela disse, rindo — Sou a May.

— Sou o Hyden — eu disse, olhando na prateleira dela — Ei, é um gibi do Vigilante Netuniano*?

~*~

Peter falou para nos ficarmos na casa dele o tempo que desse, até recuperarmos nossos pais.

Só tinha 4 quartos a casa. Um do Peter e da Mary Jane, um da May e dois de hóspedes. Duas camas em cada quarto de hóspedes. Eu e Rhee tivemos que dormir na sala enquanto Torunn e Ally dormiam em um quarto e John e Collins em outro.

Rhee dormia no sofá que ficava de frente para o sofá o de eu estava. Os cabelos vermelhos corindo o travesseiro branco.

Eu nunca fui bom em dormir. Sempre gostei mais da noite do que do dia, para ser mais certo. Sempre ficava no telhado da Torre observando o teto.

Não dava pra ir no teto nesse prédio.

Rhee começou a suar e a se remexer em seu sofá. Os cabelos ruivos grudados na testa e a respiração irregular. Ela estava tendo um pesadelo.

Me levantei, atordoado e fui até o quarto de Collins. Ele estava sentado de olhos abertos encarando o teto quando me viu.

— Oi — ele disse, encarando o teto.

— Rhee — eu disse, sai do e esperando que ele me seguisse.

Ele me seguiu e ficou ali, parado ao lado do sofá onde Rhee dormia, enquanto eu me escondia mas sombras.

Quando Rhee acordou, suada, assustada e respirando pela boca, a primeira palavra que disse foi "Mãe"

Collins ficou ali, esperando um sinal dela e, quando ela balbuciou o nome dele, com voz chorosa, ele a abraçou.

Provavelmente ele iria abraçá-la e acalma-la até ela se afastar. Ele ia contar uma história a ela e cobri-la. Ia se certificar que não tivesse pesadelos e iria beijar sua testa, balbuciando um "Boa noite" e indo borá. Do mesmo jeito que todo bom irmão mais velho faz.

E naquele momento, vendo Collins abraçar, acalmar e acariciar Rhee daquele jeito, eu me odiei profundamente por causa da minha fobia.