Heroes Of Tomorrow escrita por Thea


Capítulo 16
Hyden Barton.




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Uma vez, quando eu era criança, meu pai me contou histórias sobre o "Outro Lado".

O Outro Lado foi como eu batizei, mentalmente, os outros super-heróis que são desconhecidos meus ou que não fazem parte do "nosso meio"

Papai dizia que a diferença entre eles e nos eram apenas duas: 1ª Eles tinham mais superpoderes do que nos 2ª Eles cuidavam de suas determinadas cidades; enquanto nos salvávamos... O mundo. O Batboy, ou algo desse tipo, era um herói que cuidava de sua cidade, Gotham. Também tinha o Superkid, ou algo do tipo, cuja cuidava de sua cidade, Smallville, eu acho.

Uma vez meu pai me contou uma das aventuras do Batboy: um homem mascarado e com codnome que cuidava da segurança de Gotham. O que me impressionou não foi as histórias ou os heróis de Gotham, e sim os vilões: Mulher Gato e Coringa, como esquecer os nomes deles? As pessoas que, mesmo sem eu conhecer, me fizeram ter pesadelo durante várias noites.

Eu não sabia quem era Silena Kyle, de fato não sabia. Mas quando Rhee disse aquele nome tudo fez sentido, tudo se esclareceu. Era tão óbvio! Elas eram tão iguais! Ambas manipuladoras, ambas venenosas e audaciosas, tão... Parecidas.

Rhee gritou um palavrão enquanto jogava o celular preto de Clara no chão, raivosa. Já vi Rhee com raiva, magoada, triste.... Mas aquela expressão no rosto dela era nova, era de... De ódio.

Rhee soltou um grunhido e começou a jogar qualquer coisa frágil no chão, a quebrando.

— Rhee — eu a chamei, ela voltou a gritar — Rhee pare! Por favor, os outros vão acordar.

— Me impeça! — gritou Rhee, me encarando — Vai, me impeça! Segura no meu pulso e grita comigo, vai! Anda! Ah, é, você não "consegue tocar ninguém" — ela disse, fazendo aspas com os dedos — Bem, Sr. Eu Não Posso Tocar em Ninguém, se não pode me impedir então não se meta!

Rhee ficou em silencio e me encarou, a raiva no olhar. Não era raiva de mim, eu tinha certeza disso, era raiva de tudo menos de mim. Raiva de Clara, raiva doa heróis, da S.H.I.E.L.D., raiva de Ally por ser pega, raiva de Collins por ser tão burro sobre Clara, raiva de Gideon.... Raiva do mundo. A mínima irritação que sentia sobre mim não era grande coisa.

— Rhee...

— Vai embora — ela disse, as palavras saindo tremidas de tanta raiva — Vai, Hyden, agora.

Eu permaneci no lugar pensando nas minha opções. Talvez, se eu a tocasse, ela se acalmasse, ela ficaria surpresa demais para continuar com raiva, seria tão simples...

Não.

Pense Hyden, não se deixe levar pelo momento.... Você fez uma promessa, você aguentou 17 anos, você aguenta mais um pouco.

Eu tinha feito uma promessa, uma única promessa a mim mesmo: apenas a minha mãe me tocaria, apenas ela. Se não a achasse eu nunca seria tocado por alguém com a minha permissão, isso nunca me incomodou.... Porque incomoda tanto agora?

— Vai Hyden — ela disse de novo, o olhar focado no alem e cheia de raiva — Vai! — ela gritou a ultima palavra e essa foi a minha deixa para ir embora.

Assim que sai do quarto de Torunn e Ally a porta atrás de mim foi fechada com força e depois fechada.

Encarei a porta da frente onde Peter e Mary Jane Parker se encontravam, me encarando. A vontade de chorar e correr para abraça-los como uma garota surgiu tao derepente que chegou a me assustar, me senti dando um passo para frente para encontra-los.

Respirei fundo e dei dois passos pra trás, me livrando dessa ideia. O que diabos estava acontecendo comigo?

Mary Jane olhou para todos adormecidos no chão junto com Peter, os dois me encararam e depois encararam a porta do quarto de Torunn e Ally, de onde o sons de coisas quebrando apenas aumentava.

— Hyden... — gaguejou Mary Jane, de forma doce.

— Longa historia MJ — eu disse, me arrependendo de ter usado um apelido que eu inventei. Quando comecei a me sentir tao seguro perto deles? — Longa historia.

~*~

Eu não conseguia dormir.

Os soluços e resmungos de Rhee ecoavam pela parede do quarto de John e Colin, que era onde eu estava. Ela reamungava coisas sobre Gideon, sobre sua mãe, sobre Ally e Clara. O fato de Clara ser a filha da mulher gato revelou uma furiu tao grande dentro de Rhee que elaropria deve estar apavorada.

Depois de contar em detalhes tudo que tinha acontecido a Peter e Mary Jane oque MJ fez foi algo obvio: ela saio correndo e entrou dentro do quarto de Rhee.

Ela deve estar lá ate agora.

Me levantei, desistindo por completo de dormir, e comecei a caminhar pela sala da casa de Peter, MJ e May.

Eles tinham sido tão gentis conosco que as vezes eu me perguntava o porquê deles fazerem isso. Não que eu seja ingrato, se não fosse por eles estaríamos na rua mas, se Peter e os Avengers eram tão próximos, porque meu pai nunca falou dele?

As vezes eu pensava na ralação entre Peter, Mary Jane e a Mayday. Eles eram tão unidos, tão juntos, chegava a dar inveja. A relação entre Mary Jane e May era a que mais me dava mais inveja. Ver o amor que MJ tinha por May era tão... Forte que chegava a ser enjoativo.

Talvez só seja inveja por nunca ter um amor maternal mas, mesmo assim, era enjoativo de se ver.

Me apoiei na janela e encarei o ceu e o vento da noite. Parece poetico? Bem, para ser sincero, tudo que eu queria era vomitar nessa janela tudo que estava acontecendo nesses ultimos dias.

— Hyden? — perguntaram atras de mim.

Me virei esperando encarar uma Rhee mais calma, equilibrada e resmungando uma desculpa derrotada.

Invés disso, encarei uma May com os cabelos arrepiados e os olhos cançados.

— Hey Mayday — eu disse, sorrindo — Não deveria estar dormindo com os outros?

— To legal — ela disse, ficando do meu lado e me fazendo afastar alguns centimetros para o lado para que não chegacemos a nos tocar — E ai, Katniss Everdeen, o que esta passando na sua cabeça?

Ignorei o nome estranho e desconhecido que May disse e soltei um suspiro.

— Só to cansado mesmo — eu disse, respirando fundo.

— Ah, qual é? Eu tambem sou uma aborrecente, lembra? Não pode ser só cansaço — ela insistiu, curiosa.

Ignorei May e olhei para baixo da janela: havia uma escada de emerguencia velha como nos filmes de ação e, lá embaixo, a rua estava cheia de carros brilhosos e barulhentos.

— Sera que se eu pular daqui eu consigo sobreviver? — perguntei, com descaso, encarando o chão.

— Hyden! — disse May, alarmada e eu ri.

May era engraçada, divertida, ruiva, heroica, ruiva, forte, ruiva e protetora. Ela me lembrava, em alguns pontos, a Rhee. May e Rhee eram bem parecidas.

— Acho que eu vou subir pro terraço — eu disse, olhando para cima.

— Eu vou com você — disse May, me encarando.

— May...

— Não, Hyden, eu preciso falar com você — disse ela, de um jeito serio, me encarando — Pensei que eu ia conseguir ficar quieta ate acharem seus pais mas, sendo sincera, não tenho certez se posso continuar te enganado, me enganando e enganando todos ao meu redor, Hyden.

— May, May o que ouve? — eu perguntei, alarmado por May estar tão seria.

— Hyden, eu sei que te conheço a pouco tempo, mas eu nunca tive tanta certeza de algo na minha vida quanto eu tenho certeza disso — ela disse, determinada — Eu sou uma nerd na escola, só tenho uma unica amiga, que é a Kate e ela vai se mudar para Manhattan semana que vem.

Encarei May confuso, ela se embananava nas palavras e ficava vermelha.

— O que eu to tentando dizer é que, des da primeira vez que você falou comigo sobre gibis, eu já começei a sentir algo por você, algo que eu nunca senti por ninguem.

— May — eu disse, os olhos esbugalhados — O que você esta querendo...

— Eu estou apaixonada por você, Hyden Barton — ela disse, me puxando pelo colarinho da blusa e me encarando — Eu to muito apaixonada por você.

E, dito isso, ela me beijou.

Eu não retribui o beijo por 3 motivos: 1) Eu não sei retribuir um beijo, esse era o meu primeiro; 2) Eu estava com raiva de mais para beijar ela já que ela estava me tocando; 3) Não foi exatamente um beijo, foi mais um... Um selinho? É essa a palavra?

A questão era: ela estava me tocando. Eu queria gritar para ela me largar, para me soltar, que ela não tinha esse direito. Nem a Rhee, o Colin, a Torunn, o Johnny ou a Ally me tocavam, e eu conheço eles a 17 anos, porque ela, que só me conhece a 3 semanas, se achava no direito de fazer isso?! Só minha mãe pode me tocar, droga!, só ela!

May me soltou e me encarou com os olhos cheios de expectativa, mas eu não dei a minima, estava com muita raiva dela para isso. A empurrei e pulei pela janela, subindo pela escada de emergencia e correndo ate o terraço.

May gritou meu nome enquanto eu corria para o terraço. Ela devia estar arrasada, provavelmente, mas naquele momento eu não me importava. Eu iria me arepender de machuca-la mas, naquele momento, isso não me importou.

— Droga! — eu resmunguei, batendo o pé no chão quando cheguei no terraço — Droga! — eu gritei, pouco me lixando para se May, Rhee ou qualquer um.

— Destruindo corações, Arqueiro? — perguntaram atras de mim.

Invés de ser Torunn, Rhee ou Colin eu encontrei quem eu nunca imaginei.

Clara Ann Kyle estava com uma roupa de latex preta e flexivel que cobria todo seu corpo ate seu pescoço, onde seus cabelos castanhos voavam no preto. Aquela roupa me lembrou uma serie de terror que passava na TV lá na Torre Wander. China Horror Story? Tailandia Horror America?

Você — eu disse, com raiva — Você fez tudo isso! — eu gritei, correndo ate ela para pega-lá.

Ela simplesmente me ignorou e se desviou do meu golpe. Quando tentei encara-la, ela tinha sumido.

— Você já deve saber quem é minha mãe, Criatura da Noite — ela disse, atras de mim — Sabe que eu tenho meus truques.

— O que quer com o Collins? — eu perguntei, atras dele, com os punhos cerrados — O que quer conosco?

— É uma promeça a minha mãe — disse ela — Eu prometi que ia juntar o meu mundo, os meus herois contra o seu mundo, os seus herois.

— Uma guerra de super-herois? — eu sussurrei, me virando e a encarando — Pra que? Porque?

Ela riu com seu habitual sorriso ironico e superior. Odeio quando ela faz isso.

— Ah, Arqueiro, tenho certeza que você se daria muito bem com a Penny — disse ela, sorrindo.

— Quem é Penny?

— Penny Queen — ela disse, com descaso — Uma arqueira-heroína de Starling City, nada demais.

— Eu vou te entregar para o Colin — eu disse, com convicção.

— Se você contar eu nunca vou te dizer onde esta sua mãe — ela disse, casualmente, me fazendo virar e encara-la.

Não, não ela não podia saber. Ela esta blefando, eu me obriguei a acreditar.

— Você esta blefando — eu rugi, com raiva por ela meter minha mãe naquilo.

— Lily Cedarwood, não? — perguntou Clara, sorrindo — Uma mulher incrivel, engraçada, nossa! Ela ate se parece, minimamente, você, Gavião Jr.

— Como você sabe o nome da minha mãe? — eu rugi, com raiva — Como?!

— Calma, calma Arqueiro! — ela disse, rindo — Sei mais das suas vidas, Mini-Avengers, do que vocês imaginam... E eu proponho um acordo.

— Qual? — eu perguntei e me arrependi de falar tão rapido.

— Você não vai contar nada para o meu, querido, Colin e, ainda, vai me passar todas as informaçoes importantes de lá de dentro — ela disse — E, em troca, eu faço você ter uma visita para sua, querida, mamãe.

Não, não. Isso era traição, traição! Eu ia trair a Rhee, a May, Peter, Colin, Torunn, Ally, John, MJ, papai... Todo mundo. Isso era errado, muito errado. E ela estava blefando, ela não conehcia minha mãe, não conhecia!

— Você tem ate amanhã para me responder — ela disse, indo embora.

Parei e pensei um pouco: Mesmo e fosse errado, era a minha mãe... Era uma chance unica... Unica...

— Espera — eu disse, a impedindo de sair — Eu já tenho uma resposta.

Clara se virou para mim e sorrio ironica e superior. Eu odiava aquilo.

— Você é rapido, Hyden Barton — disse Clara Ann Kyle, sorrindo — Então, qual é sua resposta?


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