LEIAM AS NOTAS INICIAIS. LEIAM AS NOTAS INICIAIS.

Por algum motivo, Allyson não falou nada.

Não é como se a Operação Garota-Hulk fosse ser doloroso, pelo menos não por agora. Nos estávamos estudando a Allyson para saber qualquer tipo de fraquesa ou ponto forte, tentando ao máximo fazer com que sua dor fosse mínima.

Mas era impossível de que não doesse quando ela virasse a Garota-Hulk.

Nos sabíamos que existiam mais filhos dos Avengers, isso era obvio. Eu ainda me lembro da agente Romanoff saindo da S.H.I.E.L.D, há 18 anos, com a barriga um pouco mais cheia. Mas, ainda sim, Allyson Hannah Ross Banner foi a mais fácil de achar.

Conseguimos acha-la graças a sua mãe, Betty Ross, que não via a filha dês de que a mesma tinha 10 anos. A discrição das crianças para que Gideon não a achassem foi tanta a ponto de privar Betty e Pepper de ver seus filhos mas, ao contrario de Pepper, Betty aceitou na hora a oferta de nos ajudar a encontrar Allyson em troca de vê-la outra vez.

— Não sei se isso é o melhor para a Banner, senhor — eu disse para Fury no exato momento que ele entrou em sua sala e se sentou em sua mesa.

— Você sabe que a pior parte só começa agora, agente Hill — disse Nick Furry, se ajeitando na cadeira.

— Senhor, não acho que Allyson Banner deva passar por isso sem, ao menos, o consentimento de alguém.

— Você sabe muito bem que Bruce jamais deixaria que isso seguisse em frente. Ele não deixou que fizéssemos isso nele, ele nunca deixaríamos em fizesse em sua única filha — ele disse — Além disso já tentei encontra-lo, não consigo acha nem ele nem os demais Avengers.

— Senhor, antes de qualquer coisa, você sabe muito bem que Allyson não é a única filha de Bruce Banner, você sabe muito bem que Betty esta esperando um menino — eu disse, me aproximando e batendo as mãos na mesa de vidro dele — Além disso, você sabe que esse procedimento pode ser letal para a garota.

— Ally é forte, Maria — disse Nick, se levantando e se curvando para me encarar — Você sabe que precisamos dos resultados dessa operação. Se a Operação Garota-Hulk der certo, vamos conseguir acalmar o Hulk, fazer ele pensar. Quem sabe, ate mesmo, controlar ou curar ele.

— Sabe que sou a favor de acharmos o antidoto para o Hulk, mas você sabe que eu não sou nem um pouco a favor de fazermos isso em uma criança.

— Na minha opinião você ficou muito sentimental dês de que teve o Dan — el disse, voltando a se sentar de forma casual — Por falar nele, ouvir dizer que ele já completou 13 anos, como ele esta?

Eu me afastei dele e mudei o peso do meu corpo para a outra perna e cruzando os braços, com raiva do rumo que essa conversa chegou.

— Ele esta bem senhor, Jim cuida dele quando eu estou trabalhando.

— James Heinstins, não? — ele perguntou, mesmo sabendo que esse era o nome do Jim — Como esta seu marido?

— Senhor, se sua intenção era me enrolar sobre o caso Allyson, sinto dizer que o senhor esta falhando.

A expressão divertida e despreocupada de Furry desapareceu, o fazendo levantar com uma nova expressão: raiva, decisão e impaciência.

— A S.H.I.E.L.D. já decidiu, Maria.

— Pelo menos me deixei fora disso, Nick, eu te peço — pedi de braços cruzados e o encarando.

— Eu não posso Maria — disse Fury — Quando Barton e Romanoff saíram, você se tornou, oficialmente, a melhor agente da S.H.I.E.L.D., não posso tirar a minha melhor agente de uma das operações mais importantes no momento.

Eu bufei e descruzei os braços, derrotada. Depois de muitos anos de casamento com Jim ele me ensinou que, o melhor jeito de aguentar o Fury, era obedece-lo mesmo sem eu querer.

— Ally esta te esperando na sala de interrogatórios, agente Hill — disse Fury — Esta dispensada.

~*~

— Jim, por Deus, sabe que Dan não pode ficar aqui — eu disse, pela ultima vez.

Os cabelos castanhos escuros de Jim estava bagunçados e rebeldes como sempre, as roupas de Indianas Jones estavam impecáveis a bolsa de couro-marrom estava velha.

— Já é a terceira vez que ele foge da escola para vir para cá, Maria — ele disse, quase implorando — Isso só essa semana. Vamos Maria, tenho trabalho a fazer, acha que ser paleontólogo é fácil? Cuida um pouco do Daniel.

— Quer mesmo competir comigo, Jim? — perguntei, irônica — Tenho que interrogar a Banner hoje mesmo, e não da pra fazer isso com um garoto de 13 anos comigo.

Os cabelos castanhos-escuros de Dan estavam, como sempre, bagunçados. Ele usava uma calça azul marinha e um tênis branco, ele usava uma blusa branca e um casaco xadrez branca e vermelha por cima da blusa. Ele estava sentado em um canto da minha sala, os olhos azul-escuros estavam cravados no gibi do Capitão Planeta que estava em suas mãos.

— Deixe ele em um canto lendo revista, ele ta pouco se importando — ele disse, me beijando — Você é a melhor esposa do mundo — ele disse, indo embora.

— James, espera! Em nenhum momento eu disse sim — eu gritei, mas Jim já tinha saído.

Bufei e me virei para o agente Perry Smith, cuja era meu parceiro. Perry, um loiro de olhos escuros, olhava tudo com diversão.

— Ta se divertindo? — eu perguntei e ele concordou rindo — Ótimo, então pode cuidar do Dan.

E, antes que ele falasse qualquer coisa, fui ate Dan e beijei sua testa.

— 3 semanas sem vídeo-game — eu disse, sorrindo e antes que ele falasse qualquer coisa, eu entrei na sala onde Allyson estava.

Allyson estava com os braços cruzados e um olhar determinado nos olhos. Os cabelos pretos estavam batendo na orelha e estavam repicados, com as pontas cortadas de forma irregular, vi um canivete preto a frente da mesa e algumas mechas de cabelos pretos rodeando o chão ao redor.

Você cortou o cabelo com um canivete? as palavras quase saíram da minha boca, mas eu fiquei em silencio. Essa pergunta significava uma proximidade que eu e Allyson não tínhamos.

— Allyson Hannah Ross Banner, eu sou a agente Maria Hil, preciso te fazer algumas perguntas, esta de acordo? — eu prguntei e, como não obtive resposta, continuei: — Onde você mora?

Allyson continuou em silencio, encarando o nada.

— Sua mãe, Betty Ross, já veio falar com você?

Allyson não parecia prestar atenção em mim, pois a mesma mexia em uma mecha em seu cabelo.

— Você sabe que sua mãe esta gravida? — perguntei, tentando faze-la falar pelo choque.

Mas ela nada disse, apenas jogou os braços na mesa e, sem perceber, mostrou os pulsos. Eles tinham cicatrizes recém-feitas.

— Ally — eu disse, alarmada, puxando seus pulsos para examinar — O que eles fizeram como você?

— Não foram eles — ela disse, a voz rouca por não tê-la a usado.

Encarei o canivete preto de Perry em cima da mesa. O mesmo tinha marcas de sangue.

— Eu sou fraca — ela disse, a voz saindo fria — Eu não mereço o John, ou a Rhee, ou o Colin, ou qualquer rum deles. Não mereço o papai, a mamãe ou esse irmão que esta chegando, não mereço sequer viver.

— Ei, ei, não fala assim — eu disse, apavorada — Olha, nos vamos ajudar você. Sei que não parecemos ser amigáveis a primeiro contato mas, ei, nos somos a S.H.I.E.L.D., nossa organização foi criada para proteger não apenas pessoas comuns, pessoas como vocês, heróis. Agora, me deixe ajudar vocês, me diga o nome do seu líder.

Ela me encarou com esperança no olhar e meu coração se afundou na hora. Não tinha certeza se seriamos amigáveis ou não, Fury não me disse isso. Podíamos invadir a casa deles ou falar com eles de forma gentil, isso dependia, somente, de Fury.

Encarei Ally e vi que seus olhos lacrimejavam. Ela era uma vencedora, isso era obvio. Ela tinha conseguido ficar quase 18 anos sem Gideon encontra-los, ela era uma vencedora, uma vitoriosa. Mas, ainda sim, havia dor em seus olhos.

Isso me lembrou uma musica cuja estava no iPod de Dan outro dia:

"Olho no espelho

E tento ver a mim mesma

(...)

Vejo sangue nas minhas mãos

Não consigo ver o fim

Há pessoas que sabem todos os meus segredos

Estou cansada de fugir

(...)

Se eu sou realmente uma vencedora

De onde veem esses demônios em mim?"

— Rua St. Louis, numero 504, apartamento 147 — ela disse, pensativa — O nome dela é Skyler Rhee Romanoff.