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Eu acordei no meu quarto, em uma cama macia e quente. Estranho. Pelo que eu me lembrava, eu estava dormindo no colo da Princesinha.

Convenhamos, foi tudo uma... Pegadinha com a Princesa do Trovão. Eu me deitar no colo de Torunn? Já tentei fazer isso milhões de vezes, mas, Torunn me deixar dormir em seu colo? Ou ela estava com muito sono ou já tinha dormido para me deixar fazer aquilo.

Tentei me levanta, serio, juro. Mas eu estava muito cansado de ser ignorado pela Clara o dia todo e, ao mesmo tempo, ficar sem fazer nada. Alem disso, putz, a pele dela era quente e macia.

Melhor soneca da minha vida, serio, nada melhor que uma boa noite de sono em cima de uma Deusa.

Ops, essa frase saio com um sentido... Errado.

Me levantei e encarei John, que estava em uma cama do outro lado do quarto, dormindo. Os cabelos loiros estavam bagunçados, os olhos com profundas olheiras e a pele tinha ficado mais branca. Johnny estava sofrendo.

Procurei pelos meus óculos no quarto e, quando os achei, os coloquei com um suspiro de alivio. Eu era quase cego sem meus óculos. Sai do meu quarto, bocejando e passando as mãos pelos meus cabelos, e fui para sala.

Encontrei uma loira de olhos azuis que dormia no sofá dos Parker. Torunn Adler Thorsdottir estava coberta por uma coberta vermelha e branca e deitava sobre um travesseiro azul.

Azul, branco e vermelho? Jura Peter?

Fui para a cozinha e soltei um palavrão quando encontrei Hyden Halidar Barton, em uma posição um tanto zumbiresca, comendo uma torrada.

— Cala a boca — resmungou Hyden, com olheiras enormes — To com a pior dor de cabeça do universo.

— Foi você ou a Rhee que me levou pro quarto e cobriu a Torunn? — perguntei, pegando uma maçã.

— Quem você acha que aguenta essa sua banha? — disse Hyden.

— Ei, eu era o mais magro da Torre Wander, eu sofria bullying naquela bagaça! — eu resmunguei, irônico, me sentando na frente de Hyden — E a May?

Os músculos de Hyden enrijeceram e ele pareceu que ia vomitar, de tão branco que ficou.

— Hyden? — perguntei, alarmado — Cara, você ta bem?

— To, foi só a dor de cabeça — ele disse, passando a mão pelos cabelos loiros — Sei lá, quando fui levar você ela já não tava mais lá. Deve estar no quarto.

— Ah — eu disse, mordendo a maça — E com a Clara? O que descobriram?

Hyden pareceu exitar por um segundo antes de suspiras e me encarar.

— Vão fazer experiencias com a Ally — ele disse, com os olhos sem vida.

Um turbilhão de lembranças que envolviam a Ally passaram pela minha mente: Rhee e Torunn a ensinando a nadar na piscina que tinha no terceiro andar na Torre Wander; eu e Rhee tentando fazer brigadeiro, coisa que não deu certo até Ally chegar e fazer por nos; Hyden ensinado, ou pelo menos tentando, Ally a usar uma arma; Ally e John de mãos dadas pela primeira vez na nossa frente; Ally dedurando eu e Rhee por termos colocado uma bomba de tinta verde no quarto do Tio Bruce... Ally sempre esteve lá, sempre esteve presente.

Eles não podiam fazer isso com ela, não a S.H.I.E.L.D., tanto meus pais quando os outros tios usavam a S.H.I.E.L.D. como os heróis, como os bonzinhos.

Mas... Os bozninhos não fazendo experiencias em adolescentes, não é?

— Não, não eles não podem fazer isso com ela — eu disse, alarmado — Vão mata-la, a S.H.I.E.L.D. vai mata-la!

— Colin — disse Hyden, se levantando e ficando do meu lado — Collins, se acalme, esta tudo bem.

— Não, não esta! — eu gritei, o encarando — Vão mata-la! Vão matar a Ally, a Allyzinha, a Ally...

— Colin a gente vai dar um jeito, vamos fazer um plano...

— Quando isso vai acontecer? — perguntei e Hyden se calou — Quando isso vai acontecer!? — gritei desesperado e puxei Hyden pelo colarinho do casaco, o jogando contra a parede de forma ameaçadora, quase o tocando.

— Hoje — ele disse, na hora, me encarando — Provavelmente hoje, foi o que a Clara disse.

Soltei Hyden e ele começou a escorregar pela parede ate se sentar no chão. Quando fiquei tão forte?, pensei, eu, o Magrelo Stark, estou forte?. Essa pergunta não importava no momento, precisava encontrar Clara, contar a verdade, e pedir ajuda.

— Collins... — murmurou Hyden, tentando se levantar.

— Vocês descobriram mais alguma coisa? — perguntei, bruscamente — Qualquer coisa?

Hyden exitou de verdade agora, ele respirou fundo umas quarenta vezes e, sem me olhar nos olhos, resmungou:

— Não — ele resmungou — Não encontramos mais nada.

— Preciso achar a Clara — resmunguei, indo para a porta.

Pude ouvir Hyden me chamar, dizendo que era idiotice, burrice e entre outras palavras. Mandei para ele um "foda-se" e sai da casa de Peter, mandando uma mensagem para Clara.

"To com um problema, preciso conversar"

Clara me mandou o endereço de uma rua qualquer e eu segui as coordenadas encontrando, invés de uma café, um bar.

O bar era grande e cheio de homens bem mais velhos dentro, era possível ver alguns adolescentes da minha idade lá no fundo, fumando e bebendo. Revirei os olhos para eles, a humanidade fica cada dia mais estupida, uma vez meu pai disse isso. Nunca concordei tanto com ele.

Me sentei no balcão ao lado de um homem ruivo. Os cabelos deles não chegavam nem perto do tom de ruivo de Natasha ou Rhee, aquele tom era incomparável, mas o ruivo dele era um pouco parecido, sendo mais claro e mais suave. O terno cinza e arrumado estava em cima de uma blusa branca bem passada e ele usava uma calça branca. Parecia um executivo, não um cara que estaria em um bar cheio de adolescentes maconheiros e adultos alcoólatras.

— Não vai pedir nada? — perguntou o ruivo, encarando o nada e bebendo um gole do Whisky em seu copo. Ele tinha um forte sotaque russo, mais forte do que o da Tia Natasha.

Neguei com a cabeça.

— Não bebo.

O homem deu uma risadinha e bebeu mais um pouco do Whisky.

— Quase todos os garotos na sua idade já estão bebendo e fumando, parabéns jovem exemplar — ele disse, o jeito como ele falava parecia o jeito da Rhee de ser.

Ele se virou e me encarou pela primeira vez, mostrando sues olhos tão pratas que chegavam a ser brancos, e me encarou. Um sorriso surgiu em seus lábios e ele resmungou em russo:

— И вы — ele resmungou, em russo, e sorrindo — Я, наконец, нашел тебя, сын героя.

— O que? — perguntei, confuso.

— Nada — ele resmungou — Você me lembra um... Amigo. Vai, bebe um pouco — ele disse, pegando um copo limpo e o enchendo para mim.

Ele me entregou o copo e eu bebi, de forma um tanto rápida, o liquido. Tossi depois disso e quase engasguei.

O russo riu.

— Vai devagar, garoto, eu só consegui fazer isso depois de muita pratica — ele disse, sorrindo amigavelmente — E então, como se chama, Jovem Exemplar?

— Collins Lincoln — eu disse, com descaso. Já me acostumei com esse nome — E você?

O ruivo russo me encarou com curiosidade, o que me deu medo, e sorrio para mim. Depois de um certo tempo, o sorriso dele fica horripilante.

— Wheender — ele disse, com seu sotaque russo — Klaus Wheender