Amizade Colorida escrita por Thaís Romes


Capítulo 7
Azul, a cor dos teus olhos.


Notas iniciais do capítulo

Ultimo capítulo meus amores! E tem o gatinho do Barry



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Como ainda não comprei um novo apartamento aqui em Los Angeles eu fui acolhido por um velho amigo. Barry Allen era meu colega de quarto na época da faculdade, nós sempre nos damos muito bem, então quando precisei voltar ele ficou feliz em me receber em seu apartamento temporariamente.

–Me conta direito essa história da Laurel com o Tommy. –Disse Barry me entregando uma garrafa de cerveja antes de se sentar na poltrona ao meu lado em sua sala.

–Eu peguei os dois se agarrando em minha casa, na minha festa de boas vindas! –Narrei vendo-o me olhar horrorizado.

–Eu nunca gostei dela cara. –Confessou. –Desculpe-me, só que ela sempre foi egocêntrica ao quadrado. Nunca vou me esquecer do escândalo em seu aniversário de namoro, totalmente desnecessário.

Há dois anos eu organizei um pequeno jantar para comemorar um aniversário de namoro com Laurel, eu pretendia a pedir em casamento aquele dia na frente de nossos amigos, mas ela ficou uma fera quando chegou a meu apartamento e encontrou Barry, Iris sua noiva, Tommy e Thea. Ela nem mesmo esperou o jantar, simplesmente gritou me chamando de insensível e egoísta e partiu.

–Aquilo devia ter me acordado. –Assumi. –Eu ainda tive coragem de pedi-la em casamento novamente! –Sorri sem humor algum.

–E como reagiu? –Perguntou interessado. –Ao ver os dois juntos.

–Entrei em choque, completamente. –Barry sorriu com piedade. –Mas Felicity deu um soco na cara de Tommy, foi hilário! –Não consegui segurar o riso e Barry acabou me acompanhando. –Ela gritou os mandando embora e ficamos bêbados pelo resto da noite!

–Essa garota sim vale à pena! –Disse. –Sem contar que ela é muito linda e simpática.

Barry e Felicity nunca se viram pessoalmente, mas quando ela me ligava em meu dormitório na faculdade às vezes acontecia dele a atender, então acabou surgindo um coleguismo entre os dois. E ele só conhece a aparência dela devido à foto que ficava na mesinha de cabeceira da minha cama no dormitório que tirei de nós dois no dia em que a deixei na MIT. Engraçado era que mesmo namorando Laurel, tanto meu dormitório quanto meu apartamento era repleto de fotos da Felicity, foi à forma que encontrei para suportar a saudade que sentia da minha melhor amiga.

–Eu esperei por tempo de mais Barry. –Lamentei. –Ela acabou se apaixonando por outro cara.

–Tem certeza? –Questionou. –Conta direito o que aconteceu.

Narrei toda a história do acordo e como acabei me apaixonando, ou melhor, descobrindo que sempre fui apaixonado por Felicity. Ele era um excelente ouvinte, escutou toda a história pacientemente em silencio investigando os detalhes e me incentivando a desabafar.

–Oliver, não parece que ela estava apaixonada por esse tal de ex-namorado idiota. –Falou quando terminei a história. –E meu amigo. Acho menos ainda que ela tenha quebrado o acordo por que queria ficar com ele.

–Onde você está querendo chegar? –Questionei confuso.

–Não se ofenda Oliver, só que quando se trata de você e Felicity, desculpa, mas você é totalmente tapado!

–Acho que já chega desse assunto por hoje! –Falei me levantando do sofá. -Preciso de ar.

–Para de ser idiota! Ela não quebrou o acordo por que estava apaixonada por ele e sim por você! –Gritou enquanto em saia batendo a porta com força.

Toda a conversa com Barry ficou dando voltas em minha mente. Eu só voltei para Los Angeles para continuar sendo o melhor amigo dela, e um melhor amigo quer ver a felicidade do outro, só que no meu caso eu não suportaria ver de perto, então dei espaço a ela. Espaço para que ela pudesse ser feliz com quem ela ama de verdade. Eu estou sendo altruísta droga!

Enquanto caminhava pelas ruas ensolaradas de Los Angeles comecei a me lembrar de nossa infância, de nossos pais juntos, de como os pais dela eram felizes e de como sua vida desmoronou quando ela o perdeu. Como sua mãe passou a ignorá-la, sem se importar nem mesmo com as necessidades básicas da própria filha... Eu e minha família passamos a ser tudo o que ela tinha, nós fazíamos os aniversários, levávamos ao médico quando adoecia, ficávamos orgulhosos a cada vitória, cada destaque em sua vida...

–Eu estou a fazendo passar por tudo outra vez. –Constatei pensando alto.

Não posso ignorar seus telefonemas só por que sou apaixonado por ela, Felicity precisa de mim, sou a única família que restou. Não estou sendo altruísta e sim egoísta. Peguei o meu celular e disquei seu número decidido a ser sincero.

–Oliver! –Sua voz demonstrava alívio. Meu coração batia acelerado em meu peito por simplesmente ouvir sua voz.

–Felicity, nós precisamos conversar. –Comecei a dizer.

–Eu sei. Por isso preciso que volte para casa. –Pediu.

–Eu estou em Los Angeles Felicity. –Expliquei. –E preciso conversar com você agora.

–Oliver, eu estou aqui, na casa de Barry. –Acho que comecei a alucinar em algum momento dessa conversa.

–O que disse? –Perguntei confuso.

–Oliver meu amor, eu estou aqui na casa de Barry. –Repetiu cheia de carinho na voz. -Diggle me trouxe. Agora por favor, volta para casa para que eu possa te beijar! –Sorri sem entender muito do que estava acontecendo.

–Estou a caminho.

Não sei ao certo quanto tempo demorei em voltar à casa de Barry, mas os maratonistas Quenianos teriam inveja de mim. Abria a porta e lá estava ela envolvida em uma conversa animada com Barry e Diggle. Todos pararam de falar assim que perceberam minha presença. Barry e Diggle saíram da sala para nos dar privacidade. Caminhei em sua direção sem acreditar direito em que estava vendo.

–Acho que precisamos conversar. –Comecei a dizer para quebrar o silêncio.

–Precisamos. –Concordou dando um passo em minha direção.

–Eu quebrei o acordo muito antes de você. –Comecei a dizer me aproximando mais dela. –Para dizer a verdade acho que esse acordo já começou quebrado, pois eu sempre amei você Felicity. –Ela sorria com seus olhos azuis brilhando. –E por mim tudo bem que você ame outro, eu só quero sua felicidade. Prometo que não vou ser mais egoísta, não vou mais me afastar de você! Se me quer só como um amigo, eu juro ser o melhor!

–Uau! –Disse assim que acabei meu discurso. –Oliver só tem uma coisa errada em tudo o que disse bom uma e meia.

–O que? –Perguntei confuso.

–Eu não amo outro. –Ela franziu o rosto como se a idéia a enojasse. –E quero sim você como meu melhor amigo, mas não só isso. –Respirei fundo enquanto ela se aproximava ainda mais, agora estávamos pertos o suficiente para nos tocar. –Eu amo você Oliver, sempre foi você, Ian era apenas um substituto, esse foi o motivo de ter quebrado o acordo. Quando o vi me dei conta do quanto ele era insignificante, do quanto qualquer um é insignificante para mim se comparado a você...

Ela com certeza pretendia dizer mais algumas coisas, só que para mim foi o suficiente. A tomei em meus braços selando nossos lábios em um beijo cheio de carinho. Coloquei minhas mãos em sua face, acariciando-a enquanto ela segurava em meus braços com delicadeza. Foi um beijo novo, sem pressa ou medo ser pego, um beijo de amigos e amantes cúmplices.

–Eu amo muito você Felicity. –Disse assim que separamos nossos lábios.

–Não mais do que eu te amo!

UM ANO DEPOIS

Moira e Thea andavam de um lado para o outro em um dos quartos da mansão Queen onde maquiadores e cabeleireiros estavam me arrumando. Era o dia de meu casamento com Oliver. Eu sei o que você está pensando. –Mas que pressa, acabou de começar um namoro. – Qual é? Nós somos um casal a vida toda e o fato de sermos os únicos a não perceber isso é a prova de que não somos aptos a esperar momento certo para nada, então resolvemos criar os nossos momentos.

–Filha eu te trouxe um presente. –Disse Moira me entregando uma pequena caixinha branca. –Uma coisa velha e azul!

Dentro havia um colar de ouro branco em uma corrente delicada e fina com um pequeno pingente em forma de gota azul. Olhei admirada para minha sogra/mãe sem conseguir encontrar palavras para agradecer já com lágrimas se formando em meus olhos.

–Obrigada. –Disse não apenas pelo presente, mas por toda a dedicação que ela teve em minha vida. –Eu te amo. –Falei me levantando para abraçá-la. Moira segurou minha face entre as mãos me olhando cheia de orgulho e admiração.

–Eu tenho tanto orgulho de você minha filha. –Disse beijando minha face. –Você só me trouxe alegria Felicity e agora vai se casar com meu filho. –Ela enxugou uma lágrima que ameaçava cair em seus olhos. –Essa corrente foi da mãe de Robert, eu a ganhei no dia de meu casamento e agora é sua.

–Mas e Thea? –Perguntei me sentindo culpada.

–Fê você é a irmã mais velha! –Disse Thea se juntando ao abraço. –É sua! Agora você precisa de uma coisa emprestada. –Ela deu um beijo leve em minha face e desapareceu pela porta.

Moira estava linda em um vestido beije longo. Thea e Layla que seriam minhas damas de honra usavam vestidos verdes água em um tecido leve e solto. Oliver escolheu Barry e Diggle como padrinhos.

Thea voltou com alguém atrás de si. Senti Moira apertar minha mão como se quisesse me dar apoio. Foi quando a vi...

–Mãe. –Soltei em um sussurro.

Minha mãe caminhava em minha direção e pude perceber o quanto nós somos parecidas fisicamente, ela trazia um embrulho nas mãos, seus olhos estavam cheios de lágrimas enquanto me via de noiva. Senti algo em meu peito como se um peso saísse de mim. Ela parou a certa distancia parecendo constrangida. Soltei a mão de Moura indo em sua direção e a abraçando, não a via a sete longos anos e apesar de toda a mágoa eu precisava dar o primeiro passo para a cura. O perdão.

–Felicity, você está tão linda. –Disse se afastando para me ver melhor. –Sinto muito minha filha, por tudo. –Falou em um sussurro triste.

–Está tudo bem. –Disse a ela, dando um beijo em sua face. –Estou feliz por estar aqui hoje.

–Te trouxe algo emprestado. –Ela me entregou o embrulho. –É o véu que usei em meu casamento. –Não pude mais conter as lágrimas.

Era um lindo véu de renda branca cumprido, ficaria perfeito com meu vestido. Eu o entreguei para Moira junto ao colar para que ela colocasse em mim. Quando estava pronta Layla trouxe um espelho enorme com a ajuda de Diggle que parou me olhando boquiaberto.

–Felicity você está linda. –Disse me dando um beijo na testa antes de sair novamente.

Parei em frente ao espelho e mal pude me reconhecer, meu vestido era simples de seda meio sereia com um decote em formato de coração e um tecido fino e transparente que cobria meus ombros. Meus cabelos estavam presos em um elaborado coque e o véu da minha mãe fazia o acabamento perfeito.

–Linda. –Disse Walter entrando no quarto cheio de orgulho no olhar. –Seu pai estaria orgulhoso e maravilhado! Está na hora.

Todos saíram deixando nós dois por ultimo. Por meu casamento acontecer no início da tarde, optamos por tons claros e alegres. A mansão ficou repleta de flores brancas e o jardim onde seria celebrada a cerimônia por um juiz de paz foi colocado um arco de flores brancas com folhas verdes, havia flores por onde quer que olhe. Mas elas perderam a importância enquanto Walter me guiava pelo tapete vermelho entre nossos amigos. Tudo o que prendia minha atenção era Oliver com o maior sorriso que já vi em seu rosto completamente lindo.

Walter me entregou a ele com orgulho no olhar, ameaçou Oliver só para não fugir da tradição e beijou minha testa com o carinho de um verdadeiro pai. Trocamos nossos votos na frente de todos que amamos.

OLIVER

–Felicity eu sei que ainda está se sentindo a noiva e eu deveria ser paciente, mas amor eu vou acabar dormindo antes de consumar o casamento! –Gritei parado na porta do banheiro da suíte de hotel em que passaríamos nossas núpcias. –Eu acho você gostosa até mesmo vestida de mendiga. Agora para de me torturar e sai logo daí! –Escutei seu riso do outro lado da porta.

–Ok! –Gritou. –Estou pronta, mas é para me esperar na cama!

Atendi feliz sua ordem. Quando saiu ela estava usando um corpete preto com cinta liga e uma calcinha minúscula, mordi meus lábios me deliciando com a imagem de minha esposa.

–Quero ver você me chamar de adorável dentro dessa lingerie. –Provocou caminhando em minha direção.

–Se soubesse que conseguiria ficar mais interessante ainda depois de casada teria feito isso há muito tempo. –Disse co sinceridade literalmente babando por ela.

–Fala sério Oliver! Qual a possibilidade que isso teria de acontecer? –Falou se sentando em meu colo sorrindo.

–Verdade. –Concordei. –Se nós levarmos em conta que demorou vinte anos para perceber que sempre fomos apaixonados um pelo outro. Nenhuma!

–O meu Deus! Qual era o nosso problema? –Ela gargalhava.

–Acho que crescemos nos amando Felicity, então o sentimento era natural de mais para nós dois. –Argumentei enquanto beijava seu pescoço.

–Tenho sorte por amar meu melhor amigo. - Disse me olhando nos olhos intensamente. –Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer por você serem leitores incríveis e lindos! Por acompanhar, comentar e favorita essa fanfic. Nem tenho palavras...

Comentem ok! Bjs