Minha dor de cabeça começou quando estávamos passando pela enorme sala de armas.

Os homens me soltaram e caí no chão. Minha cabeça parecia que ia explodir de tanta dor.

—Levante-se Dezesseis! - ordenou um dos homens.

Eu não conseguia pensar em nada. De repente, tudo ficou branco e pude vislumbrar um lindo campo de flores nos fundos de uma casa.

Havia uma bela menina no campo. Ela usava um vestido branco que ia até os seus joelhos com um cinto em sua cintura. Seus cabelos eram loiros dourados e seus olhos azuis. Estava um lindo dia de céu azul e sem nuvens. A menina parecia ter treze ou quatorze anos.

De repente, o lindo dia foi coberto por nuvens escuras e começou a chover. Quando olhei para a menina, seus cabelos estavam encharcados e pretos cobrindo o seu rosto, deixando apenas uma linha revelando sua boca e nariz. Seu vestido branco estava cheio de sangue. Foi quando eu percebi que o cinto de seu vestido estava amarrado em seu pescoço e pendurado em uma árvore.

Quando me aproximei da menina, havia uma poça de sangue sendo formada pelo sangue que pingava de seu vestido e corpo. Suas pernas estavam arranhadas.

No caule da árvore, estava escrito com o sangue da menina "MORRA MONSTRO".

Quando vi, minha mãos estavam cheias de sangue. A única coisa que consegui pronunciar foi:

—Missy...

Senti os homens puxando meus braços e me arrastando pelo chão.

—Qual é o problema garota? Levante-se! - reclamou um dos homens.

Eu não conseguia falar. Minha cabeça estava latejando. Minha visão havia voltado ao normal.

Tentei me levantar, mas os homens não paravam de me arrastar.

Não estávamos mais na sala de armas, agora era a sala de informática. Ela era extremamente cheia de computadores e TVs. Eu havia conseguido ficar de pé.

Paramos de andar quando chegamos na frente de uma enorme porta de metal. Um dos homens se aproximou da enorme porta e disse:

—Senhor, ela está aqui.

Demorou um pouco até uma voz responder:

—Deixe-a entrar.

—Sim senhor. - respondeu o homem se virando.

Quando os homens me arrastaram até a porta, a voz disse novamente:

—Quero somente ela!

Os homens pararam e me soltaram.

—Sim senhor. - disse o homem que havia se virado. - Venha garota. - ordenou ele se virando na minha direção e fazendo sinal para me aproximar.

Andei devagar na direção da porta de metal.

A porta se abriu e eu entrei, sozinha.

Estava tudo escuro e eu não conseguia enxergar. Havia somente uma luz mais a frente. Sem muita escolha, fui em direção à ela.

Quando cheguei o mais perto possível, as luzes da sala se acenderam.

A sala era a mais incrível de todas as salas que eu havia visto. Ela tinha uma coloração de bege nas paredes mas se olhasse fixamente parecia branco. O chão parecia ser de mármore branco, mas era muito macio para ser mármore. Havia câmeras em cada canto da sala.

Quando me virei para ver de onde vinha aquela luz do começo, não havia mais luz e sim uma mesa com uma cadeira virada de costas para mim. Havia uma pessoa sentada na cadeira.

—Nunca imaginei que a Dezesseis poderia sair daquele quarto. - disse a pessoa na cadeira.

Quando ela se virou pude ver o seu rosto. Ele tinha cabelos ruivos cacheados e olhos castanhos.

—O que você quer de mim? - perguntei, minha garganta estava doendo.

—Não é óbvio? - perguntou ele. - Eu quero a verdade.