My Right Person escrita por Ani


Capítulo 2
Primos


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey!
Boa leitura :3



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Girei a chave na porta, olhando com cuidado pra sala, com medo de ver alguma cena indecente. Mas, vi apenas um sofá arrumado e uma sala totalmente limpa. Tudo indica que Dake não saiu no quarto, já que ele me mandou aquela mensagem assim que sai da escola. As coisas andam feias mesmo.

Tranquei a porta, caminhando silenciosamente, apurando os ouvidos pra ver se ouvia gemidos. Entenda, quando você mora com alguém tipo Dake, você começa a ter receios, e medos, e esperar tudo vindo dele. Desde fingir estar doente, e levar garotas de programa pra casa, até qualquer outra coisa.

Colei meu ouvido na porta do quarto dele, mas tudo o que eu ouvia era o barulho da televisão. E não, não era canal adulto. Ele estava vendo Megamente.

— Dake? — Bati na porta, e a abri devagar, o vendo jogado na cama, com a coberta até o queixo.

Não pude evitar. Joguei minha mochila no chão, e caminhei rapidamente, me ajoelhando perto da cama, com o meu rosto na altura do dele. Seus olhos verdes me fitando longamente e seu sorriso se formando em seus lábios. Como eu amo esse garoto. Não importa quantas besteiras ele faz, e o jeito dele, ele é um irmão pra mim. E eu sei que, por mais que ele solte piadinhas sobre meu corpo, e sobre como ficaríamos lindos juntos, são só piadinhas. Ele também me considera uma irmã. Nossa relação familiar é muito forte.

— Hey cara — Passei minha mão em seu cabelo e ele fechou os olhos sobre meu toque.

— Você demorou anã. — Ele sussurrou.


— O que você está sentindo?

— Estou esgotado. Nossa, muito esgotado. E muito frio também.

— Tomou algum remédio? Sabe que isso é gripe né?

— Eu sei, e eu tomei. Mas a febre abaixa, e aumenta novamente.

— Médico? — Ele fez uma careta.

— Não! Sem essa. Só preciso do seu carinho, e amanhã estarei firme e forte.

— Meu carinho? Cadê Ambre essas horas?

— Sumiu. Não me ligou nem veio aqui hoje. Ela falou de mim na escola?

— Ela nem foi. — Falei me levantando. — Vou tomar banho, e trazer algo pra você comer. O que quer?

— Nada. — Ele se ajeitou na cama.

— Nada? E a mensagem?

— Era só pra você vir rápido. Eu tô totalmente sem fome.

— Dake... — Coloquei as mãos no quadril

— Sem fome.

— Vou trazer miojo, e cala essa boca. — Virei as costas, catando minha mochila no chão, e ouvindo seu riso fraco, mas sincero.

Ambre. A patricinha. Palavras que a define? Loira, metida, rica, mimada, linda. Não tenho nada contra ela, mas não tenho nada a favor. Pra mim, ela não passa de uma garota qualquer da minha sala. Mas, uma garota qualquer que as vezes me irrita com seus gritinhos idiotas e suas frescuras. Sério, não sei como Dake está ficando com ela. Quer dizer, ele é lindo de morrer, e muito galante. Ele consegue coisa bem melhor que ela. Mas, gosto é gosto.

Tirei meu tênis, pegando minha toalha e entrando no banheiro. Não demorei muito pra sair. Vesti um short cinza, e uma blusa de manga grande, da mesma cor. Sequei meu cabelo, o olhando no espelho. A única coisa que gosto em mim. Meu cabelo. Preto e liso. Tudo bem, não sou feia. Mas não sou uma Ambre da vida também. Palavras que me definem? Baixa, morena, carinhosa, esperançosa, romântica. Tenho uma vida boa. Pais bons, ausentes, mas bons. Amigos de verdade, mas eu procuro incansavelmente minha alma gêmea. Não que eu procure. Eu espero essa pessoa aparecer. Ainda não beijei ninguém. Sou romântica. Beijar sem gostar não é uma das minhas coisas favoritas.

Pegando meu celular, mandei uma mensagem rápida para Rosalya dizendo que Dake estava vivo, e se ela sabia algo sobre a Ambre. Fui para a cozinha, e comecei a preparar o miojo, enquanto esperava a minha melhor amiga me responder. Sem nenhum sinal de vida dela, fiz um suco, e tirei o miojo da panela, despejando no prato.

Caminhei lentamente até o quarto do Dake, e me atrapalhei um pouco para abrir a porta com um prato de miojo quente em meus braços, mas consegui.

— Segura — Entreguei o prato para Dake, que entortou o rosto para o miojo. — Já volto.

Corri de volta a cozinha, pegando o jarro de suco, dois copos e talher. Quando voltei para o quarto, Dake estava deitado, e o prato em cima do criado-mudo.

— Coloca o prato no seu colo.

Se sentando, ele colocou o prato sobre as cobertas. Coloquei o jarro no criado-mudo, junto com os copos. Lhe entreguei o garfo.

— Liz, eu não tô com fome. Sério. — Ele me fitou com seus lindos olhos verdes.

— Dane-se. Coma Dake. — Me sentei ao seu lado na cama, me servindo de suco.

— Liz...

— Olha. Só um pouquinho. — Ele suspirou, e negou com a cabeça em seguida. — Se você comer, deito aqui com você essa noite.

— Dormir aqui comigo? — Ele mostrou interesse.

— Sim. Carinho de prima. — Sorri.

Dake encarou o prato por um tempo, antes de começar a comer. Sabia que ia funcionar. Ele não gosta muito de dormir sozinho. Quando éramos pequenos, sempre dormíamos juntos. Na maioria das vezes ele me subornava com doces. Mas era sempre divertido, pois ficávamos até tarde conversando.

Meu celular vibrou, e vi um "Não" mandado por Rosalya. Logo em seguida ela mandou um "Porque eu deveria saber?".

Porque ela não veio ver Dake hoje, e nem foi para a escola.

Não demorou muito para vir a resposta.

Preocupada com a loira agora?

Sabe que não. Respondi.

Hum. Sério, se eu soubesse de algo, te falaria.

Ok.

— Falando com quem? — Dake perguntou.

— Rosa. — Pus o celular no criado-mudo.

— Terminei — Ele me entregou o prato e arqueei as sobrancelhas.

— Foi rápido. — Me levantei.

Coloquei o prato na cozinha, e voltei pro quarto.

— Certo. O que vamos fazer? — Me sentei na cama.

— Eu quero cafuné — Ele se aproximou, colocando a cabeça no meu colo.

Passei a mão em seu cabelo liso, sentindo a umidade na frente. Sua testa quente me dava arrepios. Dake nunca adoeceu assim. Enrolando seu cabelo em meus dedos, prestei atenção no que passava na TV, ciente de que meu primo estava bem acordado. Se ele estivesse em melhor situação, estava me assediando. Que saudades do assédio agora.

**

O despertador em meu celular tocou, me fazendo abrir os olhos. Estava um calor insuportável, e descobri o porque. Dake estava agarrado em mim, e percebendo, estávamos de conchinha. Sua perna estava em cima de mim, e estávamos com duas cobertas. Calor definia. Calor.

Me mexi um pouco, desconfortável, e senti algo não muito agradável. Afastei meu traseiro de Dake um pouco, mas ele se aproximou. Afastei novamente, e ele se aproximou. Tentei uma terceira vez, e a mesma coisa aconteceu. Suspirei.

— Acordado já?

— Seu celular está tocando.

— Dá pra me soltar?

— Não.

Suspirei, tentando me livrar de seus braços, sendo em vão. Dake é muito pesado. Alto e encorpado. Eu era uma simples garota magra e pequena.

— Dake?

— Hum?

— Eu tenho que ir a escola.

— Ok.

Ele permaneceu parado, sua respiração em meu pescoço, sua perna em cima de mim, seu braço me agarrando, me puxando para mais perto. Tentei me afastar mais uma vez, até que que ele me deu um puxão de volta, me trazendo exatamente para sua ereção em meu traseiro.

— Dake!

— Desculpe, baby. Está de manhã.

— Chega.

Tirei sua perna de cima de mim, e seus braços, mas ele me ajudou um pouquinho, me livrando do peso. Sai debaixo das cobertas me sentindo livre. Sentei na cama, de costas para ele. Segurei meu cabelo no alto com uma mão, e com a outra comecei a me abanar, ciente da cor das minhas bochechas. Começar o dia assim é injusto.

— Está com calor? — Ele indagou, e me virei, vendo sua posição sexy na cama.

Ele estava de barriga pra cima, com um braço sobre a cabeça. Seu cabelo despenteado e totalmente selvagem. Seu sorriso preguiçoso. Mas, eu não tinha notado uma coisa. Dake estava com o peito nu. Sem blusa alguma. Se alguém visse essa cena agora, poderia jurar que estávamos nos pegando. Fico imaginando como estou.

— Sexy. — Ele disse parecendo ler meus pensamentos.

— Não começa. E me diz. Em que parte da noite tirou a blusa e porque?

— Acordei no meio da noite com um calor insuportável. Tirei a blusa e me agarrei a você. Simples.

— Espera.

Voltei a cama, me ajoelhando perto dele, e colei a palma da minha mão em sua testa, sorrindo.

— Não tem mais febre.

— Sim.

Ele sorriu também, e pulou sobre mim, me prendendo embaixo dele.

— Viu como eu só precisava de você?

Minhas mãos espalmaram em seu peito nu. Ele estava montado em mim, sua ereção ainda forte contra meu quadril. Meu coração acelerado. Suas mãos contra o colchão, nos lados da minha cabeça.

— O que você está fazendo?

— Retribuindo o favor?

Seu rosto se aproximou, seus lábios a centímetros do meu.

— Dake, para. Somos primos. Para.

— De segundo grau. Isso não conta.

— Isso conta. Para.

Seus lábios se direcionaram para a minha bochecha, onde ele plantou um beijo longo. Seus lábios desceram até meu pescoço, e parou. Voltou com seus lábios até minha orelha, onde mordiscou, me dando arrepios.

— Quando você estiver pronta para mais disso, estarei aqui. — Ele sussurrou em meu ouvido.

Tomando impulso, Dake saiu de cima de mim, e caminhou até o banheiro, fechando a porta.

Não tinha percebido, mas tinha prendido minha respiração até agora. Pulei da cama, saindo correndo e parando em meu quarto, onde fechei a porta. Passei a mão em meu cabelo, respirando fundo. Ele já tinha me encurralado algumas vezes, estava preparada para tudo que viesse de Dake. Mas o que me assustou foi como eu agi. Meu coração aos pulos. Meu corpo querendo, mas meu cérebro querendo que ele parasse. Tudo muito confuso. Caminhei até o espelho, onde me olhei por um longo momento. Bochechas coradas, cabelo bagunçado. O que eu queria realmente de Dake? O que ele realmente queria de mim?


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Notas finais do capítulo

Eae jovens? Quero comentários, please.
Até :33



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