My Right Person escrita por Ani


Capítulo 3
Errado


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Coloquei meu celular no bolso da calça, indo em direção a saída da sala. Alexy estava do meu lado, me contando sobre tudo o que descobriu sobre o aluno novo. Eu, por outro lado, estava procurando Rosalya, que sumiu misteriosamente assim que o sinal bateu. Sumiu misteriosamente com Lysandre.

— E ele toca guitarra. Viu que perfeito? — Alexy dizia, assim que chegamos na nossa mesa.

A mesa não é exatamente nossa, mas sentamos nela todos os dias, então fica sendo como nossa. Ela fica em um canto do pátio, debaixo de uma árvore, e poucas pessoas ficam lá. Então, a mesa não é muito disputada. Mas, as mesas que ficam mais na frente do pátio, são as mais disputadas. É de quem chegar primeiro, no dia.

— Arrã — Respondi, dando uma olhada no pátio.

— Você está me ouvindo?

— Arrã.

— Liz! — Alexy fez beicinho, chamando minha atenção.

— O que? — Indaguei.

— Eu aqui, dizendo as coisas que descobri sobre o ruivo gato, e você pouco se importando. — Reclamou.

— Estou procurando a Rosa.

— Ela está, provavelmente, em algum canto da escola beijando na boca. Deixe-a ser feliz.

— Certo.

Coloquei os fones no ouvido, deitando minha cabeça na mesa. Eu precisava dividir com Rosalya o que aconteceu com Dake. Eu precisava. ela é muito mais experiente que eu nesse negócio de amor. Ela vai saber definir o que eu estou sentindo, sem falar que ela é minha melhor amiga. Ela precisa saber disso de qualquer maneira. Mas a questão é: Ela está me trocando por Lysandre. Desde que ela começou a sair com ele, eu fiquei em segundo plano. Agora ela sai com ele, liga pra ele, faz tudo com ele. E eu não tenho mais vez.

— Ele veio hoje? — Perguntei.

— Quem? — Alexy estava dividindo o fone comigo.

— Castiel.

— Ué. Se interessou por ele agora?

— Não. Só queria falar com ele as coisas do trabalho.

— Entendi. — Alexy suspirou, pegando meu celular, olhando as músicas. — Faltou.

**

Girei a chave na porta, e me senti totalmente nervosa. Eu estou em casa agora, e Dake também. E ele provavelmente está ótimo, isso quer dizer que ele irá me atacar. O problema não é ele me atacar, o problema é eu querer que ele me ataque, e não estou preparada psicologicamente pra isso.

Ainda não consegui falar com Rosalya. Ela não desgruda de Lysandre nem por um segundo. E eu desesti até. Não vou correr atrás dela, muito menos implorar por atenção. Se ela quiser saber sobre mim, ou sobre meus sentimentos, que venha até mim e tente contato. Terei que interpretar meus sentimentos sozinha.

Fechei a porta, e caminhei até meu quarto, colocando a mochila em cima da cama. Fui para o banheiro, e tomei um banho rápido. Coloquei o mesmo short e blusa do dia anterior, e penteei meu cabelo, respirando fundo. Eu teria que encara-lo. Cedo ou tarde.

Fui rapidamente até o quarto de Dake, e fiquei em dúvida entre bater, ou entrar. Optei por entrar sem bater, e me arrependi profundamente.

Dake estava deitado, totalmente nu e totalmente suado, com uma loira montada nele, totalmente nua e totalmente suada. As roupas de ambos estavam jogadas no chão, junto com as cobertas. A televisão estava desligada, mas o ar-condicionado estava ligado, e algo me dizia que não era suficiente, pois seus corpos estavam brilhando.

Dake foi o primeiro que me viu, arregalando os olhos imediatamente. Ambre demorou um pouquinho, mas assim que me viu, saiu do colo de Dake, deixando o pênis dele a mostra. Fechei os olhos firmemente, dando meia volta, batendo a porta do quarto. Eu não consigo explicar como eu me senti. Tola? Triste? Eu não sei. Quer dizer. Eu estou muito chateada comigo mesma, por pensar que ele tentaria me beijar novamente, ou algo parecido, mas estou triste. Triste porque ele não fez isso. Triste porque assim que ele melhorou e eu sai de casa, ele chamou outra garota para dentro da minha casa, e começou a transar com ela, como se ele não estivesse tentado nada comigo hoje. Como se ele não tivesse tentado nada comigo desde que se mudou para a minha casa, na verdade.

Tranquei a porta do meu quarto, e me joguei na cama. Eu estava triste. Totalmente triste e decepcionada. Ele não devia ter feito isso comigo. Eu estava começando a considerar dar uma chance a ele, e o que eu vejo quando chego em casa? Ele e outra garota juntos. Tá. Eu não sou tão bonita ou tão gostosa quanto a Ambre, mas eu sou mais inteligente e mais legal. Disso eu tenho certeza. E ele prefere a mais artificial. E porque isso mexe tanto comigo? Não foi só hoje que ele tocou no meu coração? Ou isso já vinha acontecendo e só hoje, depois de ver o lado carinhoso dele, que esse sentimento se manifestou? Isso está errado. Totalmente errado.

— Liz.

A voz grossa de Dake estava a minha porta. Logo em seguida o ouvi batendo na porta. Suspirei. Porque estou tão emotiva? Errado. Errado. Errado.

— Liz.

Rolei na cama, apertando minha cabeça no colchão. Abria ou não abria a porta? Será que Ambre ainda estava no quarto dele? Espero que já tenha ido embora.

— Liz!

Me arrastei para fora da cama, encarando a porta por um longo tempo, até decidir abri-la.

— O que foi?

— Eu é que pergunto. O que foi?

Dake estava com sua calça preta de moletom, e com o peito nu. Seu cabelo totalmente despenteado, e seu corpo estava suado. Me peguei pensando em como seria ter sua boca em meu corpo, me beijando, me explorando, me desejando...

— Nada. — Respondi fria.

— Nada? — Ele passou a mão no cabelo — Você praticamente arrancou a porta quando a bateu. Sem falar na sua expressão...

— Que expressão?

— O que aconteceu?

— Nada Dake. — Suspirei. — Com licença.

Tentei fechar a porta, mas ele colocou o pé na frente, e forçou sua entrada, fechando a porta atrás de si. Caminhando na minha direção, agarrou minha cintura me puxando para perto.

— Ambre deve estar esperando...

— Ela já foi.

Coloquei minhas mãos em seus braços, o sentindo. Sua boca estava a centímetros da minha. Mas, ele tinha o cheira dela. Tinha cheiro de sexo também. Tinha cheiro dela e de sexo.

— Me solta. — O empurrei — Antes de tentar alguma coisa comigo, tome um banho.

Sai de seus braços, e abri a porta novamente.

— Saia.

— Liz...

— Agora, Dake.

Ele me fitou longamente e então saiu do quarto, me deixando sozinha. Bati a porta e a tranquei.

**

— O quê? — Alexy gritou, chamando a atenção de todos.

Coloquei minhas mãos em sua boca, e ele tentou desesperadamente tirá-la de lá.

— Ok, ok.. — Ele tomou ar depois que se livrou das minhas mãos — Você está querendo me dizer que está apaixonada por Dake?

— Eu não estou querendo dizer que estou apaixonada por ele. — Revirei os olhos.

— Mas foi isso que você disse.

— Eu não disse isso.

— Foi isso que você definiu.

— Chega. — Coloquei as mãos na cabeça, respirando fundo — O que eu faço?

— Se eu fosse você, me entregaria.

— Não dá. Não quando ele continua dormindo com outras garotas, no caso, Ambre.

— Faça-o esquecê-la.

— Como?

— Se entrega, gata. Talvez, se fizer isso, ele será todinho seu, por quanto tempo você quiser.

— Fácil você dizer.

— Fácil de fazer também — Ele sorriu. — Se fosse eu...

— Não é você! — Gritei. — Sou eu. Eu.

Ele me fitou por um tempo, um pouco espantado. Acho que nunca me alterei desse jeito. Ele nunca me viu alterada desse jeito. Eu sou a pessoa mais calma que existe. Neutra. E então, do nada, eu grito, me descabelo e tento fazer ele entender uma coisa do jeito mais agressivo possível. Acho que daqui a pouco vou estar batendo em alguém, ou algo do tipo. Estou começando a achar que sou capaz disso.

— Me desculpe. — Abaixei a cabeça.

Alexy me puxou para seus braços, e fiquei ali, por um longo tempo. Errado. Errado. Tudo relacionado ao que eu estava sentindo por Dake era errado. Totalmente errado. Tenho certeza disso agora.


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Notas finais do capítulo

E ai? Digam o que acharam.
Até!