A Maldição de Pandora escrita por Ana


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Como eu tinha dito, um cap para vocês o/ Aproveitem ^^



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Dianne Green

Quando tudo terminou, era 19:00 da noite.

Estava suada, com alguns cortes e com a palma da mão avermelhada. Mesmo assim, foi bom. Annabeth foi paciente em aturar meus erros e dar dicas de combate. Quem sabe Pandora não aprende também? Isso é bem possível.

Tomei um banho e lavei com cuidado os arranhões. Eles estavam inchados, mas não sangravam. Bem, e era apenas a parte dos braços.

Me vesti e sentei–me para jantar com os outros. Depois, fui dormir.

Eu tive novamente o sonho do portal de névoa. O mesmo solo pedregoso e escuro estava mais escorregadio. Parecia ser noite pela cor do céu e as pequenas estrelas que o lotavam. O mesmo ciclope enforcava Leo e o corpo de Sue estava ao seu lado, morto. Sue. Não fazia nenhum sentido ela estar ali. Ela estava em segurança no acampamento meio sangue, como á deixei. Dessa vez, Pandora tomara sua forma. Acho que estava com tanta raiva de tudo isso, que o ataquei. Antes de chegar perto, de a lâmina cortar sua mão que segurava com tanta firmeza o pescoço de Leo que pegava completamente fogo, o sonho mudou.

Eu estava sentada em um pano de retalhos. Eu conheceria aquele pano em qualquer lugar. E sabia que ele vinha acompanhado. Estava em um local plano, com árvores e grama verde por um longo espaço. O Central Park, para ser exata. O dia estava claro e sem nuvens no céu. Deveria ser 10:00 da manhã. Estava sozinha. Literalmente sozinha. O Central Park nunca estivera tão vazio. O que um dia foi um local de lazer, se transformou no local mais solitário e triste de se ficar. Ali eu vivi muito tempo com minha mãe. Até mesmo antes de Sue nascer.

Me levantei e agarrei o pano de retalhos que foi feito por minha avó. Andei sem rumo pelo gramado. Vi alguém se formar, uma imagem de uma pessoa que eu conhecia. Corri até a pessoa. No caso, minha mãe. A abracei com força, e senti seus braços me envolverem. Nos sentamos no chão, e quando me separei dela, ela estava com os olhos fechados.

– Mãe? – disse – Mãe!

Segurava em seus ombros, a balançando em uma tentativa inútil de acordá-la. Essa ia ser para sempre a minha culpa. Ela estava ali, na minha frente, e eu a não salvei. Voltei á chamá-la, mas sem resposta. Quando olhei em volta, todos que eu gostava estavam no chão, no gramado do Central Park - que agora escurecera, como se tudo estivesse sem cor - Jason, Leo, Sue, Annabeth, minha mãe... Me levantei e olhei em volta. Uma agonia tomava conta de mim.

– Não!

Meu grito ecoou pela minha cabine. Estava deitada na minha cama, com meu pijama e suando frio. Sai da cabine, regulando normas de não perambular pelo Argo II á noite. Mas era como se eu estivesse sufocada. Fui correndo até a amurada, pegando o vento da noite. Todas as lágrimas que estive segurando estavam saindo ali, junto com os pesadelos que tivera. Prometi nunca mais pensar em nada que me fizesse sofrer, principalmente a morte da minha mãe.

Me sentei no chão, soluçando. Eu fico parecendo um tomate quando choro, mas como estou sozinha, isso não importa realmente. Ouço uma porta se abrir á minha frente. Uma luz quase me deixa cega. Estava tão escuro, apenas á luz das estrelas, que minha visão já estava acostumada. Me viro de costas para a luz, e abraço meus joelhos.

Ouço uma voz sair do local da luz:

– Tem alguém ai?

Enxugo as lágrimas e respiro fundo.

– Não – murmuro – Não tem ninguém.

A pessoa parecia confusa. Não vejo quem se aproxima.

– Dianne? – era a voz de Leo – O que você está fazendo aqui? Sabe que tem como alguma ave supersônica passar aqui e te levar para outro lugar?

Eu não respondo nada. Leo se senta ao meu lado, e eu o olho. Seu rosto parece mais limpo, mas as roupas são as mesmas. Seu sorriso vacila ao encontrar o meu rosto do jeito que eu imagino. Avermelhado e ainda com algumas lágrimas.

– O que houve? – diz ele de forma suave.

– Eu tive um pesadelo e vim parar aqui. Quase morri sufocada lá dentro. – digo, limpando meu rosto com a manga da blusa. – A minha mãe estava no meu sonho. Era horrível. E umas cenas ficam voltando toda vez que fecho os olhos. Você não tem ideia como isso é ruim – Gesticulo com as mãos e sinto minha voz ficar embargada.

Leo se levanta e me oferece a mão. A seguro e ficamos frente á frente, não muito próximos. Eu era um pouco mais baixa que Leo. Ele teria a mesma idade que a minha? Talvez. O olhar era triste também. O vi inerte junto com as pessoas em meu sonho. E ele podia realmente morrer se eu falhasse.

– Olha, chorar não vai resolver. Talvez, antes de a tal ave chegar, a gente der o fora? Eu realmente não...

Cheguei perto de Leo e o abracei. Pareceu um ato muito rápido, afinal, nem nos conhecíamos direito. Mas ele pareceu não ligar. Retribuiu o gesto. Eu deveria estar louca. Meus braços o envolveram pouco abaixo das costelas, apoiando meu queixo em seu ombro e encostando minha cabeça na sua. Ficamos assim um tempo, sem falar nada. Mas logo senti um cheiro de queimado penetrar em meu nariz. Leo se afastou, apagando uma chama que consumia seu cabelo. Ele ia de um lado ao outro tentando apagar, batendo em sua cabeça. Eu tive que por a mão na boca para abafar o riso. Quando tudo se estabilizou, eu ria e Leo se sentava no chão, encostado na amurada do navio.

– Muito engraçado, Princesa dos Céus. Mas essas coisas incríveis de fogo só acontecem uma vez. Então, não vai acontecer de novo.

– Oh, ok. Obrigada pelo show.

Fui até Leo, e me agachei ao seu lado.

– Boa noite – segurei seu rosto com cuidado e lhe dei um beijo na bochecha. Depois, sai dali e entrei na minha cabine. O que eu tinha feito? Seja lá o que fosse já havia me deitado na cama, só acordando no dia seguinte, bem cedo. Sem interrupções e, melhor ainda, sem sonhos.


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