If I Were A Boy escrita por Carol Munaro, Warri0rGirl


Capítulo 20
Fear


Notas iniciais do capítulo

OOOI!



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– Aonde é essa boate? - Já fazia uma cota de tempo que o Logan dirigia e nada de chegar no lugar.

– É longe da pousada mesmo. Digamos que ela não fica no centro de Cancún. Fica, mais ou menos, do outro lado da cidade em relação a pousada. - Relaxei no banco, quase me deitando. Comecei a jogar no celular. - Relaxa. Vai ser divertido.

– Você podia arranjar algo mais perto.

– Reclamona. - Quando finalmente chegamos, o lugar parecia ser uma boate comum, como pode ser encontrada em qualquer canto do mundo, exceto pelo fato de parecer minúscula.

– Vai caber uma multidão de gente bêbada, povo querendo dançar e ainda ter lugar pra pegação? - Perguntei achando que isso seria impossível.

– Acredite, vai. - Ele me puxou pela mão e mostrou um cartão pro segurança, que liberou a nossa entrada, nos livrando daquela fila enorme. Assim que entramos, fiquei surpresa. Por fora parecia mais uma caixa. Mas o tamanho daquilo era incrível. Enorme! Onde a parte de trás se escondeu?

– Meu Deus! É gigante! - Logan sorriu convencido, como se dissesse “eu não falei?”. Fomos logo pegar uma bebida. - Que cartão era aquele que você mostrou pro cara?

– É da onde eu trabalho. Digamos que pedi um favor pro meu chefe, já que ele pediu pra eu vir no lugar dele.

– Como se fosse um grande esforço vir pra Cancún. - Ele deu de ombros.

– Bom, ele falou pra eu ligar e dizer que colocaria a boate no “locais a serem visitados”, caso eu pudesse entrar sempre que quisesse. Então… Aqui estamos. - Ele me deu um selinho. O barman entregou as bebidas. Assim que tomei, fechei os olhos e senti minha garganta rasgar e fiquei um pouco tonta. Socorro! - Você tá legal?

– Parece que comi pimenta. Que porra é essa?!

– Também… Quis fazer a bêbada e tomar tudo de uma vez. Deu nisso.

– É muito forte! - Ele tomou um longo gole e fez o mesmo que eu, fechou os olhos com força.

– Dá pra tomar. - Logan pediu outra e, quando o cara entregou, ele me deu. - É mais fraca.

– Se eu ficar bêbada, volto pra pousada cantando Kansas. - Ele riu. - Não to brincando, chuchu. Não duvide de mim.

– Não me chama de “chuchu”, pelo amor de Deus. - Peguei o copo e comecei a meio andar/meio dançar pra pista sorrindo de canto. Senti que ele me seguia.

– Vou te chamar de “chuchu” quantas vezes eu quiser. - Falei me virando, mas dei de cara com um outro homem, e ele tava acompanhado. Tomei um gole da bebida.

– Vai chamar meu namorado de que? - A menina (literalmente) parecia ter uns 18 anos. Se ela armar um barraco, capaz de chamarem o Conselho Tutelar pra mim.

– Desculpe. Pensei que fosse o meu. - Falei de um jeito que desse pra ela ouvir. O som ali era bem mais alto do que no bar.

– Pensou que ele fosse seu?! - Ela me empurrou! Como assim, gente?! Puxei seu ombro.

– Pensei que fosse o meu namorado, sua louca! - Berrei no ouvido dela.

– Tá tudo bem por aqui? - Olhei pro Logan.

– Apenas uma falta de compreensão. Tá tudo perfeito. - Peguei na mão dele e comecei a dançar. Logan se colou junto a mim, colocando as mãos na minha cintura, mas ele não se mexia muito. Normal. A espalhafatosa era eu.

– Sabe que não curto muito com esse bando de gente.

– Vai ficar que nem um velho sentado?

– Não. - Ele me deu um selinho. - Não te deixaria sozinha. - Ele cheirou meu pescoço. A respiração dele fez cócegas. Dei risada. - Você já tá meio alta, né?

– To legal. - Tomei o resto da bebida e coloquei o copo em cima de uma bandeja de um garçom que passava. Peguei na nuca do Logan e o beijei, fazendo ele rir baixo após o beijo.

(…)

– I woke up like this. I woke up like this. We flawless, ladies, tell ‘em. - Cantei e o Logan passou a mão pelo rosto.

– Puta merda, faz vinte minutos que estamos no carro e você ainda não calou a boca. - Ignorei o comentário.

– Won’t you staaaaaay with me? 'Cause you're aaaaaall I need. This ain’t love, it’s clear to seeee. But darling, staaaaay with me.

– Ah, que ótimo. Cantando Sam Smith. Me sinto na fossa. Achei que fosse cantar Kansas.

– Carry on my wayward sooooooon. There’ll be peace when you are doneeeee. Lay your weary head to reeeeeest. Don’t you cry no moreeeeeee. Pan pan pan pan… Pan pan pan paaaaaan… - Batuquei no painel do carro.

– Eu gosto dessa música, meu amor. Não estrague.

– Tá. Vou voltar a cantar Queen B.

– Eu prefiro você quieta, na verdade.

– I’m a survivor! I’m not gon give up! I’m not gon sto… - O carro deu um tranco. Mas ué… Qual a parte de “I’m not gon stop” da viagem? - O que foi isso?

– Ah, puta que pariu! Fodeu geral, Meg. Isso que aconteceu. - Ele saiu do carro e eu saí também. Estávamos na avenida da praia. Logan foi pra de trás do carro e eu atrás dele. Um cara bateu na traseira. Logo vi uma viatura se aproximando e entrei no carro novamente. O policial conversou com o Logan e o cara por mais um tempo. Quando o Logan entrou no carro, ele parecia irritado. - Vamos ser rebocados.

– Pra onde?

– O carro vai pro pátio. E, nós, além de pagar horrores pra empresa do aluguel, vamos pra delegacia primeiro. - O clima estava meio pesado. Ele realmente tava puto.

– I’m a… - Comecei a cantar, mas ele me cantou.

– Pelo amor de Deus, Meg. Não começa a cantar. - Assim, ficamos em silêncio até chegar na delegacia. O policial nos levou pra uma sala. Logo, um tio de terno entrou, se juntando a nós.

– Turistas? - O policial confirmou e o tio riu baixo. - Eles acham que aqui é “festa da uva”. Cada um faz o que quer.

– Ei! A culpa não foi minha! O cara bateu na minha traseira. - Logan falou. Percebi que tinha água e bolachinhas no canto da sala. - E to sóbrio, se você não percebeu. Consigo fazer o 4 com o corpo muito bem. E alguém tinha que cuidar dela. - Ele apontou pra mim, fazendo com que a atenção do momento fosse eu, com a boca cheia de bolacha.

– A gente tá preso? - Perguntei.

– Não. - O tio falou. - Ainda. - Fiz uma careta e ele ficou me olhando.

– Não tem motivo pra eu ser presa. Nem o mozão. Alguém devia falar que precisam trocar esses móveis. Misericórdia!

– A garota espera aqui. Ele vem comigo. - Fiz bico. Não havia necessidade pra separar ninguém. Eu continuei comendo e comecei a reparar na sala. Tinha algumas medalhas e também fotos na mesa que estava na minha frente. Fotos do tio de terno.

– É melhor não tocar na mesa. - O policial falou e eu me sentei de novo. Fui ver o Logan após algumas horas. Ele pegou na minha mão e saímos da delegacia. Eu já estava bem melhor.

– Eles não prenderam você, né?

– Paguei uma fiança por dirigir alcoolizado. Fala sério! Eu não estava bêbado. E você comer as bolachas do delegado e ainda falar que a sala dele é feia não amenizou a minha situação, Meg.

– Foi mal por isso.

– Mal? Péssimo. Mas agora quero ver como vai ser com o cara do seguro. E eu tenho uma reunião em três horas.

Ficamos mais duas horas pra resolver o negócio do seguro. O cara do outro carro se responsabilizou pelo conserto (obviamente, já que foi ele que bateu na traseira) e o Logan só foi multado por dirigir “bêbado”. Mas o coitado não tava. Como ele pagou a fiança, eu paguei a multa com a empresa do aluguel. Assim que chegamos na pousada, ele foi correndo tomar banho e depois pra tal reunião. Enquanto eu, tomei um banho demorado e desmoronei na cama.

(…)

Acordei com a camareira batendo na porta. Enquanto ela limpava o quarto, me arrumei e fui pra praia. Resolvi almoçar por lá. E continuei a tirar várias fotos, tipicamente turista. Não havia muita coisa pra fazer de dia. E mesmo se tivesse, eu não saberia aonde ir. Parece desperdício falar que eu estava no tédio, enquanto estava em Cancún, mas era a pura verdade. Fiquei o dia inteiro na praia.

Quando voltei, Logan dormia. Estava me preparando pra me juntar a ele quando recebo a seguinte mensagem:

"Feliz ano novo, Meg. Não to querendo infernizar a sua vida, se você pensa dessa forma. É que… Você sabe que é importante pra mim. Só isso. Não quero atrapalhar seu namoro. Bom… É isso… Tchau"

Como o Cameron sabia que eu to namorando? Quando olhei as notificações no celular, dezenas de pessoas comentavam aquela falsidade de “felicidades ao casal!”. Olhei pro Logan. Quer dizer, então, que, enquanto eu to indo com a farinha, ele já tá vindo com o bolo? Rápido esse menino.

Eu não estava com sono ou cansada. Mas mesmo assim fiquei deitada ali, abraçada com ele. Era bom ficar assim. Eu tinha me acostumando com a presença do Logan, me mimando e lidando comigo do jeito que eu sempre quis, sendo o cara perfeito pra mim, mesmo que seja um cafajeste de mão cheia pra todas as outras. Mas claro que tinha um problema. Sempre tinha um. Eu não queria namorar com alguém por costume. E eu tinha medo disso. Não precisa ser um gênio pra saber que eu estava dividida. Era óbvio que eu gostava do Logan, mas ia muito além disso. Amor é algo bem maior, e não é algo que se compre na loja da tia simpática da esquina da sua casa. Eu queria que acontecesse logo, que eu ficasse completamente apaixonada por ele. Mas meu medo é que isso demorasse ainda mais.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora. Minha irmã trabalha com decoração e eu fiquei a ajudando durante essa semana, além de ir atrás de resolver algumas coisas pra faculdade, já que as datas do prouni foderam minha vida. Ou seja, sem tempo. Again e.e Perdão pela demora. Mas creio que n demorarei pra postar o próximo. Espero que tenham gostado desse cap. Vou tentar fazer a fic voltar a fazer "sentido" no prox cap, pq pra mim tá estranho esse negócio, tipo o nome do cap de hoje. Mas to com sono pra cacete, então deem um desconto. Enfim... Beijos!



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