Eu preciso de você para me manter vivo. escrita por Raphilds


Capítulo 5
Morte e nascimento andam de mãos dadas. Parte II


Notas iniciais do capítulo

Ei gente, tentei não demorar tanto mas o bloqueio tava foda hehehehe
Além do problema com o computador... ENFIM

Sem mais delongas... segurem-se nas cadeiras pq o capítulo está doloroso.

Témais



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Pov Fernando

Grávida. Letícia grávida. Quem diria, após tanto sofrimento para minha esposa ela conseguira uma raiz de esperança. Infelizmente, as duas agora estão nas mãos dos médicos. Depois de termos crescido, amadurecido (eu principalmente) pensei que estava apto a ter um final feliz, com a mulher da minha vida, filhos, um emprego...

Meu filho ou minha filha, fruto do nosso amor agora está em completo risco. Por que? Eu daria tudo, tudo mesmo que não estivesse em meu alcance para salvar os dois amores de minha vida.

A única pessoa que está me acompanhando aqui é o Tomás. Não tive cabeça de ligar para ninguém que tivesse mais outra importância que ele. Depois de todas as implicações nós viramos amigos. Lógico, ainda existe os apelidos estranhos e piadinhas que não consigo segurar. Mas, companheiro Tomás se mostrou alguém para se confiar. Principalmente com a preocupação de irmãos, ainda bem, que ele ainda cultiva pela Letícia. Ah, Minha Lety. Por que você não me contou sobre nosso filho? Não queria ter te negligenciado. Foi minha culpa, tenho certeza. Se tivesse parado um pouco de trabalhar e prestado atenção na minha esposa nada disso teria acontecido. Se eu não estivessse com a obsessão de ficar financeiramente estável para aumentar nossa família eu me preocuparia da forma como a Leticia ficou com a morte de meus sogros. Seu eu os tivesse buscado na rodoviária. Se e-
– Família da Senhora Padilla Sollis de Mendiola? - diz uma mulher que aparentava um pouco menos da minha idade, vestida com um jaleco branco.
– Eu! Eu, moça! Eu sou o marido, me diz como ela tá? Por favor.
– Senhor, acalme-se senão não poderei deixar entrar para ver sua esposa até o efeito do calmante que teria que te dar, passar. - tento normalizar a respiração, não mais essa - sua esposa está melhor comparando da forma que ela apareceu aqui. Fisicamente, pelo menos. Ela não estava se alimentando direito e isso começou a deixá-la com o organismo fraco. Acho que o senhor sabe que ela estava grávida? - afirmo com a cabeça - então, sem as proteínas e principalmente o ferro que ela precisava sua esposa ficou fraca e, por fim, anêmica. Até ai, isso afetaria só a Letícia pois o pouco que ela comia ia direito para o seu filho. Mas, chegou a tal ponto grave que isso começou a afetar o feto até então em formação. Eu sinto muito Fernando, fizemos todo o possível para salvar o filho de vocês mas o aborto foi impossível de se...
– Então, o meu filho... e-ele não existe mais?
– Eu sinto muito.
– Eu posso falar com a Letícia agora?
– Sim, irei te levar até lá. Ela está no quarto agora, saiu do CTI agora pouco.

Estou sem chão. Não sei o que sentir ou falar. Perdi o meu filho. Perdi por negligência. Ele era só um feto, uma vida dependente de mim e da Leticia. E nós o perdemos. Eu sou um horrível pai. "Você era, ele não existe mais" minha consciência dialoga comigo. Entretanto, depois dessa informação não consigo me sentir vivo direito. Sinto como se uma parte de mim tivesse simplesmente deixado esse mundo. Num piscar de olhos. "Como seu filho" ela continua a com a sessão de tortura mental. Preciso de uma bebida, algo para me fazer esquecer como nos velhos tempos. Não. Preciso ver minha mulher. Minha Lety, não consigo imaginar o quão destruída ela está.

Chegamos ao quarto dela em minutos que pareciam milênios.

– Ela está sedada agora - a médica comenta - a Senhora Letícia de Mendiola sabe que abortou, senhor Fernando, então qualquer crise que ela demonstre faça o favor de tocar aquele botão ali - ela aponta para um botão vermelho ao lado da cama de minha esposa - pois, qualquer situação extrema pode acarretar algo mais grave ainda. Irei confessar ao senhor que estamos com receio dela ter outra parada cardiorrespiratória. Vou deixa-los a sós.

Quando vejo que estamos sozinhos subo em sua cama de forma silenciosa e deito devagar. Coloco seu corpo em contato com o meu para tentar amenizar a dor de ambos os lados, o físico e mental, mesmo sabendo que é quase impossível. Ela se mexe quase imperceptivelmente e sua vestimenta marca sua barriga. Quando percebo, já estou com a minha mão passando nela, como se quisesse acalmar nosso bebê.

– Eu matei ele - ouço Leticia sussurrar - eu matei nosso filho.
– Meu amor, não foi bem...
– Se eu não estivesse me martirizando tanto, ele estaria aqui ainda. Eu matei ele como uma assassina fria. Perdi a única coisa que poderia mudar nossa vida. E, você sabe que quem aborta uma vez tem menos chances de conseguir segurar sua futura gravidez? Destruí nosso sonho de ter uma família por ter sido auto-piedosa comigo mesma. Meu pai teria tanta vergonha de mim agora, vendo sua filha transformar numa assassina cética da própria família.

A cada palavra é uma dor mais forte em meu coração. Bem pior do que aquela que eu sentia quando descobri que tinha a perdido para o Domensolin. Ou quando ela aceitou casar-se com ele. Nunca a vi assim, tão destruída internamente. Lágrimas caem sem que eu conseguisse segurar. Seu olhar sem vida, olhando para uma parede branca e cética é o reflexo do que o corpo dela transborda: o vazio.

– Você não destruiu nossa família. Quando casamos, tínhamos a ideia que a partir daquilo nós eramos nossa família. Lembra disso? Eu sou seu, você é minha e daremos nosso jeito, ok? Sempre fizemos assim, não será agora que iriamos mudar. Eu te amo muito, e nem que viva o resto da minha vida apenas com você tirarei o sorriso do meu rosto porque você é tudo o que eu pedi.

E pela primeira vez naquele dia, ela me olha nos olhos. Não com aquele olhar anterior, mas um que transborda dor e angústia. Suas lágrimas se juntam as minhas assim que encaixo meus lábios com os dela. Um beijo calmo que tem como objetivo curar essa dor no peito com o que temos de melhor um para o outro:

O amor.


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Notas finais do capítulo

Não me matem!!!!

Escrevi esse final de capítulo chorando... Eu disse que o drama tava só começando

Comentem, e é isso

Ah, e para quem gosta de Jogos Vorazes, tem fic nova :)

Beijos e até logo



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