Eu preciso de você para me manter vivo. escrita por Raphilds


Capítulo 4
Morte e nascimento andam de mãos dadas. Parte I


Notas iniciais do capítulo

Olá galeris!

Queria pedir muita desculpas, muitas mesmo! Eu realmente não sei como dizer o quão chateada estou comigo mesma por ter quase desistido da fic. Eu conto nas notas abaixo o pq dessa sumida toda e mais pedidos de desculpas.

Queria agradecer a leitora Mariana Souza pelo seu comentário que foi o tapa na cara que eu precisava para não me perder nessa fic. Então, para as pessoas que ficaram muito putas comigo por ter esquecido, em especial Mariana, esse capítulo é especialmente, unicamente para vocês!!!!



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6 anos depois

Letícia estava mal. Na verdade, mal era eufemismo para o que ela sentia no momento. Preocupação, dor, tristeza. Não sabia quando saiu de casa ou que horas que chegaram no portão da Conceitos. Fernando não apertava para o seu lado, ao contrário, demonstrava total preocupação porém deixava o caminho livre para ela se expressar. "Anos de convivência serviam para alguma coisa" pensou Lety. Não que ela odiasse seu marido e a forma espontânea que ele era com ela, o problema não era nele. Era nela, sempre seria nela. A dor que consumia seu peito era forte demais para aguentar, ela sabia, o problema era o orgulho acima de tudo e de todos.

Quando ouviu o 'clic' da porta do elevador percebeu que estava já em território profissional, quaisquer problemas pessoais já foram deixados longe, pelo menos era isso o que ela dizia para si mesma. Apenas teoria, não é mesmo, sua mente a quebrava. Seu papaizinho, o primeiro homem da sua vida, não no mau sentido, aquele que a ajudou andar de bicicletas, que chegava todo dia para dar boa noite e dizia o quão bonita ela era, independente de qualquer coisa, sua superproteção era seu forte. Uma lágrima grossa escorre e Letícia faz um único movimento ligeiro de limpa-la. Não queria pena, esse sentimento tão abstrato de gente que muita das vezes nem sabe o que ela realmente estava sentindo não ajudava em absolutamente nada. Queria fugir dos olhares pesarosos de seu quartel, queria ser invisível como era em seu colégio, queria correr para o colo de sua mãe, dizer que tinha sonhado um pesadelo horrível, porém só de lembrar que não tinha mais sua mãezinha para lhe acalmar era como mais outro soco no estômago. "Calma meu amor, mamãe ficará bem" Letícia conversava com sua barriga. Sim, ela estava grávida. Contaria para os pais no mesmo dia em que os dois faleceram. Naquela fatídica semana. Quando dizem que uma pessoa pode ir do céu ao inferno em horas é porquê ela realmente pode. Fernando desconfiava da gravidez de sua esposa, entretanto não tinha coragem de conversar sobre isso com ela, não depois de conseguir fazer Letícia sair de casa e leva-la para trabalhar após semanas na cama apenas chorando e se alimentando quando era obrigada. Ao mesmo tempo, ela queria contar, tinha pensado em toda a cena amorosa para isso, como ele faz a maioria do tempo, queria ser a romântica da vez, mas sua vida tinha virado de ponta cabeça.

"Posso entrar?" vinha uma voz por trás de sua porta.

Letícia respondeu com um sussurro que, com um tom a menos, nem ela mesmo ouviria.

"Eu trouxe um café para você... Seu companheiro Seu Fernando teve que sair para redigir um contrato com uma empresa e me deixou como responsável por ti."
Ela apenas assente. Não queria conversar, mesmo que seja com seu amigo de infância, aquele que ela sempre abria seu coração. Almejava mesmo uma passagem apenas com ida para uma depressão mais forte que seu corpo pudesse aguentar. Ou mesmo que não aguentasse não tinha problema, seria até mais fácil pois encontraria seus pais logo.

"Sei que os tempos estão ruins, Lety, mas entenda que você não pode se deixar como uma morta-viva assim! Precisa sobreviver, isso seria algo que Dona Julieta e Seu Erasmo obrigaram. Saia dessa depressão por mim, pelo seu marido, Quartel, todos que gostam de você e querem que você seja aquela Lety risonha de novo, amiga, maternal e o mais importante fique bem..." ele solta um suspiro "fique bem pelo seu bebê."

Letícia arregala os olhos de forma quase assustadora, balbuciava algumas palavras no ar sem conseguir juntar qualquer frase que tenha nexo a ponto de falar em voz alta.

"Como eu sei sem a senhora ter me contado?" disse em tom amargo "Bem... além de ser seu melhor amigo de infância e perceber quando você muda um fio de cabelo , eu já tive uma esposa grávida então sei que enjoos, seguradas na cadeira por meras tonturas sem que digam que foi por causa delas que você quase arranca a madeira do assento, roupas mais largas significam." ela tenta corta-lo, porém não obtém sucesso " Seu marido está desconfiado, a questão é que não vem discutir isso com você pelo mundo paralelo de depressão que você se encontra e o mais importante: porque ele tem a certeza que você não esconderia algo tão importante para ambos."

Cada palavra proferida foi como tapas em sua face, mesmo tentando fingir que não estava escutando, ela ouviu tudo atentamente. Toda a indignação de seu melhor amigo contra ela, ouviu o que a depressão fez com ela, mesmo sabendo internamente o quão quebrada estava, ela não tinha ideia como encontrava-se seu exterior. Sentiu muito mais mal, pelos seus amigos, por Tomás, pelo Fernando, ignorados apenas por uma pessoa destroçada que não se limitou em ignora-los.
Quando Tomás terminou e olhou-a sorrindo se sentiu aliviada, e paralelamente atordoada.

"Eu preciso falar com o Fernando" a frase saiu de sua boca como uma pergunta. Não uma questão para seu melhor amigo responder e eles ficarem discutindo arduamente, mas sim para ela ter certeza da coisa perfeita criada em conjunto que tinha escondido para a pessoa mais importante de sua vida.Ao olhar a foto no porta-retrato de sua mesa na Conceitos teve a certeza "Preciso contar ao meu marido, ao meu Fernando, que teremos a nossa pequena bebezinha daqui a alguns meses." A segunda saiu mais com entonação e rapidez; com a mesma força de vontade que ela falou, se levantou de sua cadeira pronta para jogar toda a verdade e ter uma conversa que há muito tempo precisava ter co seu marido.

Entretanto ao ficar em pé, sentiu uma tontura absurda e se escorou em Tomás. Foi quando, para seu desespero, sentiu um líquido descer por meio de suas pernas e uma dor em seu ventre a consumir. Tanto psicologicamente, quanto fisicamente. Olhou para baixo e constatou o pior ao ver o tal líquido. Sangue.

Sentiu sua visão ficar turva ao passo que Fernando se instalava após uma corrida do elevador até a sala de sua esposa, visivelmente assustado com o grito de socorro do melhor amigo de sua esposa, apelidado também como cunhado postiço, e antes da escuridão a dominar, Letícia sente um pedido sôfrego sair de seus lábios para o amor de sua vida:

"Salve nosso bebê".


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Notas finais do capítulo

Então amores,

Mil perdões de novo, e de novo....

Enfim, a questão foi que eu tive uma super congelada de ideias. Simplesmente não sabia o que falar ou que história contar nesse capítulo. Como não tenho pc (pois é) uso do meu irmão quando o queridão deixa... já viram como é a luta tanto para escrever quanto para publicar.

Não me matem por causa desse capítulo hehe lhes peço no fundo do meu plano de saúde.

Ah, e desculpem pelos erros ai pq tive uma puta preguiça de corrigir.

Beijos, até mais!