Maktub escrita por Mariana


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Faaaaala galera sensual!
Olha só, voltei o mais rápido que pude, e coloquei um capítulo um pouquinho maior também...
Obg por todos os comentários, especialmente para a galera que saiu da moita e comentou o que estão achando da fic. Vcs são foda!
Agradeçam a Thaísa (@Thaisa_Bonfimm) por me incentivar a postar hj, este cap. é dedicado a vc guria! Espero que vc e todos os demais leitores curtam...ah e comentem também ;)



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... Está doendo muito ficar longe da Marina. A amo muito, espero que ela não esqueça nunca disso. Só agora estou percebendo a grande oportunidade que a vida está me dando e eu com todo meu medo estou jogando fora, medo sim, medo de todas as mudanças, medo de não ser o suficiente pra minha nova família, pra essas duas crianças que estão crescendo dentro da Marina. Saber que terei dois filhos, nossa, foi uma surpresa e tanto. Mas são meus filhos com a mulher da minha vida. Preciso corrigir isso o mais rápido possível.

Os dias passaram se arrastando, pareciam que não tinham fim. Clara teve que viajar bastante fechando alguns contratos com clientes, que faziam questão de que os mesmos fossem firmados pessoalmente por ela, mas todos os dias ligava para Flavinha pra saber se Marina e os bebês estavam bem. A idéia de que havia algo a ser reparado não saía da sua cabeça. Numa noite após horas de reunião, Clara chegou exausta ao hotel, tomou um banho, se jogou na cama, mas não conseguia dormir estava com um pressentimento de algo muito grave ia acontecer, então o primeiro pensamento que lhe veio à tona, foi se Marina e os bebês estavam bem. A publicitária ficou desesperada, procurou seu celular, e automaticamente ligou para Flavinha. O telefone chamou várias vezes, mas Flávia não o atendeu, deixando Clara ainda mais preocupada. Voltou a ligar novamente para a assistente da sua mulher, Clara não descansaria enquanto não tivesse notícias de Marina. Até que no terceiro toque da segunda chamada...

– Alô - uma voz rouca sussurrou no telefone

– Ai graças a Deus você atendeu Flavinha! Estou com um pressentimento horrível que de algo muito grave vai acontecer, não sei se é algo com Marina e os bebês, preciso de notícias deles

– Você sabe que horas são Clara? - pausou e olhou a hora no celular - São seis horas da manhã! Se a Vanessa acordar a essa hora porque eu estou falando no celular, ela me mata, você conhece a peça!

– Mil desculpas Flavinha, te liguei no impulso, nem pensei no fuso horário entre Madrid e Rio, me desculpa mesmo, mas será que você poderia me dar notícias da minha mulher, eu estou realmente muito aflita.

– Calma Clara, está tudo bem com a Marina e os bebês, a essa hora ela deve estar dormindo tranquilamente, foi só um pressentimento seu tá bom? Fica calma que por aqui está tudo bem, você será a primeira pessoa que eu vou informar se acontecer algo com a Marina ou com as crianças, fica tranqüila!

– Tá bom Flavinha, mas faz um favor pra mim, não deixa a Marina sair de casa hoje, eu vou voltar para o Brasil ainda hoje, preciso conferir cada centímetro do corpo dela para ver se ela está realmente bem. Não que eu não acredite em você, mas meu coração só vai ficar tranqüilo quando eu ver minha mulher sã e salva. - Antes que Flávia pudesse responder, Clara desligou o celular e correu para arrumar as malas.- Enquanto jogava as roupas na mala, Clara fez algumas ligações e mandou que preparassem o seu jatinho particular para que ela voltasse o mais rápido possível para o Brasil.

E assim aconteceu, horas depois, o jatinho da publicitária pousou em solo carioca, seu motorista já a aguardava, e a morena ordenou que ele dirigisse o mais rápido que pudesse rumo à Santa Tereza. Ao chegar na mansão das Fernandes Meirelles, a morena foi diretamente ao estúdio para procurar Marina, encontrou-a sozinha no local, e a abraçou com todas as suas forças

– Clara? Quando você chegou? - Marina perguntou assustada e confusa

– Oi, desculpa te assustar, eu acabei de chegar, vim direto pra cá, precisava te tocar, sentir teu cheiro, ver com meus próprios olhos que você está bem, que tudo não passou de um pressentimento bobo - Clara falava quase sem parar para respirar e sem soltar Marina do abraçado apertado

– Que pressentimento? Não estou entendendo nada!

– Preciso muito conversar contigo, falar tudo que está guardado todos esses dias aqui - apontou para o coração - vem comigo?

– Tá, eu vou com você, precisamos mesmo conversar! - disse Marina sem nenhuma empolgação, mas tentando entender o que estava acontecendo na sua frente, e foram para o quarto do casal

Chegando ao quarto do casal, um silêncio se instalou no cômodo, as duas apenas se olhavam com medo do que poderia acontecer dali por diante, até que Clara decidiu acabar com esse silêncio...

– Marina, eu tenho muita coisa para te falar, mas com toda essa emoção de te ver de novo, de poder te tocar, eu certamente me enrolaria nas palavras, então escrevi uma carta para ler pra você, só quero que me escute até o final tá bom?

– Tudo bem Clara, pode ler a carta, vou te ouvir até o final. - Sentou na cama delas de frente para Clara, ficou prestando atenção, e então a publicitária começou a ler a carta.

"Oi amor. Será que ainda posso te chamar assim? Quero dizer que nos dez dias seguintes à nossa briga e minha viagem, não nos falamos. Nenhuma mensagem chegou e eu também não enviei nenhuma letra sequer. Nada. Nem um "Você está bem?". Simplesmente nada. Deixei que o orgulho guiasse os meus atos, ou a total ausência deles. Confesso que até cheguei a escrever e ensaiar um pedido de perdão, mas logo apaguei e desisti, pareci uma criança mimada que não queria dar o braço a torcer, não assumi que eu era a culpada dessa imbecilidade que foi ter fugido. Eu estou indo todo dia para cama com essa saudade imensa da minha branquinha, que saudade de te chamar assim, que vontade de ligar, mas fiquei lá me fingindo de forte. Até que, quando a falta de contato já beirava o insuportável, eu resolvi novamente escrever meu pedido de desculpas, então escrevi essa carta e estou lendo para você, porque se eu resolvesse falar tudo o que estou falando agora, provavelmente eu não conseguiria, me atrapalharia com as palavras.

Antes de te conhecer eu queria uma mulher que tivesse tesão em estar comigo, nada muito exagerado, nada muito melodramático, algo sincero bastava. Delicadeza, era a essência da mulher que eu queria pra mim, uma delicadeza no jeito de olhar, no jeito de se arrumar, no jeito de me mostrar que ela podia muito bem me conquistar sendo do jeitinho dela, sem máscaras, sem joguinhos, sem nada que não fosse um sorriso que me fizesse entender melhor o significado da palavra “encantador”. Eu encontrei tudo isso em você!

O vento na janela do quarto, a brisa suave da maré, o horário a cumprir, os baques da vida, os sonhos a realizar, os questionamentos, os pequenos e os grandes prazeres da vida, a felicidade sem explicação, a sapiência do calar, o cheiro do café preto logo de manhã, o balançar das folhas, o olhar, o respirar. Tudo isso me faz pensar em você, muito louco né? Pode ser durante uma madrugada sem sono, horários para cumprir e sentimentos a fluir, para mim, a simplicidade de um sentimento em comum compartilhado de maneira leve supera qualquer obstáculo. Já questionei e quis respostas imediatas, mas parei quando pensei somente na paz que sinto quando minha mão alcança teu corpo, desnudando a alma e o silêncio repleto de pensamentos, harmonizando a nossa atmosfera de amor.

Marina quando eu te conheci, a minha vida tomou um rumo diferente, eu percebi que sorria apenas quando eu estava ao seu lado, perdi as contas de quantas eu me apaixonei pelo mesmo sorriso, pelo seu sorriso em todas as suas variações, sim eu havia encontrado minha felicidade, daí por diante me senti completa, me senti feliz por apenas te amar, apenas ver teu sorriso já fazia eu me sentir a melhor pessoa do mundo. Você me fez enxergar que nem tudo na vida é ganhar, você me fez entender que a vida é feita de erros e acertos, basta crer e tentar. Nos teus braços me senti segura, e ainda sou, nos seus olhos vi que não há motivos para tristeza, seu jeito me fez ser melhor, sua risada me fez rir de coisas bobas que apagam a beleza do mundo. Aprendi sobre o amor com a doçura que vi nos seus olhos, na segurança que encontrei no teu abraço, no acelerar do meu coração quando ele está contigo, na capacidade de enxergar a beleza por trás do rosto inchado de quem acabou de acordar, e em de todas as vezes que sorrio com uma lembrança nossa desde quando nos conhecemos. Cada detalhe faz com que aprenda com você sobre amor, sua voz cansada ao telefone, seu abraço noturno para juntar nossos corpos, sua mão carinhosa, tudo em você me ensina o quanto é bom te amar. Sou extremamente grata por apenas poder te amar de uma forma inexplicável e levar esse amor comigo por onde eu for.

Devo dizer também que depois da nossa briga fugi porque me senti confusa com todas as notícias, me senti baleada por seus olhares enfurecidos, e fugi porque me pareceu a única forma de colocar você de joelhos e de desnortear os seus argumentos sempre tão certeiros. Tudo aconteceu tão de repente que fiquei confusa. Naquele momento eu não sabia por qual razão eu estava ao seu lado, mas no fundo do meu coração eu tinha essa resposta, eu sabia, e ainda sei. Quer saber também?

Eu estava ao seu lado porque ao lado de nenhuma outra eu me senti tão perfeitamente abraçada, é como se eu tivesse nascido sob medida para ser enlaçada por seus braços infinitos e coberta pelos seus carinhos improvisados. E nos dias que estive longe, eu não me sentia protegida por seu zelo, mas me sentia acompanhada pelo seu amor que parece não conhecer limites geográficos. Eu estava ao seu lado, porque desconheço lugar melhor para estar, eu finalmente entendi que as minhas gargalhadas não eram reflexo das comédias que eu assistia, e sim da alegria que eu sentia quando você estava por perto. Porque, perto do seu colo, todos os outros me parecem desconfortáveis e ásperos. E quando penso em sua forma de me olhar, todos os olhares que conheci me parecem não ter foco algum, ou melhor, parecem não conseguir me olhar por dentro, mas o seu olhar sabe me deixar transparente, de alma nua. Eu estava ao seu lado porque ao invés de escrever outros mil motivos pelos quais é nos seus braços que quero estar, eu preciso, você nem imagina o quanto, passar mais um tempo com você. Quanto? Uma vida já basta.

Então, eu posso ficar? Quero te provar que vale a pena eu ficar! Te amo!" - Sua Clara Fernandes Meirelles

Depois de a morena ler a carta, novamente o silêncio tomou conta do local, mas desta vez foi a fotógrafa que o encerrou

– Tudo o que você acabou de dizer foi muito lindo, mas você sabe que as coisas não são tão simples assim - disse quase sussurrando, abaixou a cabeça, tentou controlar o choro, mas as lágrimas teimavam em brotar, e continuou a falar - A sua prioridade é seu trabalho Clara, você ama seu trabalho, aquilo lá é sua vida.

– Realmente, eu amo mesmo o meu trabalho - tocou suavemente rosto de Marina e fez com que a fotógrafa olhasse bem nos seus olhos– Mas eu amo mais você do que ele, VOCÊ É MINHA VIDA! - falou dando ênfase a última sentença e se aproximou mais de Marina.– Se não estou bem com você, não consigo fazer mais nada, não consigo me concentrar, não consigo trabalhar, eu simplesmente não consigo viver sem você. Esse clima estranho entre nós está me matando.

– Foi você que pediu um tempo, fugiu, você sabe do que eu to falando. - Marina se afastou de Clara, respirou fundo e voltou a falar – O problema é que você fugiu Clara! - passou as mãos nos cabelos– Quando eu me senti a mulher mais feliz do mundo, você puxou meu tapete, fez eu me sentir abandonada, fiquei sozinha com meus filhos Clara. Sozinha! E você viajou durante todos esses dias para “Fechar contratos” - fez o sinal das aspas com as mãos. - E agora você volta como se nada tivesse acontecido, como se nada tivesse mudado desde a hora que você pediu aquele maldito tempo - disse pondo para fora a angústia e tristeza que seu coração estava guardando todo aquele tempo.

– Marina eu percebo que você ainda está ferida, você tem todo o direito de estar, mas eu gostaria muito que ficássemos juntas, eu cometi erros, eu sei, reconheço isso, mas eu quero começar do zero. Não vou ficar me desculpando pelo resto da vida por ter feito isso, e você não pode continuar interpretando o papel de vítima. Se você me quiser de volta, estou aqui, mas não vou ficar chorando atrás de você. Eu fugi ok? Quando as coisas ficaram difíceis e confusas eu fui embora, mas eu estou aqui agora, quero ficar e lutar por nós, eu estou comprometida a isso, eu preciso saber se você ainda me ama, e se ainda me quer aqui. Eu não sou perfeita, e você também não é - pausou – você quer falar de falhas? Que tal a de não ser capaz de perdoar? Em algum momento você terá que me perdoar, e agora poderia ser este momento porque eu te amo Marina, e você também me ama. Tudo o que peço é outra chance de mostrar que te amo, que posso amar nossos bebês. Estou me comprometendo a não fugir mais, pelo nosso casamento, pelos nossos filhos. Você me perdoa Marina? Me aceita de volta na vida de vocês? - disse as últimas palavras com os olhos cheios de lágrimas e com o coração apertado, temendo pela resposta que receberia.


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Notas finais do capítulo

Obg por lerem, desculpem se passou algum erro e até o próximo capítulo ;)

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