– Parabéns Marina! - Flávia falou e levantou para abraçá-la– A Clara deve estar morrendo de felicidade com a notícia - Marina abaixou a cabeça e falou:

– Na verdade, ela não recebeu muito bem a notícia, brigamos feio e ela viajou, disse que tinha que fechar alguns contratos fora do Rio... - respirou fundo e levantou a cabeça– Mas independente do que a Clara acha ou deixa de achar dessa notícia, eu estou feliz, foi a melhor notícia que eu recebi até hoje - sorriu– E não quero mais falar na Clara, tenho que pensar nos meus filhos, e tenho que pensar na minha carreira, não posso parar minha vida e ficar chorando pelos cantos - falou em tom de desabafo

– É isso aí, agora tudo será em dobro pra você... choro de bebê, fraldas sujas, bebês para dar de mamar, pra botar pra arrotar, pra botar pra dormir, pra dar banho - respirou cansada com tudo que havia dito e levou as mão à cabeça– ai meu Deus, você já pensou nisso Marina? - Vanessa mostrando-se ainda mais assustada

– Claro que pensei né Van, ser mãe é o que eu mais queria na minha vida, você sabe disso. Não vai ser fácil, ainda mais sendo dois bebês, mas tô muito feliz! - falava com um sorriso imenso no rosto e acariciando a barriga

– Vai dar tudo certo Mari, fica tranqüila - disse Flávia

– Eu sei que sim. Bem, fora a minha médica, até o momento só eu, a Clara e agora vocês sabem da gravidez, a minha família e da Clara ainda não sabem de nada, também não quero que a notícia vaze na mídia, pelo menos não agora, porque não sei como vai ser com a Clara daqui pra frente. Quero que tudo se resolva com calma antes que todo mundo saiba dos bebês.

– Tudo bem, você tem nosso apoio né amor? - Flávia falou e olhou para Vanessa

– É né? Pode contar com a gente. - sorriram

Terminaram de conversar sobre a gravidez, foram trabalhar, e assim passou mais um dia no estúdio.

Clara havia viajado para Europa, passou alguns dias em Paris e depois viajou para Madrid, já haviam se passado alguns dias desde a sua saída de casa, e em todos estes dias não tinha falado com Marina. Ao chegar ao hotel após um dia intenso de trabalho a publicitária ligou para o estúdio de Marina e teve a sorte de ser atendida por Flávia.

– Alô?

– Oi Flavinha é a Clara, ainda bem que foi você que atendeu o telefone - ouviu a outra respirar fundo do outro lado da linha - pela sua reação creio que a Marina já deve ter contado pra vocês o que aconteceu e te peço que não me julgue precipitadamente, na verdade eu liguei para saber notícias dela.

– Não sou eu quem deve te julgar, só a Marina tem esse direito, esse assunto nem me diz respeito. - Flávia respondeu secamente

– Como ela está? Ela já comeu alguma coisa hoje? Teve mal estar de novo? Ela parou pra descansar? Porque a médica disse que é pra ela maneirar aí na rotina, e conhecendo bem a Marina como eu conheço, ela deve está trabalhando como uma louca - a publicitária falou sem parar, sem dar tempo para Flávia responder os questionamentos que ela fazia

– Wow, clama aí, uma pergunta de cada vez. Respira e se acalma. - pausou– A Marina obviamente está triste pelo aconteceu entre vocês, mas hoje ela retomou a rotina no estúdio, claro que com mais calma como a médica a orientou. Ela já comeu, não reclamou muito de mal estar, e agora que nós terminamos de resolver tudo aqui no estúdio ela foi descansar. - Ouviu Clara suspirar aliviada com as notícias

– Obrigada pelas notícias Flavinha. Bom eu não sei quanto tempo irei ficar fora do país, eu estou em Madrid, tenho que resolver alguns negócios e etc., então será que eu podia te ligar pra saber notícias da Marina, porque se eu ligar para o celular dela, ela não vai me atender. - a publicitária pediu um pouco envergonhada

– Tudo bem, vou te informando sobre a Marina

– Flavinha não conta pra Marina que liguei não tá? Ela vai acabar ficando chateada com você, eu não quero complicar as coisas entre vocês.

– Tudo bem Clara, mas por favor, liga um dia pra falar diretamente com a Marina, ela também está preocupada com você. Você conhece a Marina, se faz de durona, mas por dentro está ferida, precisando de você...

– Preciso desligar agora Flavinha - Clara cortou o assunto– Mas obrigada por estar me ajudando e cuida dela pra mim tá bom?

– Ok. Tchau Clara

Clara POV’s

Não consegui dormir a noite inteira pensando na Marina, aliás desde que viajei todas as noites têm sido assim, o banho pela manhã não é o mesmo, ela não está aqui pra eu amá-la, tento amenizar a saudade que já sinto dela olhando algumas fotos, uma que tirei um dia desses vendo ela dormir, em outras nós duas estávamos juntas tentando fazer selfies entre caretas e beijos, eu sorri lembrando-me desses momentos... Minha vontade era estar lá, seu cheiro está na minha roupa, mas ela não está aqui, o coração já está apertado sentindo sua falta. Não tenho mais aquela felicidade no olhar, e sabe qual era minha vontade agora? Entrar correndo em casa, jogá-la na nossa cama e fazer amor até minha perna bambear, abraçá-la, dar colo, acarinhar, dizer o quanto eu a amo até ver seu olho fechar, e depois ficar observando seu sono. Está doendo muito ficar longe da Marina. A amo muito, espero que ela não esqueça nunca disso. Só agora estou percebendo a grande oportunidade que a vida está me dando e eu com todo meu medo estou jogando fora, medo sim, medo de todas as mudanças, medo de não ser o suficiente pra minha nova família, pra essas duas crianças que estão crescendo dentro da Marina. Saber que terei dois filhos, nossa, foi uma surpresa e tanto. Mas são meus filhos com a mulher da minha vida. Preciso corrigir isso o mais rápido possível.